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Direito do Consumidor
Prof. Me. Luciana Becker
Proposta de Estudo
2
1- História e Evolução do CDC;
2- A CF/88 e o CDC;
3- Princípios Constitucionais;
4- Conceitos.
Para que o sistema de proteção do consumidor, como o conhecemos hoje, seja bem compreendido, é necessário analisar uma série de ocorrências históricas envolvendo o consumo, de forma a demonstrar a evolução dos institutos jurídicos aplicáveis às relações de consumo.
3
1- História e Evolução do CDC
4
A proteção do consumidor pode ter seus primeiros rudimentos identificados no antigo Egito. Os egípcios, por questões estéticas, religiosas, e de saúde (para se protegerem dos efeitos dos raios solares), cultivavam o hábito de pintar o próprio corpo com alguns tipos de maquiagem.
1.1-Antigo Egito
5
A história nos conta que, já naquela época, era possível verificar a existência de concorrência entre os fabricantes dos mencionados produtos, estabelecendo-se, então, uma competição entre os mesmos, no sentido de oferecer produtos com maior qualidade, em razão das exigências dos respectivo consumidores.
Reportagem “O segredo da maquiagem do Egito” – Revista ISTOÉ.
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1.2-Código de Hamurabi
Também de forma rústica, a proteção do consumidor pode ser identificada em textos, como o Código de Hamurabi, editado no Império Babilônico. Visando defender os compradores de bens e serviços, o Rei Hamurabi impingiu uma forte legislação, contendo regras como a dos artigos 229 e 233 do referido estatuto, que previa:
Art. 229 – Se um pedreiro edificou uma casa para um homem mas não a fortificou e a casa caiu e matou seu dono, esse pedreiro será morto”
Art. 233 – Se um pedreiro construiu uma casa para um homem e não executou o trabalho adequadamente e o muro ruiu, esse pedreiro fortificará o muro às suas custas. 
7
O Código de Hamurabi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C., pelo rei Hamurabi da primeira dinastia babilônica. As 281 leis foram talhadas numa rocha de diorito de cor escura, que hoje se encontra no Museu do Louvre em Paris.
O Código de Hamurabi é uma tem de 2,25m de altura e contém 46 colunas de uma escrita diferente, chamada de cuneiforme. 
1.3 - A importância das Revoluções Industrial e Tecnológica
8
Com o advento da Revolução Industrial do aço e do carvão houve grande migração da população residente na área rural para os grandes centros urbanos, passando ao longo longo dos tempos, a manifestar ávido interesse pelo consumo de novos produtos e serviços capazes de satisfazer suas necessidades materiais. 
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Ante esse novo modelo de sociedade que se formava, os fabricantes e produtores, além dos prestadores de serviços, começaram a se preocupar com o atendimento da demanda, mas deixando de lado a qualidade dos produtos.
Com a nova filosofia de mercado, problemas começaram a surgir. Evidentemente, quando o fornecedor passa a prezar pela quantidade em detrimento da qualidade, o consumidor depara-se com produtos e serviços viciados ou portadores de defeitos que lhe causarão prejuízos de ordem econômica ou física, respectivamente.
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O novo modelo de sociedade de consumo ora apresentado ganhou força com a Revolução Tecnológica decorrente do período Pós-Segunda Guerra Mundial. 
Tendo por objetivo principal o atendimento da enorme demanda no aspecto quantitativo, o moderno maquinário industrial facilitou a produção e atendeu a este tipo de expectativa.
11
Os vícios e defeitos começaram a se tornar recorrentes no novo modelo de sociedade apresentado. O Direito da época não estava “apto” a proteger a parte mais fraca da relação jurídica de consumo, pois, no Brasil, por exemplo, a legislação aplicável na ocasião era o Código Civil de 1916, que foi elaborado para disciplinar relações individualizadas, e não para tutelar aquelas oriundas da demanda coletiva, como ocorre nas relações consumeristas.
12
Assim, o direito privado de então não tardaria a fraquejar, pois estava marcadamente influenciado por princípios e dogmas romanistas, tais como:
 ■ pacta sunt servanda;
 ■ autonomia da vontade; e
 ■ responsabilidade fundada na culpa
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1.4- A importância da revolução da informática e da globalização
Além dos marcos históricos da Revolução Industrial do aço e do carvão e da Revolução Tecnológica do período Pós-Segunda Guerra Mundial, outro importante momento importante do surgimento de um Direito específico de tutela do consumidor foi a Revolução da Informática e da Globalização que vivemos no mundo contemporâneo. As relações de consumo via meio eletrônico estão cada vez mais presentes na vida do consumidor nacional e, enquanto não for editado o marco regulatório das relações pela internet, imprescindível a aplicação na íntegra do Código de Defesa do Consumidor.
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Por fim, cumpre registrar ainda a título de introdução histórica que o dia 15 de março representa a data escolhida para a comemoração do “Dia Mundial dos Direitos dos Consumidores”. 
Antes mesmo de ser incluída na Carta Constitucional de 1988, a defesa do consumidor, no Brasil, teve como marco mais significativo a edição da Lei nº 7.347/85 , conhecida como Lei da Ação Civil Pública, com objetivo à proteção dos interesses da sociedade. No mesmo ano, criou-se o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor.
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2- A CF/88 e o Código de Defesa do 
Consumidor
16
No Brasil, o Direito do Consumidor tem amparo na Constituição Federal de 1988, que, aliás, trouxe dois mandamentos em seu corpo principal (arts. 5º, XXXII, e 170, V) e um no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (art. 48):
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■ CF/88: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) XXXII — o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. 
