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ebook - direito penal - crimes contra o patrimonio - parte 1.pdf

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1 
 
 
 
2 
 
 
 
Olá estudante de Direito, obrigado pelo download deste eBook 
Tempo sempre foi uma das coisas mais preciosas em nossas vidas, ainda mais nos dias em que vivemos o 
tempo é curto e muito valioso! 
Devido a isso tivemos a ideia de reunir todo o nosso conhecimento para produzir um conteúdo organizado, 
estruturado e com linguagem fácil. Desta forma o teu aprendizado será muito mais rápido e eficiente 
// Didática deste eBook: 
 
Didática Organizada 
Matéria organizada e 
estruturada para ter uma linha 
de raciocínio e o melhor 
entendimento sobre o 
conteúdo 
 
Aprendizado Rápido 
Aprenda direito e aprenda 
rápido, não perca tempo com o 
que não traz resultado 
 
 
Linguagem Fácil 
Nem sempre a formalidade e a 
linguagem rebuscada ajuda, 
principalmente quando vamos 
aprender algo que ainda não 
sabemos 
 
Qualquer dúvida, sugestão, crítica ou feedback que tiver, por favor, envie em nosso e-mail: 
formulajuridicacontato@gmail.com 
 
Curta nossa Página do Facebook e envie uma mensagem em nossa página para fazer parte de 
nosso grupo de estudos do Whatsapp 
 
 
 
 
 
“O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas formas de enxergar o mundo” 
3 
 
 
 
DIREITO PENAL 
Este é o 4º ebook lançado pela Fórmula Jurídica, sendo assim é muito importante que você acesse o nosso site 
http://www.formulajuridica.com/ebooks e faça o download do ebook Direito Penal – Crimes Contra a Vida, pois nesse ebook 
terão alguns pontos da Parte Geral do Direito Penal, como forma de relembrar/revisar temas necessários que serão muito 
utilizados nos delitos em espécie 
Falando deste ebook serão tratados os Crimes Contra o Patrimônio – Parte 1, mais especificamente os Crimes de Furto e Roubo 
No próximo ebook de Crimes Contra o Patrimônio abordaremos Extorsão, Apropriação Indébita e Estelionato 
 
Crimes contra o Patrimônio 
 
FURTO 
O furto subdivide-se em quatro figuras: Simples, Noturno, Privilegiado e Qualificado 
FURTO SIMPLES 
Art. 155 CP - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - Reclusão, de 1 a 4 anos, e multa 
Como no crime de furto ocorre uma subtração pura e simples de bens alheios, pode-se concluir que se trata de delito que afeta 
apenas o patrimônio e, eventualmente, a posse 
O Sujeito Ativo pode ser qualquer pessoa, exceto o dono do bem, já que o tipo penal exige que se trate de coisa alheia. Trata-se de 
crime comum e simples 
As ELEMENTARES DO CRIME de furto podem ser divididas em 4 partes: 
1. Subtração 
2. Coisa Móvel 
3. Coisa Alheia 
4. Fim de Assenhoreamento Definitivo 
 
Vamos estudar cada um dos seguintes itens que são necessários para caracterizar o crime de furto: 
 
1. Conduta Típica, que consiste em um ato de SUBTRAÇÃO 
A subtração pode se verificar de duas formas: 
1) Quando alguém pega a coisa do outro sem sua autorização – Ex.: Trombadinha que leva uma bolsa 
2) O agente não coloca as mãos no produto do furto sem a autorização da vítima, caracteriza pela posse vigiada. Algo é retirado da 
esfera de vigilância do dono, mesmo que o dono tenha colocado essa coisa nas mãos do furtados. Ex.: O funcionário de um caixa de 
uma loja recebe o dinheiro dos clientes, e em vez de guarda-los no caixa, leva-os para casa 
OBS.: Não confundir com apropriação indébita. Pois na apropriação indébita a diferença é que mesmo havendo a autorização da 
vítima a posse é desvigiada. Ex.: Locação de DVDs. Estudaremos essa modalidade de crime posteriormente 
4 
 
