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calculos trabalhista tema 04- bloco 1 jornada de trabalho

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Cálculos Trabalhistas
Tema 04 – Jornada de 
Trabalho
Bloco 1
Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da Silva 
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JORNADA DE TRABALHO
Conceito:
Jornada de trabalho pode ser definida como 
a duração diária do trabalho. De forma mais 
específica, refere-se ao número de horas 
laboradas pelo trabalhador, ou ainda, o 
lapso temporal em que se coloca a 
disposição do empregador.
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para 
os empregados em qualquer atividade 
privada, não excederá de 8 (oito) horas 
diárias, desde que não seja fixado 
expressamente outro limite.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores 
urbanos e rurais, além de outros que 
visem a melhoria de sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não 
superior a oito horas diárias e quarenta e 
quatro semanais, facultada a 
compensação de horários e a redução da 
jornada, mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho.
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime 
de tempo parcial aquele cuja duração não 
exceda a trinta horas semanais, sem a 
possibilidade de horas suplementares 
semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não 
exceda a vinte e seis horas semanais, com a 
possibilidade de acréscimo de até seis horas 
suplementares semanais. (Redação dada pela 
Lei nº 13.467, de 2017)
Artigo 611-A, I da CLT – Possibilidade de 
negociação coletiva sobre jornada de 
trabalho desde que respeitados os limites 
constitucionais.
HORA EXTRA
Artigo 59 da CLT: A duração diária do 
trabalho poderá ser acrescida de horas 
extras, em número não excedente de duas, 
por acordo individual, convenção coletiva ou 
acordo coletivo de trabalho.
§ 1o A remuneração da hora extra será, 
pelo menos, 50% (cinquenta por cento) 
superior à da hora normal.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores 
urbanos e rurais, além de outros que visem 
a melhoria de sua condição social:
XVI - remuneração do serviço extraordinário 
superior, no mínimo, em cinquenta por 
cento a do normal.
• Divisor: 220 para o empregado que 
labora 44 horas semanais.
• Divisor: 200 para o empregado que 
labora 40 horas semanais.
Exemplo: Empregado contratado pra laborar 
08 horas diárias, 44 horas semanais, recebendo 
remuneração mensal de R$ 1.320,00, sem 
nenhum acordo de compensação de jornada. 
Neste caso, basta aplicar o divisor 220 e temos 
o seguinte valor de hora de trabalho: 
R$ 1.320,00 : 220 = R$ 6,00 por hora. 
Cálculo da horas extra: 
R$ 6,00 + R$ 6,00 x 50% = R$ 9,00.
• Cálculo de horas mensais já com DSR = 
número de horas realizadas por dia 
multiplicado por 28, 30 ou 31.
Exemplo:
Horas extras trabalhadas durante o mês: 30 
horas. Dias úteis: 25 dias (incluindo sábados 
não feriados). Domingos e feriados: 06 dias 
Desta forma temos:
Horas extras mensais = Horas extras 
trabalhadas + horas correspondentes ao RSR 
(obtidas dividindo o montante dessas horas 
extras pelo número de dias não úteis).
Exemplo:
Assim: DSR = 30 horas extras: 25 dias úteis 
= 1,2 horas extras por dia x 6 dias não 
úteis = 7,2 horas extras no RSR. 
Ou seja, o trabalhador terá direito a 37,2 
horas extras mensais, sendo 7,2 a título de 
RSR, ou seja, considerando a hora extra no 
de R$ 9,00 o valor de R$ 64,8.
PERÍODOS DE DESCANSO
Conceito: lapsos temporais, dentro ou fora 
da jornada de trabalho, remunerados ou 
não, que têm como finalidade permitir que o 
trabalhador reponha suas energias gastas 
durante o trabalho. 
INTERVALO INTRAJORNADA
• Concedido dentro da jornada de trabalho.
Regra:
Artigo 71 da CLT
Até 04 horas  Não há.
De 04 a 06 horas  15 minutos.
Acima de 06 horas  de 01 a 02 horas.
Exceções:
• Digitadores – 10 minutos a cada 
90 minutos - súmula 346 do TST.
• Câmaras frigoríficas – 20 minutos a cada 
1h40min - art. 253 da CLT.
• Mineiros – 15 minutos a cada 3 horas -
artigo 298 da CLT.
• Amamentação – 396 da CLT.
• Lei 13.467/2017 – Artigo 611-A, III da 
CLT 
 Possibilidade de negociação coletiva, 
observado o limite mínimo de trinta 
minutos para as jornadas superiores a 
seis horas.
• Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, 
cuja duração exceda 6 (seis) horas, é 
obrigatória a concessão de um intervalo 
para repouso ou alimentação, o qual 
será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, 
salvo acordo escrito ou contrato coletivo 
em contrário, não poderá exceder de 
2 (duas) horas.
§ 4o A não concessão ou a concessão 
parcial do intervalo intrajornada mínimo para 
repouso e alimentação a empregados 
urbanos e rurais, implica o pagamento, de 
natureza indenizatória, apenas do período 
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta 
por cento) sobre o valor da remuneração da 
hora normal de trabalho. (Redação dada pela 
Lei nº 13.467, de 2017)
Cálculos Trabalhistas 
Tema 04 – Jornada de 
Trabalho
Bloco 2
Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da Silva 
INTERVALO INTERJORNADA
• É o intervalo concedido entre duas 
jornadas de trabalho.
Regra: 11 horas – Artigo 66 da CLT.
