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Bullying no Ambiente Escolar: Prevenção e Atuação

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BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 187 
 
BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR1 
 
Juliana Martins Ferreira* 
Helenice Maria Tavares** 
 
RESUMO 
Este artigo foi proposto a partir de observações informais do cotidiano e, também, de discussões 
intensas sobre o tema da agressividade e violência nas escolas. A metodologia utilizada foi a pesquisa 
bibliográfica por meio do estudo de autores, como: Amoretti (1992); Cardoso (1967); Fernandez 
(1994); Maluf (2009); Ramos (2008). O texto foi desenvolvido através de análises sobre o que se diz 
sobre bullying e agressividade, o papel da escola e da família diante dos comportamentos agressivos, e 
ainda, quais as causas mais comuns de agressão no ambiente escolar, bem como, as influências que o 
comportamento agressivo pode ter no processo ensino-aprendizagem. Todas estas análises foram 
explicadas constatando o objetivo de nosso trabalho, que é possibilitar a compreensão e 
esclarecimento do que é o bullying no ambiente escolar e as possíveis transformações de atitude 
agressiva em atitudes de companheirismo e solidariedade, respeito e amizade. A partir destas análises 
verifica-se a necessidade de desenvolvimento de ações de prevenção ao agressor e que a família e os 
educadores estejam atentos a qualquer sinal de ação agressiva, pois se observa que não há métodos 
diagnósticos prontos para se determinar o bullyinista, mas pode-se utilizar nas escolas o 
desenvolvimento de ações preventivas que visam a conversão de ambientes violentos em espaços de 
convivência amigável. 
PALAVRAS-CHAVES: Bullying. Agressão. Violência. Escola. Família. 
 
 
O tema deste trabalho foi estabelecido a partir de observações informais no nosso 
cotidiano e, também, no dia-a-dia das escolas. Verifica-se que há uma discussão intensa sobre 
o tema da agressividade e da violência, não só na sociedade em geral, mas também, nas 
instituições escolares, através do bullying, onde a presença de comportamentos agressivos tem 
sido cada vez mais forte. 
Diante desse contexto, avalia-se a necessidade urgente não só de debatermos e 
compreendermos o bullying como também elaborarmos, em conjunto, ações que possam ser 
desenvolvidas junto aos alunos, às suas famílias, às escolas e à sociedade de modo mais 
amplo, a fim de minimizá-lo. 
O primeiro contato com o conceito de bullying surpreendeu-nos, devido às diversas 
formas de violência que hoje encontramos nas escolas. Para tanto, apontamos como questões 
norteadoras deste trabalho, as seguintes perguntas: Qual o conceito que se tem sobre bullying? 
 
1
 Trabalho apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de Licenciatura em pedagogia da 
Faculdade Católica de Uberlândia. 
*
 Aluna do Curso de Graduação em Pedagogia na Faculdade Católica de Uberlândia. Sob a orientação da profª 
Helenice Maria Tavares. 
**
 Orientadora deste trabalho. Professora da Faculdade Católica de Uberlândia. 
BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 188 
 
Que ações a escola deve desenvolver diante dos comportamentos agressivos na instituição? 
Qual o papel da família diante dos comportamentos agressivos? Quais as causas mais comuns 
de agressão no ambiente escolar? Responderemos a estas perguntas considerando a sentença 
profundamente significativa de Comte: “a violência gera a violência; só o amor constrói para 
a eternidade” (CARDOSO, 1967, p. 39). Pois, segundo a autora, a agressividade pode ser uma 
resposta do educando a várias questões que o incomodam, tais como: timidez, medo, cólera, 
etc; dado que “o homem é, sobretudo um reflexo do ambiente em que passou sua infância; 
este lhe imprimiu sua marca para toda a vida” (CARDOSO, 1967, p. 40). 
Diante desta situação, este artigo possui como objetivo, conscientizar aos pais, 
professores e demais profissionais da educação sobre a importância da construção de ações 
preventivas, diagnósticas e de atuação à comportamentos de bullying nas escolas, 
transformando atitudes agressivas em companheirismo e solidariedade, respeito e amizade. 
Além de orientar os mesmos quanto ao enfrentamento a esta violência, habilitando os 
agressores a uma convivência social sadia e segura. 
Para concretizar este objetivo, apresenta-se como proposta metodológica a pesquisa 
bibliográfica, a qual possibilita um amplo alcance de informações e permite a utilização de 
dados na construção do texto. Segundo Gil: 
 
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, 
constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase 
todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há 
pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas 
(1999, p. 65). 
 
