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Literatura Infanto-Juvenil: Uma Esperança De Dissolver A Visão Estereotipada Da Pessoa Com Deficiência E A Importância de se Ler para uma Criança. Silvana Maia Silveira: .aluna concludente do curso de Licenciatura em Letras Língua Portuguesa da Universidade Estácio de Sá Professora orientadora: Maria Paz Pizarro Portilla RESUMO Partindo do pressuposto que a literatura infanto-juvenil é de suma importância na formação dos sujeitos e um instrumento de inserção no cotidiano escolar, gerador de reflexões do desenvolvimento social e da cidadania dos educandos que se foi pensado, assim, se desenvolver um trabalho nesse campo. Foram levantadas algumas problemáticas como a visão estereotipada da pessoa comdeficiência desde os tempos remotos até a atualidade. Foi abordado a maneira comoo professor deve trabalhar a literatura infanto-juvenil, inserindo-a no dia a dia dos alunos temas geradores de reflexão, campanhas de conscientização e de quanto se pode ganhar a sociedade coma convivência coma diversidade e coma pluralidade para o seu pleno desenvolvimento. Os PCN`s: Ética, RespeitoMútuo, Diálogo, Justiça e Solidariedade, norteadores de uma consciência social no ambiente escolar..O questionamento da incompatibilidade das leis e a realidade sobre a perspectiva da inclusão nas escolas de rede regular de ensino através de entrevista comprofissionais do AEE. Foi analisada a obra da autora Claudia Werneck o livro Sonhos DoDia como conscientizadora da prática de Inclusão por meio do lúdico-literário. Relato da minha experiência coma Educação Inclusiva e a aluna atendida “Tefinha” e algumas comparações coma protagonista do Livro Sonhos DoDia. Da inércia ao avanço comunicativo e social através do lúdico-literário, diálogo e solidariedade. A importância de se ler para uma criança e o incentivo da leitura dentro e fora das escolas Visibilidade, Acessibilidade e Desenvolvimento Social. A literatura infanto- juvenil e seu histórico na influência cultural, existencial e social. O professor como animador da prática da leitura. Entrevista coma professora e contadora de histórias Verônica Marcílio e seu projeto de inclusão social e de cidadania através da Literatura Infanto-Juvenil em todo Brasil. Literatura Infanto-Juvenil, uma breve história e de quando foi implantada no Brasil e seus idealizadores. Palavras - Chave: Literatura infanto-juvenil, esperança, preconceito INTRODUÇÃO Sabe-se que a leitura é de suma importância para o desenvolvimento de uma sociedade, de uma nação. Sua influência na questão cultural, na formação do imaginário da criança da visão de si e domundo. O desenvolvimento existencial, a solidariedade, a cidadania e de uma sociedade consciente para a erradicação da violência e das desigualdades sociais. Por isso, se foi pensado a Literatura Infanto-Juvenil como canal de desenvolvimento do pensamento consciente da sociedade, onde se fundamenta, então, o papel do professor como incentivador e animador da prática da leitura, pois é no espaço escolar que muitos terão sua primeira experiência e contato coma leitura. Tambémcomo campanhas de conscientização de temas e problemas do cotidiano escolar tão presentes no seu dia a dia dos alunos. Conflitos e tabus a seremvencidos através da Literatura que problematizamquestões comoo preconceito, as diferenças no ambiente escolar. . A Literatura Infanto-Juvenil como instrumento de acessibilidade, desenvolvimento social, da dissolução do preconceito dentro das escolas, da esperança de uma sociedade mais justa e de umfuturomelhor para a nossa nação. O foco deste trabalho se dará no uso da literatura infanto-juvenil como esperança de dissolver a visão estereotipada das pessoas comdeficiência e, através dessa literatura, trazer o assunto “inclusão”. O livro Educação Inclusiva Estácio de Sá, onde faremos uma breve viagemno tempo sobre a visão estereotipada da pessoa comdeficiência até os dias atuais, segregação e exclusão, a evolução educacional sobre a perspectiva inclusiva. O livro: A República de Platão, que abordará o diálogo entre Sócrates e Glauco e a visão do” ideal humano”. O livro Sonhos DoDia de Claudia Werneck que não fala de inclusão, mas nos ensina a prática de inclusão e umbreve relato sobre a minha experiência como estagiária e mediadora em Educação Inclusiva na Escola Municipal Jornalista SandroMoreyra e a aluna atendida que, aqui, chamarei carinhosamente de “Tefinha” e algumas comparações coma protagonista da história do Livro Sonhos DoDia. O desenvolvimento a partir do diálogo, respeito e solidariedade. . A questão da Educação Especial sob a perspectiva da inclusão nas escolas de rede regular de ensino: Entrevista comprofissionais do AEE, relatos e desafios sobre a realidade do dia a dia, os tabus e uma visão preconceituosa do diferente. Leis, professores e toda comunidade escolar e a questão da Educação Inclusiva nas redes regulares de ensino. A realidade e as leis sob a perspectiva da inclusão nas redes regulares de ensino. Os temas Transversais (PNC’s), geradores da prática e inserção da Ética e outros tão importantes como: Solidariedade, RespeitoMútuo e Justiça. A importância de se ler para uma criança, onde o meu objetivo de estudo será a Literatura Infanto-Juvenil, será feita uma breve viagememsua história, ideais e idealizadores no Brasil e nomundo, a Literatura Infanto-Juvenil desde quando tudo começou, sua influência nos padrões culturais e comportamentais, seus idealizadores, implementação no Brasil e o fimdo