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ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMINIO ECONÔMICO E CASO VII - 09.11 - AV2 2019.2

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
1 
ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
 
CONCEITOS 
 
A ordem econômica e financeira é visto na CF88 e se fundamenta na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, uma vez que tem por finalidade de assegurar a todos 
existência digna e ditames da justiça social - artigo 170, caput, Constituição Federal. 
 
*JÁ IMAGINOU NAS CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS DE CRISES NA ECONOMIA?* 
 
DOUTRINA: 
As intervenções do Governo neste quadro são muito perigosas porque são ações 
interventivas. Se ocorrem, por exemplo, em preços administrados, ou em manipular 
indicadores de resultado econômico, em aferição irregular dos valores de preços 
(especialmente em serviços e/ou produtos essenciais para a economia e os mercados, tais 
como: energia elétrica, água, combustíveis, medicamentos) essenciais à vida de todas as 
pessoas, empresas e mercados, a intervenção pode reduzir competição empresarial e a 
eficiência econômica, que desregulam ainda mais os mercados e a economia. 
 
DOUTRINA: processo sociais x intervenção no domínio econômico ( cont.) 
Havendo desorganização na formulação de preços e no emprego de novas estruturas de 
negócio, o resultado é a disfunção dos mercados, especialmente do principal mercado para 
a sociedade: o mercado de trabalho. As consequências serão devastadoras: aumento do 
índice de desemprego, baixa no valor das remunerações e, por fun, dificuldade na 
realocação de novas ofertas de trabalho. Quando essas providências ocorrem, elas mudam 
a percepção do estado nossa economia no exterior. Quanto à estrutura articulada, a ordem 
econômico-financeira é introduzida pelos princípios explicitados no art. 170 e aos demais 
difusamente escolhidos pela constituinte. O art. 173 delimita a forma jurídica e econômica 
de atuação direta do Estado. O art. 174 cuida do Estado como agente normativo e regulador 
do processo econômico. No art. 175 está desenhado o papel do Estado como prestador de 
serviços públicos. 
 
ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA – CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça 
social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
IV - livre concorrência; 
V - defesa do consumidor; 
VI - defesa do meio ambiente; 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
2 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o 
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e 
prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII - busca do pleno emprego; 
IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de 
pequeno porte. 
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as 
leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
 
LIVRE CONCORRÊNCIA → Traduz-se na criação de um ambiente econômico complexo tal 
como entendemos a estrutura mercadológica sob a ótica dos agentes econômicos que 
concorrem entre si ( empresas, instituições financeiras, famílias, Estado...). 
 
LIVRE EXERCÍCIO DA ATIVIDADE ECONÔMICA → LIBERALISMO CONSTITUCIONAL 
COMO REGRA 
ART.170, P. único, CF 88 É assegurado a todos o livre exercício de qualquer 
atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, 
salvo nos casos previstos em lei. 
 
O Estado deve estimular, incentivar, contribuir e orientar (...) 
 
FORMAS DE ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO 
 
→ O Estado atua no domínio econômico de duas formas precípuas: na regulação das 
atividades exercidas pelos particulares (Estado Regulador) e na exploração de atividades 
econômicas (Estado Executor) , o que se dá excepcionalmente. 
 
Estado executor - Empresas públicas e sociedade de economia mista 
 
Estado Regulador - criação de normas e limitações na ordem econômica 
 
 
ESTADO EXECUTOR 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de 
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos 
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
 
DOUTRINA: 
Esse comando constitucional cuida da intervenção direta do Estado na atividade 
econômica, em qualquer uma das esferas federais. A exploração da atividade econômica 
pela empresa estatal está subordinada ao regime jurídico dos bens públicos e aos efeitos 
jurídicos do sistema constitucional que regula as atividades da administração pública. 
O legislador ordinário, ao aplicar as normas constitucionais reguladoras da atividade 
administrativa em atividade econômica, deve começar observando os princípios 
administrativos da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
3 
 