Devido o bullying evidenciar-se no ambiente escolar, entendemos este comportamento 
como uma forma de o indivíduo se reafirmar ou de se impor diante das regras da instituição e 
das pessoas com quem convive. 
Para o melhor entendimento do tema consideramos imprescindível abordar o conceito 
de bullying, descrever e apontar os conhecimentos acerca da agressividade no ambiente 
escolar, tendo como ponto de partida a própria raiz do termo, abordando algumas razões da 
agressividade. 
Bullying, palavra de origem inglesa que tem como raiz o termo bull, “é um termo 
utilizado para designar pessoa cruel, intimidadora e/ou agressiva” (GUIMARÃES, 2009, s.p.). 
Este termo ganha importância no século XXI, após anos de existência. O bullying se 
apresenta enquanto prática de violência sem motivo aparente e que possui como local 
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Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 189 
 
específico, as escolas. Entretanto, esta violência pode ser mascarada pelas brincadeiras 
(mesmo que de mau gosto) ou informadas pelos agressores como acidentes. Mas, o que se 
presencia são cenas de terror e agressões graves exercidas sobre outros alunos e preocupa 
educadores, pais e juristas. 
O ato bullying “ocorre quando um ou mais alunos passam a perseguir, intimidar, 
humilhar, chamar por apelidos cruéis, excluir, ridicularizar, demonstrar comportamento 
racista e preconceituoso ou, por fim, agredir fisicamente, de forma sistemática, e sem razão 
aparente, um outro aluno” (RAMOS, 2008, p. 1). 
Diante desse conceito é necessário que pais e educadores não ignorem o bullying. À 
justiça, “cabe intervir a fim de manter os princípios morais e sociais que todo cidadão tem 
direito” (GUIMARÃES, 2009, s.p.), pois conforme descreve o artigo 5º da Constituição 
Federal de 1988: “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1988, s.p.). 
Todavia, é importante ressaltarmos que a cultura a qual pertencemos possui grande 
influência em nosso comportamento, e portanto, pode influenciar nas agressões relatadas 
pelas vítimas de bullying. Diante desta situação, coloque-se em evidência o entendimento do 
que é cultura para Amoretti (1992, p. 122) e que se identifica com o ato bullying. A cultura 
deve ser entendida: 
 
Como sendo o conjunto de sentidos e significações, de valores e padrões, 
incorporados e subjacentes aos fenômenos perceptíveis de ação e 
comunicação de um grupo humano concreto. Este conjunto é vivido pelo 
grupo e por ele assumido como expressão própria de sua realidade humano-
social. É um conjunto que passa de geração a geração, conservado como foi 
recebido, ou transformado, efetiva ou pretensamente, pelo próprio grupo 
(AMORETTI,1992, p. 122). 
 
 
Com este conceito entendemos que a cultura da violência pode ser empreendida em 
uma sociedade ou em um grupo social que dissemine este tipo de comportamento. Este 
conjunto que é disseminado pode ser crescente nas escolas provocando a prática violenta 
caracterizada pelo bullying. Neste sentido, podemos atentar se as condutas exasperadas são de 
ordem sociais, familiares ou outro problema de distúrbio de ordem psicológica por parte do 
agressor. 
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Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 190 
 
