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Expansão Europeia

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Prévia do material em texto

15
a expansão europeia1
Capítulo
p	 Embarcações	portuguesas	em	
ilustração	do	século	XVi.
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a unificação do mundo
O mundo por volta de 1500 pode ser descrito em parte pelas civi-
lizações e culturas que o compunham: Europa cristã, o Império Turco, 
uma África com forte presença islâmica ao norte e composta por diversos 
reinos, tribos e impérios na sua parte meridional. Na Índia, o Sultanato 
de Délhi seria substituído em pouco tempo pelo Império Grão-Mogol, 
islâmico, mas tolerante com o hinduísmo. No Sudeste Asiático, a cidade 
mercantil de Málaca exercia infl uência sobre toda a região, e facilitava a 
expansão do islamismo para a região da Insulíndia, até as Filipinas. O ar-
quipélago que hoje é a Indonésia assistia ao fi m de um império de origem 
hinduísta, e mergulhava na fragmentação. A China, livre da dominação 
mongol desde o século XIV, amealhava territórios que iam desde a Coreia 
até o Sudeste Asiático. Sem contar a América e a África, destacavam-se 
três grandes impérios: turco, indiano e chinês, assim como uma bem arti-
culada economia no oceano Índico.
A Europa não passava de uma periferia apagada. A Idade Moderna 
é o período em que se estuda como foi que a Europa criou, ao longo dos 
séculos seguintes, e sob sua liderança, uma economia mundial.
Não foram apenas as navegações europeias as responsáveis por isso. 
Embora o comércio tenha existido desde os primórdios da humanidade, e 
o lucro tenha sido a base disso, o capitalismo foi a “invenção” que permitiu 
– e exigiu – essa transformação mundial.
Mas o que é, afi nal, o capitalismo? Ele tem sido sempre o mesmo 
desde o seu surgimento? A quem ele benefi cia, e a quem prejudica? Nos 
próximos capítulos, vamos somar elementos para que você possa cons-
truir suas respostas a essas perguntas.
para pensar HistOricaMente
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	 a	EXPansão	EuroPEia	 17
ção de seus privilégios, contrabalançando a expansão 
burguesa. Dessa forma, tanto nobres como burgueses 
continuavam dependentes do rei. Juntos e articulados 
na estrutura do Estado moderno, monarcas, burgue-
ses e nobres combinavam poderes que asseguravam a 
ordem, a submissão da população, a dinâmica comer-
cial e os privilégios. Essas características correspon-
deram ao chamado Antigo Regime, denominação 
criada mais tarde, durante a Revolução Francesa, em 
referência ao período anterior, de domínio absolutista.
as navegações portuguesas
REpREsEntaçõEs CaRtogRáFiCas
Tratados como evidências históricas materiais, os mapas reve-
lam projetos, estudos, escolhas, técnicas e valores, como explica a 
historiadora da arquitetura Beatriz Siqueira Bueno:
Convém mencionar que, ao contrário dos cosmógrafos encar-
regados de realizar as cartas náuticas e auxiliar no processo de ex-
pansão ultramarina portuguesa, a partir do fim do século XVI, coube 
aos engenheiros militares realizar o mapeamento (geográfico, coro-
gráfico e topográfico) e efetivar a conquista das terras descobertas, 
auxiliando a Coroa nos seus desígnios de conhecimento e definição 
de “territórios”.
Longe de serem uma reprodução fidedigna do real, mapas são 
representações. A transposição dos levantamentos de campo para o 
papel implica a representação gráfica da natureza por meio de uma 
série de convenções e códigos de representação. Em vez de ques-
tionar a precisão e o rigor dos nossos primeiros mapas, achamos 
interessante observar as condições técnicas da sua produção. Ape-
sar de dizerem mais do que mil palavras, mapas merecem cuidados 
na interpretação da sua linguagem.
Para uma análise dos diferentes níveis de representação, par-
timos da metodologia de [...] Christian Jacob. Esse autor parte do 
pressuposto que as cartas são objetos culturais, nos quais coexis-
tem e se justapõem diferentes estratos e códigos figurativos. [...] As 
particularidades gráficas revelam determinadas escolhas culturais, 
concepções de mundo, estado do conhecimento científico e conven-
ções cartográficas – medidas, códigos de figuração, paleta cromáti-
ca, grafismos, ornamentos – próprios de cada período.
