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Grupo Unico PDF Passe@diante
decoracao@editoraonline.com.br
www.editoraonline.com.br
 Os mamíferos formam o grupo de animais vertebrados mais diversificado em termos evolutivos e de variedade de es-
pécies da Terra. Nesta classe, incluem-se os morcegos, os cães, os macacos, as baleias, os cavalos, os veados e muitos outros, 
inclusive o próprio Homem.
 Descendentes de um determinado grupo de répteis, foram capazes de sobreviver ao arrefecimento global do fim da Era 
Mesozóica, provavelmente graças a algumas vantagens evolutivas, com a capacidade de controlar internamente a tempera-
tura do corpo, e assim foram ocupando os espaços deixados vagos com a extinção dos grandes répteis.
 Hoje, são eles que, ao lado dos artrópodes, dominam os ambientes terrestres, mas também podem ser encontrados 
no ar e na água. Caracterizam-se por alimentar suas crias com leite produzido pelas glândulas mamárias – daí o nome da 
classe – e apresentar, na grande maioria, o corpo coberto de pelos. A temperatura de seus corpos é regulada internamente 
por um mecanismo cerebral e mantida constante. Além disso, destacam-se também pelo cuidado que têm com a prole, mais 
acentuado que em qualquer outra classe de animais.
 Em geral, adaptam-se bem em diferentes ambientes, sendo capazes de modificar o seu comportamento de acordo 
com as condições encontradas no meio. Alguns grupos, principalmente o dos primatas, podem chegar a formar sociedades 
muito complexas. 
 Numerosa, a classe dos mamíferos comporta mais de 4.500 diferentes espécies, espalhadas por todos os continentes. 
Quase metade desse número é composta de roedores e cerca de um quarto de quirópteros (morcegos). No caso do Brasil, 
são cerca de 520 espécies, divididas em 11 ordens, dez de animais placentários e uma de marsupiais. 
 Estudar esses seres não é tarefa fácil, haja vista a grande diversidade de espécies, cada qual com suas características 
peculiares. Assim, neste Guia, mostramos alguns dos representantes brasileiros mais conhecidos, com uma ficha técnica 
completa do animal, além de matérias que explicam quem são eles, as principais diferenças entre essa classe e as demais, as 
espécies ameaçadas de extinção e, ainda, alguns dos principais mamíferos do mundo.
 Espero que apreciem esta quarta edição do Guia de Animais Brasileiros. Boa leitura!
DOMÉSTICOS
De selvagens a 
Grupo Unico PDF Passe@diante
S u m á r i o
História e Anatomia 06
Brasileiros 14
Marsupiais
Catita (Gracilinanus microtarsus) 16
Cuíca-lanosa (Caluromys sp.) 16
Gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) 17
Edentatos
Preguiça Real ou Unau (Choloepus didactylus) 18
Tamanduá-bandeira (Mymercophaga tridactyla) 19
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) 20
Tatu-peba (Euphractus sexcinctus) 21 
Quirópteros
Morcego (Anoura geoffroyi) 22
Morcego-vampiro (Desmodus rotundus) 23
Primatas
Bugio-preto (Alouatta caraya) 24
Cuxiú-preto (Chiropotes satanas) 25
Guigó(Callicebus donacophilus) 26
Macaco-aranha (Ateles belzebuth) 27
Macaco-barrigudo (Lagothrix lagotrichia) 28
Macaco-prego (Cebus apella) 29
Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) 30
Mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) 31
Muriqui (Brachyteles acrachnoides) 32
Sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus) 33
Carnívoros
Ariranha (Pteronura brasiliensis) 34
Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) 35
Cachorro-do-mato-vinagre (Spheotos venaticus) 36
Gato-maracajá (Leopardus wiedii) 37
Guaxinim (Procyon cancrivorous) 38
Irara (Eira barbara) 39
Jaguatirica (Leopardus pardalis) 40
Jurupará (Potos flavus) 41
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) 42
Onça-pintada (Panthera onca) 43
Quati (Nasua nasua) 44
Puma (Puma concolor) 45
Cetáceos
Baleia-franca (Eubalena australis) 46
Baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) 47
Boto-cinza (Sotalia fluviatilis) 48
Golfinho flipper (Tursiops trucatus) 49
Golfinho-rotador (Stenella longirostris) 50
Sirênios
Peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis) 51
Peixe-boi marinho (Trichechus manatus) 52
Perisodáctilos
Anta (Tapirus terrestris) 53
Artiodáctilos
Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) 54
Veado-catingueiro (Mazama gouazoupira) 55
Roedores
Capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) 56
Cutia (Dasyprocta fuliginosa) 57
Ouriço-cacheiro (Sphiggurus spinosus) 58
Paca (Agouti paca) 59
Ratão-do-banhado (Myocastor coypus) 60
Serelepe (Sciurus aestuans) 61
Lagomorfos
Tapeti (Sylvilagus brasiliensis) 62
Mundo 64
Bisão-europeu (Bison bonasus) 66
Canguru (Macropus rufus) 66
Cervo-nobre (Cervus elaphus) 67
Chimpanzé (Pan troglodytes) 67
Dromedário (Camelus dromedarius) 68
Elefante (Elephas maximus) 68
Girafa (giraffa camelopardalis) 69
Hipopótamo (Hippopotamus amphibius) 69
Leão (Panthera leo) 70
Lhama (Lama glama) 70
Tigre (Panthera tigris) 71
Domésticos 72
Cabra 74
Cachorro 74
Cavalo 75
Gato 75
Ovelha 76
Porco 76
Porquinho-da-índia 77
Vaca 77
Extinção e conservação 78
Onde encontrar 82
Grupo Unico PDF Passe@diante
Agradecimentos:
Luis Camargo e Rodrigo Teixeira, do Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros - Sorocaba (fotos e informações); Maria Luiza Gonçalves e Luiz Antônio Lula, da Fundação Parque 
Zoológico de São Paulo (fotos e informações); Roberto Cabral Borges, do IBAMA (fotos e informações); Rogério V. Rossi, mestrando do Museu de Zoologia da USP (informações); Sinara 
Lopes Vilela, da Associação Mico-Leão-Dourado (fotos e informações); Enrico Marcovaldi, do Projeto Baleia Jubarte (fotos e informações); Gabriel E. Gonçalves de Oliveira e Paula 
Nogueira (informações); prof. e dr. Mario De Vivo, curador do acervo de mastozoologia do Museu de Zoologia da USP (informações).
Aos revisores: Cecília Pessutti e Paulo Tadeu Matheus de Camargo, do Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros - Sorocaba; Alexandre Cavarzere Durigan, biólogo e mestrando 
da PUC-Campinas; Carlos Lins, biólogo da Fundação Mamíferos Aquáticos; Cristiano Leite Parente, engenheiro de pesca da Universidade Federal de Pernambuco; dr. Gumercindo Loriano 
Franco, zootecnista da FAV – UnB e bolsista do CNPq; Mara Cristina Marques Ângelo, bióloga da Fundação Parque Zoológico de São Paulo; .
Grupo Unico PDF Passe@diante
 H i s t ó r i a e a n a t o m i a
Desde os 
Minúsculos ou gigantescos e de formatos 
multivariados, eles estão por toda parte. Na 
terra, na água e no ar, nos diversos climas e 
em todos os cantos do Planeta, os mamíferos 
são uma das mais variadas classes
PRIMÓRDIOS
4
5
6 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
1 Ancestral Baleia:
Nome: Ambulocetus 
Nome científico: Ambulocetus natans
Época: Eoceno
Local onde viveu: Ásia
Peso: cerca de 350 kg
Tamanho: 3 m 
Alimentação: carnívora 
Viveu há aproximadamente 50 milhões de anos
2 Ancestral Canídeos e Felinos:
Nome: Miacid
Época: Eoceno
Local onde viveu: Ásia
Peso: cerca de 10 kg
Tamanho: 60 cm
Alimentação: carnívora
Viveu há aproximadamente 56 milhões de anos
3 Ancestral Cavalo:
Nome: Cavalo primitivo
Nome científico: Hyracotherium
Época: Eoceno 
Local onde viveu: América do Norte e Europa
Peso: cerca de 20 a 30 kg
Tamanho: aproximadamente 70 cm
Alimentação: herbívora
Viveu há aproximadamente 55 milhões de anos
4 Ancrestral Primatas:
Nome: Plesiadapis 
Nome científico: Plesiadapis 
Época: Paleoceno 
Local onde viveu: Europa e América do Norte
Peso: cerca de 1 kg
Tamanho: 30 cm
Alimentação: herbívora
Viveu há aproximadamente 60 milhões de anos
5 Ancestral Roedores:
Nome: Telicomys
Nome científico: Telicomys giganteus
Época: Pleistoceno
Local onde viveu: América do Sul
Peso: cerca de 250 kg
Tamanho: 2 m
Alimentação:herbívora
Viveu há aproximadamente 5 milhões de anos
1
2
3
Com mais de 4,6 mil espécies e muitas outras já ex-
tintas, os mamíferos constituem uma das classes de 
animais vertebrados mais diversificadas em termos 
morfológicos (formas e estruturas) e de ocupação de 
hábitats. Inclui bichos bastante distintos como o gam-
bá, a baleia, o morcego, o homem, e muitos outros. 
 Entre os seus representantes, existe uma clas-
sificação que os separa de acordo com as seguintes 
características: animais ovíparos, que põem ovos, 
como o ornitorrinco; marsupiais, cujas crias nascem 
prematuras e terminam seu desenvolvimento agarra-
das a um mamilo, dentro de uma bolsa (marsúpio), 
como os cangurus e gambás; e animais placentários, 
cujos filhotes permanecem mais tempo no interior 
do corpo da mãe e já nascem mais desenvolvidos, 
como o cachorro e o cavalo.
 A classe mammalia foi criada por Lineu (1707-
1778) – naturalista sueco – em 1758, para comportar 
os animais vertebrados que alimentam seus filhotes 
com leite produzido por glândulas mamárias.
 Além dessa característica básica, os mamíferos 
também se diferenciam de outros vertebrados pelo 
corpo (em maior ou menor grau) coberto de pelos, 
aorta única curvando-se para o lado esquerdo, pre-
sença de diafragma completo e maxilar relativamente 
simples, constituído de dois ossos fundidos em um só.
