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Semana 5 - Alegações Finais (Memoriais) - Procedimento do Tribunal do Júri 
 
Caso concreto 
 
Tício, solidário a gravidez de sua amiga Maria, ofereceu carona a mesma após mais um dia de 
trabalho na empresa em que trabalham juntos. Ocorre que Tício, de forma imprudente no 
caminho de volta, imprime velocidade excessiva, sem observar o seu dever de cuidado, pois 
queria chegar a tempo de assistir ao jogo de futebol do seu time do coração que seria 
transmitido naquela noite. Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do 
veículo automotor que capotou. Os bombeiros que prestaram socorro ao acidente 
encaminharam Maria para o Hospital mais próximo onde ficou constatado que a mesma não 
havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou -se que a gravidez de 
Maria havia sido interrompida em razão da violência do acidente automobilístico, conforme 
comprovou o laudo do Instituto Médico Legal, às fls. 14 dos autos. Com base nessas 
informações, o Ministério Público da Comarca da Capital do Estado XXXXX ofereceu denúncia 
em face de Tício e imputou ao mesmo a conduta descrita no delito de aborto provocado por 
terceiro e, assim, incurso nas penas do art. 125 do CP. O processo foi normalmente instruído, 
tendo sido realizadas todas a oitiva da vítima Maria, das testemunhas arroladas pela acusação 
e pela defesa e, em seguida com o interrogatório do acusado Tício, tudo na forma do art. 411 
do CPP. A defesa de Tício foi intimada no dia 9 de fevereiro de 2017 (quinta-feira). Registre-se 
que Tício respondeu ao processo em liberdade. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, redija a peça cabível, no último dia do prazo, excluindo a possibilidade de 
impetração de Habeas Corpus, sustentando, as teses jurídicas pertinentes. 
 
Resposta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI 
DA VARA CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO … 
 
+/- 10 linhas 
 
Processo nro. … 
Autor: Ministério Público Estadual 
Denunciado: Tício 
 
 
TÍCIO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe move o 
Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor 
 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
 
nos termos do art. 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
I - DOS FATOS 
 
 Tício, em solidariedade frente a situação de gravidez da sua colega de trabalho Maria, 
lhe oferece carona após mais um dia de trabalho. No entanto, Tício, de forma imprudente, 
imprime velocidade excessiva, sem observar seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo 
de assistir ao jogo do time do seu coração, que seria transmitido naquela noite. 
 Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do carrro e capotou. Logo 
em seguida, os bombeiros prestaram socorro e encaminharam desde logo Maria ao hospital 
mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, 
na mesma ocasião constatou-se que havia sido interrompida a sua gravidez em razão da 
violência do acidente, conforme consta no laudo do IML, acostado às fls. 14 deste processo. 
 
II - DO DIREITO 
 
 Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto no art. 125 
do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, o entendimento do 
Ministério Público mostra-se claramente equivocado. 
 
 Sabe-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a tipificação 
no referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do agente em atingir o 
resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que não houve consciência, muito 
menos vontade do agente em dar cabo ao prosseguimento do feito. Logo, se não há dolo na 
conduta do denunciado, não há que se falar em acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em 
vista que neste crime não é cabível a modalidade culposa. Na mesma esteira está o 
entendimento da jurisprudência: 
 
PROCESSUAL PENAL - 
ABORTO PROVOCADO - 
AUSÊNCIA DE DOLO - 
IMPRONÚNCIA - LAUDO 
ASSINADO POR UM ÚNICO 
PERITO - POSSIBILIDADE. 1. 
Diante dos princípios ""pas de 
nullité sans grief"" e da 
instrumentalidade das formas, 
previstos nos artigos 563 e 566, 
do CPP, não se decreta a 
nulidade de nenhum ato 
processual que dele não resulte 
prejuízo para a acusação ou 
para a defesa, bem como o que 
não tenha influído na apuração 
da verdade substancial ou na 
decisão da causa. 2. De acordo 
com a jurisprudência 
sedimentada nos Tribunais 
Superiores, bem como na 
Súmula 28 deste Tribunal, não é 
nulo o exame pericial realizado 
por um único perito oficial, pois a 
exigência de dois peritos aplica-
se aos casos em que a perícia 
for realizada por peritos leigos. 
3. Diante da ausência do 
elemento subjetivo do dolo 
específico na conduta do agente, 
denunciado por crime de aborto 
provocado sem o consentimento 
da gestante, ainda que o médico 
faça opção por procedimento 
pouco recomendável para o 
caso, não há elementos para se 
afirmar que agiu dolosamente, 
com intenção de provocar o 
aborto da gestante e a morte do 
feto, impondo-se, nos termos do 
art. 409, do CPP, a sua 
impronúncia. Preliminares 
rejeitadas. Recursos 
desprovidos. 
 
(TJ-MG 104700502364420011 
MG 1.0470.05.023644-2/001(1), 
Relator: ANTÔNIO ARMANDO 
DOS ANJOS, Data de 
Julgamento: 04/03/2008, Data 
de Publicação: 09/04/2008)13:26 
 
Desse modo, não houve na conduta de Tício o dolo de provocar o acidente e gerar o 
resultado aborto, tornando, desse modo fato atípico, afetando negativamente a denúncia do 
MP, na forma do art. 415, III do CPP. 
 
III - DO PEDIDO 
 
 Ante o exposto, requer-se: 
A absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
Local, Data 
Nome advogado 
OAB/UF

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