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AO JUIZO DA _ª VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE DELTA
 LUÍSA DOS SANTOS BASTOS (01/01/2010) criança, representada, neste ato, pela sua Genitora, a Sra. MARIA DOS SANTOS, brasileira, solteira, vendedora, portadora do RG 1234567-8 SSP/ALFA, CPF 123.456.789-00, residente e domiciliada na Rua Alfa, S/N, Bairro Alfaia, E-mail: sem endereço eletrônico, Tel.: 91234-5678, vêm, devidamente assistida por sua patrona infra-assinado, propor a presente AÇÃO DE ALIMENTOS em face de ALICE BASTOS, brasileira, viúva, aposentada, residente e domiciliada na Rua Delta, nº 04, Bairro Delta Maior, Delta/DE, pelos motivos que passa a expor:
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, requer os benefícios da gratuidade da justiça na sua integralidade, com esteio nos incisos I a IX, do §1º do art. 98, face sua insuficiência de recursos, não tendo a mínima condição de arcar com o pagamento das custas, despesas processuais e os honorários advocatícios, conforme reza o art. 98 e 99, do Código de Processo Civil.
Dos Fatos
A autora é menor de idade, consoante demonstra o registro de nascimento em anexo e é filha de MARIA DOS SANTOS e PAULO BASTOS (este falecido em 25/08/2015 estando à certidão de óbito em posse da Requerida).
Em processo anterior, que tramitou perante a Comarca Alfa, restou convencionado que o Genitor da criança estaria impelido a pagar o importe de 200,40% (duzentos vírgula quarenta por cento) do salário-mínimo vigente correspondendo, atualmente, ao valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais).
Ocorre que, conforme já mencionado, o Genitor da criança veio a óbito no ano de 2015 sendo, desde então, a genitora da criança a única responsável pelo sustento e criação da infante.
Salienta-se, Excelência, que a Representante da Requerente é mãe solo e está trabalhando, atualmente, como vendedora, recebendo mensalmente o valor de um salário-mínimo, conforme comprova documento em anexo, o que é insuficiente para suprir todos os gastos para a manutenção de uma vida digna a criança.
Após a morte de seu genitor, a autora ficou em situação de extrema dificuldade, uma vez que o valor que a genitora desta percebe mensalmente é inviável para o sustento da família, inclusive para os gastos mais básicos da Requerente.
Dessa forma, não lhe restando alternativa, vem requerer alimentos a sua avó, ora Requerida, que goza de boa condição financeira sendo viável que a mesma contribua com alimentos mensais à Requerente.
Fundamentos Jurídicos
A obrigação dos avós em prestar alimentos encontra fundamento no art. 1.696 do CCB, que dispõe:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
 Nesse sentido a jurisprudência ora colacionada:
AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALIMENTOS PROVISÓRIOS - AVÓ PATERNA - RESPONSABILIDADE PRÓPRIA, SUCESSIVA E COMPLEMENTAR - IMPOSSIBILIDADE DO GENITOR - AUSÊNCIA DE PROVAS. - A obrigação alimentar dos avôs poderá ser própria, sucessiva ou complementar, e terá como pressuposto a ausência do pai ou a sua incapacidade ou insuficiência de recursos para prestá-la. - Não estando demonstrada cabalmente a inviabilidade de o alimentando ser pensionado pelo seu genitor, descabe a fixação de alimentos contra a avó paterna. (Agravo de Instrumento nº 1.0686.08.220962-4/001 (1), 2ª Câmara Cível do TJMG, Rel. Carreira Machado. J. 02.06.2009, unânime, Public. 02.07.2009).
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS. PROPOSITURA EM FACE DO GENITOR E DOS AVÓS PATERNOS. ILEGITIMIDADE PASSIVA DOS AVÓS AFASTADA. GENITOR QUE MORA NO EXTERIOR E DECLARA-SE INCAPAZ EM CONTRIBUIR COM O SUSTENTO DA FILHA. ENCARGO ALIMENTAR QUE DEVERÁ RECAIR AOS AVÓS PATERNOS. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. A responsabilidade dos avós de prestar alimentos aos netos não é apenas sucessiva, mas também complementar, quando demonstrada a insuficiência de recursos do genitor (Resp. nº 579.385, SP, Rel. Min. Fátima Nancy Andrighi, j. 26.08.04). (Apelação Cível nº 2011.006234-1, 2ª Câmara de Direito Civil do TJSC, Rel. Sérgio Izidoro Heil. Public. 05.09.2011).
AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALIMENTOS PROVISÓRIOS - AVÓ PATERNA - BINÔMIO NECESSIDADE DO ALIMENTADO E POSSIBILIDADE DA ALIMENTANTE. Inobservância. Redução do quantum fixado. (Agravo nº 1.0109.06.007189-0/001 (1), 8ª Câmara Cível do TJMG, Rel. Silas Vieira. J. 01.11.2007, unânime, Public. 19.02.2008).
DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS
De acordo com o que permite o art. 852 do CPC, pede e espera que Vossa Excelência determine liminarmente, inaudita altera pars, o pagamento de alimentos, em caráter provisional, no importe mensal de 150,30% (cento e cinquenta vírgula trinta por cento) do salário-mínimo vigente o que corresponde, atualmente, ao montante de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais), até o dia 30 (trinta) de cada mês, devendo tal valor ser pago mediante depósito à conta bancária da genitora da criança.
PEDIDO
Diante de todo o exposto, pede e espera que Vossa Excelência se digne em condenar a Requerida ao pagamento de pensão de alimentos no importe mensal de 150,30% (cento e cinquenta vírgula trinta por cento) do salário-mínimo vigente o que corresponde, atualmente, ao montante de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), até o dia 30 (trinta) de cada mês, devendo tal valor ser pago mediante depósito à conta bancária da genitora da criança.
REQUERIMENTOS
Requer a citação da Requerida para se manifestar sobre esta vestibular, sob pena confissão e revelia.
Requer que seja concedido, em caráter liminar, os alimentos já mencionados;
Requer que seja definido, em caráter definitivo, os alimentos supracitados;
Requer a manifestação do órgão do Ministério Público (art. 82, I, CPC).
Requer provar o alegado por todos os meios de prova admissíveis em direito.
Requer a concessão do benefício da justiça gratuita, garantido pelos Art. 98 e 99 do CPC, em razão de não ter condições de arcar com as despesas judiciais sem prejuízo da própria sobrevivência.
Requer a intimação pessoal dos atos do processo a Advogada, conforme dispõe o art. 128, I da LC nº 80/1994.
VALOR DA CAUSA
Dá-se a esta causa o valor de R$18.000,00 (dezoito mil reais).
 Nestes Termos, pede deferimento.
 Manaus, 08 de novembro de 2019.
 Rebeka Vitória Lima da Silva
 Advogada 9876 OAB-ALFA
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