formalismo literal, o livro:Panorama Histórico da literatura infanto-juvenil: das origens indoeuropéias ao Brasil contemporâneo e o Livro Literatura infantil e sua influência na formação do imaginário infantil, existencial, cultural e social do autor Nelly Coelho. O livro: Literatura e animação Cultural: Ler é a nossa função essencial ( ou não?) do autor QUEVEDO, Hercílio F. que trará a importância do professor como animador e incentivador da prática de ler. Entrevista coma professora e contadora de histórias Verônica Marcílio e seu projeto social, voluntário e cultural emescolas de rede pública e emcomunidades carentes em todo Brasil. Visibilidade, Acessibilidade, Cidadania e Desenvolvimento Social. LITERATURA INFANTO-JUVENIL: UMA ESPERNÇA DE DISSOLVER A VISÃO ESTEREOTIPADA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. Desde os tempos remotos, a visão estereotipada emrelação a pessoa comdeficiência é caracterizada como umsentimento de piedade, incapacidade e até mesmo espanto. Atualmente, forammuitos os avanços como, por exemplo, nomercado de trabalho as vagas para os “PCD`s”( Pessoas ComDeficiências) vemcrescendo a cada ano. Umgrande avanço, pois desfaz a visão da pessoa comdeficiência a de umser improdutivo e não sociável, mas na esfera educacional, ainda há muito para se fazer e desenvolver. Dizeres como “ o ideal é que esses alunos vão para uma escola especializada” é ainda muito comumnas escolas de rede regular de ensino. Ou, simplesmente, ignoramo problema, pois é mais fácil do que tentar resolvê-lo. Temas Transversais que são tratados apenas emdatas específicas quando, na verdade, deveriamser abordados, problematizados e discutidos diariamente para o incentivo e exercício da ética e da cidadania dentro das salas de aula, dentro de nossas escolas. Muito se fala emdiversidade, pluralidade , respeito e cidadania, mas essas práticas não temalcançado a todos ou, simplesmente, se passamcomo irrelevantes no momento( não é o assunto e nemcausa domomento) quando, e segundo a Constituição de 1988: “todos são iguais perante à lei.” No caso aqui citado, essa igualdade é de direitos. Uma breve história sobre a visão estereotipada da pessoa comdeficiência: extermínio, segregação e exclusão: Tempos Primitivos: Nesse tempo, tudo que fugia da chamada “normalidade” sempre causava espanto, horror, medo e, até mesmo, admiração e curiosidade. Todos aqueles que não estavamdentro da expectativa do grupo considerado ao do “grupo de origem”eramexterminados ou abandonados, segregados para fora das cidades. Na Antiguidade: A crença de que a pessoa comdeficiência era castigada por Deus pelos pecados de seus antepassados ou estavamsob influências de espíritos demoníacos. Dependendo da deficiência, acreditava-se que eramencarnados por espíritos de luz. Ainda na Antiguidade, crianças que nasciamcomdeformidades e malformações físicas eram exterminadas para se conservar as “raças puras” Segundo Platão (350 a.c.) emseu livro A República no diálogo entre as personagens Glauco e Sócrates, este se pronuncia: Convém, segundo os princípios aqui estabelecidos, que sejam freqüentes os enlaces dos melhores indivíduos de ambos os sexos e, ao inverso, raros e maus. Vale a pena curar os filhos dos primeiros e não dos últimos, se é que quer que o rebanho conserve sem degeneração toda a sua beleza. (PLATÃO, 1970, p.135) Desde os tempos primitivos e, principalmente, na antiguidade (onde o padrão de pessoas eram comparados a de deusesmitológicos), a chamada “mente e corpo sãos” e o culto da beleza como padrão de uma sociedade ideal, narcisista e etnocêntrica não é nada diferente dos dias atuais, onde a mídia enaltece e dita padrões de beleza e de comportamentos e a disseminação do capitalismo pelo consumismo. A campanha do corpo perfeito e os avanços da medicina em relação ao culto da beleza crescema cada dia. O que difere a atual mídia e os gregos, os espartanos e romanos? Se ambos ditampadrões do que é “belo e perfeito” Não é de se admirar que esta “ditadura” venha causar sérios danos, transtornos e atrasos ao desenvolvimento da sociedade e da cidadania. Como se pode observar, essasmanifestação etnocêntricas continuamaté os dias atuais. Umbreve relato sobre a minha primeira experiência atuando como estagiária e mediadora emEducação Inclusiva: Minha primeira experiência como estagiária e mediadora emEducação Inclusiva foi na rede regular de ensino Escola Municipal Jornalista SandroMoreyra. Fui encaminhada para a aluna a ser atendida que chamarei aqui carinhosamente de “Tefinha”. Ao entrar nasala de aula, me deparei comuma realidade que me chamou a atenção: Tefinha estava estagnada, inerte. Não falava. Era como se ela se desligasse de tudo, como estivesse emummundo só dela, onde pudesse se sentir confortável, feliz, semmedo, sem receio de ser ela, sempreconceitos. _ Ela não falta! Disse o professor regente. Todos os dias todos a olhavam, mas não a viam. Tefinha teve paralisia infantil. Temdeficiência física e cognitiva, mas o seumaior desafio não era suas deficiências, mas sim, a exclusão e o descaso. Não era ela o problema, mas o desconhecimento de muitos de que o que nos iguala é a diferença A menina que você ver agora tem um problema. É quando ela vai dormir. Medo do escuro?Que nada! Coisa mais séria. Mal ela dorme, começa a sonhar. É esse o problema. Seus sonhos da noite são lindos e nele a menina pode tudo. Mas quando acorda, não pode nada. Nos sonhos da noite ela voa sobre as montanhas e nunca se machuca. Constrói castelos e cria um mundo sem medo de