 Entre as principais características não exclusivas 
da classe, os mamíferos possuem respiração pulmonar 
e a capacidade de geração interna de calor, ou endoter-
mia. Tamanhos, formas e hábitats variam muito nessa 
classe, como veremos a seguir.
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Guia de Animais Brasileiros - 7 
Grupo Unico PDF Passe@diante
 H i s t ó r i a e a n a t o m i a
Distribuição geográfica
 Eles habitam todos os ambientes e climas, desde o nível do mar (e abaixo dele), até as 
altas montanhas e cordilheiras. Das gélidas regiões polares aos secos e escaldantes desertos, e às 
quentes e úmidas florestas tropicais.
Nos mares e gelos árticos vivem a morsa e algumas focas, enquanto as baleias e as toninhas habitam 
os oceanos. Na água doce, de rios e banhados, estão os castores, as lontras e certas cuícas. 
 A maioria das espécies de mamíferos é terrestre. Os campos, os cerrados e as florestas 
abrigam muitos carnívoros, roedores e ungulados, entre outros. 
 Cada espécie tem uma distribuição geográfica e ecológica mais ou menos definida e 
restrita. No entanto, a limitação do hábitat pode ser estreita ou ampla, variando de acordo 
com as necessidades e com a capacidade de adaptação de cada espécie.
 Ao longo da história, os mamíferos têm sido muito úteis e economicamente importan-
tes para o Homem e, por outro lado, também prejudiciais.
 Espécies domesticadas fornecem alimento, vestuário e transporte. Isso sem falar nos 
“pets”, animais de estimação, criados para fazer companhia e compartilhar o lazer.
 Contudo, alguns, como os roedores, que invadem plantações, e os carnívoros, que ata-
cam as criações, podem causar prejuízos econômicos; outras espécies, por sua vez, podem 
servir como reservatório de doenças. Mas essa é a natureza e, mesmo que esses animais en-
trem em conflito com o ser humano e seus interesses, há muito mais qualidade e beleza para 
falar deles.
Anatomia, fisiologia e metabolismo dos mamíferos
Tamanho e forma de diminutas espécies de insetívoros a gigantescas baleias, os mamífe-
ros variam muito quanto à forma e ao tamanho. Os menores representantes da classe en-
contram-se entre determinadas espécies de mussaranhos, como o mussaranho-pigmeu, que 
mede cerca de 4 cm. Quando nascem – pelados e de olhos fechados – alguns desses peque-
nos insetívoros pesam cerca de 0,5 g e são menores que uma abelha.
 Extremo oposto, por exemplo, é a baleia-azul (Balaenoptera musculus), que chega 
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Exclusivo no Reino Animal: filhotes 
de marsupiais nascem pré-maturos e 
desenvolven-se agarrados ao corpo da mãe
8 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
Guia de Animais Brasileiros - 9 
a atingir cerca de 30 m de comprimento e a pesar 119 
toneladas, sendo o maior animal já conhecido, dentre 
todas as classes.
 Entre as espécies terrestres, o campeão de tamanho 
é o elefante-africano (Loxodonta africana), que chega a 
medir até 8 m de comprimento, 4 m de altura e pesar 
cerca de 7 toneladas.
 Em geral, a cabeça dos mamíferos é relativamente 
grande, por causa do cérebro mais desenvolvido. O pes-
coço pode ser longo, como nos camelos e nas girafas, ou 
curto e, em alguns casos, como na baleia, por exemplo, 
até imperceptíveis. Os olhos também são dispostos de 
forma variada: frontalmente, como nos primatas e nos 
carnívoros, o que lhes aumenta a percepção de profundi-
dade; ou lateralmente, como nos herbívoros, o que lhes 
possibilita perceber a aproximação dos predadores de ân-
gulos variados.
 Como uma caixa, o crânio tem a função de pro-
teger o cérebro e os três principais órgãos dos sentidos – 
visão, audição e olfato. Constitui-se de vários ossos uni-
dos que se soldam com o passar do tempo. As maxilas, 
em geral, têm dentes, e a mandíbula diferencia-se pela 
simplicidade. É constituída de apenas dois ossos que se 
unem muito cedo, parecendo ser um único osso.
 Confinados nos maxilares, os dentes dos mamífe-
ros são implantados em alvéolos e, em geral, apresen-
tam grande diversificação, existindo mais de 50 tipos de 
dentições. Nos casos mais complexos, existem 4 tipos de 
dentes: incisivos, caninos, molares e pré-molares. São em 
números pares nas duas metades de cada maxilar, poden-
do diferir de um maxilar para outro.
Pele, pelos e glândulas 
 Os mamíferos apresentam duas camadas de pele 
superpostas: a derme e a epiderme. A primeira, mais 
profunda, é repleta de nervos e vasos sanguíneos, reco-
bre os músculos e abriga os sistemas de defesa contra 
infecções e várias glândulas. A segunda camada, mais 
superficial, é a que oferece proteção mecânica ao corpo 
do animal com relação ao meio externo. Sua superfície 
geralmente é recoberta de pelos, que são constituídos 
de queratina. Essa mesma substância protéica mor-
ta também forma outros anexos epidérmicos, como 
unhas, garras, cornos e outros.
 Todos os mamíferos apresentam uma camada de 
gordura (hipoderme) sob a pele, que serve como um 
isolante térmico, além de constituir uma significativa re-
serva de substâncias enérgicas.
 Os diferentes padrões de cores dos mamíferos re-
sultam de diferenças na pigmentação do pelo. A pelagem 
desses animais costuma sofrer mudanças periódicas, ge-
ralmente no outono, para garantir um novo revestimen-
to para o inverno. Nas regiões temperadas (mais frias), 
boa parte das espécies apresenta uma segunda troca na 
primavera, que resulta em uma cobertura mais fina e cur-
ta para o verão.
 Além das distintivas glândulas mamárias, os mamí-
feros também possuem uma série de outras glândulas, 
com funções específicas, que podem liberar secreções 
externas ou internas (indócrinas): sudoríparas, sebáceas, 
produtoras de substâncias odoríferas e de feromônios – 
substância que influi no desenvolvimento ou no com-
portamento de outros membros de uma mesma espécie. 
 As glândulas sebáceas têm a função de lubrificar a 
pele e os pelos, para que eles não ressequem ou se tornem 
quebradiços; as sudoríparas secretam suor para regular a 
temperatura do corpo e auxiliar a excreção de sais e uréia. 
Porém, nem todos mamíferos transpiram; as glândulas de 
cheiro podem ter função de defesa, como no caso dos gam-
bás, que as utilizam para afastar o predador, por exemplo.
Esqueleto
 O esqueleto, sistema muscular e sistema nervo-
so dos mamíferos, é adaptado para servir aos modos 
de locomoção da classe. Ele possui cartilagens em di-
versas partes, como nas articulações e nas costelas e, 
com seus músculos eligamentos, a coluna vertebral 
e os membros a ela articulados são de fundamental 
importância para os animais terrestres. Os que vivem 
em meio aquático contam com a água para ajudar a 
sustentar o próprio peso, e o sistema muscular prati-
camente só é exigido para o deslocamento.
 A disposição da coluna varia muito entre as di-
versas espécies de mamíferos, mas todas apresentam 
cinco regiões bem definidas: cervical, torácica, lom-
bar, sacra e coccígea.
 Com relação aos membros, os mamíferos apresen-
tam um padrão básico que costuma variar de acordo com 
o modo de vida de cada um. Essa variação está ligada 
principalmente às funções locomotoras (andar, correr, 
escalar etc) e específicas (cavar, no caso das toupeiras 
– que têm membros anteriores muito curtos; ou desen-
volver grandes velocidades, como no caso dos cavalos e 
outros ungulados, cujas patas são bastante longas).
 O esqueleto e a constituição dos pés e das mãos dos 
mamíferos também apresentam grande variedade de formas 
Guia de Animais Brasileiros - 9 
Grupo Unico PDF Passe@diante
e estruturas adaptadas para as diferentes formas de vida de cada espécie, desde os cinco dedos 
comuns dos primatas ao dedo único das patas dos cavalos.
 De modo geral, em comparação a outros vertebrados, os mamíferos apresentam mús-
culos mais aperfeiçoados na região do pescoço, da cabeça e das pernas, e uma quantidade 
menor de músculos segmentados na coluna e nas vértebras.
 O sistema nervoso dos mamíferos diferencia-se do de outros animais pelo enorme 
tamanho relativo do cérebro. A configuração da medula é a mesma de outros vertebrados: 
segmentada e com raízes dorsais de ambos os lados de cada segmento (vértebra).
Metabolismo e endotermia 
 A temperatura é regulada pela própria atividade metabólica e mantida constante, em 
vez de depender do meio ambiente. Apesar de consumir mais energia do que a picilotermia 
(temperatura regulada pelo meio) e exigir maior consumo de alimento e oxigênio, tal capa-
cidade foi um dos principais fatores para o sucesso da expansão dos mamíferos por todos os 
continentes e climas. Esse controle de temperatura ocorre de várias maneiras:
. tremer, contraindo os músculos para liberar calor e aquecer o corpo;
. rebaixar os pelos, para variar a espessura da camada de ar isolante retida entre a pelagem, 
contribuindo para a diminuição da temperatura;
. variar a taxa metabólica conforme a temperatura do meio externo;
. contrair os vasos periféricos no frio e dilatá-los no calor, para aumentar ou diminuir a 
perda de calor do sangue;
. transpirar, como o homem, ou ofegar, como os cães;
. encolher-se no frio e estender-se no calor, para variar a extensão da superfície de troca de 
calor do corpo com o meio;
. algumas espécies de mamíferos hibernam em determinadas épocas ou períodos do dia, 
para economizar reservas de energia. No estado de hibernação, a atividade metabólica é 
enormemente diminuída, a temperatura do corpo se iguala à do ambiente e o coração bate 
muito lentamente. O morcego é um exemplo desses mamíferos. Ele hiberna durante o dia 
e é ativo à noite ao contrário do que se costuma imaginar, os ursos não hibernam. Sua tem-
peratura não sofre quedas profundas durante o inverno e eles não deixam de se alimentar, 
acordando de vez em quando.