2. O Objeto Material deve ser COISA MÓVEL 
Apenas a coisa móvel pode ser objeto de furto porque somente ela pode ser transportada e, assim, tirada da esfera de vigilância 
da vítima 
Os bens imóveis, portanto, não podem ser furtados, cabe ressalvar que se consideram imóveis apenas os bens que não possam ser 
levados de um local para outro 
OBS.: Assim, quando o Código Civil ou leis especiais, por ficção, equiparam a imóvel os aviões e as embarcações para fim de registro 
de hipoteca, não lhes retira a possibilidade de ser produto de furto porque são coisas móveis 
OBS².: É possível, também, o furto de partes que compõem um imóvel, como, por exemplo, a subtração de telhas já instaladas ou 
de portões já colocados. É que, em tais casos, o agente mobiliza os bens antes de levá-los 
Casos específicos: 
Os ANIMAIS DOMÉSTICOS OU DOMESTICADOS, quando tiverem dono, e os semoventes (bois, porcos, cabras) podem ser objeto de 
furto. O furto de gado possui denominação própria: abigeato 
O art. 155, § 3º, do CP, expressamente equipara coisa móvel à ENERGIA ELÉTRICA e outras formas de energia que tenham valor 
econômico (nuclear, térmica etc.), de modo que podem elas ser produto de furto 
Os SERES HUMANOS podem ser transportados, porém, não se enquadram no conceito de coisa, de modo que não podem ser 
objeto material de furto, mas apenas de crimes específicos como sequestro (art. 148 CP), extorsão mediante sequestro (art. 159 
CP) e subtração de incapaz (art. 249 CP) 
Da mesma forma, a subtração de parte do ser humano, enquanto o integra, constitui crime de lesão corporal, ainda que haja 
interesse econômico envolvido, como no caso do corte desautorizado de cabelo alheio para venda à confecção de perucas ou a 
cabeleireiros que as utilizam em apliques capilares. É possível, porém, que haja furto em relação a tecido humano que já não integre 
o corpo, como, por exemplo, a subtração de sangue do banco que o armazena 
O FURTO DE TÍTULO DE CRÉDITO em geral constitui crime-meio para a prática de outro crime, restando por este absorvido. É o que 
ocorre, por exemplo, quando o agente subtrai folha de cheque e se passa pelo correntista para efetuar compra em um mercado, 
hipótese configuradora de estelionato, porque o agente obteve vantagem ilícita no valor da compra ao enganar o vendedor 
 
3. O Elemento Normativo encontrado na necessidade que se trate de COISA ALHEIA 
Pressupõe que o Juiz, em todo caso concreto, verifique se o bem não pertencia a quem o subtraiu 
Para que uma coisa seja considerada alheia, é necessário que ela tenha dono. Assim, por não ter dono, não pode ser objeto de furto 
a coisa de ninguém (res nullius), isto é, aquela que NUNCA TEVE PROPRIETÁRIO, como um cão de rua, os peixes das águas públicas 
e a coisa abandonada (res dereclicta) 
As coisas perdidas têm dono, porém, só são assim consideradas aquelas que estão fora da esfera de vigilância do dono porque 
foram perdidas em locais públicos ou abertas ao público 
COISAS DE USO COMUM – São coisas que não foram retiradas de seu ambiente natural e todos podem usar, como a água, ar etc. 
Sendo assim não podem ser objeto material de furto 
5 
 
SUBTRAÇÃO DE OBJETOS ENTERRADOS COM O CADÁVER – Invasão noturna em cemitério para arrombamento de sepultura há 
uma divergência doutrinária em torno da classificação jurídica. A 1ª Corrente entende que os objetos dos mortos sepultados se 
equiparam à coisa abandonada, pois não existe interesse por parte dos herdeiros em tê-los de volta (Caracteriza crime de violação 
de sepultura – Art. 210 CP). A 2ª Corrente entende que os bens pertencem aos herdeiros (Caracteriza furto – Art. 155 CP) 
SUBTRAÇÃO DE COISA PRÓPRIA QUE SE ENCONTRA EM PODER DE TERCEIRO – Evidentemente que não ocorre o crime de furto, 
pois não se trata de coisa alheia. Porém para evitar este tipo de conduta e colocar as relações jurídicas em risco, o art. 346 CP 
tipificou esta conduta como um subtipo do exercício arbitrário das próprias razões 
FURTO E EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES - Quando alguém tem um direito e a outra parte se recusa a observá-lo, 
deve o interessado procurar o Poder Judiciário para fazer valer sua pretensão.Caso não o faça e resolva a questão pessoalmente, 
exorbitando as regras legais, comete crime de exercício arbitrário das próprias razões. Ex.: Locador troca as chaves da casa alugada 
para que o inquilino, que está com os aluguéis atrasados, não possa mais entrar, quando o correto seria ingressar com ação judicial 
de despejo 
 