Percebendo tal interrogação, e a necessidade de demonstrarmos que o exemplo e o 
ambiente em que o indivíduo vive podem desempenhar um grande papel em sua vida, 
consideramos o que defende Papalia (1981), na medida em que para ela, o comportamento 
agressivo das crianças é incentivado pelo grito dos pais, a humilhação e a provocação que esta 
criança pode receber. Observamos claramente, que segundo Papalia, estas crianças reagirão 
mais agressivamente às pessoas e situações de seu cotidiano se tiverem estímulos a este 
comportamento. 
“É dentro deste contexto que nos permitimos perguntar e questionar a existência de 
enormes, abrangentes e altamente sofisticados aparelhos repressivos.” (AMORETTI, 1992, p. 
127) 
Eles disseminam a violência em nossa sociedade e são retransmitidas a outros 
agredidos através dos agressores atuais (mas agredidos em outrora). É através da legitimação 
desta violência, tida como forma de segurança para a sociedade e de bem-estar para a 
população que pode se iniciar os fomentos para as práticas de bullying nas escolas. 
Além deste contexto, há outro de grande importância que se mostra pela violência 
doméstica, pois através da vivência e do exemplo de caráter agressivo, a criança adquire estes 
hábitos e os transforma em forma de poder nas escolas através da prática do bullying. É nesta 
ordenação social ou familiar que se desenvolve o criatório do bullying que se desencadeia nas 
escolas. 
Outro fator que pode gerar a violência diariamente: 
 
o comportamento violento em programas televisivos ou filmes; e o 
bombardeio ideológico constante dos meios de comunicação que por um 
lado exaltam o ser violento (destrutivo) [...] e, por outro, não permitem 
diferenciar esses atos agressivos e destrutivos, da agressividade sadia e 
necessária para desconstruir-se e reconstruir-se como sujeito autor da própria 
história (FERNANDEZ, 1994, p. 122). 
 
 
Neste contexto, além dos fatores acima descritos, Maluf (2009, s.p.) descreve que a 
cada dia que passa, as crianças estão se tornando mais agressivas e neste sentido, muitos 
estudos mostram que há grande número de fatores que elevam o risco do aparecimento de 
condutas violentas e de jovens envolvidos para que o bullying se desenvolva, como: ter vivido 
cenas violentas ou sofrido violência, abuso sexual, físico, excessiva exposição à violência 
através de jogos, televisão, uso de drogas e álcool, fatores sócio-econômicos prejudicados, 
família desestruturada, problemas psiquiátricos, entre outros. 
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Nesta perspectiva, o comportamento agressivos de várias crianças no ambiente escolar 
pode ser uma resposta a comportamentos agressivos que sofrem dos pais ou de qualquer 
ambiente em que convivem continuamente, demonstrando apenas que sofreram as influências 
das agressões sofridas e que aprenderam a se defender observando o tratamento de outros 
dado a ela mesma. 
Por este motivo, faz-se imprescindível acrescentar que “a punição física por agressão 
pode ter a conseqüência paradoxal de aumentar a agressão, porque o pai ou mãe que pune 
serve de modelo para a agressão sob circunstâncias altamente emocionais” (ROSS, 1979, p. 
151). 
Diante disso, contrariamente à agressão, o apoio é necessário para evitar que essas 
crianças sejam futuros delinqüentes ou adultos desajustados. Pois, conforme destaca Tierno 
(1996, p. 37): 
 
nas condutas agressivas [...] subjaz um sentimento de inferioridade que a 
pessoa tenta anular pelo mecanismo de compensar a inferioridade, 
precisamente mostrando-se agressiva”. Sendo que, “quase todos os 
comportamentos crônicos [...] são a expressão de sentimentos de profunda 
insegurança, carência afetiva, frustração, dificuldades e problemas escolares, 
sentimento de incompetência, pouca auto-estima etc. 
 
 
Assim, cabe aos pais ajudar seu filho independente se ele for agressor ou vítima. Já à 
escola, enquanto forma de prevenir as práticas de bullying, deve ser capaz de: 
 
Gerar um pensamento e uma ação crítica e reflexiva sobre o processo da 
sociedade, se antecipando moral e pedagogicamente a ponto de distinguir 
nas tendências e nas alternativas históricas o traço permanente de uma 
valorização do homem como cidadão de seu tempo (AMORETTI, 1992, p. 
133). 
 