A indiscutível beleza dos mapas setecentistas portugueses 
nos remete à indagação: quais os instrumentos, técnicas e conven-
ções empregados na sua feitura? Como os engenheiros militares, 
em Portugal e no Brasil, realizavam os levantamentos de campo, 
preparavam seu gabinete, sua mesa de trabalho, suas folhas de 
papel, seu estojo de desenho? Como riscavam as primeiras linhas 
a lápis, apagavam-nas com miolo de pão, preparavam as penas, 
empunhavam-nas corretamente, riscavam a nanquim, preparavam 
as tintas, davam as aguadas, colavam as diversas folhas, orna-
mentavam o conjunto?
BUENO, Beatriz P. Siqueira. Decifrando mapas: sobre o 
conceito de “território” e suas vinculações com a cartografia. 
Anais do Museu Paulista, v. 12, jan-dez. 2004. p. 194.
A participação dos portugueses no comércio 
europeu ganhou impulso no início do século XV. A 
precoce centralização monárquica – com a Revolu-
ção de Avis, em 1385, como você já viu –, associando 
os poderes políticos concentrados nas mãos do rei 
aos interesses do setor mercantil, teve papel deci-
sivo na organização das grandes navegações portu-
guesas.
p	 mapa	da	parte	leste	da	África,	do	cartógrafo	arnold	Florent	
van	Langren,	1596.	
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Questões interdisciplinares
1.	 	De	acordo	com	Beatriz	siqueira	Bueno,	a	produção	dos	mapas	exige	o	emprego	de	diversas	convenções	e	códigos	
de	representação.	identifique	no	mapa	da	costa	leste	africana	que	acompanha	o	texto	pelo	menos	quatro	conven-
ções	e/ou	códigos	de	representação	utilizados	pelo	cartógrafo	arnold	Florent	van	Langren.
2.	 	Que	relação	existe	entre	a	tentativa	de	confecção	de	mapas	cada	vez	mais	precisos	na	idade	moderna	e	a	defini-
ção	dos	territórios	coloniais	controlados	pelas	potências	marítimas	europeias?
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18	 EuroPa,	o	cEntro	Do	munDo
Esse contexto foi favorecido pelos estudos náu-
ticos liderados por dom Henrique, o navegador 
(1394-1460). Esse filho mais novo dos monarcas por-
tugueses atraiu para sua residência, em Sagres, Al-
garve, navegadores, cosmógrafos, cartógrafos, merca-
dores e aventureiros, desde o início do século XV. O 
conjunto de conhecimentos ali desenvolvidos tornou 
viável o projeto expansionista português, que acabou 
por superar as limitações ao comércio continental eu-
ropeu do século XV.
As viagens pelo oceano Atlântico, que recebe-
ram na historiografia a denominação de expansão 
marítima europeia, tiveram como pano de fundo, 
desse modo, o estímulo governamental, somado ao 
interesse do grupo mercantil em ampliar sua área 
de atuação comercial. Os nobres também se envol-
veram nas expedições, interessados em conquistas 
e novos domínios. O evento considerado o marco 
inicial dessa expansão foi a tomada de Ceuta pelos 
portugueses, em 1415.
∏	 representação	 de	 ceuta	 no	 século	
XVi,	 em	gravura	publicada	na	obra	
Civitates Orbis Terrarum,	de	1582.
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CEuta, pRé-EstREia da avEntuRa ultRamaRina
O pretexto da luta contra infiéis moveu caravelas
Onde tudo começou? Tudo começou em Ceuta, no Marrocos. 
Em uma visão um tanto hiperbólica dos fatos, pode-se mesmo 
afirmar que o Brasil português nasceu no norte da África, no portal 
do deserto. Em 14 de agosto de 1415, uma poderosafrota lusitana 
invadiu o rico entreposto de Ceuta, antiga possessão muçulmana, 
para onde convergia todo o comércio entre a África árabe e a África 
negra. Aquele foi um momento chave na história, pois estabeleceu o 
início da expansão portuguesa ao redor do globo.
A tomada de Ceuta foi a primeira ação imperialista dos por-
tugueses e, depois dela, os súditos do rei dom João I sentiram-se 
seguros para iniciar seu avanço por mares nunca dantes navegados. 
A decisão de invadir Ceuta foi audaciosa e astuta: a cidade, locali-
zada próxima ao estreito de Gibraltar, não apenas era riquíssima e 
relativamente desprotegida, como se tratava de um autêntico ninho 
de piratas, cuja ação impedia o fluxo do comércio mediterrâneo.
Dispostos a obter o apoio da Igreja – então dividida entre três 
papas – e ver reconhecida sua independência com relação a Caste-
la, os portugueses concluíram que um ataque aos “mouros infiéis” 
elevaria seu prestígio na Europa. E assim, durante os primeiros me-
ses de 1415, dom João I armou uma poderosa frota: 33 galés, 27 
trirremes, 32 birremes e 120 outros barcos, onde se amontoaram 
50 mil soldados – todos “cruzados” (ou seja, com cruzes de tecido 
coladas aos uniformes, já que partiam para uma guerra santa).