 
 
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
 
São chamadas de empresas estatais porque possuem personalidade de pessoas jurídicas 
de direito privado , dessa forma teriam algumas características próprias, tais como a 
obrigação de realizar concursos Públicos e uma complexa fiscalização (Legislativo, 
Judiciário e Tribunal de Contas) 
 
ROSSI: São consideradas entidades da Administração Pública Indireta, com personalidade 
jurídica de direito privado, que têm por finalidade a prestação de um serviço público 
e/ou a exploração da atividade econômica – exploração esta que é realizada de forma 
indireta , já que a exploração direta da atividade econômica pelo Estado só pode ser 
realizada em casos excepcionais constitucionalmente previstos (art. 173 da CF). 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
5 
 
EMPRESAS PÚBLICAS SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Personalidade jurídica de direito 
privado. 
Personalidade jurídica de direito 
privado. 
1) prestar serviço público; 
2) explorar a atividade econômica – 
atividades gerais de caráter 
econômico. 
1) prestar serviço público; 
2) explorar a atividade econômica – 
atividades gerais de caráter 
econômico.Capital: exclusivamente público – 
art. 3º da Lei n. 13.303/2016: 
“Empresa pública é a entidade dotada de 
personalidade jurídica de direito privado, 
com criação autorizada por lei e com 
patrimônio próprio, cujo capital social é 
integralmente detido pela União, pelos 
Estados, pelo Distrito Federal 
ou pelos Municípios. 
Parágrafo único. Desde que a maioria do 
capital votante permaneça em propriedade 
da União, do Estado, do Distrito Federal ou 
do Município, será admitida, no capital da 
empresa pública, a participação de outras 
pessoas jurídicas de direito público interno, 
bem como de entidades da administração 
indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios”. 
Capital: misto – art. 4º da Lei n. 
13.303/2016: “Sociedade de economia 
mista é a entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, com criação 
autorizada por lei, sob a forma de 
sociedade anônima, cujas ações com 
direito a voto pertençam em sua maioria à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal, 
aos Municípios ou a entidade da 
administração indireta. 
§ 1º A pessoa jurídica que controla a 
sociedade de economia mista tem os 
deveres e as responsabilidades do 
acionista controlador, estabelecidos na Lei 
n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e 
deverá exercer o poder de controle no 
interesse da companhia, respeitado o 
interesse público que justificou sua criação. 
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, 
a sociedade de economia mista com 
registro na Comissão de Valores 
Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei 
n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976”. 
 
Criação: por autorização legal nos 
termos do art. 37, XIX e XX, da 
Constituição Federal – que consagra o 
Princípio da Autorização 
Legislativa: 1º) há a promulgação de lei 
autorizando sua criação; 2º) há expedição 
de decreto 
regulamentando a lei; 3º) há o registro dos 
atos constitutivos em cartório e na Junta 
Comercial. 
Criação: por autorização legal nos 
termos do art. 37, XIX e XX, da 
Constituição Federal – que consagra o 
Princípio da Autorização legislativa: 1º) há 
a promulgação de 
lei autorizando sua criação; 2º) há 
expedição de decreto regulamentando a lei; 
3º) há o registro dos atos constitutivos em 
cartório e na Junta Comercial. 
Forma organizacional livre: poderão 
constituir qualquer modalidade 
empresarial. 
Forma organizacional: obrigatoriamente 
deve ser S.A. – Sociedade Anônima, por 
expressa determinação legal. 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
6 
Foro competente para julgamento 
REGRA: 
1) Se empresa pública federal →JUSTIÇA 
FEDERAL 
“Art. 109. Aos juízes federais compete 
processar e julgar: I – as causas em que a 
União, entidade autárquica ou empresa 
pública federal forem interessadas na 
condição de autoras, rés, assistentes ou 
oponentes, exceto as de falência, as de 
acidentes de trabalho e as sujeitas à 
Justiça 
Eleitoral e à Justiça do Trabalho.” 
2) Se empresa pública estadual ou 
municipal → JUSTIÇA ESTADUAL 
 
