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INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ ENGENHARIA ELÉTRICA ADRIANO MENEZES DE LIMA ANGELO XAVIER PROCEDIMENTO 10 – MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (SISTEMA MASSA-MOLA) TELÊMACO BORBA 2019 2 Sumário RESUMO ............................................................................................................ 3 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 1. OBJETIVOS ................................................................................................ 5 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................. 5 3. METODOLOGIA .......................................................................................... 8 3.1. Materiais utilizados ............................................................................. 8 3.2. Procedimento experimental ............................................................... 8 3.4. Dados obtidos experimentalmente .................................................... 9 4. DISCUSSÕES DOS RESULTADOS ......................................................... 16 5. CONCLUSÕES FINAIS ............................................................................. 18 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 19 3 RESUMO Este trabalho tem por finalidade visualizar as oscilações do movimento harmônico simples em um sistema massa-mola através de uma atividade prática que possibilita a coleta de dados para verificação e interpretação do fenômeno. 4 Introdução O sistema massa-mola está amplamente inserido no campo de engenharia e ciências, sendo bastante aplicado à interpretação de fenômenos reais no que diz respeito a sistemas mecânicos. O modelo mencionado é importante à medida que se trabalha com movimentos vibratórios ou oscilatórios, proporcionando eficiência na obtenção das equações que regem o problema em estudo e das corretas interpretações. 5 1. Objetivos Determinar a constante elástica de uma mola por meio dos métodos estático e dinâmico; Verificar a influência dos fatores massa e constante elástica da mola no período de oscilação do sistema massa mola. 2. Fundamentação Teórica Antes de mais nada vamos introduzir fatos históricos e definições para que a compreensão do experimento fique clara. Quando escrevemos que iremos determinar a constante de Hooke de uma mola cometemos um erro, na realidade determinaremos a constante de Young característica de cada mola. …Robert Hooke (1635–1703) descobriu em 1676 a lei fundamental que existe entre a força e a distorção resultante num corpo elástico. Ele resumiu os resultados de suas experiências na forma de uma lei. “Ut tensio sic vis”, a qual, traduzida livremente, significa que “uma mudança de forma é proporcional à força deformadora”. Muitos anos depois, Thomas Young (1733–1829) deu á lei de Hooke uma formulação mais precisa, ao introduzir conceitos físicos definidos a serem associados com “uma mudança de forma” e “força deformadora”. Quando uma tensão (forças resultante na deformação de um sólido) é provocada no interior de um sólido pela aplicação de forças externas, uma variação física é produzida. Estas distorções relativas são chamadas deformações e podem ser de três tipos: 1. Mudança no tamanho do corpo, mantendo a mesma forma. 2. Mudança na forma mantendo o mesmo volume. 3. Mudança de comprimento. 