O comando da armada foi entregue aos filhos do rei dom 
João I, entre os quais o infante dom Henrique. Na manhã de 14 
de agosto de 1415, com Ceuta desprotegida – por um inexplicável 
desleixo do soberano Sala-bin-Sala –, os lusos invadiram a cidade 
como uma horda de bárbaros. Mataram milhares de mouros, sa-
queando tudo o que podiam encontrar. Arrancaram dedos e orelhas 
das vítimas para roubar brincos e anéis, destruindo lojas, bazares, 
mesquitas e o palácio do governante. Depois de dez horas de ba-
talha desigual, contra adversários desarmados, os portugueses 
tornaram-se senhores de Ceuta.
O principal saque foi perpetrado por dom Afonso de Barcelos, 
membro da Casa Real lusitana e meio-irmão de dom Henrique. Dom 
Afonso levou para Portugal mais de 600 colunas de alabastro e már-
more arrancadas do palácio de Sala-bin-Sala. Aquela foi a última 
cruzada e a primeira vitória dos eu-
ropeus na África muçulmana desde 
os dias de glória do Império Roma-
no. Foi também o início da expansão 
ultramarina lusitana – que, 85 anos 
depois, os conduziria até o Brasil.
BUENO, Eduardo. Época on-line. 
Disponível em: <http://epoca.globo.com/
especiais/500anos/990816.htm>. 
Acesso em: 4 set. 2012.
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	 a	EXPansão	EuroPEia	 19
Para os portugueses, o oceano era um velho conhecido, devido 
a sua posição geográfica, ao comércio e à pesca. Mas aventurar-se 
para áreas pouco conhecidas era um grande desafio, e havia gran-
de probabilidade de morrer na viagem, tais eram os perigos do mar, 
bem como os problemas de higiene e alimentação a bordo. Armar 
uma nau foi, nessas primeiras décadas, um empreendimento de 
grande porte que exigia grandes capitais. Em certo sentido, a pre-
paração para uma expedição a mares desconhecidos pode ser com-
parada à preparação das primeiras viagens espaciais: conhecem-se 
os objetivos e os perigos, mas há grandes riscos, exatamente pelos 
elementos que não se conhecem.
No caso das viagens por mar, com grande número de tripulan-
tes, muitas vezes as condições dentro dos navios ou nos desembar-
ques em regiões tropicais com focos de malária representavam uma 
catástrofe, dizimando a tripulação.
O historiador Fábio Pestana Ramos relata as condições das 
viagens:
O cotidiano em Portugal era sofrido para as pessoas humildes, 
mas nada comparado aos dramas vividos a bordo das embarcações. 
Embora as naus da Índia fossem mais amplas, a superlotação, com 
cargas e passageiros – frequentemente, novecentos embarcados –, 
deixava o ambiente muito apertado [...]
O volume de víveres, so-
mado ao transporte ganancio-
so de mercadorias e de passa-
geiros, que apinhavam as em-
barcações, restringia o espaço 
por pessoa a cerca de 50 cm2 
em média, nunca excedendo o 
dobro dessa metragem. Havia 
portanto pouquíssimo espaço 
para as pessoas se movimen-
tarem.
RAMOS, Fábio Pestana. Por mares 
nunca dantes navegados. São Paulo: 
Contexto, 2008. p. 91.
Pouco a pouco, ganhou corpo o objetivo por-
tuguês de realizar a viagem em torno da África. A 
cada ano, as expedições portuguesas avançavam 
mais milhas em direção ao sul, atingindo pontos 
cada vez mais distantes do litoral da África e ilhas 
do Atlântico (Açores, Madeira, Cabo Verde). Em 
1488, o navegador Bartolomeu Dias chegou ao 
Cabo da Boa Esperança (antes chamado de Cabo 
das Tormentas), isto é, ao extremo meridional da 
África, demonstrando a existência de uma passa-
gem para outro oceano, o Índico. Em 1498, Vasco 
da Gama alcançou finalmente as Índias, em expe-
dição de reconhecimento. Dois anos depois, partiu 
a primeira grande frota destinada a fazer comércio 
em larga escala com o Oriente, comandada por Pe-
dro Álvares Cabral, que chegou também ao litoral 
do novo continente, a América, na costa do territó-
rio que viria a ser o Brasil.
uma viagEm FantástiCa
∏	 a	gravura	do	século	XV	
mostra	a	construção	de	
uma	caravela.