aranha e barata. (CLAUDIA WERNECK, Sonhos DoDia, 2011). Literatura Infanto-Juvenil e o Preconceito: Partindo do pressuposto que a literatura temo poder de construção de identidade e formadora de concepções de mundo, nemsempre foi aliada, pois muitas das vezes, ditava umpadrão a ser seguido do que “era belo e perfeito”. Ao analisarmos a história da literatura infantil, por exemplo, no Brasil e nomundo, no que tange a visão sobre a criança negra, por exemplo, percebemos que suas produções se relacionavam às práticas sociais de cada época. Podemos analisar, claramente, que essa concepção se aplica tambémcomas pessoas comdeficiência, uma concepção que atravessa gerações. Este fato se explica pela própria natureza da literatura que, segundoCOELHO (2000), é umfenômeno da linguagemque resulta de uma experiência existencial/ social/ cultural. Como podemos concluir, a literatura como toda arte, é a expressão de um tempo, que se constitui através de um ideário, expressando-se aomesmo tempo. Ao estudarmos a história das culturas e omodo pelo qual elas foramsendo transmitidos de geração para geração, verificamos que a literatura foi seu principal veículo. Literatura oral ou literatura escrita foramas principais formas pelas quais recebemos a herança da tradição [...] ( COELHO, 2000, p. 16). Analisaremos aqui, alguns dos clássicos da literatura infantil os chamados “Contos de fadas” que exemplifica bemo padrão a ser seguido do que é belo, perfeito e de umfinal feliz ideário e que tem, ainda, uma presença muito forte emnossa sociedade como: Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, entre outras narrativas de origemeuropéias, ainda muito presentes bemmarcantes no imaginário infantil até hoje. Apesar de existir outras alternativas literárias infantis, ainda é predominante omodelo europeu nas narrativas infanto- juvenis. É marcante a referência dessas literaturas no imaginário infantil no que tange no processo psicológico da formação da criança que se estenderá para toda a sua vida. O questionamento aqui, não é o valor literário dessas obras, mas sim, o impacto literário no processo psicológico existente entre leitor/ autor / obra. As personagens dos contos de fadas, através de sua constante referência de um “modelo humano” padrão, constituindo-se emum “tipo ideal”. Essas narrativas tiveramorigememdiversas partes domundo, mas se consagraramna França e passarampor várias adaptações através dos tempos, mas que trazem a marca e a essência da cultura européia comvalores bemdemarcados e antíteses como bem/mal, certo/errado, felicidade/infelicidade, belo/feio, perfeito/ imperfeito, entre outros. Valores esses, tão presentes não só na literatura infantil, mas ainda bempresentes em todas as esferas sociais. Uma visão egocêntrica, etnocêntrica e que impõe sua cosmo visão e que oprimi os que não estão dentro deste “padrão ideal humano.” Uma breve história sobre a Literatura Infanto-Juvenil e quando tudo começou: Atualmente, existemmuitos autores e pesquisadores na área da Literatura Infanto-Juvenil. Em relação ao Brasil e omundo, este assunto evolui consideradamente, pois nemsempre foi assim. Como, por exemplo, nos temposmedievais, onde, a infância era desconhecida. Hoje, a infância é respeitada como uma fase de desenvolvimento humano e comseus direitos garantidos por lei. Já nos tempos medievais, a criança era vista como umadulto emminiatura e esta fase era tratada apenas como umperíodo de transição, sem importância e logo esquecida.. Ao longo dos séculos, a criança ganha espaço significativo emdiversas esferas. Uma conquista que começa a ter um espaço significativo e lingüístico e social na Literatura. Por volta de 1575, as histórias foram publicadas emPortugal e chegaramao Brasil nesta mesma época, mas literaturas infantis de nossa terra demorarama nascer por aqui. Semcontar que a literatura, os livros, eramartigos de luxo e eramprivilégios da elite detentora do acesso escolar e os livros infantis para fins didáticos. Este fato contribuiu para a demora do acesso das crianças brasileiras de saber o significado e a importância da Literatura Infantil. Esta demora contribuiu para que hoje, não tivéssemos a cultura e o hábito da leitura. A importância da literatura infanto-juvenil ao explorar o imaginário da criança e o aprender brincando, estruturando seus saberes sobre o mundo e sobre si. Ao passar dos séculos, vieram iniciativas que mudariamomodo ver a criança, iniciativas de se construir bibliotecas para atender o público infantil brasileiro. O editor e dono da livraria Quaresma, partiu da iniciativa de encomendar livros para possibilitar seu sonho de abrasileirar os livros infantis. A partir daí, veio os chamados “contos da carochinha” e que não estavamcomprometidos comasmetodologias educacionais, mas sim, emestimular o imaginário da criança. Mas, o grande nomeque foi ummarco do surgimento da Literatura Infanto-Juvenil é o de Monteiro Lobato, coma publicação de “Narizinho Arrebitado”. Uma literatura pautada emuma concepção da infância que visa a criança com todos os seus sentidos e sentimentos existenciais, suas contradições e curiosidades, suas descobertas. O autor brasileiro pioneiro emacreditar no potencial da criança e que possibilitou textos literários prazerosos tanto no sentido lúdico côo no sentido afetivo. COELHO, (1985, p. 185) afirma: A Monteiro Lobato coube a fortuna de ser, na área de Literatura Infantil e Juvenil, o divisor de águas que separa o Brasil de hoje. Fazendo a herança do passado, imergir no presente, Lobato encontrou o caminho criador que a Literatura Infantil estava necessitando. Rompe, pela rais, comas convenções estereotipadas e abre as portas para as idéias que o nosso século exigia. Assimacabou a era do formalismo na Literatura Infantil. Entrevista com profissionais do AEE: Nome: Simone de Figueiredo. Cargo: Professora Regente. Formação: Graduação EmLetras Língua Portuguesa/Literatura Pós Graduação Em Neuropsicopedagogia. 