Exceções:
a) Jornalista – 10 horas – art. 308 da CLT.
b) Operadores cinematográficos – 12 horas 
- art. 235 CLT. 
c) Cabineiros (ferroviários) – 14 horas –
art. 245 da CLT.
d) Telefonistas – 17 horas – art. 229 da CLT.
• Desrespeito acarreta os mesmos efeitos 
do intervalo intrajornada.
• Exemplo: Empregado que saiu do 
trabalho às 21h00, somente poderá 
iniciar sua jornada no dia seguinte às 
8h00. Caso inicie seu labor às 7h00, 
deverá ser remunerado com uma 
hora extra.
Súmula nº 110 do TST
JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO 
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 
e 21.11.2003
No regime de revezamento, as horas 
trabalhadas em seguida ao repouso semanal 
de 24 horas, com prejuízo do intervalo 
mínimo de 11 horas consecutivas para 
descanso entre jornadas, devem ser 
remuneradas como extraordinárias, inclusive 
com o respectivo adicional.
Exemplo: Empregado trabalhou até às 
22h00 do sábado e ingressou no trabalho 
às 5h00 da segunda feira. Terá direito a 
04 (quatro) horas extras, pois somente 
poderia ter iniciado sua jornada de 
trabalho às 9h00.
ADICIONAL NOTURNO
Art. 7º São direitos dos trabalhadores 
urbanos e rurais, além de outros que visem 
a melhoria de sua condição social:
IX – remuneração do trabalho noturno 
superior à do diurno.
• Adicional mínimo de 20%.
• Horário noturno:
Trabalhador urbano: 22h00 às 5h00.
Trabalhador rural:
 Agricultura – 21h00 às 5h00.
 Pecuária – 20h00 às 04h00.
Hora reduzida – 52 minutos e 30 segundos.
Exemplo: Empregado trabalhou das 22h00 às 
4h00. Teremos 06 horas de relógio (60 minutos). 
Para conversão destas 06 horas em horário 
noturno basta o seguinte cálculo: 
(6 x 60minutos): 52,5 = 6,8571... Ou seja, caso 
labore por 06 horas em horário noturno, terá 
direito a 6,86 horas, ou seja, arredondando os 
segundos, 06 horas e 52 minutos.
Para o cálculo do adicional noturno temos o 
seguinte exemplo:
Exemplo: Empregado que labora em 
regime mensal de 220 horas e recebe salário 
de R$ 880,00.
Salário hora: R$ 880,00: 220 = R$ 4,00. 
Adicional noturno = R$ 4,00 x 20% = R$ 0,80.
Hora noturna = R$ 4,80.
Quantidade de horas noturnas trabalhadas = 
40 horas x 4,80 x 20% = R$ 38,40.
Para o cálculo do DSR do adicional noturno 
consideraremos que neste mês tivemos 06 
dias de domingos e feriados.
Teremos 40 horas noturnas trabalhadas, 
com o adicional de R$ 0,80 e hora noturna 
equivalente a R$ 4,80.
DSR = soma das horas noturnas x 
nº de domingos e feriados x hora noturna.
DSR = 40h: 25 dias x 06 (domingos e 
feriados) x 4,80 x 20% = R$ 9,21.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
Art. 7º São direitos dos trabalhadores 
urbanos e rurais, além de outros que visem 
a melhoria de sua condição social:
XXIII- adicional de remuneração para as 
atividades penosas, insalubres ou perigosas, 
na forma da lei.
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou 
operações insalubres aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de 
trabalho, exponham os empregados a 
agentes nocivos à saúde, acima dos limites 
de tolerância fixados em razão da natureza 
e da intensidade do agente e do tempo de 
exposição aos seus efeitos.
• Classificação segundo a Portaria 3.214/78 
do Ministério do Trabalho.
• Adicional de 40%, 20% ou 10%.
Súmula nº 228 do TST
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE 
CÁLCULO (redação alterada na sessão do 
Tribunal Pleno em 26.06.2008) - Res. 
148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada 
DJ 08, 09 e 10.07.2008. SÚMULA CUJA 
EFICÁCIA ESTÁ SUSPENSA POR DECISÃO 
LIMINAR DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL - Res. 185/2012, DEJT 
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
A partir de 9 de maio de 2008, data da 
publicação da Súmula Vinculante nº 4 do 
Supremo Tribunal Federal, o adicional de 
insalubridade será calculado sobre o salário 
básico, salvo critério mais vantajoso fixado 
em instrumento coletivo.
Súmula Vinculante 4
Salvo nos casos previstos na Constituição, 
o salário mínimo não pode ser usado como 
indexador de base de cálculo de vantagem 
de servidor público ou de empregado, nem 
ser substituído por decisão judicial.
• Utilização do salário profissional 
devidamente regulamentado ou, caso 
não exista, ainda há aplicação sobre o 
salário mínimo.
• Horas extras calculadas computando o 
respectivo adicional.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Art. 193. São consideradas atividades ou 
operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua 
natureza ou métodos de trabalho, 
impliquem risco acentuado em virtude de 
exposição permanente do trabalhador a:
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
I - inflamáveis, explosivos ou energia 
elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência 
física nas atividades profissionais de 
segurança pessoal ou patrimonial.
• Adicional de 30% sobre o salário base.
• Eletricitários – totalidade das parcelas de 
natureza salarial – Súmula 191 do TST.
• Súmula 132 do TST – adicional pago em 
caráter permanente integrará o cálculo 
de indenização e horas extras.
• Os adicionais noturno, de insalubridade e 
de periculosidade, integrarão a 
remuneração para incidência de INSS, 
FGTS e IRPF.

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