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Capítulo 8 fixa (1)

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Capítulo 8 - Registros oclusais e montagem em articuladores semiajustáveis
INTRODUÇÃO:
1.1 Objetivo:
A montagem dos modelos em articuladores tem como objetivo a reprodução do relacionamento oclusal do paciente com duas finalidades básicas: 
a) estudo da oclusão, no caso de presença de patologias oclusais e planejamento para confecção de próteses; 
b) confecção de próteses fixas (PPFs) totais ou removíveis ou de aparelhos intero- clusais (placas). 
O objetivo principal é a reprodução o mais fiel possível das posições estáticas e dinâmicas da mandíbula em relação à maxila. Assim, antes de qualquer procedimento de montagem em ASA, espera-se que os procedimentos de moldagem e a obtenção dos modelos de gesso tenham sido bem realizados.
1.2 Tipos de articuladores:
Os articuladores podem ser classificados em articuladores não ajustáveis (ANAs), semiajustáveis (ASAs) ou totalmente ajustáveis (ATAs). 
ANAs: charneira e o verticulador.
Apresentam movimentos e características incapazes de reproduzir todos os movimentos da mandíbula. 
A charneira apresenta como limitação uma incapacidade de movimentação lateral, associada a um arco de abertura e fechamento incorreto em relação ao realizado pela mandíbula, o que determina uma alteração no posicionamento das cúspides e resulta em uma restauração “alta” na boca. 
O verticulador apresenta movimento apenas no sentido vertical e deve ser utilizado somente com modelos parciais e para confecção de próteses posteriores. 
Para qualquer tipo de prótese, a montagem dos modelos deve ser feita em um articulador com dimensões semelhantes às do crânio, para que não ocorra alteração significativa no arco de fechamento, que é a trajetória de uma cúspide de contenção até ocluir na superfície oclusal do dente antagonista. 
A forma e a localização do arco estão diretamente relacionadas com a distância da cúspide até o eixo de rotação dos côndilos. Assim, para que não haja necessidade de grandes ajustes oclusais na prótese durante a prova e/ou a instalação, essa distância idealmente deveria ser semelhante no crânio e no articulador. No ASA, isso é conseguido por meio do arco facial, que transfere o eixo de rotação dos côndilos para o articulador e, consequentemente, a distância do eixo até a coroa que está sendo confeccionada. 
Como a distância do eixo de rotação localizado na charneira até a coroa é menor que a do eixo de rotação dos côndilos até o dente que está sendo restaurado, a cúspide, ao ocluir com a fossa do antagonista, “bate” inicialmente em uma vertente antes de contatar a fossa do antagonista, o que resulta em uma restauração “alta” (Fig. 8.1). 
Indicação: podem ser utilizados para montagens de elementos isolados, nos quais as eventuais alterações oclusais incorporadas ao trabalho protético podem ser corrigidas diretamente na boca do paciente, sem grandes prejuízos ao tempo clínico e à qualidade das peças protéticas. 
Limitação: montagem de modelos de estudo ou modelos para confecção de próteses mais extensas. Para tais procedimentos, indica-se a utilização dos ASAs ou ATAs. 
Os ATAs :
Conseguem reproduzir todos os chamados fatores determinantes da morfologia oclusal e, dessa forma, propiciam a construção de elementos protéticos mais compatíveis com a condição real da oclusão do paciente. 
O grande problema na aceitação da utilização dos ATAs é a complexidade do procedimento de montagem e o seu custo. Por esse motivo e, devido ao aparecimento e à otimização dos ASAs, sua utilização tem caído em desuso. 
Os ASAs:
Conseguem reproduzir parcialmente os fatores determinantes da morfologia oclusal, mas essa limitação pode perfeitamente ser compensada, gerando trabalhos protéticos que podem ser comparados àqueles obtidos com os ATAs. 
Simplicidade dos procedimentos de montagem
Instrumento de escolha para a grande maioria dos clínicos atualmente. 