1) A visão estereotipada da pessoa comdeficiência. Quais são seus agentes e por quê? Resposta: É fundamental compreender os estereótipos, especialmente comrelação as deficiências uma vez que se trata das características de umgrupo de pessoas, traços de personalidade ou/e comportamentos. A visão estereotipada da pessoa comdeficiência causa impactos negativos, pois generalizações incorretas, produz injustiças e julgamentos, onde a deficiência vira sinônimo de incapacidade. Os estereótipos são criados a partir das impressões, caracterizações e expectativas sobre determinada pessoa. Barreiras arquitetônicas, comunicativas e atitudinais potencializamque pessoas deficientes sejamestereotipadas de forma negativa, uma vez que prejudicama acessibilidade e o desempenho funcional da pessoa comdeficiência. 2) Quais são osmaiores desafios dos profissionais do AEE? Resposta: Umdosmaiores desafios do AEE é tentar difundir em todas as unidades escolares que a educação inclusiva não significa negar as dificuldades de cada um, mas sim, observar que as diferenças não devemser vistas como problemas e, sim, como diversidade, oportunizando a convivência de todos os estudantes. 3) .Leis que protegema pessoa comdeficiência. O que realmente é aplicado e o que falta ser concretizado? Resposta: Na última década foram feitas leis para inclusão social para deficientes que integram, emalguns campos da sociedade, como, por exemplo, omercado de trabalho. Uma dessas conquistas se deve na esfera educacional, commatrículas preferencialmente, nas redes regulares de ensino e atendimento especializado para atender as particularidades conforme o aluno. Os aspectos aplicados pelas leis para pessoas comdeficiência, nomercado de trabalho, e emconcursos públicos, onde de 5% a 20% reservados para este público. Direitos Sociais garantidos como LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social). Alguns pontos precisamser melhorados como a mobilidade nos centros urbanos, mais acessibilidade no cotidiano dos ambientes de trabalho como equipamentos, oportunidades de crescimento profissional (convívio que ainda é meio excludente). O bomdesenvolvimento dos aspectos já estabelecidos e a atenção e progressão dosmesmos ainda não ou pouco aplicados, permitirá a inclusão e a acessibilidade para os portadores de deficiência. 4) Muito se fala emdiversidade, pluralidade, respeito e cidadania. Mas, o que é verdade e o que é “mito” nestas práticas e ideais sobre a perspectiva da inclusão? Resposta: Se o que pretendemos é que a escola seja inclusiva, é urgente que seus planos se redefinampara uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que reconhece e valoriza as diferenças. Tendemos, pela distorção/redução de uma idéia, anos desviar dos desafios de uma mudança efetiva de nossos propósitos e nossas práticas. A indiferenciação entre o processo de integração e o de inclusão escolar é prova dessa tendência na educação e está reforçando a vigência do paradigma tradicional de serviços educacionais. A discussão em torno de integração e da inclusão cria ainda inúmeras e infindáveis polêmicas, provocando as corporações de professores e de profissionais da área de saúde que atuamno atendimento às pessoas comdeficiência. O processo de integração ocorre dentro da estrutura educacional que oferece ao aluno a oportunidade de transitar no sistema escolar da classe regular ao ensino especial ( Débora, AEE). 5) Professores da rede regular de ensino e a Educação Especial e Inclusiva: Resposta: Os professores de classes regulares de ensino podemse capacitar, através dos cursos oferecidos pela Secretaria de Educação, para estar capacitados para enfrentar os desafios dos alunos comnecessidades especiais. Dessa forma, quando a escola receber alunos comalgum tipo de deficiência, transtornos e dificuldades de aprendizagem( alguns alunos possuemdificuldades de aprendizagempor diversos fatores) estará apto para desenvolver as habilidades peculiares e necessárias dos alunos e o currículo escolar comexcelência. 6) Leis e a realidade sobre a Educação Especial: Resposta: A lei de inclusão, não obstante que, por si só, não resolve os problemas do seu público alvo, é inegável que sua prática traga bens para fins de cunho social .Agora, para que funcione como estabeleceu o legislador, é preciso políticas públicas que definamclaramente a sua aplicação levando emconta aspectos econômicos dos assistidos. Quantomais carente, mais difícil de se tratar a todos semconsiderar as desigualdades, é praticamente inócua. Portanto, é preciso corrigir as diferenças para planejar os recursos adequados às especificidades de cada atendido. Jogar todos à quiçá de inclusão, dentro de uma escola de rede regular de ensino, sem infraestrutura adequada a cada caso, é causar mais problemas do que benefícios ao educando. Infraestrutura = escola, professores e agentes de apoio à educação, devidamente treinados para atender adequadamente. 7 ) Umpassado remoto e a Educação Especial. Ainda são “tabus” a seremquebrados? Resposta: A questão emsi, não seria exatamente um “tabu”, embora ainda exista muita resistência ao diferente. A questão é pouco investimento que torna grande o desafio no cotidiano da Educação Especial. 