Circulação e respiração
 Os mamíferos possuem um sistema de circulação muito eficiente, devido à capacidade 
endotérmica e à vida muito ativa. O ritmo cardíaco varia conforme a idade, o sexo, o tamanho 
e a atividade das espécies. As circulações geral e pulmonar são totalmente separadas. O coração 
– dotado de quatro cavidades – recebe o sangue venoso, que vem de várias partes do corpo, pelo 
lado direito e o bombeia para os pulmões pelas artérias pulmonares. Pelo lado esquerdo, chega 
o sangue oxigenado que vem dos pulmões que, em seguida, é impelido para todas as partes 
do corpo pela aorta e suas ramificações.
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Ao longo do tempo, adaptações 
foram feitas para que os mamíferos 
pudessem viver nos diferentes meios
10 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
Respiração 
 A respiração dos mamíferos é exclusivamente pulmo-
nar. Constituídos por alvéolos, os pulmões oferecem gran-
de superfície para a troca de gases. Junto com o coração, 
esses órgãos enchem praticamente toda a cavidade torácica. 
 O ar entra pelas narinas e passa pela traquéia, segue 
pela laringe e depois pelos brônquios, que vão se ramifi-
cando em tubos cada vez menores até chegar às finíssimas 
paredes dos alvéolos, onde ocorre a oxigenação do sangue.
 O ar é empurrado para dentro dos pulmões por 
movimentos respiratórios produzidos pela contração e 
relaxamento do diafragma – músculo que separa a caixa 
torácica do abdôme – e dos músculos intercostais (que 
unem as costelas).
Alimentação e excreção 
 O sistema digestivo dos mamíferos é praticamente 
igual ao de outros vertebrados. Os lábios e a cavidade bucal 
têm revestimentos mucosos e a língua é muscular e flexível, 
dotada de sensores gustativos na face superior. Já as glându-
las salivares são uma característica apenas dessa classe.
 Da boca, segue a faringe, cavidade onde se cruzam 
as vias respiratórias e digestivas. Anterior a ela e atrás da 
língua, fica a glote, que fecha o caminho do ar quando o 
alimento passa. Da faringe, o tubo muscular do esôfago 
corre ao longo da coluna vertebral, atravessa o diafragma 
e abre-se no estômago.
 O intestino é curto nas espécies que consomem ali-
mentos concentrados, como insetos, e longo nas que se 
alimentam de capim e de outros vegetais. 
 Muito diferente dos demais mamíferos é o aparelho 
digestivo dos ruminantes. O estômago desses animais é 
constituído de várias câmaras, e a digestão é auxiliada 
pela ação de microorganismos.
 Depois de pastar e encher a primeira câmara do es-
tômago com capim, rapidamente mastigado, o animal 
procura um lugar tranquilo onde irá regurgitar o alimen-
to e ingeri-lo novamente, desta vez, mastigando com 
mais cuidado. Essa segunda ingestão segue para outras 
câmaras e a digestão completa se dá com a participação 
de microorganismos existentes no estômago do rumi-
nante, verdadeiros agentes da digestão.
 O comportamento alimentar dos mamíferos ainda 
não é muito conhecido. A maioria das espécies é adaptada 
a um certo tipo de alimentação, geralmente não exclusi-
va, exceto em alguns casos de dietas extremamente estritas. 
Um deles é o coala, que se alimenta somente de folhas de 
eucalipto e apenas de determinadas espécies da planta.
 Diferentemente dos répteis e das aves, os mamíferos 
excretam principalmente uréia. Um sistema complexo 
com dois rins retira do sangue água e várias outras subs-
tâncias originadas do metabolismo celular formando a 
urina, que é armazenada na bexiga. Um volume conside-
rável de água é requerido nesse processo de eliminação da 
uréia, que possui alto nível tóxico. Porém, cerca de 99% 
dessa água é reabsorvida, depois, nos túbulos renais. 
 
Sistema nervoso e sentidos 
 Associados aos padrões de locomoção, os sistemas 
nervoso e sensorial dos mamíferos são igualmente com-
plexos, e isso é denotado pelo enorme tamanho do cére-
bro dessa classe, comparado ao de outros animais. 
Sentidos 
 Um dos sentidos mais apurados em boa parte dos 
mamíferos é o olfato. Os bulbos e os lobos olfativos 
constituem grande parte do cérebro de alguns insetívoros 
e são relativamente desenvolvidos em carnívoros e roedo-
res. Já em outros animais, como as baleias, por exemplo, 
esse sentido é pouco desenvolvido. Nos golfinhos, chega 
a ser ausente.
 A audição também é bem desenvolvida, e nenhum 
outro vertebrado depende tanto dela quanto os mamí-
feros. Cerca de 20% dos animaisdessa classe utilizam o 
ouvido como meio principal de orientação.Uma caracte-
rística exclusiva dos mamíferos é a existência de pavilhão 
externo, a orelha.
 A visão, na maioria das espécies, não lhes possibilita 
nem distinguir as cores e os detalhes. Apenas o homem e 
alguns tipos de primatas têm visão extremamente desen-
volvida, perdendo apenas para determinadas aves. Car-
nívoros e ungulados (cavalos, veados etc) também têm 
a visão bastante desenvolvida, adaptadas aos seus modos 
de vida. Os primeiros não podem perder as presas, às 
vezes pequenas, de vista durante a caçada, e os segundos 
têm de conseguir perceber e distinguir predarores à dis-
tância, por viverem em campo aberto.
 Alguns mamíferos, como os morcegos, baleias e 
golfinhos, utilizam a ecolocalização para se orienta-
rem. Emitem ultra-sons e percebem os objetos à sua 
volta pelo eco.
 Quanto ao tato, os mamíferos distinguem-se em 
dois aspectos. O primeiro é a capacidade de sentir pe-
quenos movimentos junto à pele, em áreas cobertas de 
pelos. Esse tipo de sensibilidade atinge o grau máximo 
nas vibrissas – pelos longos e duros que se encontram na 
Guia de Animais Brasileiros - 11 
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região do focinho (no caso de gatos, ratos etc) e em outras partes do corpo em diferentes 
espécies. Esses pelos são extremamente sensíveis a qualquer variação.
 O segundo corresponde a diminutos órgãos receptores espalhados na pele e, de acordo 
com sua disposição e concentração em determinados pontos, como nos dedos dos primatas, 
possibilitam perceber sutis diferenças táteis.
REPRODUÇÃO E SOCIABILIDADE
 A Interação sexual dos mamíferos, 
em geral, apresentam duas etapas: o 
cortejo e o coito. Na primeira delas, se 
valem de sinais específicos para se identi-
ficarem mutuamente como parceiros se-
xuais, sendo a visão e o olfato os sentidos 
mais utilizados. As fêmeas podem ado-
tar comportamentos característicos a de 
cada espécie, como simular as posições 
da cópula, como no caso de algumas 
macacas, ou apresentar alterações físicas, 
como o inchaço da vulva ou da pele na 
região dos órgãos genitais.
 Os machos também apresentam 
transformações físicas, como o mandril, 
que fica com cores ainda mais vivas, e 
comportamentais, tornando-se geral-
mente mais agressivo. Os cheiros, mais 
do que os sons, são muito importantes 
na interação sexual dos mamíferos. Um bom exemplo é o cio da cadela, que atrai toda a 
cachorrada ao redor. O que não significa, no entanto, que alguns tipos de gritos dos machos 
não sejam utilizados para atrair as fêmeas e afastar os rivais.
 O coito costuma se dar com o macho por cima da fêmea, que procura adotar posições 
favoráveis à penetração.
 Fecundação, aparelho reprodutor e gestação. A fecundação nos mamíferos é sempre 
interna. No caso dos monotremados, a reprodução assemelha-se muito à dos répteis. Os 
ovos descem dos ovários por dois canais (ovidutos) totalmente separados. 
 Os marsupiais também apresentam um sistema mais ou menos parecido com o de 
determinados répteis. O ovo é mantido dentro do corpo, preso a uma placenta pouco desen-
volvida, e desenvolve-se de forma precária e por pouco tempo, com uma gestação média de 
8 a 12 dias.
 Já a grande maioria dos mamíferos é placentária e apresenta um padrão uniforme 
de aparelho reprodutor, constituído (resumidamente) por dois ovários funcionais, cada 
um ligado por uma tromba ao útero. Este, por sua vez, termina na vagina, aberta ao 
meio exterior.
 O aparelho dos machos é constituído pelo pênis, órgão copulador, e dois testículos 
produtores de espermatozóides que, junto com outras substâncias, constitui o esperma ou 
sêmen, que sai pela uretra durante o coito.
 Quanto ao desenvolvimento do embrião, de modo geral, a maioria dos mamíferos 
apresenta um esquema de desenvolvimento comum. Após a ovulação, o óvulo desce pelas 
trompas, onde é fecundado. Nesse trecho, ele passa a se dividir e chega ao útero já como uma 
Agradecimento: Gilberto Miranda / Foto: Viviane Pelissari
12 - Guia de Animais Brasileiros
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estrutura constituída de uma camada de células em torno 
de uma cavidade cheia de líquido chamada blastocisto, 
que se fixa na parede uterina entre o quinto e o 14º dia 
após a cópula.
 Depois disso, o embrião desenvolve um sistema de 
membranas e vasos sanguíneos estreitamente ligado aos 
vasos da mãe e, na maioria dos casos, começa a desenvol-
ver-se com a placenta.
 Estrutura de extrema importância, a placenta ga-
rante a nutrição, a respiração e a excreção do embrião 
no interior do útero, por difusão. Os tipos de placenta 
diferem claramente quanto à estrutura e à eficiência. As 
mais primitivas, ou seja, pouco desenvolvidas, são as 
dos marsupiais.
 O período de gestação é bastante variável, sendo, 
geralmente, mais longo entre os mamíferos de grande 
porte. A duração é influenciada, entre outros fatores, 
pelo estado do desenvolvimento do embrião.
 A ratazana e o coelho-doméstico têm, em média, 
um período de gestação de 22 a 31 dias, respectivamente. 
Enquanto o do cavalo é de 336, e o do elefante chega a 
20 meses.
Comportamento maternal e a prole
 Os mamíferos também se diferenciam pelo cuida-
do com a cria, mais longo e mais dedicado do que em 
qualquer outra classe de animais, que tem o seu ápice na 
espécie humana.