São subdivididos em articuladores do tipo ARCON (com côndilos localizados no ramo inferior, como Whip-mix, Denar, Bio-Art, Gnatus, etc.) ou não ARCON (com côndilos localizados no ramo superior, como Dentatus, Hanau). As diferenças apresentadas por esses dois tipos de articuladores não têm significado clínico importante. 
2) POSIÇÃO DE TRABALHO: RELAÇÃO CÊNTRICA (RC) E MÁXIMA INTERCUSPIDAÇÃO HABITUAL (MIH) 
O primeiro passo antes do registro oclusal para o trabalho é a definição da posição maxilomandibular. 
O fator fundamental para a seleção da posição é a presença de estabilidade oclusal e a ausência de sinais e sintomas de trauma oclusal (SSTO), como pulpite, desgaste oclusal não compatível com a idade do paciente, fratura de cúspide, espessamento do ligamento periodontal, dor dentoperiodontal em função, etc. 
 MÁXIMA INTERCUSPIDAÇÃO HABITUAL (MIH) 
Na confecção de elementos unitários ou de PPFs pequenas com presença de estabilidade oclusal e ausência SSTO. 
Utiliza o mecanismo de percepção neurológica do ligamento periodontal dos dentes que ocluem normalmente do lado oposto, preservando a dimensão vertical de oclusão (DVO) do paciente. 
Tem a finalidade de compensar algumas das limitações dos ASAs. 
OBS: Em situações de ESTABILIDADE OCLUSAL o melhor registro é aquele que não precisa ser feito; ou seja, modelos de trabalho que apresentem estabilidade oclusal e não precisem de nenhum tipo de registro. O relacionamento dos modelos é feito diretamente um contra o outro, após a remoção de eventuais bolhas em sua superfície oclusal. Isso é comum quando se executam elementos isolados e PPFs unilaterais em modelos com estabilidade oclusal. Nesses casos, o modelo superior é montado da maneira convencional, com o auxílio do arco facial, e o modelo inferior é intercuspidado manualmente contra o superior. Após a confecção da prótese e durante os ajustes na boca do paciente, deve-se ter o cuidado de verificar se não estão sendo introduzidos “novos” contatos prematuros em RC ou durante os movimentos mandibulares. Caso sejam detectados, esses contatos devem ser eliminados por meio de ajustes somente na prótese em questão. 
 RELAÇÃO CÊNTRICA (RC):
Nas situações em que a estabilidade oclusal não está mais presente (normalmente reabilitações orais extensas ou com perda de DVO) ou a oclusão interfere na saúde do sistema estomatognático, não se deve utilizar a posição de MIH para a construção do trabalho protético, pois as patologias estão relacionadas estritamente à oclusão. Nesses casos, é necessário utilizar o posicionamento condilar (RC) para a definição da posição de trabalho. 
Uma vez que a RC é assumida como posição de trabalho, ela deve manter harmonia com o relacionamento dentário. 
Quando a RC é utilizada como posição terapêutica, é preciso realizar o ajuste oclusal dos dentes remanescentes antes do preparo dos dentes pilares, para garantir a estabilização da oclusão.
Essa nova posição ma-xilomandibular, na qual os contatos dentários estão em harmonia com a posição condilar em relação cêntrica, é denominada oclusão em relação cêntrica (ORC). 
A RC é uma relação maxilomandibular na qual os côndilos se articulam com a porção mais fina de seus respectivos discos, posicionados contra a vertente posterior da eminência articular em uma posição anterossuperior. É uma posição independente do contato dentário e pode ser usada como posição de referência para o tratamento, pois é aceita pelo paciente e permite pequenas alterações da dimensão vertical no próprio articula- dor. 
Poderá ser obtida somente se ATMs não apresentarem sinais e sintomas de qualquer tipo de patologia articular ou muscular. Um exemplo da impossibilidade de usar a RC é a presença de deslocamentos do disco articular em direção anterior. Nesses casos, em virtude da ausência de uma relação adequada entre cabeça da mandíbula, disco e fossa mandibular, o conceito de RC poderia causar a compressão de feixes vasculonervosos da região retrodiscal, provocando dor e disfunção. 