 
Por isso, este apoio e incremento a ser realizado pela escola deve se colocar como 
forma preventiva do bullying e como formadora de uma educação que gere nas crianças e 
jovens comportamentos contrários à conduta no bullyinismo, pois formas agressivas de 
controle á estes ataques não são eficazes, dado que a violência gera violência e tratar 
pacificamente o ato de bullying é uma das melhores soluções à agressão. 
É importante ressaltar que o tratamento preventivo do bullying pode ser uma ação 
eficaz e importante, pois a sua vítima ao sofrer s agressão leva consigo por toda a sua vida a 
agressão sofrida. 
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Para Silva (2006, s.p.), o bullying é um problema sério que pode levar desde o 
suicídio, homicídio e dificuldades de aprendizado por parte da vítima. Ela sofre calada, tem 
dificuldades de relacionamento, sente-se inferior diante dos outros, provoca fobia social, 
psicoses, depressão e principalmente baixo rendimento escolar. 
Não acostumados com esta situação de exposição e humilhação as vítimas de bullying 
sofrem as agressões muitas vezes caladas e se recolhem em todas as atividades com medo de 
serem expostos e ridicularizados. Assim, ações de: 
 
Envolvimento de professores, pais e alunos é fundamental para a 
implementação de projetos de redução do bullying. A participação de todos 
visa estabelecer normas, diretrizes e ações coerentes. As ações devem 
priorizar a conscientização geral; o apoio às vítimas de bullying, fazendo 
com que se sintam protegidas; a conscientização dos agressores sobre a 
incorreção de seus atos e a garantia de um ambiente escolar sadio e seguro 
(NETO, 2005, p. 169). 
 
 
Por conseguinte, é imprescindível que os pais e professores estejam atentos às crianças 
em casa ou na escola, sejam elas vítimas do bullying ou autores do mesmo, a fim de que 
percebam o problema no princípio e atuem sobre ele imediatamente, para que expostos, as 
vítimas ou agressores não sofram conseqüências graves advindas do bullying, pois, tais 
comportamentos de risco podem comprometer não apenas os vitimados ou agressores, mas 
colegas não agressivos, professores e os responsáveis pelo apoio pedagógico da instituição, 
porque se tornam indivíduos em locais de risco constante. Isto porque não podemos 
pormenorizar o resultado de ações agressivas por parte dos autores, nem tampouco, qualquer 
alteração de comportamento por parte da vítima. 
Perante disso, o bullying tem sido um problema importante e crescente no mundo, 
com diversas e sérias conseqüências individuais e sociais. É importante, evitar a agressão e 
diminuir os impactos minimizando os fatores que contribuem para a violência no ambiente 
escolar, a qual pode ser detectada desde ainfância, como conseqüência de problemas 
familiares ou sociais. 
O comportamento bullyinista freqüentemente começa quando a criança ou adolescente 
não quer aceitar uma diferença, podendo envolver religião, raça, estatura física, peso, cor dos 
cabelos, deficiências visuais, auditivas e vocais; ou uma diferença de ordem psicológica, 
social, sexual e física; ou relacionado à força, coragem e habilidades. 
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Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 193 
 
Este comportamento de bullying por ser agressivo e desrespeitoso, bem como, anti 
social inclui conflitos interpessoais e atos criminosos, cujas intervenções podem estar além da 
competência e capacidade das escolas. Todavia, é neste ambiente (escola) que o bullying 
ocorre e deve ser transformado de espaço violento em ambiente de disciplina, amizade e 
cooperação, contrariamente de um ambiente de violência, sofrimento e medo. 
Diante desta breve análise pergunta-se: por que tem havido um aumento do 
número de agressividade no ambiente escolar por parte dos educandos? O que tem 
acontecido no interior e exterior das escolas? O que tem impulsionado a 
agressividade nesta instituição e quais as funções da escola, da família e da 
sociedade para tentar diminuir a agressão no ambiente escolar? 
É importante ressaltar que muitos comportamentos agressivos, baseiam-se nas 
condições sócio-históricas das crianças. Além disso, estas reações agressivas e 
violentas refletem sua base de formação e na relação dos educandos fora da escola. 
Para tanto, baseamo-nos em fundamentos evidentes para o debate sobre o 
bullying no ambiente escolar. Todavia, deve-se desfocar esta atitude agressiva, e 
trabalhar a transformação do educando com base no respeito e na sensibilidade, 
motivando-o a compartilhar e, além disso, ensinando-lhe habilidades sociais para que suas 
atitudes violentas façam oposição ao equilíbrio e ao respeito. 
O comportamento agressivo através do bullying, produz tristes conseqüências para a 
aprendizagem do agressor e da vítima, bem como, transtornos psicológicos graves. Devido à 
agressividade na escola ser um problema universal, não sendo apenas um problema da 
instituição, mas também da família e da sociedade, ela deve compreender que o agressor e a 
vítima de bullying pode ter conseqüências negativas imediatas ou tardias. 
Portanto, torna-se necessário que a escola passe a enxergar o problema do bullying 
como uma entidade separada e que trabalhe através de intervenções e projetos estimulando os 
talentos e valores dos agressores; a fim de mudar o foco do mesmo, passando-o de aluno 
problema para talento especial, como os demais. Isto seria uma nova forma de tratamento, 
fazendo que se sinta importante como as demais crianças. 
Este estímulo e a construção desse respeito, passa a reavivar a memória destas crianças 
para a não agressão. Assim, destaca-se uma ação efetiva dos educadores no tratamento destes 
alunos com integridade, demonstrando que as interações reproduzem respeito e transformam-
se em experiências vividas necessárias e importantes para toda a vida. 
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Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 194 
 