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Durante o período em que as navegações 
avançaram até que se conseguisse contornar a 
África, Portugal prosperou: seus navegadores ad-
quiriam mais conhecimentos náuticos, e Lisboa 
tornava-se importante entreposto comercial. En-
tretanto, o enriquecimento do reino português era 
apenas aparente. Além de contar com escassos re-
cursos humanos e materiais, seus empreendimen-
tos marítimos não condiziam com a dependência 
financeira em relação a outros centros, especial-
mente as companhias comerciais holandesas e 
italianas.
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20	 europa,	o	centro	do	mundo
0º
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
EUROPA
ÁFRICA
ÁSIA
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Equador
0º
30º L
Lisboa
PORTUGAL
Ceuta
Arguim
Guiné
São Jorge
da Mina
Calicute
Açores
Madeira
Cabo
Bojador
Cabo
Verde
São Tomé
e Príncipe
Cabo da Boa
Esperança
Rio
 
Za
ire
 
 1415: Tomada de Ceuta, no
 norte da África.
 Ocupação do arqui-
 pélago dos Açores, 
 com a introdução do
 sistema de capitanias
 hereditárias.
 1434: Gil Eanes dobra o ca-
 bo Bojador.
 1444: Descoberta do arqui-
 pélago de Cabo Verde.
 1482: Diogo Cão atinge a
 foz do rio Zaire.
 1486: D. João II organiza
 duas expedições para
 o Índico: uma terres-
 tre, comandada por
 Pero da Covilhã, e
 outra marítima, co-
 mandada por Bartolo-
 meu Dias.
 1488: Bartolomeu Dias do-
 bra o cabo da Boa
 Esperança.
 1498: Vasco da Gama atin-
 ge Calicute, na costa
 oeste da Índia.
 1500: Cabral oficializa a
 posse sobre o Brasil.
1418-32:
Mar
 Mediterrâneo
 
0 1240
km
2480
A expansão marítima portuguesa
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99
5.
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63
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p	 na	legenda	do	mapa	estão	relacionadas	as	conquistas	portuguesas	do	século	XV.
O capital gerado no processo de expansão ma-
rítima acabou sendo transferido para outros centros 
europeus, seja pela dependência de financiamentos 
externos, seja pelos gastos da Coroa e da nobreza, o 
que impediu a acumulação de capitais para investi-
mento dentro do próprio reino.
capitalismofeudalismo
p
XI
p
XII
p
XIII
p
XIV
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XV
p
XVI
séculos
renascimentocomercial e urbano
•	escassez de 
moeda
•	limitação do 
mercado
•	monopólio do 
Mediterrâneo 
(Gênova e 
Veneza)
guerra
peste 
fome
Cruzadas
dinamização 
comercial
crise
superação: 
expansão marítima
chegada à América 
e sua colonização
retração 
comercial e 
demográfica
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PArA recordAr: comércio europeu entre os séculos XI e XVI
ATIVIdAde
• 	descreva	em	seu	caderno	o	esquema-resumo	e	relacione	os	acontecimentos	nele	apontados	para	explicar	a	transi-
ção	do	feudalismo	para	o	capitalismo.
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	 a	EXPansão	EuroPEia	 21
1 Leitura e reflexão
	 Leia	o	texto	a	seguir,	do	poeta	português	Fernando	Pessoa,	e	depois	faça	o	que	se	pede.
EXERCíCios dE HistóRia
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: “Navegar é preciso; viver não é preciso”.
Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: viver não 
é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso 
tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade, ainda que para isso tenha de a perder como minha [...].
PESSOA,	Fernando.	Nota	solta,	(s.d.),	manuscrita	a	tinta	pelo	próprio	poeta.	Foi	publicada		
pela	primeira	vez	em	1960,	na	primeira	edição	de	Obra poética.	In:	Obra poética.		
Rio	de	Janeiro:	Nova	Aguilar,	2005.	p.	2.	(Biblioteca	Luso-brasileira,	Série	Portuguesa.)
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele espelhou o céu
PESSOA,	Fernando.	Mensagem.	In:	Obra poética.	
Rio	de	Janeiro:	Nova	Aguilar,	1986.	p.	16.		
(Biblioteca	Luso-brasileira,	Série	Portuguesa).
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele espelhou o céu
a)	Desenvolva	as	ideias	que	a	frase	“Navegar	é	preciso;	viver	não	é	preciso”	pode	inspirar,	no	contexto	do	
período	das	Navegações.
b)	Transformada	pelo	poeta,	a	frase	ficou	assim:	“Viver	não	é	necessário;	o	que	é	necessário	é	criar”.	Ela-
bore	uma	nova	frase,	a	partir	dessas	duas.