 
4. O Elemento Subjetivo do tipo consistente no FIM DE ASSENHOREAMENTO DEFINITIVO do bem 
Quando o tipo penal do furto exige que o agente subtraía o bem para si ou para outrem está a indicar que este crime pressupõe a 
intenção de manter a coisa em seu poder ou de repassá-la a terceiro de forma não transitória. É o que se chama de animus rem sibi 
havendi ou animus furandi 
Por isso, quando o agente se apossa clandestinamente de coisa alheia, para usá-lo momentaneamente e, logo em seguida, o restitui 
à vítima, o fato é considerado atípico, por ter havido o que se chama de furto de uso 
 
TEORIAS DE QUANDO SE CONSUMAM O CRIME DE FURTO 
1) CONCRETATIO – Se consuma quando o agente toca 
a coisa alheia, encostou, consumou! 
2) APPREHENSIO – Se consuma quando o agente 
segura a coisa 
3) AMOTIO – Se consuma quando o agente retira o 
bem do local aonde se encontrava 
4) ABLATIO – Se consuma quando o agente coloca o 
bem no lugar aonde pretendia 
A Teoria por nós adotada é uma construção da Jurisprudência Brasileira, que é a teoria da INVERSÃO DA POSSE 
Grosso modo, essa corrente exige que a vítima perca a posse e o agente a obtenha. Temos, então, que definir quando ocorre essa 
inversão e, apesar de pequenas divergências, acabou prevalecendo o entendimento de que isso se dá quando o agente obtém a 
posse tranquila do bem, ainda que por pouco tempo, por ter conseguido tirá-lo da esfera de vigilância da vítima. 
Diante desta Teoria, o furto se consuma quando ocorre a posse mansa e pacífica do bem, nem que seja por um momento muito 
pequeno. Então sim, se o furtador pega o bem e sai correndo, porém é pego, não caracteriza o furto, mas a tentativa de furto, pois 
não tinha a posse mansa e pacífica 
 
 
 
6 
 
 
TENTATIVA DE FURTO 
É possível em todas as modalidades de furto – Simples, 
Privilegiado e Qualificado 
A Doutrina afirma que o mero ato de ingressar na área 
externa da casa não caracteriza ato executório de furto, 
devendo o agente ser flagrado em tal momento 
Se o ladrão já entrou no interior da residência, deverá 
responder por tentativa de furto 
PENA E AÇÃO PENAL 
A pena do furto simples é cumulativa: multa e privativa de 
liberdade (reclusão, de 1 a 4 anos). Como a pena mínima não 
supera 1 ano, é cabível a suspensão condicional do processo, 
se presentes os demais requisitos do art. 89 da Lei n. 
9.099/95 
A ação penal é Pública Incondicionada 
 
FURTO NOTURNO 
Art. 155, § 1º — A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno 
Esse instituto tem natureza jurídica de causa de aumento de pena e somente se aplica ao furto simples. É incabível às formas 
qualificadas de furto porque estas estão previstas em dispositivo posterior (§§ 4º e 5º) e já possuem pena maior em abstrato 
No furto noturno, não é cabível a suspensão condicional do processo porque a pena mínima em abstrato é de um ano e quatro 
meses, em razão do aumento obrigatório de um terço da pena 
Apesar de o nome do instituto ser “furto noturno”, não basta que o fato ocorra à noite (período de ausência de luz solar), exigindo 
o texto legal que ocorra durante o período em que os moradores de determinada região estejam dormindo, repousando, devendo a 
análise ser feita de acordo com as características de cada região (rural ou urbana) 
 