De tal modo, o objetivo do educador deve ser de construir nestas crianças idéias de 
igualdade e cooperação, sob um aspecto transformador e justo, que demonstrem que bons atos 
valem mais do que palavras. 
Conseqüentemente, deseja-se que as escolas sejam ambientes seguros e saudáveis que 
desenvolvam potenciais intelectuais e sociais, através de uma educação entendida como um 
meio de prover o pleno desenvolvimento do educando e preparando-o para o pleno exercício 
da cidadania. 
De tal modo, principal contribuição é uma análise diária do educador em relação ao 
educando, despertando nele os sentimentos de companheirismo, amor e atenção. Além disso, 
incentivar sempre a família ao convívio na instituição, não apenas quando houver 
comportamentos agressivos das crianças, mas também através de atividades destinadas aos 
familiares. Este estímulo à família, deve ocorrer como medida preventiva em relação aos 
comportamentos agressivos e como um estreitamento dos laços entre os educandos e a escola. 
Portanto, é fundamental que as instituições invistam nestas formas de atrair os 
familiares ou responsáveis para a escola, pois com esta parceria, há grande possibilidade de 
transformação dos comportamentos agressivos e do ambiente escolar, além de uma (re) 
orientação aos educandos. 
É a partir destas interações e do trabalho social de exteriorização do problema da 
violência que a escola passa a reconhecer que eles não são indicativos do que os alunos 
desejam ser, mas conforme reporta Beaudoin; Taylor (2006) são reações das quais eles 
procuram fugir e podem aprender a controlar. 
Diante disso, é possível perceber que a escola tem a tarefa histórica de gerar um 
pensamento e uma ação crítica e reflexiva sobre o processo da sociedade e da violência, 
principalmente no ambiente escolar, se antecipando moral e pedagogicamente a fim de ajudar 
na construção e valorização do homem como cidadão do seu tempo. 
Por conseguinte, a escola tem a função de não manter a agressão, mas sim, tentar 
reverter com o apoio da família e da sociedade a agressão em comportamento amigável, 
através de intervenções e conversas, estruturando o problema da violência de forma que o ele 
se situe na interação do conflito, e não nos agressores. 
Portanto, a importância de ações interventivas de exteriorização dos problemas está 
baseada no fato de que eles se desenvolvem inúmeras vezes, devido a uma série de 
circunstâncias da vida; que devem ser observadas pela família, pela escola e pela sociedade, a 
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fim de evitarmos os comportamentos violentos e as relações de desrespeito, pois o melhor e 
benéfico caminho é aumentar as perspectivas de mudança de ações comportamentais 
agressivas em ações de respeito com o envolvimento da família. 
Imediatamente, cabe à instituição escolar estimular o acompanhamento das famílias na 
escola, pois, a questão do bullying ultrapassa as barreiras institucionais e reflete uma estrutura 
psicológica e formativa que está além do ambiente escolar. 
Logo, a exteriorização dos problemas de violência, além de construir comportamentos 
amistosos promovem a responsabilidade, pois todo agressor ou bullyinista deve ser 
responsável por sua relação com o desrespeito e a agressividade. 
Igualmente, é necessário criar uma doutrina na qual os agressores, reflitam sobre sua 
fase agressiva, na infância ou adolescência, e sejam ajudados pelos responsáveis, escolas e 
profissionais a mudar esse comportamento. 
Em termos específicos, diante desta realidade escolar, os problemas relacionados à 
violência devem ser tratados e apresentados com nova roupagem, a fim de fortalecer os 
agentes agressores e proteger as vítimas das ações externas relacionados ao agressor e à 
violência. Por conseguinte, a escola a partir desta realidade não deve tratar de maneira igual 
os desiguais, deve sim, apreciar a diversidade com a intenção de ensinar e valorizar os 
aspectos que refletem as diferenças existentes nas salas de aula; tratando os alunos com 
respeito, apesar de suas diferenças, pois só assim poderão adquirir valores necessário para seu 
desenvolvimento na vida. 
Portanto, é fundamental que as instituições invistam em formas de atrair os familiares 
ou responsáveis pelos agressores para a escola, para que com esta parceria, haja grande 
possibilidade de transformação dos comportamentos agressivos e do ambiente escolar, além 
de uma (re) orientação aos educandos.A escola deve buscar contextualizadamente alcançar seus objetivos determinados nos 
casos de prática de bullying visando a realidade e o cotidiano do aluno agressor ou a vítima, a 
fim de estabelecer ideais de comportamentos positivos, observando-se a realidade cultural e 
social do educando. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 196 
 