6 A lei de Hooke pode agora ser enunciada da seguinte forma: 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 = 𝑀ó𝑑𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 Eq. 1 nome este introduzido por Thomas Young. A constante é chamada de módulo volumétrico (K) se a tensão corresponde a 1; Módulo de rigidez ou cisalhamento (n) se a tensão é do tipo 2; e Módulo de Young (Y) se a tensão é de distensão ou compressão que corresponde a 3. (Ference,M. - Curso de Física: Mecânica, 1968, p236–237) Consideremos agora o estiramento de um fio por uma força F. A tensão corresponde a Força/unidade de área da secção reta. A deformação do tamanho original (l0) pode ser escrito como: 𝐷𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 = 𝑙−𝑙0 𝑙0 Eq. 2 O módulo de Young (Y) é definido como: Y = tensão / deformação longitudinal ou 𝑌 = 𝐹∗𝑙0 𝐴∗ ∆𝑙 Eq.3 Ou seja, a variação entre força e deformação é linear. …A melhor aproximação do caso de elasticidade perfeita na qual a lei de Hooke vale para limites muito amplos de tensões é obtida quando um fio, de aço ou bronze fosforoso é enrolado na forma de uma hélice, fazendo uma espiral ou uma mola helicoidal. (Ference, M. - Curso de Física: Mecânica, 1968, p246). Desta forma podemos estabelecer a constante de Young estaticamente através da primeira parte deste experimento. Outra maneira de estabelecer a constante de Young, só que desta vez dinamicamente, é utilizando o principio da conservação de energia em um oscilador harmônico simples. 7 Um oscilador harmônico simples consiste de uma massa M ligada a uma mola sem massa de constante elástica K. Provocando um desequilíbrio neste sistema em equilíbrio, obtemos a oscilação harmônica amortecida do sistema devido a presença de atrito com o ar (Kittel.C., Curso de Física de Berkeley: Mecânica - vol. 1, p201). Porém em pequenas oscilações e variando os pesos obtemos um período que não varia e revela a constante de Young (Y). …O desvio do ponto de equilíbrio vezes a constante de Young (Y) é igual a força restauradora do movimento. Isto identifica, em termos do sistema, uma idéia particularmente simples, a dois conceitos essenciais para o estabelecimento do movimento oscilatório: 1. Um componente inercial, capaz de carregar energia cinética. 2. Uma componente elástica, capaz de armazenar energia potencial. (French. A. P., The M.I.T. introductory physics series: Vibrations and Waves, 1970, p42) Desenvolvendo esta relação, chegamos à conclusão de que o período varia da seguinte forma em relação à força e a constante de Young(Y) 𝑇 = 2𝜋√ 𝑀 𝑌 Eq. 4 Em que: T = período, M = massa pendurada, Y = constante Young. Desta maneira ficam resumidamente introduzidos os conceitos que fundamentam este experimento. 8 3. Metodologia 3.1 Materiais necessários Duas molas com diferentes constantes elásticas (ka e kb), Régua, Pesos, Suporte (lastro), Tripé Cronômetro. 3.2 Procedimento experimental Procedimento para o método estático: Foi colocada a mola (A) suspensa no lastro, marcada a posição de equilíbrio e considerando-a como y0. Então seguir foram sendo acrescentados vários pesos aos poucos, por exemplo: 20, 30, 40, 50, 60, 80, 100 g; tendo cuidado para não ultrapassar o limite de peso suportado pela mola. A cada massa foi anotado a elongação observada na régua e realizado o registre os dados na Tabela 1, usando g = 9, 81 m/s2 para calcular a Força (em N). Procedimento para o método dinâmico Primeiramentefoi realizado medida dos pesos da mola, suportes e dos pesos, observando as unidades (kg e m). Depois de presa a mola no tripé, foi cuidadosamente pendurado um peso e distendida a mola suavemente cerca de 1 cm. Após zerado o cronometro, solto o peso iniciando a contagem registrando o tempo de 10 oscilações. Foi anotado o valor médio do período para cada peso na Tabela 5; Após a primeira leitura foi realizado o aumento o peso, e obtido o período médio da mesma forma que anteriormente. O procedimento foi repetido para mais 4 pesos completando a terceira linha da tabela 5. 