2 Leitura de poema
	 Leia	este	poema,	que	se	refere	à	expansão	marítima	portuguesa,	e	depois	responda	às	questões.
a)	Quais	foram	as	consequências	das	Navegações,	para	o	
povo	português,	segundo	o	poema?
b)	Explique	o	sentido	que	estes	versos	têm	para	você:
p	 Gravura	de	theodore	de	Bry	mostrando	navegação	em	mar	
da	américa	portuguesa	(século	XVi).
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22	 EuroPa,	o	cEntro	Do	munDo
uMa questão hIstórIca: 
por que a chIna não descobrIu a europa?
O historiador italiano Scipione Guarracino3 lem-
bra que, no início do século XIV, a China da dinastia 
Ming era a maior potência mundial, considerando 
sua estrutura político-administrativa sólida, o aparato 
técnico-científico e o rápido desenvolvimento de suas 
estruturas econômicas e comerciais. Nessa época, 
a dinastia imperial também empenhava-se intensa-
mente na expansão marítima e comercial.
Os chineses fizeram grandes expedições maríti-
mas, chegando a Calicute, na Índia, quase um século 
antes de Cabral. Além disso, estiveram no sul da África 
oriental e entraram pelo mar Vermelho, enquanto os 
portugueses mal começavam a se aventurar na cos-
ta do norte da África. Entretanto, antes da década de 
1440, a expansão marítima chinesa estagnou. E isso 
antes que pudessem dar a volta na África e chegar a 
Portugal ou ao Mediterrâneo. Várias hipóteses foram 
levantadas para explicar essa situação. Historiadores 
como Pierre Chaunu pesquisaram o assunto e susten-
tam que há indícios de que o motivo foi, pelo menos 
em parte, a estrutura social chinesa.
Por se tratar de uma “civilização vegetal” ba-
seada em grãos, com alta densidade populacional, 
a China ocupava na agricultura uma grande parte 
dos recursos disponíveis. Isso dificultava a libera-
ção de mão de obra para o trabalho nas florestas 
(indispensável para manter uma grande frota de 
navios), além das outras atividades produtivas não 
agrícolas.
Desde a dinastia Han, a China associava uma 
economia quase exclusivamente agrícola com uma 
forte burocracia estatal que incluía administrado-
res, engenheiros e letrados de um modo geral. Essa 
burocracia não era hereditária, mas escolhida por 
concurso público, e tinha prestígio e renda alta. 
Assim, nem a propriedade privada nem a busca 
individual por riqueza tinham importância social 
significativa. O Estado chinês em geral resistia à 
iniciativa privada.
Os comandantes dos navios eram funcionários 
do império, e não comerciantes sedentos de lucro, 
por isso a expansão marítima chinesa não teve ímpe-
to para continuar até a Europa. Já os europeus, movi-
dos pela iniciativa privada com apoio do Estado e pela 
ânsia de ampliar suas riquezas, não viam limites para 
sua expansão.
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.
p	 Durante	o	segundo	reinado	da	dinastia	ming,	com	o	imperador	Zhu	Di,	houve	a	expansão	da	
frota	chinesa	e	a	construção	de	centenas	de	navios,	os	ba chuan	ou	 juncos.	De	dimensões	
impressionantes	(podiam	chegar	a	cerca	de	140	metros	de	comprimento,	enquanto	a	maior	
nau	portuguesa	não	chegava	a	50	metros),	entre	março	de	1421	e	outubro	de	1423,	os	juncos	
chineses	teriam	percorrido	os	oceanos	Índico,	atlântico	e	Pacífico	e	regiões	ao	redor	do	globo,	
como	a	costa	do	continente	americano.	a	expedição	de	circunavegação	de	Fernão	de	maga-
lhães	só	ocorreu	em	1519,	cerca	de	cem	anos	depois	das	expedições	marítimas	chinesas.	
acima,	representação	de	junco	chinês,	em	gravura	do	século	XiX.
3 GUARRACINO, Scipione. L’Età medievale e moderna. Milão (Itália): Edizione Scolastiche Bruno Mondadori, 1998. p. 246-247.
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	 a	EXPansão	EuroPEia	 23
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
EUROPA
ÁFRICA
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Trópico de Capricórnio
Tr
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Trópico de Câncer
Equador 0º
ESPANHAPORTUGAL
Cabo
Verde
370
100
0 2200
km
0 1880
km
3760
OCEANO
PACÍFICO OCEANOATLÂNTICO
Trópico de Câncer
Equador 0º
Trópico de Capricórnio
EUROPA
ÁFRICA
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Antilhas
ESPANHA
Cortez
Pizarro
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Estreito de
 Magalhães
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Col
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Colonizadores espanhóis
Magalhães
 
Orellana 
1492: Cristóvão Colombo chega à
 América, alcançando a ilha de
 Guanahani, atual San Salva-
 dor, nas Bahamas.