Outro conceito de RC emprega princípios ortopédicos em que existe uma relação próxima dos côndilos com os discos articulares e fossas, determinada pelos músculos elevadoresdurante a função, que é considerada adequada tanto fisiológica quanto biomecanicamente. Tal descrição está mais próxima da realidade encontrada na clínica quando a RC está indicada para determinar a posição da relação intermaxilar. 
Vantagem de se empregar: reprodutibilidade. Embora essa posição conceitualmente deva ocorrer na presença do disco articular, nas situações em que o disco está deslocado e adaptado à nova função, sem sinais e sintomas de (DTM), os côndilos encontram-se também em uma posição reproduzível, o que é denominado RC adaptada. Neste capítulo, o termo RC é usado para a posição que apresenta reprodutibilidade dos contatos oclusais, independentemente da posição do disco. 
3) LIMITAÇÕES DO ASA E SUAS COMPENSAÇÕES 
Os ASAs apresentam limitações que impedem a reprodução de todas as características encontradas na ATM. Desse modo, é necessário reconhecer e compensar tais limitações, a fim de otimizar o resultado oclusal final da prótese. 
A influência das limitações dos ASAs refletida em três aspectos oclusais: direcionamento de cristas e sulcos, altura das cúspides e profundidade das fossas e conformação da concavidade palatina dos dentes anteros- superiores. 
3.1 Forma e angulação da eminência articular 
Limitação: A parede superior da “cavidade mandibular” é reta e rígida no ASA, mas é curvilínea na ATM. Em decorrência disso, somente as posições inicial e final do movimento mandibular são registradas fielmente no ASA, havendo distorções das trajetórias reais dos côndilos. Desse modo, ao se esculpir a superfície oclusal dos dentes posteriores, aumenta-se o risco de surgirem contatos indesejáveis durante os movimentos mandibulares. 
Compensação: A personalização do guia anterior realizada na fase das coroas provisórias e sua transferência para a mesa incisai no articulador reduzem a possibilidade de haver contato entre os dentes posteriores durante os movimentos excursivos da mandíbula.
3.2 Registro da distância intercondilar 
Limitação: Alguns tipos de ASA registram três distâncias intercondilares (pequena, média ou grande), enquanto outros são fabricados com uma distância intercondilar média fixa, desconsiderando que os pacientes podem apresentar as mais diversas variações dessas distâncias. Esse fator influencia a direção das cristas e dos sulcos dos dentes posteriores e a conformação da concavidade palatina dos dentes anteriores. Assim, interferências oclusais podem ser incorporadas aos trabalhos protéticos se esse fator não for compensado. 
Compensação: Personalização do guia anterior.
3.3.Deslocamento lateral imediato 
Limitação: Em algumas situações, o côndilo do lado não trabalhado apresenta uma ligeira movimentação no sentido lateral antes de contatar a parede medial da fossa mandibular e iniciar o seu movimento para baixo, para a frente e para dentro (deslocamento lateral imediato). No ASA não é possível reproduzir tais características. O deslocamento lateral imediato pode influenciar na altura das cúspides e na profundidade das fossas. 
Compensação: Personalização do guia anterior para que não ocorra contato oclusal nos dentes posteriores durante os movimentos excursivos laterais. Isso significa que o guia pelo canino deve proporcionar a imediata separação dos dentes posteriores desde o início do movimento lateral da mandíbula.
3.4 Localização do eixo de rotação da mandíbula 
Limitação: O eixo de rotação transferido para o ASA por meio do arco facial não corresponde ao eixo real de rotação presente nos côndilos. Assim, podem ocorrer pequenas diferenças entre os arcos de abertura e fechamento do articulador e da mandíbula, que influenciarão no posicionamento correto das cúspides dos dentes posteriores nos trabalhos protéticos. 