9 3.4 Resultados obtidos 3.4.1 Método estático No método estático, o coeficiente angular da equação da reta dos gráficos força versus deslocamento representa a constante elástica das molas. Dados para a determinação da constante elástica da mola (A). Comprimento inicial da mola (m) 0,11 N° da medida 1 2 3 massa (kg) 0,003 0,053 0,076 F(N) 0,2943 0,51993 0,74556 Y (m) 0,125 0,142 0,155 ∆y (m) 0,015 0,032 0,045 Tabela 1 Gráfico 1 Equação da reta: y = 14,953x + 0,0614 Coeficiente angular = constante elástica: 14,953 Coeficiente linear: 0,0614 y = 14,953x + 0,0614 R² = 0,9941 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 F( N ) ∆y(m) F versus Y mola A Série1 Linear (Série1) 10 Dados para a determinação da constante elástica da mola (B). Comprimento inicial da mola (m) 0,058 N° da medida 1 2 3 4 massa (kg) 0,02 0,053 0,035 0,058 F(N) 0,2943 0,51993 0,34335 0,5689 Y (m) 0,168 0,247 0,181 0,262 ∆y (m) 0,11 0,189 0,123 0,204 Tabela 2 Gráfico 2 Equação da reta: 2,8397x - 0,0128 Coeficiente angular = constante elástica: 2,8397 Coeficiente linear: - 0,0128 y = 2,8397x - 0,0128 R² = 0,9982 0,08 0,18 0,28 0,38 0,48 0,58 0,68 0,08 0,13 0,18 0,23 F( N ) ∆y(m) F versus y mola B Série1 Linear (Série1) 11 Dados para a determinação da constante elástica das molas A e B em paralelo. N° da medida 1 2 3 4 5 massa (kg) 0,065 0,088 0,111 0,134 0,162 F(N) 0,64415 0,86328 1,08891 1,31454 1,58922 Y (m) 0,128 0,136 0,142 0,158 0,157 Tabela 3 Gráfico 3 Equação da reta: 23,092x - 2,2725 Constante elástica: 23,092 Dados para a determinação da constante elástica das molas A e B em série. N° da medida 1 2 3 4 5 massa (kg) 0,007 0,014 0,021 0,027 0,035 F(N) 0,06867 0,13734 0,20601 0,26487 0,34335 Y (m) 0,227 0,253 0,283 0,309 0,339 Tabela 4 y = 23,092x - 2,2725 R² = 0,9608 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 0,12 0,13 0,14 0,15 0,16 0,17 F( N ) ∆y(m) F verus y dasmolas A em paralelo Série1 Linear (Série1) 12 Gráfico 4 Equação da reta: 2,3804x - 0,4687 Constante elástica: 2,3804 3.4.2 Método dinâmico No método dinâmico, a constante elástica é calculada através da fórmula 𝑇 = 2𝜋√ 𝑀 𝐾 Como em cada situação foi cronometrado o período de massas diferentes acopladas as molas, foi feita uma média das constantes calculadas. y = 2,3804x - 0,4687 R² = 0,9987 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,2 0,25 0,3 0,35 F( N ) ∆y(m) F versus y molas A e B em série Série1 Linear (Série1) 13 Dados para a determinação da constante elástica da mola (A), pelo método dinâmico. N° da medida 1 2 3 massa (kg) 0,076 0,099 0,122 T(s) 4,63 5,23 5,88 T² (s²) 21,4369 27,3529 34,5744 Tabela 5 Gráfico 5 Constante elástica: 14,06 (média 3 valores) Dados para a determinação da constante elástica das molas (A) em paralelo, pelo método dinâmico. N° da medida 1 2 3 massa (kg) 0,111 0,134 0,162 T(s) 5,46 5,75 5,96 T² (s²) 29,8116 33,0625 35,5216 Tabela 6 15 20 25 30 35 40 0,07 0,08 0,09 0,1 0,11 0,12 0,13 P er io d o T ²( s) massa (Kg) T² versus m mola A Série1 Linear (Série1) 14 Gráfico 6 Constante elástica: 16,22 (média 3 valores) Dados para a determinação da constante elástica das molas A e B em série, pelo método dinâmico. N° da medida 1 2 3 massa (kg) 0,014 0,021 0,028 T(s) 6,15 6,6 7,52 T² (s²) 37,8225 43,56 56,5504 Tabela 7 y = 111,1x + 17,726 R² = 0,9815 29 30 31 32 33 34 35 36 37 0,1 0,12 0,14 0,16 0,18 P er ío d o T ² (s ) massa (Kg) T² versus moças A em paralelo Série1 Linear (Série1) 15 Figura 1 Gráfico 7 Constante elástica: 1,80 (média 3 valores) y = 1337,7x + 17,886 R² = 0,9524 33 38 43 48 53 58 0,012 0,017 0,022 0,027 0,032 P er ío d o T ² (s ) massa (Kg) T² versus m molas A e B em série Série1 Linear (Série1) 16 4. Discussão dos resultados Ao medir o comprimento inicial das molas, sem os pesos, encontrou se 0,11 m na mola a e 0,058 na mola B. No método estático, os comprimentos aferidos com as molas acopladas, assim como a força a qual estiveram sujeitas estão apresentados nas