O bullying deve ser tratado com grande importância pela escola, família e sociedade 
por ser um fator de violência que demonstra desigualdade e injustiça social, além de pressões 
psicológicas ou físicas por parte do agressor, desacatando e degradando as diferenças, bem 
como, conseqüências físicas e emocionais de curto e longo prazo, as quais podem causar 
dificuldades acadêmicas, sociais, emocionais e legais. 
Assim sendo, é necessário que se estabeleça ações a serem desenvolvidas objetivando 
as ações do agressor e as conseqüências na vítima. É importante, que os educadores e família, 
principalmente, estejam atentos a qualquer sinal de ação agressiva, pois não há métodos 
diagnósticos prontos para se determinar o bullyinista é necessário que esteja todos cautelosos 
às crianças mais propensas à agredirem ou à comportamentos anti-sociais, a fim de se 
verificar qualquer prática de bullying. 
 
REFERÊNCIAS 
 
AMORETI, R (org.). Psicanálise e Violência: Metapsicologia – clínica – cultura. 1. ed. Petrópolis: 
Vozes, 1992. 152p. 
 
 
BEAUDION, M; THAYLOR, M. Bullying e Desrespeito: como acabar com essa cultura na escola. 1. 
ed. Porto Alegre: Artmed. 2006. 232p. 
 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. promulgada em 1988. Brasília, DF. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. 
Acesso em: 01 out. 2009. 
CARDOSO, O. B. Problemas na Infância. 5. ed. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1967. 211p. 
 
 
FERNANDEZ, A. A mulher escondida na professora: uma leitura psicopedagógica do ser mulher, 
da corporalidade e da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. 182p. 
 
 
GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. 
 
 
GUIMARÃES, J. R. Violência escolar e o fenômeno ‘bullying’. A responsabilidade social diante do 
comportamento agressivo entre estudantes. 2009. Disponível em: <http://jusvi.com/artigos/41126>. 
Acesso em: 16 set. 2009. 
 
 
MALUF, M. I. Bullying: O Triângulo da Agressividade. 2009. Disponível em: 
<http://www.nota10.com.br/novo/web/artigos_view.php?id_artigos=420>. Acesso em: 04 out. 2009. 
 
 
BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR 
 
Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com.br/revistadacatolica 197 
 
NETO, A. A. L. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. Jornal de Pediatria, v. 81, n. 5 
(supl.), p. S164-S172. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06.pdf>. 
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PAPALIA, D. E. O mundo da criança: da infância à adolescência. São Paulo: McGraw-Hill do 
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