Compensação: Registro interoclusal na DVO para a montagem dos modelos de trabalho ou registro com espessura mínima para os casos de montagens de modelos de estudo em RC.
4) MATERIAIS UTILIZADOS 
Esses materiais devem apresentar algumas características como:
Baixa viscosidade
Baixa resistência ao fechamento mandibular 
Não adesão ao dente
Rigidez após presa 
Alto poder de cópia 
Fácil manuseio 
Dimensionalmente estáveis 
Baixo custo. 
Entre os materiais mais comumente utilizados destacam-se as ceras, as siliconas (de condensação e de adição) e a resina acrílica. Como todos eles apresentam vantagens e desvantagens, a experiência do CD e a adequação da montagem dos modelos em ASA com a situação clínica são determinantes para o sucesso do procedimento. 
Uma vez que o modelo superior já tenha sido posicionado e fixado no ramo superior do articulador com o auxílio do arco facial, sugere-se que o registro para a montagem do modelo inferior seja realizado com cera ou silicona nos casos de montagem para estudo e com casquetes de resina para montagens de modelos de trabalho. 
Na montagem dos modelos de estudo em RC, podem ser utilizadas cera ou silicona de adição para a obtenção do registro intermaxilar, pois nesses casos é necessária uma ligeira separação entre os dentes com a finalidade de se registrar somente a posição condilar.
Para a montagem dos modelos de trabalho, é preferível usar casquetes de resina para o registro intermaxilar, sempre na DVO final do caso. 
As principais causas dos erros clínicos durante a tomada do registro:
Possibilidade de intrusão do(s) dente (s) no alvéolo
Compressão dos tecidos moles em áreas edêntulas (se os materiais forem muito rígidos) 
Variação da posição mandibular decorrente de hiperatividade muscular (deve sempre ser tratada antes do início do tratamento reabilitador)
Para que isso não ocorra, o material deve tornar-se rígido após sua presa, para que não haja deformação e resistência à compressão durante a tomada do registro a ponto de alterar a posição do(s) dente (s) ou dos tecidos moles.
Requisitos do registro:
■ As edentações não devem ser muito profundas. 
■ O registro em RC não deve apresentar perfurações. Se isso ocorrer, é porque houver contato dentário e, consequentemente, o registro não foi tomado corretamente. 
■ Não pode ser muito espesso e deve ser feito o mais próximo da DVO, para compensar a limitação do ASA relativa à impossibilidade de transferir para o articulador o eixo de rotação da mandíbula. Quanto mais espesso for o registro, maior será a distância que a cúspide correspondente ao primeiro contato (contato prematuro) terá que percorrer até atingir a superfície do dente antagonista; consequentemente, maior será a diferença entre o arco de fechamento da mandíbula e o do articulador. Como comentado anteriormente, essa diferença pode causar erro na determinação de uma correta oclusão da prótese. Portanto, é importante que a interferência oclusal na posição de RC seja coincidente na boca e no articulador, o que é garantido pela verificação do contato cêntrico na boca e nos modelos com fita evidenciadora de contato.
 ■ O registro deve ser estável quando posicionado entre os modelos. Para isso, é conveniente utilizar registro em forma de U, envolvendo o maior número de dentes posteriores e anteriores e sem contatar tecidos moles. 
■ Nos casos em que o registro em cera ou silicona não propicie estabilidade aos modelos em virtude da ausência de dentes posteriores, é imperativo o uso de chapa de prova, com um plano de cera ou com resina acrílica para contatar os dentes antagonistas.
5) TÉCNICAS DE REGISTRO PARA MODELOS DE ESTUDO E TRABALHO 
O objetivo dos ASAs é simular os movimentos mandibulares e diminuir o tempo clínico gasto no ajuste oclusal das próteses. Quando a montagem dos modelos em articulador não corresponde à relação oclusal do paciente, pouco benefício decorre do seu uso.