tabelas 1 a 4. Nos gráficos, o eixo y correspondia à força elástica, enquanto o eixo x correspondia à deformação da mola. Através destes gráficos, verificou se que os pontos seguem uma linearidade tendendo a uma reta, sendo possível encontrar a equação da reta, ou equação de ajuste linear. O valor do coeficiente angular dessas retas pode ser interpretado como a constante elástica da mola, isto é, o valor que força N varia proporcionalmente em relação ao deslocamento, e o valor do coeficiente linear corresponderia ao deslocamento quando a mola estivesse sob ação de nenhuma força, que deveria ser zero. Assim percebe se que a lei de Hooke comporta se como uma equação de reta. Através das equações das retas dos gráficos 1 a 4, como citado acima, foi possível calcular as constantes elásticas das molas: A: 14,953 B: 2,8397 Duas molas A em paralelo: 23,092 Molas A e B em série: 2,3804 No método dinâmico, a constante elástica foi calculada com os dados de massa dos pesos acoplados a mola e do período cronometrado durante as oscilações da mola, o que mostrou se particularmente difícil devido ao curto tempo entre as oscilações. Foram encontrados os seguintes resultados para as constantes elásticas: A: 14,06 Duas molas A em paralelo: 16,22 Molas A e B em série: 1,80 Pôde se constatar através da verificação das constantes elásticas encontradas, que para a mola A o valor foi muito parecido em ambos os métodos, 17 enquanto que para as molas A em série e para as molas A e B em paralelo, os valores foram significativamente diferentes. Esta diferença ocorreu principalmente devido ao valor da constante calculada através do modo dinâmico com as molas associadas que provavelmente apresentou um erro significativo devido a dificuldade de marcar o período exato da oscilação com o cronômetro. Tal fato evidencia que o método estático é mais eficaz na obtenção da constante elástica se comparado com o método dinâmico. Em relação da disposição das molas em série e paralelo, ficou perceptível que quando duas molas idênticas são colocadas em paralelo, a força restauradora é amplificada, como que se as duas molas tivessem a força de suas constantes elásticas somadas, fato verificado analisando os valores das constantes calculadas das molas em paralelo. Quando duas molas diferentessão posicionadas em série, percebe se que o comportamento da mola nesta associação é semelhante ao comportamento da mola com menor constante elástica, o que é evidenciado nos valores das constantes resultantes em ambos os métodos. 18 5. Conclusão Durante a execução do experimento, concluímos que a constante elástica da mola, é mais facilmente determinada pelo método estático devido à dificuldade na cronometragem do período no método dinâmico. Como a constante real das molas não era conhecida, não foi possível comparar valores para verificar a efetividade dos métodos na obtenção das constantes elásticas. Verificou se também o comportamento das molas associadas, chegando à conclusão que molas iguais em paralelo tem sua força restauradora amplificada e que molas diferentes em séries comportam se como a mola de menor constante. Como esperado, obteve se valores são diferentes para a constante da mola A e das molas associadas, diferença satisfatória considerando-se a montagem e execução do experimento, e também a dificuldade na leitura de dados. 19 6. Referências Bibliográficas FERENCE, M. JR., (Gondemberg, J.) et al, Curso de Física: Mecânica, ed. Edgard Blücher Ltda.,1968. FRENCH, A. P., The M.I.T. introductory physics series: Vibrations and Waves, ed. Norton & Company Inc, 1970. HALLIDAY, D., (Azevedo, J.P.S.) et al., Fundamentos de Física Vol. 1: Mecânica. LTC-Livros Técnicos Científicos S/A. 6o ed, 2001.
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