8 ) Há esperança empráticas como campanhas, palestras de conscientização, efetivação dos Temas Transversais nas escolas como divulgador e incentivador. Divulgação nasmídias, visibilidade para dissolução do preconceito contra as pessoas comdeficiência: Resposta: A Educação Inclusiva, contempla, assim, as diversidades, engloba e contempla todos os seus sujeitos embusca de garantir a educação para todos. Em1994, começa a se discutir, no teor político, o PNEE ( Política Nacional de Educação Especial), embora o texto tenha sido considerado umatraso, por se tratar de uma integração e não de inclusão, permitiu o ingresso de alunos portadores de deficiência nas classes regulares de ensino. Apesar de se tratar de uma integração, considera-se a inicialização e um avanço para que se chegasse ao adequado termo Inclusão e de sua prática cultural, social e pedagógica no sistema educacional. Essa política, infelizmente, só foi efetivamente implantada nos anos 2000, o que permitiu aosmenos favorecidosmais igualdades de direitos. Sendo bemrecente esta política, deveria ter mais espaço de divulgações na mídia como campanhas de conscientização, debates e discussões sobre o assunto para informar a população, de maior dever do Estado no cumprimento desses direitos, de maior segurança para essas pessoas. O preconceito contra essas pessoas é resultado de uma sociedade onde todos devemser perfeitos. Este paradigma deve ser quebrado de modo para que estas pessoas tenhamo suporte necessário e que tenham voz em todos osmeios de comunicação. Que sejam respeitados os seus direitos e que sejamtratados com igualdade. 9 ) Conte-nos suas expectativas, projetos, ideais e sonhos como cidadão e profissional do AEE para umfuturomelhor para a educação do nosso país: Resposta: Minhas expectativas para umfuturomelhor para a educação do nosso país é a harmonia entre o Estado e as instituições que regem todos os tipos de pessoas integradas na esfera educacional.O abandono do Estado para comas escolas públicas, dificultame muito a inclusão, a luta dos profissionais e a falta de amparo contra o preconceito. O que quero dizer é que deve--se ter umgoverno apoiando nossas instituições de ensino, fundamentando nossos projetos e colaborando comeste ideal, tornará possível o sonho de umpaís melhor, de uma educação de qualidade e, consequentemente, a efetivação do respeito e dos direitos para os menos favorecidos. O meu sonho é a erradicação do preconceito e todos vivereme se trataremcom igualdade. 10 ) Este espaço é seu para, caso queira, expressar uma frase, visão política e ideológica para contribuir para o desenvolvimento da cidadania e da educação do nosso país. Desde já agradeço pelo tempo dedicado a responder esta entrevista, por sua gentileza e amor comque se dedica à educação. Muito obrigada! Resposta: Para conseguirmos ummundo digno e justo, devemos valorizar a educação e assim, produzindo nas pessoas umsenso de solidariedade e empatia global, tornando-nos fortes para derrubar as desigualdades sociais. Resposta: Educação gera conhecimentos, conhecimento gera sabedoria, e, só umpovo sábio pode mudar seu destino. (Samuel Lima, AEE). Umdia perguntei para Tefinha qual era o seu personagemou super herói preferido. Ela respondeu que era uma atriz de seriado adolescente. Então, perguntei a ela se sua personagem preferida havia escrito algum livro. Ela disse que sime que iria pedir à sua mãe para comprar o livro e pediu para que lesse para ela. Então, pedi para ela que convidasse suas colegas de classe para contemplarmos a leitura do seu livro juntas na hora do intervalo. E assim, foi feito. E, desde então, Tefinha que nemfalava passou a participar dos exercícios de Educação Física, de jogos onde todos respeitaramsua condição física e cognitiva e as adaptavampara que ela pudesse participar também. E desde então, ela e suas amiguinhas de classe passarama conversar na hora do recreio, a fazer trabalhos juntas, a interagir umas comas outras. Tefinha então, cresceu, estava naquele momento com14 anos de idade mental, pois sua idade cronológica era de 18 anos. E como toda adolescente, se apaixonava pelos osmeninos do nono ano do fundamental. Tinha sonhos de se casar e ter filhos e pretendia concorrer ao ENEM. Certa noite, a menina tomou uma séria decisão. Pediu às heroínas, aos monstrinhos e às monstrinhas que viessem imediatamente das estrelas, da via láctea, das revistas em quadrinhos, da televisão, da internet, dos games e das histórias que seu avô contava. E lhes pediu ajuda: “Por favor, não deixem que meus sonhos da noite vão embora pela manhã!” (CLAUDIA WERNECK,Sonhos Do Dia, 2011). A IMPORTÂNCIA DE SE LER PARA UMA CRIANÇA Sabemos que a maioria dos alunos vêmde lares onde a cultura da prática da leitura não faz parte de seus cotidianos. Devido aos considerados regressos históricos de nossa educação e os danos por eles causados que a grande maioria das comunidades pobres não tiveramacesso à cultura e ao conhecimento, realidade esta bempresente emnosso país. Os pais desses alunos – muitos deles analfabetos e compouca escolaridade - não fazem idéia da importância da leitura na vida de seus filhos. Cabe ,então, a escola, ser o único canal e elo entre os alunos e a leitura. É na escola que, muitas das vezes, a criança terá seu primeiro contato e experiência comos livros, coma literatura, coma leitura. A importância da leitura, o texto literário em sala