1499: Alonso Ojeda chega à Vene-
 zuela.
1500: Vicente Iañes Pinzón chega ao
 Brasil, no Amazonas (“Mar Dul-
 ce” = Mar Doce).
1511: Diogo Velasquez conquista
 Cuba.
1512: Ponce de León conquista a Fló-
 rida.
1513: Vasco Nunez Balboa alcança o
 oceano Pacífico.
1516: Dias Sólis chega ao rio da Prata.
1519: Fernão de Magalhães e Sebas-
 tião del Cano partem para a pri-
 meira viagem de circum-nave-
 gação.
1519: Fernão Cortez inicia a conquista
 do México.
1531: Francisco Pizarro inicia a con-
 quistado Peru.
1537: João Ayolas chega ao Paraguai.
1541: Francisco Orellana explora o rio
 Amazonas.
 
 
 
 
 
 
Rio Amazonas
 
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97
4.
 p
. 2
24
.
Adaptado de: ARMENTO, B. et al. Across the centuries. Boston: Houghton Mifflin, 2003. p. 378.
p	 na	legenda	do	mapa	estão	rela	cionadas	as	conquistas	espanholas	na	expansão	ultramarina.
p	 observe	no	mapa	que	em	lugar	do	meridiano	situado	100	léguas	a	oes-
te	de	cabo	Verde,	definido	pela	Bula Intercoetera,	o	novo	meridiano	es-
tabelecido	no	tratado	de	tordesilhas	ampliava	bastante	o	espaço	luso	
na	região	atlântica.
A essa altura, portugueses e espanhóis, espa-
lhados pelo Atlântico, detinham o monopólio das 
expedições oceânicas, sendo seguidos por outras na-
ções a partir do início do século XVI, especialmente 
a França e a Inglaterra. Entretanto, os dois reinos 
ibéricos já haviam decidido a partilha do 
mundo antes mesmo que outras nações 
começassem a se aventurar nos novos ter-
ritórios: em 1493, com a bênção do papa 
Alexandre VI, foi editada a Bula Intercoe-
tera, substituída no ano seguinte pelo Tra-
tado de Tordesilhas. Ambos estabeleciam 
uma divisão das terras “descobertas e a 
descobrir” entre a Espanha e Portugal. A 
bula privilegiava a Espanha, e o Tratado de 
Tordesilhas corrigiu a linha demarcatória, 
atendendo a apelos dos portugueses. O tra-
tado estipulava que todas as terras a oeste 
do Meridiano de Tordesilhas (situado 370 
léguas a oeste do arquipélago de Cabo Ver-
de) pertenceriam à Espanha, enquanto as 
terras a leste seriam portuguesas. Observe no mapa 
a seguir.
Os demais Estados europeus rejeitaram o trata-
do, e durante toda a Idade Moderna, ocorreram dis-
putas pelos territórios recém-descobertos.
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o
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a expansão marítima espanhola
a divisão das novas terras
as navegações espanhoLas
Pouco antes de a expansão marítima portu-
guesa atingir o objetivo de chegar às Índias, a Es-
panha acabou por organizar expedições atlânticas, 
tornando-se a segunda monarquia europeia a fazê-
-lo. A primeira viagem espanhola, bastante modes-
ta, foi concebida em 1492 pelo navegador genovês 
Cristóvão Colombo. Partiu em agosto daquele 
ano, em três pequenas caravelas, com o objetivo 
de atingir as Índias contornando o globo terrestre, 
navegando sempre em direção ao Ocidente. Pro-
curava, desse modo, uma rota alternativa àquela 
controlada pelos portugueses no sul, em torno da 
África.
Colombo chegou ao continente americano pen-
sando ter alcançado as Índias e morreu acreditando 
nisso. Somente em 1504 desfez-se o engano, quando o 
navegador Américo Vespúcio confirmou tratar-se de 
um novo continente.
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24	 EuroPa,	o	cEntro	Do	munDo
o MercantILIsMo
Uma das medidas tomadas pelos reis europeus 
para promover o fortalecimento financeiro do Esta-
do moderno foi a adoção de um conjunto de práticas 
econômicas conhecidas como mercantilismo. Vale 
observar que esse termo não existia no período; ele 
só passou a ser usado por economistas do final do 
século XVIII, referindo-se às rígidas práticas inter-
vencionistas do Estado na economia durante os sé-
culos XV ao XVIII. Tais práticas não constituíam um 
sistema coeso de ideias, uma teoria econômica, nem 
eram aplicadas de maneira homogênea na Europa, 
ao longo dos séculos da Idade Moderna. Vejamos al-
guns de seus aspectos.