 Em geral, nos mamíferos, todas as mães provêm ca-
lor, alimento e proteção aos filhotes. O tempo e o tipo de 
dedicação despendidos variam muito, conforme o grau 
de desenvolvimento de cada um ao nascer. Há espécies 
cujas proles nascem mais desenvolvidas e logo já estão se 
virando sozinhos, em outras, permanecem dependentes 
por mais tempo.
 
 Basicamente, pode-se resumir em 4 os principais 
tipos de assistência maternal aos pequenos:
 Filhotes muito imaturos, marsupiais, são mantidos 
na bolsa (marsúpio) até terminarem parte de seu desen-
volvimento;
 Filhotes são abrigados em ninhos construídos pe-
las mães (coelhos, ursos etc);
 Filhotes são carregados pela mãe (ou pai, no caso 
dos micos-leões) durante boa parte de sua infância, rece-
bendo calor, proteção dos predadores e se locomovendo 
junto com o bando;
 Filhotes nascem precoces, tornam-se independen-
tes rapidamente e requerem o mínimo de cuidado ma-
terno, reduzido, muitas vezes, apenas à amamentação; 
geralmente ungulados, veado, boi, cavalo etc.
 Crescimento – Observando-se o crescimento de 
um mamífero desde a fecundação do óvulo, percebe-
-se que ele é lento no início, depois acelera progressi-
vamente e volta a declinar até parar, quando atingido 
o tamanho definitivo.
 A velocidade de crescimento também varia enor-
memente entre as diferentes espécies, sendo muito rápi-
do em algumas e mais lento em outras. Um dos índices 
mais incríveis é o da foca-elefante (mironga leonina), 
animal enorme que chega a atingir até três toneladas 
(machos).Uma fêmea, que nasce pesando cerca de 46 
kg, pode dobrar de peso em apenas 11 dias, e chega a 
quadruplicar em 21.
 Comportamento – Por sua grande capacidade de 
aprender, recordar e inovar – diretamente ligada ao seu 
alto desenvolvimento cerebral –, os mamíferos desta-
cam-se dos outros animais do ponto de vista do compor-
tamento. Muitas atitudes estão ligadas aos hábitos ali-
mentares, à reprodução e à necessidade de se abrigarem.
 Algumas espécies, como os castores, por exemplo, 
desenvolveram esplêndido comportamento relacionado 
à construção de abrigos. De forma cooperada, os mem-
bros de um grupo são capazes de construir fortes bar-
ragens, capazes de resistir a enchentes e temporais por 
diversos anos.
 Bastante variada é a vida social das diferentes es-
pécies. A mais simples se manifesta no grupo territorial 
familiar, no entanto, muitos são os animais que estabele-
cem grupos formados por diversas famílias.
 Entre os primatas, ocorrem vários tipos de organi-
zação social. As espéciesque habitam terrenos descam-
pados, como os babuínos, costumam viver em grandes 
grupos, de até 100 animais, enquanto as que habitam as 
florestas, geralmente se organizam em pequenos grupos.
 Numerosas espécies de carnívoros formam grupos 
de uma ou mais famílias, que, às vezes, não toleram a 
presença de outros indivíduos da mesma espécie só que 
de um grupo diferente.
 Os grandes ungulados, que vivem em descampados, 
protegem-se agrupando-se em grande manadas, onde 
muitos indivíduos podem vigiar melhor a aproximação 
de predadores.
 Particularmente interessantes são os comportamen-
tos ritualizados, evidentes durante o cio, manifestados 
por gritos e atos violentos entre os machos.
Guia de Animais Brasileiros - 13 
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B r a s i l e i r o s
Fauna preciosa
Campeão absoluto de biodiversidade terrestre, o Brasil abriga cerca de 13% de todos os mamíferos do mundo, reconhecidos por 
suas diferentes formas, cores e hábitos.
São 524 espécies – 483 continentais e 41 marinhas – distribuídas em 
11 ordens e 43 famílias. Só na Mata Atlântica, um dos biomas mais 
ricos do planeta, ocorrem 250 espécies. 
Esses números fazem do país o número 1 em diversidade de mamí-
feros da região neotropical (América Central e do Sul), seguido do 
México e do Peru, com 500 e 460 espécies respectivamente.
Nas próximas páginas, você vai encontrar uma seleção dos principais 
animais. São fotos de 48 espécies, com representantes das 11 ordens 
de mamíferos brasileiros, acompanhadas de fichas técnicas. Vale lem-
brar que os dados sobre tamanho e peso de cada animal referem-se a 
indivíduos machos adultos, sendo as medidas de comprimento, di-
mensões do corpo e cabeça somadas
14 - Guia de Animais Brasileiros
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Fauna preciosa
Campeão absoluto de biodiversidade terrestre, o Brasil abriga cerca de 13% de todos os mamíferos do mundo, reconhecidos por 
suas diferentes formas, cores e hábitos.
Guia de Animais Brasileiros - 15 
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Nome científico: Caluromys sp.
Ordem: Marsupialia
Família: Didelphidae
Tamanho: comprimento: de 16 a 28 cm / peso: entre 
140 e 390 g.
Reprodução: gestação de aproximadamente 25 dias, com 
ninhadas de 1 a 7 filhotes.
Dieta: onívoro, alimenta-se, principalmente, de frutas, 
invertebrados e néctar, nas épocas secas do ano.
Onde vive: sudeste do Brasil e em grande parte da 
América do Sul, da Venezuela ao norte da Argentina.
Características e hábitos: os olhos grandes e salientes 
são suas marcas características. Possuem o feitio geral dos 
gambás, seus “parentes” próximos. No Brasil, existem 
duas espécies de cuícas do gênero Caluromys: C. philander 
e C. lanatus, ambas conhecidas pelo nome vulgar de 
cuíca-lanosa, por causa da sua pelagem mais farta que a 
de outros gêneros. São animais noturnos e arborícolas. 
Solitários, costumam ser vistos acompanhados somente 
nas épocas de acasalamento, quando os machos procuram 
as fêmeas. Sua reprodução não é sazonal, e pode ocorrer 
em qualquer época do ano. Apontamentos recentes 
relatam que um indivíduo da espécie chega a viver mais de 
6 anos.
Catita
Nome científico: Gracilinanus microtarsus
Ordem: Didelphidia
Família: Didelphidae
Tamanho: comprimento: de 9 a 11 cm / 
peso: entre 19 e 30 kg.
Reprodução: gestação de 
Dieta: onívoro, alimenta-se de vegetais e 
invertebrados.
Onde vive: no Brasil, ocorre no Sudeste, 
no Centro-Oeste, e em parte do Norte 
e do Nordeste.
Características e hábitos: apresenta 
pelagem marrom-avermelhada e cauda 
relativamente comprida. Já as patas, tanto 
as dianteiras quanto as traseiras, são 
pequenas em relação ao corpo. 
Cuíca-lanosa
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16 - Guia de Animais Brasileiros
M a r s u p i a i s 4 f a m í l i a s , 1 4 g ê n e r o s , 4 0 e s p é c i e s
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Nome científico: Didelphis 
albiventris
Ordem: Marsupialia
Família: Didelphidae
Tamanho: comprimento: de 30 a 
50 cm / peso: de 0,5 a 2,5 kg.
Reprodução: gestação de 11 a 
12 dias, com ninhadas de 18 a 21 
filhotes.
Dieta: onívoro, alimenta-se de 
pequenos vertebrados, insetos, 
larvas e vegetais.
Onde vive: ocorre em todos os 
biomas brasileiros e, na América 
do Sul, desde a Venezuela até a 
Argentina.
Características e hábitos: 
geralmente lembrados pelo cheiro 
desagradável que exalam, os 
gambás não costumam ser muito 
queridos pela maioria das pessoas. 
Cuíca-lanosa
Mas o forte odor, além de ser uma de suas defesas, é também um 
sinal das fêmeas para os machos, que indica cio. Outra tática de 
defesa, usada quando se sente ameaçado, é fingir-se de morto 
para depois fugir. Os gambás em geral são animais pequenos de 
hábitos noturnos, terrestres e arborícolas. Passam o dia dormindo 
em tocas e, solitários, costumam ser agressivos, especialmente com 
os machos. Pode se reproduzir de 1 a 3 vezes por ano, nas estações 
chuvosas. Após curta gestação, chegam a nascer até 21 filhotes, 
mas, em média, apenas a metade sobrevive. Eles nascem muito 
pequenos, ainda em fase embrionária, e têm de se deslocar até o 
marsúpio – uma bolsa no ventre da mãe. Lá, ficam agarrados às 
mamas até completarem o desenvolvimento total, com cerca de 90 
dias. Seu nome popular deriva do tupi “gã’bá” ou “guaambá”, 
que significa “saco vazio”, ou “ventre oco” , em referência ao 
seu marsúpio. 
O gambá-de-orelha-branca, recebe esse nome popular por causa da 
cor de suas orelhas, embora o seu rosto também possua coloração 
clara, com uma faixa escura rodeando os olhos, que vai até a base 
das orelhas.
No Brasil, os gambás também são chamados por outros nomes 
populares, como mucura, timbu, suruê, entre outros, de acordo com 
a região do País. 
Gambá-de-orelha-branca
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Guia de Animais Brasileiros - 17 
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Nome Científico: Choloepus didactylus
Ordem: Edentata
Família: Megalonychidae
Tamanho: comprimento: de 46 a 86 cm 
/ peso: de 4 a 8,5 kg.
Reprodução: gestação de cerca de 6 
meses, nascendo apenas um filhote por 
ano.
Dieta: herbívoro, alimenta-se de brotos, 
folhas e frutos.
Onde vive: norte do Brasil, na 
Amazônia, e no norte da América do 
Sul.
Características e hábitos: de hábitos noturnos, a preguiça-real passa o dia em 
um estado de semi-torpor, pendurada de cabeça-para-baixo, nos galhos das 
árvores. Mas mesmo à noite, quando sai em busca de alimento, movimenta-
se vagarosamente. No chão, onde faz as necessidades fisiológicas, move-se 
ainda mais devagar, o que a torna uma presa fácil para os seus predadores – os 
carnívoros de grande porte. Já na água, é capaz de nadar rapidamente.
Com pernas mais longas que a preguiça-de-três-dedos, caracteriza-se por 
possuir apenas dois dedos nas patas dianteiras, cujas garras, que servem como 
eficientes armas contra os inimigos, podem chegar a 8 cm de comprimento. 