Além de pouparem tempo clínico, registros mais precisos diminuem a possibilidade de restaurações sem contato oclusal ou com necessidade de ajuste excessivo. Todavia, é normal que ocorra alguma discrepância nos registros interoclusais, tanto em razão dos materiais utilizados como em decorrência das várias dificuldades clínicas que são encontradas. 
5.1 Montagem emASA dos modelos de estudo 
5.1.1 Montagem do modelo superior - arco facial:
O arco facial permite a montagem do modelo superior no ASA na mesma posição espacial que a maxila apresenta em relação ao crânio.
Permite transferir para o articulador a distância intercondilar do paciente e o eixo de rotação existente nos côndilos. 
Facilita a montagem correta dos modelos no articulador. 
TÉCNICA DO ARCO FACIAL:
O posicionamento do arco facial é feito por meio da colocação de um garfo na boca do paciente com três pontos de godiva de baixa fusão, um na região anterior e os outros dois na região posterior (Fig. 8.2A). 
A haste do garfo deve coincidir com a linha média da face do paciente, e moldam-se somente as pontas de cúspides e a face incisai dos dentes superiores (Fig. 8.2B). 
Após o resfriamento da godiva, remove-se o garfo, analisam-se as impressões criadas e faz-se a remoção de todos os excessos de godiva, para que somente as pontas de cúspides e as faces incisais fiquem demarcadas, propiciando um assentamento completo do modelo de gesso. Caso isso não ocorra, pode-se fazer o refinamento dessas impressões com pasta zinquenólica ou um produto similar. Esse procedimento pode também ser feito em cera.
O garfo deve permanecer imobilizado durante a colocação do arco facial. Para isso, colocam-se três pontos de godiva em sua parte inferior (Fig. 8.2C). Rolos de algodão ou as próprias mãos do paciente também podem ser usados com essa finalidade. 
O arco facial é posicionado introduzindo sua articulação na haste do garfo e mantendo-a o mais próximo da haste. 
Em seguida, as olivas são introduzidas nos meatos auditivos externos do paciente, que é solicitado a manter o arco em posição com as mãos, fazendo uma leve pressão para a frente e para cima, para ficar o mais próximo possível dos côndilos.
A seguir, o relator nasion é posicionado na depressão existente na base do nariz, e apertam-se todos os parafusos. O relator nasion é fixado sobre a barra transversal do arco. Nessa fase, verifica-se a distância inter- condilar, que pode ser pequena, média ou grande, determinada na parte frontal do arco pelas letras P, M ou G ou pelos números 1, 2 e 3. 
É importante que a barra anterior do arco facial fique paralela à linha bipupilar, pois essa referência auxilia o técnico de laboratório a determinar corretamente o plano oclusal. 
Se a transferência do arco facial para o articulador estiver correta, o técnico de laboratório poderá utilizar o ramo superior do articulador como referência para determinar o plano oclusal, visto que os ramos superior e inferior do ASA devem estar paralelos após a montagem dos modelos. Esse cuidado é especialmente importante nos casos de reabilitação oral em que todos os dentes serão restaurados, sendo necessário determinar um novo plano oclusal (Fig. 8.4).
A remoção do arco é feita soltando-se o parafuso localizado no centro da barra transversal do arco e pedindo-se para o paciente abrir a boca lentamente. 
Para a montagem do modelo superior no articulador, os elementos condilares que simulam os côndilos das ATMs apresentam três posições de montagem, de acordo com a distância intercon- dilar determinada pelo arco. O ajuste é realizado acrescentando-se espaçadores nos guias condilares: sem espaçador para a distância intercondilar pequena, um espaçador para a média e dois espaçadores para a grande. A face chanfrada do espaçador deve ficar voltada para o guia condilar.
A inclinação anteroposterior do guia deve ser ajustada em 30°, e o ângulo de Benett, em 15°. 
Os postes condilares do ramo inferior também devem ser ajustados de acordo com a distância intercondilar já determinada no ramo superior. Alguns ASAs não necessitam de ajuste da distância intercondilar, pois são programados na distância média. 
