Buscar

Malária: Uma Doença Infecciosa e Parasitária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Unipampa – Curso de Nutrição – 2° Trabalho de Parasitologia – Peso 2,0 – Nome: Michele Carrard
MALÁRIA 
Há quem diga que a malária é a doença que mais influenciou o curso da história. Guerras foram perdidas ou se prolongaram por causa dela; a construção do canal do Panamá (entre 1880 e 1914) foi interrompida por longo período, e a empresa responsável pela obra foi à falência, em razão da alta incidência da doença entre os operários, provocando numerosas mortes. 
Também conhecida como impaludismo, febre palustre ou maleita, malária tem seu nome derivado do italiano mala aria, maus ares. Acreditava-se que fosse provocada por “ares pestilentos”, hipótese rejeitada em 1881, quando se descobriram os protozoários parasitas do gênero Plasmodium. É uma doença infecciosa com manifestações agudas, em surtos. De todas as doenças parasitárias, talvez esta seja a mais antiga e a mais universalmente distribuída. Estima-se que, em todo o mundo, cerca de 300 milhões de pessoas sejam infectadas por ano. 
Existem dezenas de espécies de plasmódios (protozoários esporozoários do gênero Plasmodium) que utilizam como hospedeiro, durante o ciclo de vida, um mosquito e um vertebrado. Dessas espécies, quatro têm o ser humano como hospedeiro vertebrado e causam a malária. No Brasil, encontram-se as espécies P. vivax (responsável pela maioria dos casos), P. falciparum e P. malariae. A espécie P. ovale / não ocorre no país. Os plasmódios são parasitas heteroxênicos: o ser humano é seu hospedeiro vertebrado, e o mosquito, o hospedeiro invertebrado. O vetor da malária é o mosquito-prego, inseto do gênero Anopheles. Somente as fêmeas, que são hematófagas, transmitem o parasita. 
Quando pica uma pessoa infectada, junto com o sangue a fêmea de Anopheles ingere gametócitos (formas geradoras de gametas). No tubo digestório do mosquito, os gametócitos diferenciam-se em gametas, que se unem, formando um zigoto. Por ser o local da reprodução sexuada do plasmódio, o mosquito é considerado seu hospedeiro definitivo. O zigoto invade a parede do tubo digestório do mosquito e converte-se em uma estrutura multinucleada denominada oocisto, que se divide em milhares de pequenas células alongadas, os esporozoítos. Estes migram para as glândulas salivares do mosquito e são por ele inoculados na corrente sanguínea de outra pessoa. Mosquitos que têm as glândulas salivares repletas de esporozoítos sugam menor volume sanguíneo do que os mosquitos não infectados; por isso, repetem várias vezes os ataques aos hospedeiros, o que aumenta a chance de transmissão. 
Os esporozoítos, então, alcançam o fígado da pessoa, em cujas células realizam múltiplas divisões. Os produtos, chamados merozoítos, atingem a corrente sanguínea e invadem hemácias, nas quais se modificam e se replicam. Dessa forma, originam novos merozoítos e acabam por provocar lise celular, o que lhes permite invadir outras hemácias, em episódios cíclicos acompanhados por febre e calafrio, que se repetem a cada 36, 48 ou 72 horas. Alguns parasitas sofrem diferenciação celular dentro das hemácias, originando os gametócitos, que são transferidos para outro mosquito e nele iniciam a fase sexuada do ciclo. 
De acordo com o Ministério da Saúde, em 2009 foram confirmados no Brasil 300 mil casos de malária, sendo 99,9% deles na Amazônia Legal (que inclui os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Mato Grosso e Maranhão). Por essa razão, os estados amazônicos são considerados área endêmica de malária. A maioria dos casos (85%) ocorre em áreas rurais, mas há registro também em áreas urbanas. 
As manifestações típicas da malária são episódios de febre acompanhados por calafrios, dor de cabeça, fadiga, delírios e vômitos. Quando os parasitas rompem as hemácias, ocorre liberação de hemozoína, o “pigmento malárico”. Essa substância é resultante da degradação da hemoglobina da qual os parasitas se alimentam. A liberação de hemozoína no plasma é responsável pelos característicos episódios de febre da malária. 
Cerca de 35% da população do mundo vive em áreas malarígenas; por isso, o combate à doença é uma questão de importância mundial. Uma medida fundamental no controle da malária é o combate aos criadouros dos mosquitos, que requer obras de drenagem de águas, construção de aterros e controle biológico, utilizando-se plantas que tornem o meio inadequado para o desenvolvimento larval ou de peixes, como o guaru (Gambusia affinis), que se alimentam de larvas de Anopheles. 
A partir de 1945, o emprego de inseticidas revolucionou as estratégias de prevenção da malária, principalmente pelo efeito residual do DDT, produto habitualmente usado no interior das casas, que continua agindo por um período de seis meses a um ano. Todavia, criou condições para o aumento progressivo da quantidade de mosquitos resistentes ao produto, selecionados em razão das aplicações contínuas. Telas em portas e janelas dificultam a entrada dos mosquitos no ambiente doméstico, mas têm efeito limitado, uma vez que protegem as pessoas apenas quando estão em casa. 
Como as pessoas parasitadas são a fonte do plasmódio, o tratamento delas diminui a disseminação dos parasitas. Infelizmente, porém, tem aumentado o número de casos de malária resistente aos medicamentos usuais. Vacinas vêm sendo testadas, ainda sem efeito protetor significativo. Espera-se que, no futuro, representem uma importante medida no controle da malária. 
