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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ FRANCISCO DAS CHAGAS GOMES – Matrícula nº 201202199216 PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) - CCJ0149 SEMANA 05 Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite. Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. Com base nessas informações, o Ministério Público da Comarca da Capital do Estado XXXXX ofereceu denúncia em face de Tício e imputou ao mesmo a conduta descrita no delito de aborto provocado por terceiro e, assim, incurso nas penas do art. 125 do CP. O processo foi normalmente instruído, tendo sido realizadas todas a oitiva da vítima Maria, das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa e, em seguida com o interrogatório do acusado Tício, tudo na forma do art. 411 do CPP. A defesa de Tício foi intimada no dia 9 de fevereiro de 2017 (quinta-feira). Registre-se que Tício respondeu ao processo em liberdade. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, as teses jurídicas pertinentes. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DO ESTADO … Processo nº.... ... ... .. ... ... ... ... .. TÍCIO, já devidamente qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe que lhe move o Ministério Público, por suposta infração com base no Artigo 125 do Código Penal, por seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, respeitosamente, interpor: ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS nos termos do Artigo 403, § 3 º do Código de Processo Penal pelos motivos de fato e de direito aduzidos: I. DO FATO Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria transmitido naquela noite. Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que a gravidez de Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. II. DO DIREITO O ministério Público Estadual denunciou Tício que ao dar carona a suposta vítima, sob forma imprudente, ao retornar para casa dirigindo seu veículo automotor, imprimiu velocidade excessiva na via, pois queria retornar a sua residência mais cedo, em decorrência do jogo do seu time do coração, quando sem ter a intenção, em uma curva fechada, perdeu o controle da direção vindo a capotar. Fora constatado pelos bombeiros que os socorreram que a vítima não sofrera qualquer lesão, porém em laudo realizado pelo Instituto Médico Legal viera a sofrer aborto em decorrência do acidente. Conforme o Artigo 125 do Código Penal, versa que será penalizado aquele que provocar, sem o consentimento da vítima. O aborto tem o tipo subjetivo de crime, sendo somente aceito em sua forma DOLOSA e NUNCA em sua forma culposa. Entendendo assim a jurisprudência: PROCESSUAL PENAL - ABORTO PROVOCADO - AUSÊNCIA DE DOLO - IMPRONÚNCIA - LAUDO ASSINADO POR UM ÚNICO PERITO - POSSIBILIDADE. 1. Diante dos princípios "pas de nullité sans grief " e da instrumentalidade das formas, previstos nos artigos 563 e 566, do CPP, não se decreta a nulidade de nenhum ato processual que dele não resulte prejuízo para a acusação ou para a defesa, bem como o que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 2. De acordo com a jurisprudência sedimentada nos Tribunais Superiores, bem como na Súmula 28 deste Tribunal, não é nulo o exame pericial realizado por um único perito oficial, pois a exigência de dois peritos aplica-se aos casos em que a perícia for realiza da por peritos leigos. 3. Diante da ausência do elemento subjetivo do dolo específico na conduta do agente, denunciado por crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, ainda que o médico faça opção por procedimento pouco recomendável para o caso, não há elementos para se afirmar que agiu dolosamente, com intenção de provocar o aborto da gestante e a morte do feto, impondo se, nos termos do art. 409, do CPP, a sua impronúncia. Preliminares rejeitadas. Recursos desprovidos. ( TJ- MG 104 70 050 236442001 1 MG 1. 04 70.05.02 36 44-2/00 1( 1) , Relator: A N TÔNI O ARMANDO DOS ANJOS , Data de Julgamento: 04/ 03/200 8, Data de Publicação: 09/ 04/20 08) Tício não teve objetivo de prejudicar ou interromper a gravidez de Maria. Sua intenção foi somente a de, como amigos que eram, dar uma carona e proporcionar maior conforto no retorno do trabalho. Portanto, não havendo o DOLO DIRETO OU EVENTUAL de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, torna-se a denúncia do Ministério Público ATÍPICA, na forma do Artigo 415, III DO Código de Processo Penal. III. DO PEDIDO Face ao exposto requer: A absolvição sumária do réu com base no Artigo 415, II do Código de Processo Penal. Local e Data. ADVOGADO/OAB
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