O ideal metalista era a concepção de que uma 
maior quantidade de metais preciosos viabilizaria a 
obtenção de maior riqueza. Ter mais moedas (ouro/
prata) era um meio para a compra de terras e títulos, 
e, para o Estado, mais poderes e domínios. O metal po-
deria ser obtido de forma direta, pela exploração de mi-
nas (aliás, esgotadas na Europa desde o século XV), ou 
pelo comércio, que possibilitava atrair e conseguir mais 
moedas. Outras práticas visavam obter uma balança 
comercial favorável, uma vez que o poderio e a rique-
za de uma nação eram associados à sua capacidade de 
exportar mais que importar.
Baseados nesse entendimento sobre recursos 
econômicos, muitos reis adotaram medidas para am-
pliar as exportações. Por meio do estímulo à produção 
manufatureira e diminuição das importações, impu-
nham barreiras tarifárias aos produtos estrangeiros, 
principalmente aqueles que pudessem ser fabricadas 
dentro das fronteiras de seu Estado (protecionismo). 
Essas práticas mostram um alto grau de intromissão 
do Estado nas atividades produtivas, compondo uma 
política econômica intervencionista.
Representando grandes possibilidades de acú-
mulo de riqueza, a colonização passou a ser o prin-
cipal recurso pelo qual os Estados europeus tentaram 
atingir seus objetivos mercantilistas. Portugal e Espa-
nha, precoces na expansão marítima e na partilha do 
mundo, usufruíram de meios significativos para enri-
quecer: Portugal pôde explorar o mercado de especia-
rias ao estabelecer rotas alternativas para as Índias. 
A Espanha apoderou-se de imensa riqueza em ouro 
e prata ao iniciar o processo de exploração das minas 
americanas, na primeira metade do século XVI.
As demais nações europeias não reconheceram 
a partilha do mundo entre as nações ibéricas e, ao 
longo do século XVI, cobiçaram a riqueza acumulada 
pelos reinos ibéricos, com frequentes ataques a suas 
colônias. Países como França e Inglaterra, retardatá-
rios no processo de expansão marítima, pobres em 
colônias, enfatizaram outros aspectos do mercantilis-
mo, como o industrialismo.
De certa forma, é irônico observar que na 
França e principalmente na Inglaterra a indústria 
manufatureira acabou por criar condições para a 
expansão capitalista. Já Espanha e Portugal, com 
vastas colônias das quais extraíam grande volume 
de metais preciosos, estagnaram economicamente. 
Tornaram-se cada vez mais dependentes de suas 
possessões na América e frequentemente 
passaram por violentos surtos inflacio-
nários provocados pelo excesso de 
metais preciosos.
Além disso, a manutenção de 
estruturas políticas que beneficia-
vam a nobreza e o clero contribuiu 
para que as nações ibéricas se distan-
ciassem do processo de desenvolvi-
mento capitalista que se anunciava.
∏	 máscara	 funerária	 de	 ouro	 pin-
tado.	artefato	da	civilização	chi-
mu,	que	habitou	a	região	do	atual	
Peru	entre	os	séculos	X	e	XV.
Reprodução/Museu Metropolitano de Arte, Nova York, EUA.
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	 a	EXPansão	EuroPEia	 25
paRa RECoRdaR: dinamização comercial e mercantilismo
adota práticas mais 
tarde denominadas 
mercantilistas
protecionismo
industrialismo
colonialismo
impostos
privilégios apoio
monopólios
lucros 
comerciais
Burguesia
estadO naciOnal 
rei
aristOcracia
atividadEs
1.	 Descreva	em	seu	caderno	o	esquema-resumo	acima,	destacando	os	aspectos	econômicos,	sociais	e	políticos.	
2.	 Faça	uma	frase	explicativa	sobre	a	articulação	dos	três	aspectos	citados	acima.	
1 análise de documento
	 O	texto	a	seguir	é	um	trecho	da	carta	de	Pero	Vaz	de	Caminha,	escrivão	da	frota	de	Pedro	Álvares	Cabral,	
ao	rei	de	Portugal.	Leia-o	e	responda	às	perguntas	que	se	seguem.
EXERCíCios dE HistóRia
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, bem-vestido, com um colar de ouro mui 
grande ao pescoço, e aos pés uma alcatifa por estrado. Sancho de Tovar, Simão Miranda, Nicolau Coelho, Aires 
Correia, e nós outros que aqui na nau com ele vamos, sentados no chão, pela alcatifa. Acenderam-se tochas. 