É a maior espécie de preguiça. Robusta, porém sensível a grandes variações de 
temperatura, a sua distribuição geográfica é restrita à região equatorial. Livre, 
chega a viver até 11 anos.
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18 - Guia de Animais Brasileiros
E d e n t a t o s 4 f a m í l i a s , 1 0 g ê n e r o s , 1 9 e s p é c i e s
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Nome Científico: Mymercophaga 
tridactyla
Ordem: Edentata
Família: Myrmecophagidae
Tamanho: comprimento: de 1 a 
1,9 m / peso: de 18 a 40 kg.
Reprodução: cerca de 190 dias 
de gestação, nascendo apenas 
um filhote.
Dieta: mirmecófago, alimenta-se 
de formigas, cupins e larvas.
Onde vive: no Brasil, ocorre, 
preferencialmente, no Cerrado. É 
encontrado também na América 
Central e do Sul.
Características e hábitos: animalpacífico e solitário, habita as 
florestas úmidas, campos e cerrados de todo o Brasil. Vive no chão, mas é 
capaz de subir em árvores com desenvoltura e até de nadar. Os longos pelos 
da cauda, que parecem formar uma espécie de bandeira, deram origem ao seu 
nome popular. De cor geralmente cinza-acastanhada, apresenta uma banda 
preta que sobe do peito até a metade do dorso, ladeada por duas linhas de 
pelos brancos. Sem dentes – como o nome da própria ordem a que pertence 
já diz – alimenta-se apenas de formigas, cupins e larvas, que consegue 
localizar graças ao seu olfato bem desenvolvido. Uma vez encontrada a 
comida, o tamanduá-bandeira usa suas poderosas garras para cavar a terra do 
formigueiro ou cupinzeiro e, depois, com a língua pegajosa – de mais de 50 
cm de comprimento – captura os insetos, que são imediatamente engolidos. 
Lento e silencioso, caminha apoiado no dorso das mãos, dobrando as grandes 
unhas contra as palmas, e só aperta o passo em caso de perigo. De hábitos 
naturalmente diurnos, pode adquirir hábitos noturnos quando vive próximo 
de humanos. É inofensivo para o homem e outros mamíferos. Quando 
ameaçado, fica em posição ereta, apoiado nas patas de trás, e usa as poderosas 
garras das patas dianteiras para se defender.
Tamanduá-bandeira
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Guia de Animais Brasileiros - 19 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Tamandua 
tetradactyla
Ordem: Edentata
Família: Myrmecophagidae
Tamanho: comprimento: de 47 a 
88 cm / peso: de 2,0 a 8,4 kg.
Reprodução: gestação de 130 a 
160 dias, nascendo um filhote por 
vez.
Dieta: mirmecófago, alimenta-se 
de formigas, cupins e abelhas.
Onde vive: sul do Brasil e na 
América do Sul (da Venezuela 
a Argentina).
Características e hábitos: além do tamanho e coloração do pelo, o tamanduá-
mirim diferencia-se do tamanduá-bandeira por ter uma garra a mais, em cada 
pata, e sua cauda ser preênsil, o que lhe confere grande agilidade entre os galhos 
das árvores. Arborícola, desce ao chão frequentemente, caminhando apoiado 
na lateral das patas – ferramentas preciosas que utiliza para escavar os duros 
ninhos de cupins, formigueiros e colméias.
Como todos os tamanduás, o tamanduá-mirim não possui nem vestígio de 
dentes, e utiliza a sua língua (cerca de 25 cm de comprimento) e saliva pegajosa 
para capturar o alimento. De hábitos predominantemente noturnos, dorme em 
ocos de árvores durante o dia e sai à noite para procurar comida.
A mãe carrega o filhote nas costas durante alguns meses, até ele se desenvolver o 
suficiente para se locomover e procurar comida sozinho. Em cativeiro, o maior 
tempo de vida já registrado é de pouco menos de 10 anos.
Outros nomes: tamanduá-de-colete.
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Tamanduá-mirim
20 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Euphractus 
sexcinctus
Ordem: Edentata
Família: Dasypodidae
Tamanho: comprimento: de 64 a 
66 cm / peso: de 3,2 a 6,5 kg.
Reprodução: gestação de cerca de 
2 meses, e ninhada de 
2 filhotes.
Dieta: onívoro, alimenta-se de formigas, vegetais, insetos e pequenos 
vertebrados.
Onde vive: é visto com frequência no Pantanal.
Características e hábitos: assim como os outros tatus, possui o corpo 
recoberto por uma espécie de couraça, composta de placas ósseas. Ocupa 
campos e cerrados, onde escava túneis para se esconder, mas, diferente das 
outras espécies, frequentemente reutiliza suas tocas. Possui hábitos diurnos 
e dificilmente realiza alguma atividade noturna. A visão do tatu-peba é 
pouco desenvolvida, utilizando, assim, o bom olfato para 
procurar alimento.
Tatu-peba
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Guia de Animais Brasileiros - 21 
Grupo Unico PDF Passe@diante
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Morcego
Nome científico: Anoura geoffroyi
Ordem: Quiroptera
Família: Phyllostomidae
Tamanho: comprimento: de 8,5 a 
9,7 cm / peso: aproximadamente 
15 g.
Reprodução: gestação de cerca de 
4 meses, nascendo, normalmente, 
um filhote por vez.
Dieta: nectarívoro, alimenta-se, 
principalmente, de néctar e pólen, 
mas também pode ingerir frutas 
e insetos.
Onde vive: ocorre nos 5 grandes 
biomas brasileiros, da Amazônia 
ao Pantanal, e na América Central 
e do Sul.
Características e hábitos: este pequeno morcego nectarívoro não possui cauda 
e apresenta pelagem marrom-escura nas partes superiores do corpo, e mais 
acinzentada nas partes de baixo, sendo os ombros e o pescoço prateados. Sua 
língua é longa e dotada de papilas.
Animal de hábitos noturnos, descansa sozinho ou em grupos – formados de 
indivíduos de ambos os sexos – em cavernas, de onde só sai depois do anoitecer. 
Voador habilidoso, é capaz de se manter no ar, num mesmo lugar – quase como 
os beija-flores –, para se alimentar.
As fêmeas, geralmente, engravidam uma vez por ano, mas as épocas de 
reprodução podem variar bastante, conforme a ocorrência geográfica. O período 
de gestação dura, em média, 4 meses e os nascimentos costumam ser mais 
comuns entre as estações seca e chuvosa. A fêmea carrega o filhote durante o voo 
até que ele possa voar sozinho, período em que ela também lhe fornece comida 
e proteção. Na natureza, seu tempo de vida é provavelmente semelhante ao de 
outros microquirópteros, mas não há dados conclusivos sobre a longevidade 
máxima. Em cativeiro, alguns indivíduos chegam a viver cerca de 10 anos.
22 - Guia de Animais Brasileiros
Q u i r ó p t e r o s 9 f a m í l i a s , 5 6 g ê n e r o s , 1 3 7 e s p é c i e s
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome científico: Desmodus 
rotundus
Ordem: Quiroptera
Família: Phyllostomidae
Tamanho: comprimento: de 7 a 
9,5 cm / peso: de 26 a 42 g.
Reprodução: gestação de cerca 
de 7 meses, nascendo um filhote, 
ocasionalmente dois.
Dieta: hematófago, alimenta-
se do sangue de mamíferos, 
principalmente das 
espécies domésticas.
Onde vive: no Brasil, ocorre 
nos cinco grandes biomas, da 
Amazônia ao Pantanal e nos 
Campos do Sul. Também é 
encontrado na América do Sul, 
desde o México até o Chile.
Características e hábitos: o 
morcego-vampiro é uma das 
três únicas espécies de morcego 
exclusivamente hematófagos que 
existem no mundo. Altamente 
especializado, seus dentes, língua e 
modo de locomoção são adaptados 
ao seu hábito alimentar. Ao contrário do que a maioria das pessoas pode 
imaginar, ele não faz dois “furinhos” na carne da presa para chupar-lhe o 
sangue. Dotado de grandes e afiados incisivos e caninos, o morcego-vampiro 
faz um pequeno corte na pele, como se utilizasse uma lâmina de barbear 
e lambe o sangue da vítima. Sua língua possui saliências laterais que se 
contraem e se expandem quando ele está se alimentando, e sua saliva contém 
um poderoso anticoagulante. 
Caracteriza-se pelo focinho curto, orelhas pontudas e pelagem marrom-
acinzentada nas partes superiores do corpo e mais clara na barriga. Não 
possui cauda, e suas asas têm entre 35 e 40 cm de envergadura. Normalmente 
as fêmeas são maiores que os machos.
Apesar de ser um animal voador, o morcego-vampiro também é ágil no chão, 
o que não é muito comum. Ele é capaz de andar, saltitar e até mesmo correr 
pequenas distâncias. Essa habilidade é estreitamente ligada à obtenção de 
alimento. Quando avista uma presa, o morcego pousa em um local próximo 
e se aproxima pelo solo para atacá-la desprevenida. Geralmente ele escala o 
corpo da vítima sem ser notado e escolhe o melhor ponto para retirar 
o sangue.
Animal dehábitos noturnos e social, vive e caça em grupos. Acredita-se que o 
morcego-vampiro seja sexualmente ativo o ano inteiro. As fêmeas engravidam 
geralmente uma vez por ano, e os nascimentos podem ocorrer em qualquer 
época, mas costumam ser mais frequentes de abril a maio, e de outubro a 
novembro. O filhote nasce pesando de 5 a 7 g e se desenvolve rapidamente. 
No primeiro mês de vida, alimenta-se exclusivamente do leite materno e 
só começa a se alimentar de sangue a partir do segundo mês, com a mãe 
regurgitando o alimento em sua boca. Aos 4 meses, já é capaz de conseguir 
seu próprio alimento. Vive até 12 anos.Morcego-vampiro
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Guia de Animais Brasileiros - 23 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Alouatta caraya
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Tamanho:comprimento: de 44 a 
57 cm / peso: de 3,7 a 7,3 kg.
Reprodução: gestação de 180 dias, 
nascendo 1 filhote por vez.
Dieta: folívoro frugífero, alimenta-
se de folhas, brotos e frutos.
Onde vive: no Brasil, ocorre 
no Cerrado, no Pantanal e nos 
Campos do Sul. Encontrado 
também no centro da América do 
Sul (leste da Bolívia ao Paraguai e norte da Argentina). 