O modelo de gesso é posicionado nas impressões criadas no garfo, e, para se evitar seu movimento vertical, utiliza-se um acessório chamado guia telescópico expansivo (balança) para dar sustentação ao modelo. Pode-se também usar gesso interposto entre a base inferior do articulador e o garfo.
Para a fixação do modelo na placa de montagem, usa-se inicialmente uma pequena quantidade de gesso especial, que recebe uma complemen-tação com gesso pedra após sua presa. 
Aguarda-se novamente a presa, remove-se cuidadosamente o arco facial do articulador e coloca-se o pino incisai com sua extremidade arredondada em contato com a mesa incisai, para manter o ramo superior contra o ramo inferior (Fig. 8.5).
5.1.2 Montagem do modelo inferior - registro da RC:
A RC é uma posição craniomandibular e, portanto, independe da presença de dentes para sua determinação. 
Seu registro deve ser obtido com os dentes separados o mínimo possível, para compensar a primeira limitação do ASA, que é a impossibilidade de se transferir para o articulador o eixo de rotação presente nos côndilos, como comentado anteriormente. 
Para facilitar esse procedimento, confecciona-se um dispositivo com resina acrílica quimicamente ativada diretamente na boca, envolvendo os incisivos centrais superiores e estendendo-o aproximadamente 2 cm em direção palatina. Esse dispositivo é conhecido como guia de interferência oclusal (JIG) e tem como objetivo desprogramar a memória dos mecanorreceptores localizados no ligamento periodontal para tornar mais fácil a manipulação da mandíbula em RC. 
Aconselha-se isolar os dentes com vaselina ou papel-alumínio para evitar a adesão da resina. A resina deve ser colocada sobre os dentes ainda na fase plástica, e manipula-se a mandíbula na posição de RC durante sua polimerização. Durante essa fase, deve-se ter cuidado com a reação exotérmica da resina, que pode lesionar o tecido gengival. 
Após o acabamento, o JIG deve apresentar estabilidade e apenas um ponto de contato com um dos dentes antagonistas, permitindo a mínima separação dos dentes posteriores (Figs. 8.6A a C). 
Outro método também empregado para desprogramar a mandíbula é o de Long, que consiste em colocar entre os incisivos centrais tiras “calibradoras” de plástico, em número suficiente para causar a separação dos dentes posteriores (Fig. 8.6D). 
A técnica recomendada para a manipulação da mandíbula é a bilateral de Dawson:
Os dedos polegares são colocados no mento do paciente e os outros são distribuídos na base da mandíbula. 
Com o paciente na posição supina, o profissional se posiciona atrás dele e estabiliza a cabeça contra seu abdome, realizando movimentos de abertura e fechamento (Fig. 8.6E). 
Os dedos devem pressionar levemente a mandíbula para cima, para que os côndilos assumam uma posição mais superior contra a eminência articular, com o disco interposto entre essas estruturas. 
O movimento deve ser lento, suave e não deve ultrapassar 2 cm, para que os côndilos realizem somente o movimento de rotação. 
Durante a manipulação, o paciente não deve sentir qualquer tipo de sintomatologia na região da ATM. Se isso ocorrer, deve-se primeiro tratar a patologia e depois realizar os procedimentos de obtenção de registro da RC. 
Quando a mandíbula é manipulada na posição de RC sem o JIG interposto entre os dentes, o primeiro contato dentário corresponde à posição de RC. Se o operador pressionar a mandíbula além desse contato, ela deslizará para a face anterior e/ ou lateral até a MIH. 
É importante que se saiba identificar o (s) primeiro (s) contato (s) cêntrico(s), empregando fita evidenciadora de contato, para conferir a precisão da montagem dos modelos em RC (Fig. 8.7).
O registro é realizado com cera plastificada ou silicona de adição. 
Após retirado da boca, ele é colocado sobre os dentes do modelo superior (Figs. 8.8A a C). 
O modelo inferior é posicionado contra o registro com o articulador virado ao contrário, e ambos devem ser unidos com elástico ou palitos fixados nos modelos com godiva ou cera pegajosa (Figs. 8.9A e B). 