FURTO PRIVILEGIADO 
Art. 155, § 2º — Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir de pena de reclusão pela de 
detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa 
É fácil notar que o reconhecimento do privilégio pressupõe 2 Requisitos: PRIMARIEDADE e PEQUENO VALOR DO BEM 
Primariedade 
A condição de pessoa primária não é definida no CP, que contém apenas definição de reincidência em seu art. 63 CP 
Considera-se primária toda e qualquer pessoa que não seja considerada reincidente pelo Juiz na sentença condenatória transitada 
em julgado. Dessa forma, as pessoas que já foram condenadas anteriormente, mas já cumpriram pena há mais de 5 anos antes de 
cometer o furto, são consideradas primárias, nos termos do art. 64, I, do CP, tendo direito ao benefício 
A condenação anterior por contravenção penal não retira a primariedade daquele que, posteriormente, comete crime de furto, 
não impossibilitando o privilégio 
 
7 
 
Pequeno Valor do Bem 
Pequeno valor é considerado aquele que não ultrapassa um salário mínimo 
O valor do salário mínimo é aquele vigente à época do crime 
Princípio da Insignificância não se confunde o instituto do privilégio, em que o réu é condenado com uma pena menor, com o 
princípio da insignificância, decorrente do princípio da intervenção mínima, segundo o qual não se reconhece a existência de justa 
causa para a ação penal quando a lesão ao bem jurídico tutelado é irrisória, ínfima, insignificante. Ex.: o furto de um doce, de uma 
rosa etc. É o que se chama de furto de bagatela. Em tais casos, o fato é considerado atípico 
 
FURTO QUALIFICADO 
§ 4º - A pena é de reclusão de 2 a 8 anos, e multa, se o crime é cometido: 
I - Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa 
II - Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza 
III - Com emprego de chave falsa 
IV - Mediante concurso de duas ou mais pessoas 
 
§ 5º - A pena é de reclusão de 3 a 8 anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado 
ou para o exterior 
No § 4º existem, ao todo, 7 qualificadoras, distribuídas em 4 incisos. É plenamente comum que o Juiz reconheça duas ou mais 
qualificadoras deste parágrafo e, se isso ocorrer, a primeira servirá para qualificar o crime e as demais servirão como circunstância 
judicial para fixação da pena-base 
Todas as qualificadoras do § 4º referem-se aos meios de execução do furto, de modo que todas são compatíveis com o instituto da 
tentativa, bastando que o agente não consiga concretizar a subtração 
 
MODALIDADES DE FURTO QUALIFICADO 
Rompimento ou Destruição de obstáculo 
Essa qualificadora se mostra presente quando o agente arromba trincos, fechaduras, portas ou janelas, ou, ainda, quando 
consegue arrombar um cofre ou nele fazer um furo com um maçarico 
Igualmente incorre na figura qualificada quem corta com um alicate a corrente que prende uma bicicleta ou uma motocicleta a um 
poste 
Rompimento é a danificação parcial do obstáculo, como no arrombamento do trinco de uma porta 
Destruição é a danificação completa, como quebrar uma porta de vidro, que fica toda estilhaçada no chão 
 
8 
 
Abuso de Confiança 
Somente ocorre se existirem duas circunstâncias no caso concreto: 
• Demonstre a existência de uma especial confiança da vítima no agente, que pode decorrer de forte amizade ou coleguismo no 
trabalho, parentesco, namoro ou noivado 
• Agente tenha se aproveitado de alguma facilidade decorrente da relação de confiança para executar o furto 
Assim, o amigo que furta bens do interior da casa do outro durante uma visita incide na forma qualificada 
A modalidade tentada é plenamente possível, quando o agente que se aproveita da confiança da vítima é flagrado no ato de 
subtração e acaba sendo impedido de continuar o crime 
 