Características e hábitos: o bugio, conhecido também como guariba, é um 
dos maiores primatas do Brasil e da América do Sul. Os machos apresentam 
pelagem preta, e uma barba revestindo o queixo. As fêmeas e os filhotes são 
mais claros, da cor de palha. 
Animal de pouca atividade, passa a maior parte do dia descansando. Habita os 
galhos altos, onde se movimenta com o auxílio de sua forte cauda preênsil.
Vive em grupos de aproximadamente 7 indivíduos liderados pelo macho 
mais velho. Os bandos comunicam-se por meio de diferentes tipos de gritos, 
gemidos, uivos e grunhidos. Cada som tem um significado específico, como, 
por exemplo, alerta de perigo ou um filhote desgarrado. Ao amanhecer, roncam 
para demarcar seu território e intimidar os intrusos de outro bando. Vive, em 
média, 20 anos.
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24 - Guia de Animais Brasileiros
P r i m a t a s 2 f a m í l i a s , 1 5 g ê n e r o s , 6 8 e s p é c i e s
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Chiropotes 
satanas
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Tamanho: comprimento: de 33 a 
44 cm / peso: de 2 a 4 kg.
Reprodução: gestação de 5 meses, 
nascendo 1 filhote, por vez.
Dieta: frugívoro, alimenta-se de 
frutas, flores, castanhas e sementes.
Onde vive: na América do Sul. No 
Brasil, ocorre na região Amazônica. 
Cuxiú-preto
Características e hábitos: os cuxiús caracterizam-se pelos tufos de pelos 
macios na cabeça e no rosto, que lembram as formas da barba e do cabelo 
humano. Nos machos, despertam atenção os testículos de cor rosa-claro 
e totalmente sem pelos, em contraste com a pelagem escura do corpo. 
Sua cauda é preênsil apenas na infância, nos primeiros 2 meses de idade. 
Quando adulto, a cauda perde essa função.
Animal arborícola de hábitos diurnos, vive em grandes bandos de cerca de 
30 indivíduos. Costuma se deslocar rapidamente por vários quilômetros ao 
longo do dia em busca de alimento. Algumas vezes, acontece de um membro 
do bando ficar para trás e os outros nem perceberem. Quando isso acontece, 
o macaco que ficou sozinho costuma se juntar a grupos de outras espécies, 
como os de macacos-pregos ou de macacos-de-cheiro. Vive aproximadamente 
20 anos.
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Guia de Animais Brasileiros - 25 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Callicebus 
donacophilus
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Tamanho: comprimento: de 32 a 
55 cm / peso: de 1,0 a 1,65 kg.
Reprodução: gestação de cerca de 5 
meses, nascendo 1 filhote por vez.
Dieta: frugívoro onívoro, alimenta-
se de frutas, folhas e um pouco de 
Guigó 
insetos.
Onde vive: América do Sul, na região oeste do Mato Grosso 
e na Bolívia. 
Características e hábitos: o nome científico significa macaco lindo, 
enquanto o nome popular faz referência ao som que produz. Assim 
como os bugios, o guigó também é capaz de vocalizar sons bem 
altos e os utiliza para demarcar seu território. Animal arborícola 
de hábitos diurnos, vive em pequenos grupos de 2 a 6 indivíduos. 
Quando macho e fêmea estão sentados lado a lado, é comum vê-los 
entrelaçando suas caudas uma na outra, o que significa que eles 
estão demonstrando sua união.
Outros nomes: auá.
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26 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
Características e hábitos: o macaco-aranha vive nas florestas primárias da 
Amazônia. No Brasil, ocorre do leste do Rio Negro ao norte do Rio Amazonas. 
Possui esse nome por causa de seus membros acentuadamente longos e finos, 
que lembram os de uma aranha. Seu pelo escuro varia de preto a castanho. As 
fêmeas se diferenciam por apresentarem uma pele avermelhada pendurada na 
parte traseira. Animal de hábitos diurnos e arborícola, raramente desce ao solo. 
Habita o topo das árvores, onde se movimenta com grande rapidez. Ao saltar 
entre os galhos, é capaz de vencer vãos de mais de 10 m. Grande parte dessa 
agilidade deve-se à sua cauda preênsil, dotada de grande mobilidade e precisão 
de agarre. Esse membro, além de sustentar o peso do animal pendurado, 
também é utilizado praticamente como uma terceira mão. É com a cauda que o 
macaco-aranha prefere pegar comida e objetos delicados.
Vive em bandos de 20 a 40 indivíduos. Sai em busca de alimento de manhã 
e descansa à tarde. Costuma dormir em grupos, agarrado um ao outro, pela 
cauda e sempre no topo das mesmas árvores. Pode viver até 20 anos.
Nome Científico: Ateles belzebuth
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Tamanho: comprimento: de 42 a 
58 cm / peso: de 5,9 a 10,4 kg.
Reprodução: gestação de 139 dias, 
1 filhote por vez.
Dieta: frugívoro herbívoro, 
alimenta-se de frutos, folhas, 
brotos e flores.
Onde vive: América do Sul, 
na região da Amazônia, do 
Suriname e da Guiana Francesa 
até o Brasil, incluindo Peru, 
Colômbia e Venezuela.
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Guia de Animais Brasileiros - 27 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Lagothrix 
lagotrichia
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Tamanho: comprimento: de 39 a 
58 cm / peso: de 3,6 a 10,2 kg.
Reprodução: gestação de 225 dias, 
nascendo 1 filhote por vez.
Dieta: frugívoro herbívoro, 
alimenta-se de frutos, folhas, 
sementes e pequenos invertebrados.
Onde vive: América do Sul (Brasil, 
Colômbia, Equador e Peru).
Características e hábitos: por causa 
da “barriguinha” proeminente 
Macaco-barrigudo
– que lhe rendeu o nome popular –, das orelhas pequenas, da pelagem curta 
e espessa, variando do cinza ao amarelo, o macaco-barrigudo possui uma 
aparência facilmente reconhecível. Sua longa e forte cauda preênsil apresenta 
uma placa de pele almofadada, sem pelos, na parte interna, perto da ponta.
Extremamente ágil, desloca-se com grande rapidez entre os galhos, realizando 
verdadeiras acrobacias com seus saltos incríveis. No chão, caminha em posição 
ereta com a cauda voltada para cima.
Animal arborícola de hábitos diurnos, vive em bando de 12 ou mais indivíduos, 
podendo conter até 70 membros. Grupos grandes costumam se subdividir em 
2 ou 3 grupos menores, que se congregam de tempos em tempos. Às vezes, os 
macacos-barrigudos também se juntam a grupos de macacos-aranha ou bugios.Por ser dócil e calmo, é muito capturado e comercializado clandestinamente 
como animal de estimação. Isto somado à caça predatória e à destruição de 
seu hábitat o coloca em risco de extinção. Em cativeiro, existiram animais que 
viveram por 33 anos.
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28 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
Macaco-prego
Nome Científico: Cebus apella 
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Tamanho: comprimento: de 35 a 
49 cm / peso: de 1,7 a 4,5 kg.
Reprodução: gestação de 150 a 160 
dias, nasce 1 filhote por vez.
Dieta: onívoro, alimenta-se de 
frutas, artrópodes 
e pequenos vertebrados.
Onde vive: no Brasil, ocorre da 
Amazônia aos Campos do Sul.
América do Sul, do leste dos Andes 
colombianos e venezuelanos até o 
Paraguai e norte da Argentina. 
Características e hábitos: a pelagem do 
macaco-prego varia do marrom-claro 
e amarelo-escuro ao preto, na maior parte do corpo, e torna-se mais clara 
nos ombros e abaixo da barriga. Na cauda, nos pés e nas mãos, os pelos são 
pretos ou marrom-escuros. Possuem cauda longa e semi-preênsil. Robustos 
e esguios, os machos chegam a ser cerca de 30% maiores que as fêmeas. 
Animal inteligente e curioso, o macaco-prego gosta muito de brincar, 
especialmente quando jovem.
Arborícola de hábitos diurnos, habita as partes média e baixa das florestas 
e, às vezes, desce ao solo para pegar algum alimento ou brincar. Vive em 
grupos de 8 a 15 indivíduos, liderados por um macho, que é o principal 
responsável pela segurança de todos contra predadores e invasões do 
território por outros grupos. Quando ameaçado, o líder emite sons de 
alerta que chamam a atenção do animal para si, possibilitando a fuga do 
bando. Os machos jovens costumam deixar o grupo quando atingem a 
maturidade sexual para procurar novos grupos para cruzar, enquanto as 
fêmeas têm o costume de passar a vida inteira no mesmo grupo.
Na natureza, sua longevidade ainda não é precisamente conhecida, mas, 
em cativeiro, há registros de animais que viveram até os 45 anos.
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Guia de Animais Brasileiros - 29 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Estado do Rio de Janeiro.
Características e hábitos: a juba em torno da cabeça e a pelagem 
cor de ouro, que brilha sob o sol, renderam-lhe o apropriado 
nome popular. O mico-leao-dourado é um pequeno primata, de 
ocorrência restrita às serras costeiras, no Estado do Rio de Janeiro, 
entre 500 e 100 m de altitude. Além da pelagem exuberante, 
caracteriza-se pelas mãos e dedos muito compridos e finos, 
adaptados para pegar insetos e anfíbios, nos ocos e nos troncos 
e galhos. Vive em grupos familiares e abriga-se em buracos nas 
árvores, feitos por outros animais.
Animal social, porém territorialista, é capaz de lutar até a morte 
para defender seu território. Vive até 15 anos.
Mico-leão-dourado
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Nome Científico: Leontopithecus 
rosalia
Ordem: Primates
Família: Callithrichidae
Tamanho: comprimento: de 22 a 
28 cm / peso: de 410 a 650 g.
Reprodução: gestação de 4 a 5 
meses. Nascem 2 filhotes.
Dieta: frutos, moluscos, insetos e 
pequenos vertebrados.
Onde vive: Mata Atlântica, no 
30 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Leontopithecus 
chrysopygus
Ordem: Primates
Família: Callithrichidae
Tamanho: comprimento: de 25 a 30 cm / 
peso: de 540 a 800 g.
Reprodução: gestação de 132 a 135 dias. 
Nascem 2 filhotes.