No Brasil, a população de mosquitos vem sendo controlada pela aplicação de bioinseticida nos focos ou nos criadouros de larvas. Desenvolvido na década de 1990 pelo Centro Nacional de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias), o bioinseticida tem em sua composição apenas água e a bactéria Bacillus sphaericus, razão pela qual não causa danos ao ambiente nem traz riscos à saúde de pessoas (principalmente para quem o manipula) e animais domésticos. 
APÓS LEITURA E INTERPRETAÇÃO DO TEXTO, BEM COMO COM OS CONHECIMENTOS JÁ ADQUIRIDOS, REPONDA AS QUESTÕES ABAIXO: 
1. Trata-se de um ectoparasito ou endoparasito? Trata-se de um endoparasito. 
2. É um parasito monoxeno ou heteroxeno? É um parasito heteróxeno. Ciclo direto ou indireto? Trata-se de ciclo indireto, já que tem como hospedeiro definitivo o mosquito e como intermediário o homem. 
3. Qual o agente etiológico? O agente etiológico é protozoário de gênero Plasmodium, espécies Plasmodium malariae, Plasmodium falciparum e Plasmodium vivax. Qual o nome da parasitose que causa? Malária
4. Quem são os hospedeiros definitivo e intermediário? Hospedeiro definitivo é o mosquito da espécie mosquito-prego, inseto do gênero Anopheles. Qual o habitat nesses hospedeiros? O habitat dos hospedeiros são os estados amazônicos (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Mato Grosso e Maranhão) são considerados áreas de predileção para estes mosquitos, a maioria em áreas rurais, mas houve casos na área urbana. 
5. Características taxonômicas do parasito. (O texto fala alguma coisa sobre Reino, família, gênero, espécie...) Segue a classificação taxonômica: Reino: Protista, Filo: Apicomplexa, Classe: Aconoidasida, Ordem: Haemosporida, Género: Plasmodium.
6. Principais sintomas da parasitose e a causa dos episódios de febre. Os principais sintomas são: febre acompanhada por calafrios, dor de cabeça, fadiga, delírios e vômitos. 
7. Citar medidas profiláticas da parasitose. As medidas profiláticas são: combater os criadouros, que requer obras de drenagem de águas, construção de aterros e controle biológico, utilizando-se plantas que tornem o meio inadequado para o desenvolvimento larval ou de peixes, como o guaru (Gambusia affinis), que se alimentam de larvas de Anopheles. A partir de 1945, iniciou-se a utilização de inseticidas com grande efeito residual do DDT, produto utilizado no interior das casas que age por seis meses a um ano, porém devido a sua continua aplicação, os mosquitos se tornaram resistentes. As telas de proteção nas janelas também funcionamcomo barreiras físicas ao mosquito, na tentativa de ingressar ao ambiente, porém não protegem as pessoas quanto estão fora deste. O tratamento as pessoas infectadas também serve de prevenção a doença, quanto ao mosquito vem sendo utilizado no Brasil a aplicação de bioinseticida nos focos ou nos criadouros de larvas, composto por água e a bactéria Bacillus sphaericus. 
8. Forma de transmissão. A parasitose é transmitida através da picada do mosquito da fêmea (hematófagas) inseto do gênero Anopheles.
9. Qual o vetor da parasitose? O vetor é o mosquito-prego, inseto do gênero Anopheles. 
10. Tipo de reprodução do parasito nos respectivos hospedeiros. Tem duas formas de reprodução, no mosquito há a formação do zigoto através da reprodução sexuada e no homem, os esporozoítos atingem o fígado e realizam múltiplas divisões. 
11. Breve explicação do ciclo biológico do parasito. O mosquito pica uma pessoa infectada e ingere gametócitos, no seu tubo digestivo, os gametócitos, dividem-se em gametas, se unindo formam um zigoto. O zigoto transforma-se em uma estrutura multinucleada (oocisto), que se dividem em esporozoítos, migrando para a glândula salivar do mosquito. Ao picar o homem, os esporozoítos alcançam seu fígado, onde realizam diversas divisões (merozoítos), na forma de merozoítos invadem as hemácias, onde seguem se replicando e provocando lise celular. 
12. Citar as formas evolutivas do parasito. As formas evolutivas são: esporozoítos, merozoítos e oocineto. 
13. Sinonímia da parasitose. Malária, também conhecida por: impaludismo, febre palustre ou maleita, seu nome derivado do italiano mala aria, maus ares.
14. Conforme o texto, citar dados epidemiológicos da parasitose. Os dados epidemiológicos são de que 35% da população mundial áreas de risco da doença.
15. Qual a espécie prevalente no Brasil? A espécie prevalente no Brasil é a Plasmodium vivax.
16. Explique porque a anoxia/hipóxia decorrente da anemia é um dos pontos centrais na patogenia da parasitose. A malária provoca anoxia, pois invade as hemácias e provoca lise celular, liberando merozoítas na corrente sanguínea, permitindo que invada outras hemácias. Também ocorre pelo fato de que os macrófogos, fagocitam as hemácias lisadas e consequentemente contaminadas pelo parasito. 
Todas as respostas estão no texto, direta ou indiretamente. Trabalho individual. As respostas devem ser escritas à mão ou digitalizadas. Entrega dia 04/11.