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Peça Alimentos Avoengos

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AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA E SUCCESSÕES DA COMARCA DE ALFA – UF.
LUÍSA DOS SANTOS BASTOS, brasileira, menor, ora representada por sua mãe, Maria dos Santos, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., filiação..., divorciada, portador do documento de identidade de n.º ..., inscrita no CPF sob o n.º..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliada à rua/av..., bairro..., CEP..., cidade Alfa, Estado..., por meio de seu advogado que esta subscreve (procuração em anexo), com endereço profissional à rua..., bairro..., cidade..., Estado..., CEP..., nesta comarca, onde recebe intimações, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, propor
AÇÃO DE ALIMENTOS
em face de ALICE BASTOS, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., filiação..., viúva, portadora do documento de identidade de n.º ..., inscrito no CPF sob o n.º..., tendo como endereço eletrônico..., domiciliada à rua/av..., bairro..., CEP..., cidade Alfa, Estado..., pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
I. DOS FATOS
A Sra. Maria dos Santos, representante da autora neste ato, manteve matrimônio com o Sr. Paulo Bastos, relação que culminou no nascimento de Luísa dos Santos Bastos em 01 de Janeiro de 2018. No dia 04 de julho de 2018, vieram a se divorciar.
No momento do divórcio, foi ajustado o pagamento de pensão alimentícia no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), pagos mensalmente pelo senhor Paulo Bastos, acordo que cumpriu até 25 de agosto de 2019, data em que veio a falecer.
Ocorre que pai da autora não era detentor de bens nos quais pudessem ser herdados por sua família. Atualmente, a criança vive com a mãe, que tem assumido total e absoluta responsabilidade do custeio e manutenção da filha. Consequentemente, encontra-se sem condições de arcar sozinha com a manutenção e educação de sua filha, já que recebe mensamente o valor de 1 (um) salário mínimo, o que é absolutamente insuficiente para arcar com as necessidades da autora.
Entretanto, é conhecido que a avó paterna da autora, Sra. Alice Bastos, sua única avó viva, goza de confortável situação patrimonial. Portanto é pessoa que goza de possibilidade financeira de ajudar a neta.
Consigna-se, pois, a pretensão da requerente em auferir pensão alimentícia a ser paga por sua avó, ora promovida, a ser cumprido no valor correspondente a R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) mensais.
II. DO DIREITO
Inexistindo a possibilidade de obtenção de prestação alimentícia por parte do genitor, pelo motivo acima exposto, a legislação brasileira dispõe quanto a obrigação alimentar avoenga:
Art. 1.696 - O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Art. 1.698 - Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
Evidente, portanto, que havendo a demonstração inequívoca da incapacidade do genitor em adimplir a verba alimentar, bem como da genitora prover o integral sustento da filha, os ascendentes devem responder com os alimentos necessarios à criança. 
Nesse sentido, a jurisprudência ora colacionada entende que:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALIMENTOS PROVISÓRIOS - AVÓ PATERNA - RESPONSABILIDADE PRÓPRIA, SUCESSIVA E COMPLEMENTAR - IMPOSSIBILIDADE DO GENITOR - AUSÊNCIA DE PROVAS. - A obrigação alimentar dos avôs poderá ser própria, sucessiva ou complementar, e terá como pressuposto a ausência do pai ou a sua incapacidade ou insuficiência de recursos para prestá-la. - Não estando demonstrada cabalmente a inviabilidade de o alimentando ser pensionado pelo seu genitor, descabe a fixação de alimentos contra a avó paterna. (Agravo de Instrumento nº 1.0686.08.220962-4/001 (1), 2ª Câmara Cível do TJMG, Rel. Carreira Machado. J. 02.06.2009, unânime, Publ. 02.07.2009).
Devidamente comprovado, portanto, que o genitor da autora não possui condições de adimplir a obrigação alimentar fixada por ter falecido, sem deixar nenhum bem que poderia, possivelmente, prover o sustento da criança, bem como que a genitora não consegue garantir seu sustento integral de maneira a não comprometer seu próprio sustento, cabível o pedido de fixação da obrigação alimentar avoenga. 
III. DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
Conforme referido acima, a verba alimentar postulada no presente feito destina-se ao auxílio no sustento de Luisa, que, desde o falecimento de seu genitor, não está recebendo nenhum valor a título de pensão alimentícia.
Assim, faz-se necessária a fixação de alimentos provisórios em favor da autora, que já se encontra com o sustento muito prejudicado pela ausência do pagamento de alimentos.
O pedido é amparado pelo art,4º da Lei 5.478/68, que dispõe:
Art 4º - Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos procisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credos expressamente declarer que deles não necessita.
Os documentos acostados pela requerente comprovam as alegações de ausência financeira paterna, impossibilidade de sustento integral da criança exclusivamente pela genitora e, ainda, possibilidade financeira da avó paterna.
Com intutito de evitar ainda maior prejuízo à criança, que se encontra privada de um sustento digno diante das parcas condições financeiras da genitora, merece ser fixada verba alimentar provisória no montante de 50% dos rendimentos líquidos da requerida.
IV – DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA
A autora, amparada pelo art. 98 e seguintes do Código de Processo Civil, postula a concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, por não poder arcar com a as depesas processuais sem comprometer o seu sustento e de sua família, conforme demonstram a declaração de hipossuficiência e os documentos ora acostados.
Lei 5478/68
Art. 1º - A ação de alimentos é de rito especial, independente de prévia distribuição e de anterior concessão do benefício de gratuidade.
§ 3º Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição, nos termos desta lei.
V. DO PEDIDO
 Isto posto, requer:
a) A fixação de alimentos provisórios referente à 50% da monta requerida, no valor equivalente a R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais), a ser depositado na conta nº …, agência …, Banco do Brasil;
b) Seja julgado, ao final, procedente o pedido de alimentos e que, consequentemente, seja condenada a promovida ao pagamento de alimentos definitivos no valor mensal de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), a serem pagos pela demandada à mãe da criança, mediante depósito na conta nº … agência …, Banco do Brasil;
c) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, visto que o autor não possui meios para arcar com as custas do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento;
d) A expedição de ofícios para a localização da Requerida, a fim das tentativas de realização da citação pessoal. Caso restem frustradas, a citação por edital;
e) Seja de tudo ouvido o representante do Ministério Público;
f) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova documental, ainda não obtida, e a prova testemunhal, a fim de comprovar as necessidades do menor e a condição financeira da genitora.
g) Caso seja do entendimento de Vossa Excelência, a designação de audiência de conciliação nos moldes do artigo 334 do CPC.
4. DO VALOR DA CAUSA
Dá à causa o valor de R$ 18.000,00 (Dezoito mil reais)
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
Nome do Advogado 
OAB/UF

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