de aula nesta fase da vida ( tanto na infância como na adolescência), promovemamplo desenvolvimentomoral e social. O texto literário temo poder de promover umencontro com a leitura que leva o aluno a descobrir as múltiplas fases do desenvolvimento da linguageme vai de encontro comdiferentes aspectos da Língua Portuguesa, pois quantomais se envolve comdiferentes aspectos da língua, a diversificação de textos literários apresentados aos alunos, maior será a experiência que elas terão comeste universo. Trabalhar a literatura em sala de aula é abrir os portais para ummundomágico cheio de subjetividade e encantamento, onde o aluno encontra a possibilidade de se descobri, de se encontrar, de se reconhecer, de indagar e questionar o seu passado, presente e o seu futuro. É ter o poder de viajar no tempo, na evolução da linguagem, na existência. É como uma máquina maravilhosa que nos transporta onde queremos ou precisamos, onde podemos dar a volta aomundo e no tempo semsair do lugar. Estimula e engatilha o imaginário natural da criança e a criatividade e contribui para a formação da concepção domundo real. Por isso é tão importante buscar alternativas incentivadoras de leituras para o pleno desenvolvimento desta fase da vida para que se colhamos bons frutos do futuro de uma nação consciente e sadia. Segundo QUEVEDO, 2005, p. 53: “É dos educadores o papel social de animadores constantes, entusiastas e apaixonados, facilitando aos alunos descobertas fundamentais mais oumenos fascinantes a respeito domundo”. Como se pode analisar, o autor destaca a importância do educador de se ter amor e disposição para que o aluno veja, sinta e tome para si, esta vontade e curiosidade de aprender. O desejo que querer mais e mais, mas que seja umato que contagie a todos e que se estenda para fora dosmuros das escolas através de pesquisas, leituras e observação domundo ao seu redor. Daí vemo porquê da literatura infanto-juvenil por não só abranger o público infantil como tambémopúblico adolescente e, até mesmo, o público jovem. Por ser uma literatura breve, mas rica emassuntos questionadores e problematizadores do cotidiano da sociedade. Assuntos bempresentes na sociedade e, principalmente, no ambiente escolar comoo preconceito e que tem trazido preocupação e danos à sociedade. A quase inexistência de políticas de leitura emconseqüência do regresso histórico da educação do nosso país, a escola, então, faz o papel de incentivadora da leitura na formação da vida das crianças e dos adolescentes para o desenvolvimento pleno, lingüístico, intelectual, ético, social e cidadão. Como as escolas devem trabalhar seus currículos os Temas Transversais sugeridos pelos PCN`s: Através do lúdico-literário, os Temas Transversais, indicados pelos PCN`s, tema Ética a qual envolve a questão do preconceito que poderá ser trabalhado denttro da sala de aula. Segundo os PCN`s , p.26): A Ética diz respeito às reflexões sobre as condutas humanas. A pergunta ética por excelência é: “Como agir perante os outros?” A questão central das preocupações éticas é a justiça entendida inspirada pelos valores de igualdade e equidade. Na escola, o tema Ética encontra-se emprimeiro lugar, nas próprias relações entre os agentes que constituemessa instituição: alunos, professores, funcionários e pais. Em segundo lugar, o tema encontra-se nos demais Temas Transversais, já que, de uma forma ou de outra, tratamde valores e normas. Os Temas Transversais, alémda Ética, trazem tambémquatro eixos importantes que devem ser trabalhados dentro das escolas e que contribuempara o desenvolvimentomoral dos educandos: RespeitoMútuo, Diálogo, Justiça e Solidariedade. A importância da Literatura: Acessibilidade e campanhas nas escolas e comunidades: Visibilidade e desenvolvimento: SegundoClaudia Werneck, no prefácio de seu livro Sonhos DoDia, nenhuma criança, adolescente ou, até mesmoo adulto, comou semdeficiência, não deve ficar de fora do seu direito de aprender, de interagir conforme suas condições peculiares e de desenvolvimento cultural e prática da cidadania. A autora Claudia Werneck faz umpedido no prefáciode sua obra Sonhos doDia. Oi! Eu sou a Claudia, que escreveu este livro. E preciso da sua ajuda. Pode ser? É o seguinte: eu peço, por favor, que você conte as crianças cegas, surdas que ainda não sabem ler ou preferemsaber das histórias de outrosmodos, que este livro pode ser encontrado em: Braile, que é ummodo de ler como tato, usado por crianças cegas; DVD comfilme que tem legenda e a Libras, que é uma língua de sinais utilizada por crianças surdas brasileiras; CD coma história contada por outra pessoa: é um livro falado. Experimente você tambémoutrosmodos tão interessantes de saber. Obrigada! Sabe por que eu te peço esse favor? Porque todas as crianças têmo direito de conhecer esta história. Comopodemos observar, o livro Sonhos DoDia de Claudia Werneck não fala de inclusão, mas nos ensina a praticar a inclusão. A literatura como aliada desta prática para o desenvolvimentomoral, social, cidadão e de solidariedade. Entrevista coma professora e Contadora de Histórias Verônica Marcílio: Nome: Verônica Marcílio Formação: Graduação EmLetras Língua Portuguesa E Pós Graduação EmEducação Pela Etnia (UFF). Cargo: Professora de Língua Portuguesa. 