Emprego de Fraude 
Fraude é qualquer artifício, engodo, ardil ou artimanha utilizados pelo agente durante o contexto fático do delito a fim de viabilizar 
a subtração 
Os métodos fraudulentos são muito variados,como para distrair a atenção da vítima, aproximar ou afastar dos bens da vítima 
como funcionário de alguma empresa etc 
NÃO CONFUNDA Furto mediante fraude com Estelionato!! 
Cartão clonado no banco – No estelionato é preciso que um ser humano seja enganado. No caso da pessoa usar o cartão falso na 
máquina será considerado furto mediante fraude. Se o cartão for passado diante de uma pessoa, será considerado estelionato 
 
Escalada 
É qualquer via anormal de acesso ao local aonde está a coisa a ser subtraída. Ex.: Muro, portão 
 
 
Destreza 
É uma habilidade dos furtadores em que a vítima não percebe a princípio que está sendo subtraída. Ex.: Batedores de carteiras 
Só acontece no furto de coisas portadas pela pessoa, sendo assim não é possível se enquadrar o furto de um carro por exemplo 
(mas se furtar a chave do carro sem que a pessoa perceba pode caracterizar). No caso da pessoa furtada estar bêbada, ou 
dormindo, não se encaixa a destreza 
 
Emprego de Chave falsa 
Há 2 categorias: Imitação da chave verdadeira feita clandestinamente (necessita do desconhecimento da vítima desta chave falsa, 
se ela sabe do conhecimento passa a ser uma chave verdadeira) e qualquer instrumento com ou sem formato de chave, capaz de 
abrir uma fechadura 
Ligação Direta NÃO é considerada chave falsa 
9 
 
Concurso de Pessoas 
A qualificadora é cabível ainda que um dos envolvidos seja menor de idade ou que apenas um dos envolvidos tenha sido 
identificado em razão da fuga dos demais do local 
Assim, para aplicar a qualificadora, não é necessário que o juiz condene duas ou mais pessoas na sentença, exigindo-se, contudo, 
prova de que havia outras pessoas envolvidas 
Quadrilha e o bis in idem – Não existe, responde em concurso material 
 
 
Furto de Veículo Automotor transportado para outro Estado ou Exterior 
Trata-se de qualificadora que, ao contrário das anteriores, não se refere ao meio de execução do crime, e sim a um resultado 
posterior, qual seja, o transporte do veículo automotor para outro Estado da Federação ou para outro País 
Já deve haver a intenção de no mínimo cruzar a fronteira de um Estado e efetivamente cruzar a fronteira 
 
ROUBO 
Essa figura criminosa abrange o roubo simples (que pode ser próprio ou impróprio), 5 causas de aumento de pena e 2 
qualificadoras 
ROUBO PRÓPRIO está previsto no caput do art. 157 CP – A 
violência, a grave ameaça ou a redução de resistência da 
vítima, são empregados para a subtração, isso significa que 
qualquer uma dessas atitudes serão empregadas antes da 
subtração ou no momento concomitante da subtração 
ROUBO IMPRÓPRIO começa como um furto, porém em um 
momento posterior passa a garantir uma violência para 
assegurar a impunidade 
 
O roubo é um crime complexo na medida em que atinge mais de um bem jurídico: o patrimônio e a incolumidade física ou a 
liberdade individual 
Art. 157 CP - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de 
havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa 
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de 
assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. 
§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade: 
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma 
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas 
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância 
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior 
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade 
§ 3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a 
reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa 
10 
 
TIPO OBJETIVO DO ROUBO 
O roubo, em princípio, contém as mesmas elementares do furto: 
a) Subtração como conduta típica 
b) Coisa móvel como objeto material 
 
c) A circunstância de a coisa ser alheia como elemento 
normativo 
d) A finalidade de assenhoreamento definitivo, para si ou 
para terceiros, como elemento subjetivo 
 
Trata-se, contudo, de infração bem mais grave do que o furto porque, enquanto neste ocorre uma subtração pura e simples, no 
roubo, o agente domina a vítima, pelo emprego de violência, grave ameaça ou qualquer outro meio, para viabilizar a subtração 
Sendo assim o roubo tem outros elementares, na qual iremos estudar agora: 
 