■ CF/88: “Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) V — defesa do consumidor”.
 ■ ADCT: “Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor”. 
O art. 48 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias conferiu um prazo de cento e vinte dias da promulgação da Constituição Federal para o Congresso Nacional elaborar o Código de Defesa do Consumidor. Demorou um tempo maior.
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2.1 - O direito do consumidor como direito fundamental
Como a relação jurídica de consumo é uma relação desigual, onde se encontra o consumidor vulnerável de um lado e o fornecedor detentor do monopólio dos meios de produção do outro, nada melhor que ser alçado o Direito do Consumidor ao patamar de Direito Fundamental.
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Logo, o amparo constitucional que possui o Direito do Consumidor traz uma conotação imperativa no mandamento de ser do Estado a responsabilidade de promover a defesa do vulnerável da relação jurídica de consumo. Ademais, ao longo do tempo muito se falou em eficácia vertical dos Direitos Fundamentais — respeito pela Administração dos Direitos Fundamentais de seus administrados. 
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Como o advento do Direito do Consumidor foi alçado ao patamar constitucional, é possível tratar na atualidade da eficácia horizontal dos direitos ora em estudo, ou seja, mesmo sem a existência de hierarquia entre as partes envolvidas na relação, como ocorre entre fornecedor e consumidor, o respeito aos Direitos Fundamentais também se faz necessário.
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22
3 – Princípios Constitucionais que norteiam o CDC
Dignidade da pessoa humana.
É o direito humano positivado, logo direito fundamental, que norteia as relações individuais entre pessoas, entre as pessoas jurídicas, inclusive o Estado. Do ponto de vista do homem, a Constituição pode ser resumida à dignidade. No que se refere à ordem econômica, está ela presente; quantoà liberdade, também encontra-se presente tal princípio; e, dentre outros inúmeros exemplos, o princípio também encontra guarida no Código de Defesa do Consumidor, onde constitui-se em seu principal fundamento.
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Liberdade.
A liberdade aqui tratada está ligada à liberdade de ação, tanto do consumidor, como do fornecedor.
-    fornecedor, a garantia de empreender, ou seja, abrir um “negócio”, executar alguma atividade permitida por lei.
-    Consumidor = querer + poder.
Confere-se a liberdade de iniciativa a todos aqueles que decidam por vontade própria, tomando seus bens e constituindo-os em capital, ir ao mercado empreender alguma atividade.
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Isonomia ou igualdade.
Com efeito, dispõe o art. 5º, caput: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”.
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É fato conhecido que:
a) o princípio da igualdade ou isonomia é dirigido ao legislador e ao aplicador;
b) a interpretação adequada de tal princípio é tão antiga quanto Aristóteles, que já explicava que seu resultado adequado advinha da fórmula: dar tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, na medida dessa desigualdade;
c) essa fórmula, que em abstrato é bastante adequada, é muito difícil de ser aplicada concretamente:
Tratar com desigualdade seria discriminar, não manter uma igualização. Mas, como dito, não é tão simples definir quando há e quando não há discriminação.
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Informação.
Os fornecedores têm o direito de informar, divulgar seus produtos e serviços (Art. 5º, IX, e 220 da CF).
Ao consumidor é dado o direito de se informar (Art. 5º XIV da CF) e de ser informado, direito fundamental para municiar a manifestação de sua vontade na aquisição de produtos e serviços.
Ao fornecedor, deve constar todas as informações do produto, na bula, manual e contrato.
Como decorrência o princípio do Controle da Publicidade.
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Controle da Publicidade.
A publicidade é forma sofisticada de oferta, principal instrumento dos fornecedores para apresentarem ao mercado a sua produção.
No mercado de massas global no qual está inserida sociedade brasileira, a publicidade é ferramenta obrigatória. Por trabalhar com sofisticadas técnicas de imagem e som, com alta tecnologia, a publicidade possui alto poder persuasivo atingindo e orientando a vontade dos consumidores.
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Por essa razão a Constituição Federal preceitua que compete à lei federal estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que propaguem propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Consigne-se que pelo texto constitucional, a propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.
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Art. 220, § 3º II, e § 4º da Constituição Federal.
A referida restrição legal é feita pela Lei Federal 9294, de 15 de Julho de 1996, regulamentada pelo Decreto 2018 de 1º de Outubro de 1996.
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Princípio da Eficiência.
O Estado é um dos principais fornecedores no mercado de consumo.
Encontra-se positivado em seu Art. 37, CF- Emenda Constitucional 19
No CDC - inciso VII de seu Artigo 4º - determinando como princípio geral da política nacional das relações de consumo a racionalização e melhoria dos serviços públicos.
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Princípio da Vulnerabilidade.
 
Art. 5º, XXXII, CF; 170, V; art. 4º, I, do CDC. A CF e o CDC reconhecem que o consumidor é parte vulnerável na relação de consumo.
DIVERGÊNCIA – Parte da doutrina milita favoravelmente a qualquer consumidor, Pessoa Física ou Jurídica. Outra doutrina entende que atinge somente a pessoa física, a pessoa jurídica deve demonstrar a vulnerabilidade.
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 Vulnerável não é sinônimo de hipossuficiente!
 
Vulnerável é todo e qualquer consumidor, já hipossuficiente é específico para um dado consumidor em uma situação concreta.
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4- Conceitos Iniciais
Consumidor – toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Fornecedor – toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
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Produto – qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
 Serviço – qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
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