Dieta: insetívoro onívoro, alimenta-se de 
frutas, insetos, anfíbios, pequenos lagartos, 
passarinhos e ovos.
Onde vive: somente no Brasil, 
principalmente no interior do Estado de 
São Paulo e na Mata Atlântica.
Características e hábitos: apesar de ser 
menos conhecido ou lembrado pela maioria 
das pessoas do que o mico-leão-dourado, 
o mico-leão-preto é considerada a espécie 
mais ameaçada de extinção do País. Grupos 
grandes desse primata existem somente em 
algumas poucas unidades de conservação no 
interior do Estado de São Paulo, como a do 
Morro do Diabo.
No Brasil, além do mico-leão-preto, o gênero Leontopithecus, 
dos chamados micos-leões, comporta mais 3 espécies: mico-leão-
dourado (L. rosalia), mico-leão-da-cara-dourada (L. chrysomelas) 
e mico-leão-da-cara-preta (L. caissara), diferentes entre si pela 
coloração do pelo.
Pequenos e com dedos extremamente finos e compridos, os micos-
leões caracterizam-se pela exuberante pelagem, especialmente farta 
na região da cabeça e do pescoço, que lhe confere uma espécie 
de juba (daí o nome popular). Uma curiosidade dessa espécie de 
primata diz respeito ao trato com os filhotes. Aqui, quem cuida da 
cria é o macho. A mãe só fica com o recém-nascido junto ao ventre 
nos primeiros quatro dias. Depois disso, é o pai quem o carrega o 
tempo todo, cuida, limpa e penteia. A mãe só pega o pequeno, a 
cada 2 ou 3 horas, para amamentá-lo. Mas mesmo durante esses 
intervalos, que duram cerca de 15 minutos, o pai costuma ficar 
sempre por perto.
Usualmente monogâmico, o mico-leão-preto é uma espécie social. 
Passa a maior parte do tempo com seu grupo familiar, formado, 
geralmente, pelo casal e a prole das últimas 2 ou 3 crias. Mesmo 
depois de se tornarem independentes, os filhotes costumam 
permanecer com o grupo familiar até atingirem a maturidade sexual, 
aos 16 ou 20 meses. Na natureza, vivem cerca de 15 anos.
Mico-leão-preto
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Guia de Animais Brasileiros - 31 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Brachyteles 
acrachnoides
Ordem: Primates
Família: Cebidae
Tamanho: comprimento: de 46 a 
63 cm / peso: de 12 a 15 kg.
Reprodução: gestação de 7 a 8 
meses, nascendo 1 filhote.
Dieta: frugívoro herbívoro, 
alimenta-se de frutos, brotos e 
folhas, sementes e frutas.
Onde vive: no sudeste do Brasil, exclusivamente na Mata Atlântica.
Características e hábitos: espécie exclusiva da Mata Atlântica, do 
sudeste brasileiro, o mono-carvoeiro é o maior primata das Américas 
e está seriamente ameaçado de extinção. O nome popular vem da cor 
de sua face, mãos e pés: negros, como os dos trabalhadores das minas 
de carvão. Animal arborícola de hábitos diurnos, vive em grupos de 8 a 
42 indivíduos. Quando enconcontram árvores carregadas de frutos, ele 
costuma permanecer vários dias no mesmo local. Diferente dos demais 
primatas, são as fêmeas que copulam com diversos machos, usandoo 
rabo para brincar ou fugir do adversário. Vive até 20 anos.
Outros nomes: mono-carvoeiro.
Muriqui Foto: Manoel Carvalho, no 
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32 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
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Nome Científico: Callithrix 
jacchus
Ordem: Primates
Família: Callithrichidae
Tamanho: comprimento: de 19 a 
25 cm / peso: de 261 a 323 g.
Reprodução: gestação de 
aproximadamente 150 dias, 
com cria de 1 a 3 filhotes.
Dieta: gomívoro onívoro, 
alimenta-se de frutos, insetos 
e goma das árvores.
Onde vive: na Mata Atlântica, 
mas está sendo introzido em outras 
regiões do País.
 Características e hábitos: de corpo 
pequeno e frágil, o mico-estrela 
possui uma pelagem cinza com 
tons de marrom, cortada por 
tiras transversais mais claras nas costas. 
É caracterizado pelos tufos de pelo claro 
próximo às orelhas. Animal arborícola de 
hábitosdiurnos, o mico-estrela passa o dia 
procurando comida pelos galhos das árvores. 
Apesar de se movimentar com agilidade 
entre os ramos, evita pular de uma árvore 
para a outra.
O sagui-de-tufo-branco, assim como outras 
espécies de micos e saguis, é poligâmico. A 
fêmea geralmente cruza com diversos 
machos. Vive em bando de 2 a 13 
indivíduos, que pode incluir subgrupos 
compostos de 2 machos e uma fêmea, que 
se unem para acasalar e cuidar das crias. 
Os filhotes geralmente nascem aos pares e 
são relativamente grandes. Juntos, pesam 
cerca de 40% do peso da mãe e, por isso, os 
machos ajudam as fêmeas a carregar 
os pequenos.
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Guia de Animais Brasileiros - 33 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Pteronura 
brasiliensis
Ordem: Carnivora
Família: Mustelidae
Tamanho: comprimento: de 1 a 
1,2 m / peso: de 24 a 34 kg.
Reprodução: gestação de 65 a 70 
dias, nascendo de 1 a 5 filhotes.
Dieta: piscívoro, alimenta-se 
principalmente de peixes e moluscos.
Onde vive: no Brasil, ocorre na 
Amazônia, no Cerrado, na Mata 
Atlântica e no Pantanal. América do 
Sul, desde a Colômbia e Venezuela 
até o norte da Argentina. 
Características e hábitos: a ariranha 
é uma espécie de mustelídeo – 
família de carnívoros, que inclui 
a irara e o furão, entre outros – 
exclusiva da América do Sul. Muito 
parecida com a lontra, diferencia-
se desta por ter uma pelagem marrom mais escura, que fica quase preta 
quando molhada, e por apresentar uma característica mancha branco-
amarelada que sobe do peito até o queixo.
Animal semi-aquático, de hábitos diurnos, vive próximo às margens de 
rios e lagos, onde constrói suas tocas sob barrancos e raízes de árvores 
ribeirinhas. Sua adaptação ao meio aquático inclui pés grandes, com 
membranas entre os dedos, e uma longa e musculosa cauda achatada, que 
lhe dá grande impulso dentro d’água. Piscívoro e excelente nadador, a 
ariranha mergulha com precisão para capturar seus peixes, que carrega para 
comê-los em terra firme.
Apesar de ser territorialista, é um mamífero altamente social. Monogâmico, 
vive em grupos familiares de cinco a oito indivíduos, formados geralmente 
por um casal e várias gerações de filhotes.
A reprodução da ariranha é mais conhecida em cativeiro do que na natureza. 
Sabe-se que ela comumente ocorre entre o fim da primavera e início do 
verão, mas que algumas vezes pode se dar em qualquer outra época do ano. 
A fêmea fica no cio por um período de aproximadamente vinte e um dias e o 
acasalamento se dá dentro d’água. Os filhotes nascem com os olhos fechados 
e pesando entre 170 e 230 gramas. Abrem os olhos depois de um mês de 
vida, quando começam a acompanhar os pais em incursões além da área do 
abrigo familiar, e tornam-se totalmente independentes por volta dos nove ou 
dez meses de idade. Vivem entre 10 e 13 anos.
Ariranha Foto: Manoel Carvalho, no Parque Zoo
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34 - Guia de Animais Brasileiros
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Grupo Unico PDF Passe@diante
Onde vive: no Brasil, ocorre na Mata Atlântica, na caatinga, no 
cerrado, no Pantanal e nos Campos do Sul. América do Sul, desde o 
sudeste da Bolívia e Paraguai até o norte da Argentina e Uruguai. 
Características e hábitos: de rabo peludo e focinho comprido, o cachorro-
do-mato é um animal de hábito diurno. Marca seu território com as fezes 
e com a urina e forma grupos de, geralmente, 5 indivíduos. Quando 
vive perto de áreas habitadas pelo homem, é comum atacar criações de 
aves domésticas, o que o torna indesejado pelos fazendeiros. Também 
costuma ser visto em beiras de estradas, onde procura por restos de animais 
atropelados, o que acaba, muitas vezes, causando a sua própria morte. Vive 
até 10 anos.
Nome Científico: Cerdocyon 
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Ordem: Carnivora
Família: Canidae
Tamanho: comprimento: de 59 a 
76 cm / peso: de 3,6 a 7,9 kg.
Reprodução: gestação de 52 a 59 
dias, nascendo de 2 a 5 filhotes.
Dieta: carnívoro, alimenta-se de 
pequenos mamíferos, aves, répteis, 
insetos e frutas.
Cachorro-do-mato
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Guia de Animais Brasileiros - 35 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Cachorro-do-mato-vinagre
Nome Científico: Spheotos 
venaticus
Ordem: Carnivora
Família: Canidae
Tamanho: comprimento: de 61 a 
75 cm / peso: de 5 a 7 kg.
Reprodução: gestação de 67 dias, 
nascendo de 1 a 6 filhotes.
Dieta: estritamente carnívoro (o 
mais carnívoros dos canídeos), 
alimenta-se de pequenos e médios 
mamíferos, aves e peixes.
Onde vive: no Brasil, ocorre na 
Amazônia, no Cerrado, na Mata 
Atlântica e no Pantanal. América 
Central e do Sul, desde o Panamá 
até o nordeste da Argentina. 
Características e hábitos: caracteriza-se pela coloração parda, com tom ruivo-
avermelhado acentuado na região do dorso, do pescoço e da cabeça, e pelas 
pernas e focinho curtos. Animal que pode ser considerado semi-aquático por 
alguns estudiosos, por nadar e mergulhar com grande facilidade. De hábito 
diurno, à noite recolhe-se em tocas nos troncos de árvores. Visto como uma 
das espécies mais sociais entre os canídeos sul-americanos, geralmente anda 
em grupos de 4 a 7 indivíduos, mas também pode viver solitário. Suas presas 
preferidas são roedores, como cutias e pacas. Em grupo, pode abater presas 
bem maiores que ele, como capivaras, por exemplo.