Entraram. Mas não fizeram sinal de cortesia, nem de falarao Capitão nem a ninguém. Porém, um deles pôs 
olho no colar do Capitão, e começou de acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como que nos di-
zendo que ali havia ouro. Também olhou para um castiçal de prata e assim mesmo 
acenava para a terra e novamente o castiçal, como se lá também houvesse prata.
[...]
Viu um deles um colar de contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, 
e lançou-as ao pescoço. Depois, tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as 
contas e para o colar do Capitão, como que dizendo que dariam ouro por aquilo.
[...]
RONCARI,	Luís.	Literatura brasileira:	dos	primeiros	cronistas	aos	últimos	românticos.	São	Paulo:	Edusp,	1995.	p.	31.
alcatifa:	tapete
a)	Quais	são	os	principais	temas	da	carta?
b)	Como	você	descreveria	a	atitude	dos	portugueses	em	relação	aos	indígenas	nesse	primeiro	contato?
c)	 Imagine	como	seria	a	descrição	feita	por	um	nativo	indígena	dos	mesmos	episódios	narrados	por	Cami-
nha.	Registre	sua	hipótese	escrevendo	uma	pequena	carta.
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26	 EuroPa,	o	cEntro	Do	munDo
2 Leitura e reflexão
	 A	seguir	temos	dois	textos	do	escritor	uruguaio	Eduardo	Galeano.	No	primeiro,	o	escritor	narra	a	chegada	
de	Cristóvão	Colombo	à	América.	De	forma	jocosa,	o	segundo	texto	de	Galeano	faz	referência	ao	possível	
ponto	de	vista	das	populações	indígenas	do	Caribe	diante	da	figura	de	Cristóvão	Colombo.	Leia-os	e	res-
ponda	às	questões	propostas:
texto 1
Colombo fi cou deslumbrado quando atingiu a ilhota de San Salvador [...]. Presenteou aos indígenas “uns 
botões vermelhos e umas contas de vidro que se punham no pescoço, e outras muitas coisas de pouco 
valor com que fi zeram muito prazer e fi cavam tão nossos que era uma maravilha”. Mostrou-lhes as espa-
das. Eles não as conheciam, seguravam-nas pelo fi o, cortavam-se. Enquanto isso, conta o almirante em 
seu diário de navegação, “eu estava atento e trabalhava para ver se havia ouro, e tendo visto que alguns 
deles traziam um pedacinho pendente do buraco que tinham no nariz, por sinais que pude entender que 
indo ao Sul ou contornando a ilha pelo Sul, que estava ali um Rei que tinha grandes vasos disto, e tinha 
muitíssimo”. Porque “do ouro se faz tesouro, e com ele quem o tem faz o que quiser no mundo e chega a 
levar as almas ao Paraíso”.
GALEANO,	Eduardo.	As veias abertas da América Latina.	Rio	de	Janeiro:	Paz	e	Terra,	1989.	p.	25.
a)	De	acordo	com	o	texto	1,	que	fonte	Eduardo	Galeano	usa	para	narrar	esse	episódio,	ocorrido	no	século	XV?
b)	Explique	que	sentido	pode	ter,	no	texto	1,	a	afirmação	de	que	“do	ouro	se	faz	tesouro,	e	com	ele	quem	o	
tem	faz	o	que	quiser	no	mundo	e	chega	a	levar	as	almas	ao	Paraíso”.
c)	 Em	geral,	a	história	a	que	temos	acesso	é	aquela	construída	a	partir	dos	relatos	oficiais.	Reflita	e	re-
gistre	as	razões	pelas	quais	temos	um	silêncio	histórico	em	relação	aos	pontos	de	vista	não	oficiais,	ou	
seja,	neste	contexto,	as	versões	das	populações	que	foram	submetidas	ou	pretensamente	submetidas	à	
dominação	europeia	durante	o	processo	de	expansão	marítima.
texto 2
Do ponto de vista da coruja, do morcego, do boêmio e do ladrão, o crepúsculo é a hora do café da manhã.
A chuva é uma maldição para o turista e uma boa notícia para o camponês. 
Do ponto de vista do nativo, pitoresco é o turista.
Do ponto de vista dos índios das ilhas do Mar do Caribe, Cristóvão Colombo, com seu chapéu de penas e 
sua capa de veludo encarnado, era um papagaio de dimensões nunca vistas.
GALEANO,	Eduardo.	De pernas pro ar:	a	escola	do	mundo	ao	avesso.	
Porto	Alegre:	L&PM,	2001.	p.	31.
Erich Lessing/Album/Latinstock/Museu Marítim
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