1 ) Qual é a importância de se ler para uma criança e qual é a importância de se incentivar esta prática tanto dentro como fora dosmuros da escola? Resposta: É muito importante que alguém leia para uma criança, seja os pais ou o professor (a), pois o exemplo contagia. E a prática da leitura deve-se estar presente não somente nas dependências da escola, mas tambémfora dela porque a leitura norteará todo o desenvolvimento do ser humano para a vida toda. O mundo para ser entendido contém códigos que só a leitura consegue desvendar. 2 ) Quais são os frutos que se podemcolher a sociedade e o futuro desta nação comesta prática? Resposta: Uma sociedade que lê está apta para interagir, escolher, compartilhar idéias de uma forma que se possa reconstruir sua própria história. Um indivíduo numa sociedade que detéma prática da leitura consegue se colocar como protagonista domundo emque vive. Ele já não se vê na sociedade como apenas uma peça que é movida de cá para lá, mas como uma força de engrenagempara essa sociedade gerar, se movimentar. 3 ) Quais são osmaiores desafios que você enfrentou e enfrenta para a implementação e a conscientização desta prática da leitura no âmbito educacional, social para o desenvolvimento da cidadania? Resposta: Como a pergunta é ampla vou fazer umrecorte na esfera da educação. Na escola, para ser precisamente mais claro, há umengessamento por parte de alguns professores conteudistas ( aplicadores de conteúdos) que colocama gramática como sendomais importante que o texto. Quando deveria ser o contrário. Falo isso como professora de Língua Portuguesa, brasileira, ou seja, em termos de Brasil, ainda é umpaís comomilhões de analfabetos, algo assimassustador. Então, eu como professora, não tenho total permissão para dentro da realidade escolar de que vivo. Deixar umpouco de lado a gramática e investir mais em texto porque aos olhos de outros professores da mesma disciplina que atuo isso ainda é visto como uma infringência de conteúdos. 4 ) Por que a Literatura Infanto-Juvenil? Resposta: A literatura infanto-juvenil é a base de tudo. Eu como “contadora de histórias” parto do lúdico que a literatura infanto-juvenil proporciona para atingir temasmais profundos. E ainda há uma falsa visão de que esta literatura é boba e dou umexemplo que vai contar este pensamento: Eu, no ano de 2017, realizei por todo o Brasil a mediação da leitura do livro Flávio e o Bolo de Chocolate - da autora MiriamLeitão – onde de uma forma sonhadora, infantil, eramabordadas as questões como a doação e o racismo. 5 ) O que te motivou a ser Contadora de Histórias? Resposta: Sempre ouvi histórias de minha mãe e meu pai que foramgrandes incentivadores da leitura e amor aos livros da minha vida. Eu cresci numambiente onde o livro era mais importante até que a comida, mais do que a vestimenta. E percebo que quando eu conto uma história, eu de certa forma, crio umambiente de aconchego. O mesmoque sentia na infância e que procuro transmitir e contagiar a todos ouvintes das histórias.. Alémdisso, temminha história pessoal a qual eu precisava de um tempo para resgatá-la aqui. A minha história pessoal de vida se cruza coma minha prática de contar histórias. 6 ) Quais foramas contações que mais te marcarame por quê? Resposta: Emespecial, a contação do livro Flávio e o Bolo de Chocolate pelas seguintes questões: O livro fala de adoação e de uma criança adotada. Trata também, do preconceito à criança negra que sofre algumas formas de preconceito. Uma outra atenção, emespecial, não foi em relação ao livro escolhido, mas os locais. Uma foi realizada emum lixão no Rio de Janeiro e, ao terminar a contação, duas criançasme perguntaramomotivo de eu estar ali. Então, devolvi a pergunta: Por que eu poderia estar aqui? E como resposta elas me disseram: A gente nemacreditou que você viria aqui, porque ninguémvemaqui ver a gente. Chorei muito! A outra contação foi realizada emumorfanato onde, ao terminar a contação, as criançasme abraçarame pedirampara que eu as levasse para a escola. Eume senti importante, mas, aomesmo tempo, muitomal. 7 ) Conte-me sobre o seu projeto social emcomunidades do Rio de Janeiro e em todo Brasil e a importância desta campanha de Inclusão social para levar cultura a todas as crianças sem distinções: Resposta: O meu projeto começou há 6 anos e o objetivo é democratizar o livro e suas formas de utilização, pois emcertos locais o livro ainda é umartigo de luxo, principalmente nas favelas e periferias. Ao todo já contabilizei pelo Brasil todomais de cemescolas públicas, algumas particulares, mas bempoucas. Umas 130 favelas, alguns hospitais, 2 orfanatos, % asilos, diversas ONGS, praças, teatros, livrarias públicas e privadas e 1 circo. É óbvio que conto comparcerias para realizar essas contações, porque não cobro nada. Cito algumas parcerias: CUFA, AFRO REGGE, Hélio De La Pena, MiriamLeitão, Martinho Da Vila, o jornalista TomFarias, O autor BrunoGarcia, entre outros. 8 ) Quais são suas perspectivas e ideais para o futuro como professora e contadora de hstórias e quais são seus sonhos, projetos que deseja realizar? Resposta: É óbvio que uma hora vou ter que deixar de ler a protagonista e ficar por trás permitindo outros protagonistas. Quero compartilhar minhas experiências comquemestá chegando. Tenho umprojeto emmente de montar uma escola de formação de contadores de histórias (gratuita) para umpúblico de favela e periferia para capacitá-los para dar continuidade a este projeto que fiz. 9 ) Este espaço é seu para, caso queira, acrescentar sua posição política, ideológica e social para a construção e contribuição do desenvolvimento da cidadania, da educação, da inclusão, dos direitos humanos do nosso país. Fica a vontade e desde já te agradeço, não só por mim, mas por tudo que tens feito pela