Considerada uma espécie monogâmica, o cachorro-do-mato-vinagre não 
apresenta ciclos sazonais de reprodução. A fêmea pode ter uma nova cria a 
cada 235 dias, aproximadamente. Os filhotes nascem de cor preto-acinzentada 
e costumam ficar, de 4 a 5 meses, sob os cuidados da mãe. Enquanto a fêmea 
está tratando os pequenos, é o macho quem busca a comida para o casal.
O cachorro-do-mato-vinagre é altamente “vocal” e costuma usar sons altos e 
agudos e diversos tipos de latido para localizar membros de seu grupo 
na floresta.
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36 - Guia de Animais Brasileiros
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Leopardus 
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Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Tamanho: comprimento: de 56 a 
71 cm / peso: de 3 a 9 kg.
Reprodução: gestação de 80 a 84 
dias, nascendo, geralmente, 
apenas 1 filhote.
Dieta: carnívoro, alimenta-se de 
pequenos mamíferos terrestres e 
arborícolas, pássaros e répteis, mas, 
também, de insetos e de frutas.
Onde vive: no Brasil, ocorre na 
Amazônia, no Cerrado, na Mata Atlântica, no Pantanal e nos Campos do Sul. 
Na América Central e do Sul, também é encontrado.
Características e hábitos: de porte pequeno e com pelagem 
amarelo-escura na maior parte do corpo, salpicada de manchas que se espalham 
longitudinalmente da cabeça até a cauda, o gato-maracajá é semelhante a um 
gato comum, com pele de jaguatirica.
Animal arborícola e terrestre, como muitos felinos, movimenta-se nas árvores 
com agilidade peculiar e rapidez. Graças às suas patas traseiras, dotadas de 
uma articulação capaz de rotacionar até 180º sobre si mesma, o gato-maracajá 
consegue descer dos troncos com a cabeça voltada para baixo, enquanto a 
maioria dos felinos desce com a cabeça para cima, deslizando. Tal habilidade 
lhe permite caçar presas que habitam as árvores, como alguns roedores e aves.
Chegam à maturidade sexualpor volta dos 2 anos e os machos são maiores 
que as fêmeas.
Gato-maracajá
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Guia de Animais Brasileiros - 37 
Grupo Unico PDF Passe@diante
Nome Científico: Procyon 
cancrivorous
Ordem: Carnivora
Família: Procyonidae
Tamanho: comprimento: de 54 a 
65 cm /peso: de 3 a 7,7 kg.
Reprodução: gestação de 60 a 
73 dias, com ninhadas de 2 a 7 
filhotes, em média de 3 a 4.
Dieta: frugívoro onívoro, alimenta-
se de moluscos, peixes, alguns 
insetos, anfíbios e frutas.
Onde vive: no Brasil, ocorre 
nos cinco grandes biomas, da 
Amazônia aos Campos do Sul.
América Central e do Sul, da 
Costa Rica ao norte da Argentina. 
Características e hábitos: os 
guaxinins são encontrados em 
vários hábitats e se adaptam 
facilmente a qualquer lugar onde 
houver água, comida e condições 
para se esconder e fazer suas tocas. 
Vivem geralmente em locais de vegetação alta e fechada, próximos de rios, 
pântanos e lagos.
A mancha negra em torno dos olhos é sua marca característica. Em espécies 
que vivem mais ao norte do continente americano, essa mancha costuma se 
estender até as orelhas. Apresenta pelagem marrom na região dorsal e negra nas 
patas. A cauda, de pelos fartos, corresponde a 50% do comprimento do corpo. 
Animal terrestre, de hábitos noturnos e solitário, passa o dia na toca, 
geralmente em ocos de árvores e sai à noite para procurar comida. Vive 
e alimenta-se no solo, mas sobe em árvores com facilidade e nada muito 
bem. Hábil pescador e caçador de caranguejos, come principalmente peixes, 
crustáceos e moluscos, mas também anfíbios.
O guaxinim se reproduz uma vez por ano, entre julho e setembro. Os machos 
são poligâmicos e cruzam com um grande número de fêmeas. Após um período 
de gestação que varia de 60 a 73 dias, podem nascer de 2 até 7 filhotes numa 
ninhada, mas o mais comum é nascerem entre 3 e 4. Os pequenos guaxinins 
nascem de olhos fechados e sem dentes. Os olhos se abrem a partir da terceira 
semana, quando também começa a aparecer a característica mancha em torno 
dos olhos. Os filhotes de ambos os sexos tornam-se independentes a partir dos 
oito meses e sexualmente adultos com cerca de um ano de idade.
Na natureza vivem em média cinco anos, sendo a estimativa máxima de vida 
selvagem de aproximadamente 14 anos. Em cativeiro, há registro de um animal 
que viveu até 20 anos.
Outros nomes: mão-pelada.
Guaxinim Foto: Manoel Carvalho, na T
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38 - Guia de Animais Brasileiros
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Nome Científico: Eira barbara
Ordem: Carnivora
Família: Mustelidae
Tamanho: comprimento: de 56 a 
71 cm / peso: de 2,7 a 7 kg.
Reprodução: gestação de 63 a 70 
dias, com ninhada de 2 a 3 filhotes.
Dieta: carnívoro, alimenta-
se de pequenos vertebrados, 
especialmente roedores e insetos, 
mas também de frutas e mel, tanto 
que, em lugares do Brasil, também 
é chamada de “papa-mel”.
Onde vive: no Brasil, ocorre 
na Amazônia, no Cerrado, no 
Pantanal e na Mata Atlântica.
América Central e do Sul, do Irara
México ao Norte da Argentina. 
Características e hábitos: do tamanho de um cachorro médio, a irara apresenta 
pescoço e cauda bem compridos. A cor da pelagem costuma variar conforme a 
região de ocorrência, mas é, geralmente, marrom-escuro. A cabeça é robusta, 
coberta de pelos mais pálidos que o corpo, e as orelhas pequenas e arredondadas 
lhe conferem uma certa “aparência humana”. Tanto que, em alguns lugares da 
América do Sul, a irara é também chamada de “cabeza de viejo”, que significa 
cabeça de velho. Apesar de ser um animal terrestre e arborícola, movimenta 
melhor nas árvores do que em terra e, quando se sente ameaçada, solta um 
curto latido e corre para a árvore mais próxima, para se proteger. Normalmente 
de hábitos diurnos, quando vive próxima a habitações humanas, pode adotar 
costumes crepusculares. A irara geralmente anda sozinha, ou aos pares. Mas, às 
vezes, também pode ser encontrada em grupos pequenos, de 3 a 4 indivíduos. 
Na hora de dormir, procura abrigo tanto nas árvores como em tocas na terra, 
feitas por outros bichos.
Pouco se conhece sobre a reprodução das iraras, como a época exata de 
acasalamento e dos nascimentos, por exemplo. 
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Guia de Animais Brasileiros - 39 
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Jaguatirica
Nome Científico: Leopardus 
pardalis
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Tamanho: comprimento: de 0,8 a 
1,3 m / peso: de 7 a 15 kg.
Reprodução: gestação de 70 a 85 
dias, ninhada de 1 a 4 filhotes.
Dieta: carnívoro, alimenta-se 
de aves, répteis e mamíferos de 
pequeno e médio porte.
Onde vive: no Brasil, ocorre na 
Amazônia, no Cerrado, na Mata 
Atlântica e no Pantanal. Também 
nas Américas do Norte, Central e do Sul, do Texas ao norte da Argentina. 
Características e hábitos: a jaguatirica é o terceiro maior felino do Brasil, 
ficando atrás apenas da onça-pintada e da suçuarana. Seu corpo delgado 
e musculoso apresenta uma pelagem curta, de cor pardo-amarelada, com 
manchas negras arredondadas, que se torna esbranquiçada no ventre e nas 
patas. A jaguatirica é essencialmente noturna, mas pode adquirir hábitos 
diurnos em áreas de leve interferência humana ou onde as presas são, em sua 
maioria, de hábitos diurnos. Animal terrestre, caça e caminha principalmente 
no chão, mas também sobe em árvores com facilidade.
Vive solitária a maior parte do tempo, exceto na época de acasalamento. 
Fora do período de reprodução e trato dos filhotes, machos e fêmeas ocupam 
territórios distintos, cujo tamanho pode variar muito conforme as condições 
do hábitat. Mas a área do macho é sempre maior que a da fêmea. Como são 
poligâmicos, o território dos machos permeia o de muitas fêmeas. 
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40 - Guia de Animais Brasileiros
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Nome Científico: Potos flavus
Ordem: Carnivora
Família: Procyonidae
Tamanho: comprimento: de 39 a 
55 cm / peso: de 2 a 3,2 kg.
Reprodução: gestação de 98 a 120 
dias, nasce 1 filhote por vez.
Dieta: frugívoro onívoro, alimenta-
se de frutas, insetos, pequenos 
animais, ovos e mel.
Onde vive: no Brasil, ocorre na 
Amazônia, no Cerrado e na Mata 
Atlântica. América Central e do Sul. 
Características e hábitos: do 
tamanho aproximado de um gato 
doméstico, só que mais robusto 
e com a cauda bem mais forte e 
comprida, o jurupará também é 
chamado equivocadamente em 
alguns lugares de macaco-da-noite. 
Sua semelhança com os macacos, no entanto, diz mais respeito a seus hábitos 
e comportamentos, que à sua forma e aparência em si. Ele se movimenta com 
grande agilidade entre os galhos e é capaz de ficar um largo tempo pendurado 
por sua potente cauda preênsil, enquanto apanha algum alimento. Da ordem dos 
carnívoros, ele não tem nenhum parentesco com os primatas, e pertence à família 
dos procionídeos, a mesma do quati e do guaxinim. 
Animal estritamente noturno e arborícola, o jupará passa o maior tempo de 
sua vida no topo das árvores, apesar de também se movimentar bem no chão. 
Dorme o dia todo em sua toca, geralmente feita no oco de um tronco, e não 
desperta enquanto houver luz. Ao anoitecer sai em busca de comida. Alimenta-
se principalmente de frutas e insetos, mas também preda pequenos animais, 
principalmente pássaros. Ovos e mel também são complementos de sua dieta. Em 
cativeiro, come de tudo e tem uma queda por alimentos e bebidas doces, podendo 
até se embriagar de licor.
São animais solitários a maior parte do tempo, exceto as fêmeas quando estão

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