Foro competente para julgamento 
REGRA: 
Sociedade de Economia Mista federal, 
estadual ou municipal → JUSTIÇA 
ESTADUAL 
•Súmula 556 do STF: “É competente a 
justiça comum para julgar as causas em 
que é parte Sociedade de Economia Mista”. 
•Súmula 42 do STJ: “Compete à justiça 
comum estadual processar e julgar as 
causas cíveis em que é parte sociedade de 
economia mista e os crimes praticados em 
seu detrimento”. 
 
 
 
ESTADO REGULADOR 
 
REGULAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, 
na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento , sendo este 
determinante para o setor público e indicativo para o setor privado. 
 
Fiscalização → EVITAR FORMAS ABUSIVAS DE ATUAÇÃO NOS SETORES 
ECONÔMICOS 
 
Incentivo → Estímulo do desenvolvimento econômico do país 
 
Planejamento → Estabelecer metas – dever-ser da ordem econômica 
 
 
ABUSO DE PODER ECONÔMICO 
 
ART. 173, § 4º, CF → INTERVENÇÃO DO ESTADO E LIVRE CONCORRÊNCIA 
 
A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à 
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. 
 
OBS: *LEI 12.529 DE 2011→ SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA 
 
* CADE → CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA 
 
MONOPÓLIO É PERMITIDO? 
 
Art. 177. Constituem monopólio da União: 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
7 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos 
fluidos; (Vide Emenda Constitucional nº 9, de 1995) 
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades 
previstas nos incisos anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de 
petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo 
bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o 
comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados. 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o 
comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos 
radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob 
regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta 
Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
8 
VAMOS RESPONDER? 
 
Caso Concreto VII: 
As empresas “Frangão”, “Quero Frango” e “Frangonne”, que, juntas, detêm dois terços da 
produção nacional de aves para consumo, realizam um acordo para reduzir em 25% a 
comercialização de aves de festa (aves maiores, consumidas especialmente no Natal), de 
modo a elevar o seu preço pela diminuição da oferta (incrementando o lucro), bem como 
reduzir os estoques de frango comum, cujo consumo havia caído sensivelmente naquele 
ano. Às vésperas do Natal de 2009, as empresas são autuadas pelo órgão competente, 
pela prática de infraçãoda ordem econômica. Em suas defesas, as três alegam que a 
Constituição consagra a liberdade econômica, de modo que elas poderiam produzir na 
quantidade que desejassem e se desejassem, não sendo obrigadas a manter um padrão 
mínimo de produção. 
Seis meses depois, os autos são remetidos ao julgador administrativo, que, diante do 
excessivo número de processos pendentes, somente consegue proferir a sua decisão em 
outubro de 2013. Em alegações finais, as empresas apontam a prescrição ocorrida. Sobre a 
situação dada, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
 
A) A conduta das três empresas é lícita? 
Não. A Lei nº 12.529/2011, ao estruturar o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência, prevê uma série de condutas que constituem infração da ordem 
econômica, independentemente de culpa, caso tenham por objeto ou possam 
produzir como efeito o aumento arbitrário dos lucros. Dentre elas, destaca-se 
acordar, combinar, manipular ou ajustar com concorrente, sob qualquer forma, os 
preços de bens ou serviços ofertados individualmente ou a produção ou a 
comercialização de uma quantidade restrita ou limitada de bens (Art. 36, § 3º, I ou Art. 
173, §4ª da CF/88). 
 
 
 
B) É procedente o argumento da prescrição? 
Sim. A Lei nº 12.529/2011 estabelece a prescrição no procedimento administrativo 
paralisado por mais de 3 (três) anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos 
autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada, sem 
prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da paralisação, se for 
o caso (Art. 46, § 3º, da Lei nº 12.529/11).

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