VIOLÊNCIA – VIS ABSOLUTA 
Caracteriza-se pelo emprego de força física ou ato agressivo. 
Ex.: Agarrar para imobilizar, laçar a vítima com uma corda, 
agredi-la com socos ou chutes 
O ato de desferir facada ou disparo de arma de fogo contra a 
vítima constitui emprego de violência e caracteriza roubo; 
porém, se o agente o fez com intenção de matar a vítima, 
responde por crime de latrocínio, consumado ou tentado, 
dependendo do resultado 
Para que a violência tipifique crime de roubo, o texto legal 
exige que esta seja empregada contra pessoa (o próprio 
dono do bem ou terceiro) e nunca apenas contra a coisa 
GRAVE AMEAÇA – VIS RELATIVA 
É a promessa de mal grave e iminente a ser provocado no 
próprio dono do bem ou em terceiro (filho, cônjuge etc) 
Pode-se dar por promessa de morte, lesão ou prática de 
violência sexual contra a vítima caso esta não concorde com a 
subtração 
A simulação de arma, como no caso em que o agente 
esconde a mão sob a blusa ou um pedaço de pano, ou 
quando encosta um dos dedos nas costas da vítima e a 
manda não olhar para trás, constitui grave ameaça, na 
medida em que tais condutas têm poder intimidatório, 
porque a vítima não sabe que se trata de uma simulação e, 
portanto, se sente amedrontada 
 
QUALQUER OUTRO MEIO QUE REDUZA A VÍTIMA À IMPOSSIBILIDADE DE RESISTÊNCIA 
Estamos aqui diante de uma fórmula genérica cuja finalidade é permitir a tipificação do roubo em hipóteses em que o agente 
subjuga a vítima antes de efetuar a subtração, porém, sem empregar violência física ou grave ameaça 
É o que ocorre, por exemplo, quando ele coloca sonífero na bebida da vítima para subtrair-lhe os pertences enquanto ela está 
inconsciente, ou quando usa de hipnose para deixá-la em transe e, em tal momento, concretizar a subtração 
 
 
 
11 
 
SUJEITOS DO ROUBO 
Sujeito Ativo 
Pode ser qualquer pessoa, exceto o próprio dono do bem, já 
que a lei exige que a coisa seja alheia. Trata-se de crime 
comum 
Admite coautoria e participação 
Para a existência de coautoria, NÃO é necessário que todos 
os envolvidos realizem todos os atos de execução, podendo 
haver divisão de tarefas 
Sujeito Passivo 
Pode ser sujeito passivo o proprietário, bem como o 
possuidor ou detentor do bem, que sofra prejuízo 
econômico, e também todos aqueles que sofram a violência 
ou grave ameaça, ainda que não tenham prejuízo 
patrimonial. Trata-se de crime complexo, pois é possível ter 
mais de uma vítima em um só roubo 
 
CONCURSO DE CRIMES 
Ao contrário das hipóteses mencionados no item anterior, existem algumas situações, comuns no dia a dia, que caracterizam mais 
de um crime de roubo: 
• Se o agente em um único contexto fático emprega grave 
ameaça contra duas pessoas e subtrai bens de ambas, 
responde por dois crimes de roubo em CONCURSO 
FORMAL (art. 70 do CP), já que houve uma só ação (a 
mesma grave ameaça para ambas as vítimas) e duas 
lesões patrimoniais 
• O agente aborda uma pessoa em uma esquina e rouba 
seu dinheiro. Minutos depois aborda outra pessoa naesquina de cima e também subtrai seus pertences. Aqui 
houve claramente duas ações (duas graves ameaças) 
contra vítimas distintas, estando caracterizados DOIS 
CRIMES de roubo em CONTINUAÇÃO DELITIVA (art. 71 
do CP) 
• Se o agente aborda uma só pessoa e apenas contra ela 
emprega a grave ameaça, mas acaba subtraindo objetos 
desta e de terceiro, que também se encontravam em 
poder dela, responde por dois crimes de roubo em 
CONCURSO FORMAL, desde que a prova indique que ela 
sabia que estava subtraindo bens pertencentes a pessoas 
diversas 
• Se o agente comete roubo em residência subtraindo 
objetos pertencentes ao corpo familiar como um todo 
(aparelho de som e televisão, por exemplo), responde por 
CRIME ÚNICO 
 