Nessa fase é importante que o pino incisai seja aumentado 1 a 2 mm para compensar a espessura do registro. 
Após a montagem dos modelos no ASA, émuito importante conferir a correspondência dos contatos oclusais dos modelos com os da boca na posição de RC. Isso é feito determinando-se, com uma fita apropriada para detectar contatos oclu sais, quais dentes apresentam contatos nessa posição; a seguir, os contatos são demarcados com fita evidenciadora. 
Esse procedimento é repetido na boca e, caso não se confirme a exatidão da montagem, deve-se realizar novo registro e nova montagem no articulador (Figs. 8.9D e E). 
Desse modo, tem-se a montagem dos modelos de estudo em ASA na posição de RC com o objetivo de facilitar a visualização do relacionamento maxilomandibular e analisar a presença de contatos prematuros e o desvio da mandíbula em direção lateral e/ou anterior (Fig. 8.9F).
Na ausência de dentes anteriores e/ou posteriores, os registros devem ser confeccionados usando bases de resina acrílica com estabilidade e retenção, sobre as quais serão confeccionados planos de cera e/ou registros em resina para contatar os dentes antagonistas (Fig. 8.10).
5.2 Montagem dos modelos de trabalho:
Definida a posição de trabalho, os registros oclusais para a montagem dos trabalhos protéticos em ASA podem ser realizados nas seguintes condições: 
■ Prótese unitária 
■ PPF unilateral 
■ PPFs bilaterais 
■ PPF superior e inferior no mesmo lado da boca 
■ Reabilitação oral 
■ PPF sobre implantes 
Prótese unitária:
Quando o paciente tem a maior parte dos dentes remanescentes em oclusão estável e sem SSTO, a MIH é a posição de escolha. 
O método mais preciso de relacionamento dos modelos superior e inferior para essa situação é sua articulação sem registro interoclusal (Fig. 8.11). Essa é a melhor forma de montar os modelos seguramente na DVO correta, compensando, assim, a limitação do registro do eixo de rotação arbitrário. 
Se houver necessidade de fazer registro, pode-se utilizar casquete de resina ou silicona, sem alterar a DVO.
PPF unilateral:
Quando a PPF está sendo confeccionada em um quadrante e o outro lado apresenta-se estável, o registro intermaxilar é necessário para estabilizar os modelos durante a montagem. Esse registro deve ser feito somente sobre os dentes preparados; os outros dentes permanecem em oclusão. 
A MIH deve ser a posição de trabalho, desde que o paciente não apresente patologias relacionadas à oclusão. 
Os registros são feitos com casquetes de resina confeccionados sobre os dentes preparados do modelo de trabalho, sem atingir a área cervical do preparo. 
Além disso, a superfície oclusal deve apresentar um espaço mínimo entre os casquetes e os dentes antagonistas. 
Uma pequena quantidade de resina é então colocada sobre os casquetes, que deverão registrar as pontas das cúspides dos dentes antagonistas. 
Essa marca sobre o casquete deve ser o mais rasa possível (somente a ponta da cúspide), para permitir o total assentamento do modelo de gesso no momento da montagem. Após a polimerização da resina, o casquete é transferido para o modelo, para auxiliar sua montagem no articulador (Figs. 8.12 e 8.13).
PPFs bilaterais:
Muitas vezes é necessário utilizar a RC como posição de trabalho, pois a posição MIH pode não prover uma estabilidade oclusal adequada, em virtude da ausência dos dentes. 
Se a oclusão for estável e os dentes não apresentarem SSTO, pode-se utilizar a MIH como posição maxilomandibular. 
Contudo, há possibilidade de concluir a prótese em uma posição diferente da MIH inicial (em decorrência de fraturas e/ou desgastes das coroas provisórias ou durante o processo de reembasamento), emprega-se a RC.