a Educação, pela Cultura e de ser uma Esperança de umpaís mais justo e para todos! Muito obrigada! Resposta: Utilizo este espaço para uma frase: “Democracia e Livros CaminhamJuntos.” Conheci a professora e contadora de histórias Verônica Marcílio quando fui ser mediadora em educação inclusiva na Escola Municipal Jornalista SandroMoreyra. Ela é para mimuma referência e inspiração de prática de inclusão, solidariedade, cidadania e amor pelo que faz. Através dela, nasceu emmimumdesejo de dar continualidade a esse projeto de inclusão social tão inspirador. A leitura é umato de amor, mas de muita responsabilidade, pois é através dele que se constrói a concepções de mundo e de existência. É através da leitura que podemos mudar nossa história, conhecer outras culturas, povos e costumes. Daí saberemos como é importante concluir que o que nos iguala é justamente a diferença. É saber que cada umé único e especial e quecada lugar temsuas particularidades. O que é estranho para umé belo para outro. É na pluralidade e na diversidade onde todos nós nos encontramos emumsó mundo que foi feito para todos. Que venha mais VerônicasMarcílios para nos inspirar e nos encorajar a fazer deste mundo um lugar melhor! Nodia seguinte a menina saiu pela rua contando para as outras crianças os seus SONHOS DoDia. E ouviu os sonhos do dia de todas as crianças que encontrava. Até que formaramuma roda de Sonhos DoDia que crescia semparar a cada novo sonho do dia de cada criança que entrava na roda. A partir daquele dia, a menina passou a acordar muito feliz. Entendeu que não importa se ela e todas as crianças dormeme acordamummilhão de vezes. Os sonhos do dia estão sempre lá, quietinhos, esperando, prontinhos para crescer. A menina que você acaba de conhecer achava que tinha umproblema. Agora tem sonhos, muitos sonhos, acorda. E você? Quais são os seus sonhos do dia? (CLAUDIA WRNECK, Sonhos DoDia, 20011). CONSIDERAÇÕES FINAIS A visão estereotipada da pessoa comdeficiência ainda é um tabu a ser quebrado. Apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito. Segundo o ECA e a LDB e Leis Especiais, os alunos portadores de deficiência devemser matriculados, preferencialmente, na rede regular de ensino, mas essasmesmas leis não condizemcoma realidade crescente de problemas de estruturas físicas e psicológicas de nossas escolas. Não basta criar leis e encher as escolas de alunos semque possamatender suas necessidades e saíremcomo entraram. Todos os dias são retiradas dessas pessoas o direito de suas peculiares de aprender, seus sonhos, suas dignidades violadas. Escolas e professores conteudistas, o poder público que não investe emeducação, mas enche as escolas de alunos semnenhuma estrutura. Escolas comsérios problemas de falta de profissionais, edificações aos pedaços, faltammateriais e a violência cresce. É muito ingênuo achar que não há preconceito dentro dosmuros da escola. É hora de nos posicionarmos e usar o recursomais poderoso que é a Literatura Infanto-Juvenil para desenvolver um trabalho preventivo, orientador sobre o aspecto da pluraridade, da diversidade e da cidadania. Desenvolvendo uma visão crítica, inconformada com esta realidade preconceituosa e violenta, que traga benefícios para o desenvolvimentomoral e social. Neste trabalho, foi tratada a importância da leitura como uma esperança de desenvolvimento educacional, cultural, emocional e social. Umremédio contra o preconceito e seus danos para a sociedade. O incentivo a cultura da leitura, de se trabalhar livros e obras literárias infanto- juvenis por serem leituras breves, mas ricas emseus conteúdos, dinâmicas que tragam temas do cotidiano vivenciados pelos alunos. Devemser trabalhados os PCN’s e seus Temas Transversais por tratar assuntos norteadores e importantes como a questão da Ética, do RespeitoMútuo, Justiça e Solidariedade, pois a maioria dos alunos só terão noção dessas bases na escola e que terão suas primeiras experiências de leitura de suas vidas. Este foi o motivo pelo qual trouxe aqui a obra da autora Claudia Werneck Sonhos DoDia pó abordar a prática da inclusão semfronteiras e semdistinções. Uma breve história sobre a visão estereotipada das pessoas com deficiência até os dias atuais. Entrevista coma professora e contadora de histórias Verônica Marcícilo a quemdevo a inspiração e a escolha do tema deste trabalho e domeu projeto futuro. Minha experiência coma Educação Inclusiva coma profissional do AEE Simone Figueredo a quemme orientou e tambémme inspirou neste trabalho Umresumo da minha experiência como estagiária e mediadora emEducação Inclusiva. Agradeço, primeiramente, a Deus e a todos que me incentivaramdireto e indiretamente na conclusão deste trabalho e na minha formação. REFERÊNCIAS Livro O Proprietário Educação Inclusiva Estácio de Sá, 1 EDIÇÃO, SESES, Rio de Janeiro, 2017. CLAUDIA WERNECK, Sonhos DoDia, 1 EDIÇÃO, 2011. COELHO, Nelly Novaes: Panorama histórico da literatura infanto-juvenil: das origens indoeuropéias ao Brasil contemporâneo. São Paulo: Quíron, 1985 / Literatura infantil. São Paulo: Ed. Moderna, 2000. QUEVEDO, Hercílio F. Leitura e animação Cultural: Ler é a nossa função essencial (ou não?). In: Repensando a escola e a biblioteca 2 ed. Passo Fundo, UFF, 2005. PCN’S, Temas Transversais, disponível: portal.mec.gov.br, livro 081, Brasília, 1997. Entrevista com profissionais do AEE. Entrevista com a professora e contadora de histórias Verônica Marcílio. PLATÃO, A república, São Paulo: Hemus, 1970.
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