OBS.: Caso de Roubo Simples e Latrocínio – Apesar de o latrocínio ser uma forma qualificada do crime de roubo, a Doutrina e a 
Jurisprudência não aceitam a configuração de crime continuado entre essas infrações penais, com o argumento de que o latrocínio 
atinge um bem jurídico a mais do que o roubo simples (a vida humana), de modo que não podem ser considerados crimes da 
mesma espécie, o que é requisito da continuação delitiva 
 
CONSUMAÇÃO DO ROUBO 
A consumação ocorre quando o agente inicialmente domina a vítima pelo emprego de violência ou grave ameaça, no exato 
instante em que ele se apossa do bem pretendido sua posse já é tranquila, não sendo necessário que consiga tirá-lo do local 
Entende-se, atualmente, inclusive nos Tribunais Superiores, que o crime de roubo se consuma no momento em que o agente se 
apossa do bem da vítima, ainda que seja preso no local 
12 
 
TENTATIVA DO ROUBO 
É possível quando o agente emprega a violência ou grave ameaça e não consegue se apoderar dos bens visados. Ex.: Vítima que, 
ao ter a arma apontada para ela, acelera o carro em que está e foge 
 
MODALIDADES DE ROUBOS 
 
ROUBO DE USO 
A Jurisprudência entendeu ser possível o reconhecimento da 
atipicidade da conduta quando a intenção do agente é a de 
uso momentâneo, embora não autorizado, do bem alheio, 
com imediata restituição, no roubo, por serem também 
afetadas a incolumidade física e a liberdade da vítima pelo 
emprego da violência ou grave ameaça, não se reconhece a 
existência da intenção de uso como hipótese de atipicidade 
ROUBO PRIVILEGIADO 
Não existe no Código Penal, ainda que o réu seja primário e a 
coisa roubada seja de pequeno valor. Sua pena não poderá 
ser diminuída em razão disso 
 
ROUBO e PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA 
Tendo em vista que no crime de roubo há emprego de 
violência ou grave ameaça, a Jurisprudência tem, 
reiteradamente, NEGADO a possibilidade de aplicação do 
princípio da insignificância a tal delito 
ROUBO MAJORADO 
O art. 157, § 2º do CP estabelece 5 causas de aumento de 
pena, de um terço até a metade, que são aplicáveis tanto ao 
roubo próprio quanto ao impróprio 
1. Emprego de arma; 2. Concurso de agentes; 3. Vítima em 
serviço de transporte de valores; 4. Transporte de veículo 
roubado para outro estado ou país; 5. Restrição da liberdade 
da vítima 
 
ROUBO QUALIFICADO 
Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 a 15 anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 
20 a 30 anos, sem prejuízo da multa 
Lesão Grave 
As lesões graves que qualificam o roubo são aquelas descritas no art. 129, §1º e §2º do CP. A provocação de lesão leve em 
decorrência da violência empregada fica absorvida pelo crime de roubo, na medida em que o texto legal não a menciona como 
forma qualificada e tampouco ressalva a sua autonomia, tal como ocorre em outros delitos 
Latrocínio 
Ocorre quando o agente provoca a morte da vítima durante o roubo 
De acordo com o art. 1º, II da Lei n. 8.072/90, o latrocínio, consumado ou tentado, é crime hediondo. Por ser crime hediondo, o 
autor do latrocínio não pode obter anistia, graça ou indulto 
De acordo com a Súmula n. 603 do STF, a competência para o processo e julgamento de latrocínio é do Juiz singular e não do 
Tribunal do Júri 
Quando duas ou mais pessoas são mortas, mas apenas um patrimônio é lesado, a Doutrina e a Jurisprudência dominantes são no 
sentido de que há crime único 
O crime de latrocínio enquadra-se no conceito de crime complexo porque atinge mais de um bem jurídico: a vida e o patrimônio 
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Nosso conteúdo de Direito Penal sobre Crimes contra o Patrimônio – Parte 1 encerra aqui 
 
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