A posição de RC é fisiológica, é aceita pelo paciente e permite a alteração da DVO quando necessário. Outra vantagem dessa posição é ser conveniente e prática ao profissional, pois serve como ponto de partida para a reabilitação do paciente. Se, por alguma razão, a posição de RC for alterada, a determinação dessa posição é facilmente obtida, pois é reproduzível. O mesmo não ocorre com a MIH, pois, quando se perdem os contatos oclusais mantidos pelos dentes ou pelas coroas provisórias, perde-se também a MIH original. 
Definida a posição de RC para o tratamento, é necessário ajustar a oclusão dos dentes remanescentes, para eliminar as interferências oclusais e garantir a coincidência entre as posições dentária e condilar, denominada ORC.
Antes do preparo dos dentes em boca, a oclusão deve ser ajustada por meio de desgaste seletivo usando a mesma sequência de procedimentos empregada no ajuste feito previamente no articulador. 
A oclusão estável em ORC será usada posteriormente como orientação para o ajuste oclusal das coroas provisórias. Assim, após o preparo dos dentes retentores de um lado, confecciona-se a prótese provisória utilizando o outro lado como referência da posição de trabalho e da DVO. Em seguida, preparam-se os dentes do lado oposto e confecciona-se a prótese provisória, usando o lado da prótese provisória instalada anteriormente como referência. Quando se obtém a posição de ORC com um arco de fechamento único, na qual a posição de maior quantidade possível de contatos dentários (MIH) coincide com o correto posicionamento dos côndilos na fossa mandibular (RC), eliminam-se contatos prematuros que desviam a mandíbula. 
O registro da ORC é feito com casquetes de resina, como descrito anteriormente. Assim, removem-se as coroas provisórias de um lado e obtêm-se os registros com casquetes de resina. Após a polimerização da resina, repetem-se os procedimentos para os registros do outro lado (Figs. 8.17 a 8.20).
PPF superior e inferior no mesmo quadrante:
Se houver estabilidade oclusal nos dentes do lado oposto e ausência de SSTO, opta-se também pelo registro na MIH do paciente. 
Como é necessário que se realizem registros de dentes preparados contra dentes também preparados, pequenas variações devem ser incorporadas à técnica do registro com casquetes de resina acrílica. Assim, sugere-se que se construam cones de resina nos casquetes que serão posicionados nos dentes em uma das arcadas, com o objetivo de simular as pontas de cúspides. 
A seguir, esses cones entrarão em contato com a resina fluida colocada nos casquetes localizados nos dentes antagonistas (Fig. 8.22).
Reabilitação oral
Nos casos de reabilitação oral em que todos os dentes são preparados (em uma ou em ambas as arcadas), a posição de trabalho escolhida é a ORC. 
Assim, utilizam-se os mesmos princípios de registro com casquetes de resina acrílica descritos anteriormente, porém o registro deve ser realizado na DVO. 
Para que não ocorra alteração na DVO durante os registros, recomenda-se que se mantenham as coroas provisórias em um dos lados enquanto é feito o registro do lado oposto. 
Após esse registro, e com os casquetes em posição, retiram-se as provisórias do lado oposto e faz-se o registro desse lado. Assim, o registro do relacionamento horizontal (ORC) e vertical (DVO) das arcadas é transferido para o articulador da maneira mais fiel possível (Figs. 8.23 e 8.24).
6) VERTICULADOR 
Instrumento que permite a montagem de modelos parciais para a confecção de elementos unitários e de PPFs de até três elementos, todos localizados na região posterior da boca.
Seu uso exige que o paciente tenha um guia anterior efetivo
Vantagens: economia de material, rapidez e simplicidade. 
Constituição: duas hastes horizontais que permitem movimentação somente no sentido vertical e um parafuso que controla a abertura das hastes, as quais, quando em contato, devem reproduzir a posição de DVO do paciente. 
O registro intermaxilar é obtido com silicona de adição, em virtude de sua excelente estabilidade dimensional. As Figuras 8.44 e 8.45 mostram a sequência de confecção de uma prótese adesiva em verticulador.

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