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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia Leandra Borges Santos B68IIJ9 918W - PSICOLOGIA FENOMENOLOGICA Campus Paraíso São Paulo 1.O fenomenólogo André Dartigues (1992), comenta a respeito da concepção de consciência de Husserl que ela contém muito mais que a si própria. Para a fenomenologia, a consciência: C- refere-se ao ato de consciência, que sempre visa um objeto. Segundo Husserl, E. (2001) Qualquer consciência, em geral, ou é já ela mesma caracterizada como evidência, i.e., como dando o seu objecto originariamente, ou, então, tem uma tendência essencial para a conversão em doações originárias do seu objecto, portanto, para sínteses de verificação, as quais pertencem essencialmente ao domínio do “eu posso”. 2.O filósofo Stegmüller (1997) resume a concepção de consciência da fenomenologia de Husserl da seguinte maneira: [...] a consciência como o entrelaçamento das vivências psíquicas empiricamente verificáveis numa unidade de fluxo de vivência; como a percepção interna dessas próprias vivências e como designação que resume todas as vivências intencionais. (Stegmüller, 1997). Sobre essa concepção de consciência, peculiar à Fenomenologia, está correto afirmar: I A consciência não é uma substância (alma), mas uma atividade constituída por atos (percepção, imaginação, volição, paixão etc.) com os quais se visa a algo. II O traço essencial da consciência é a intencionalidade: toda consciência é consciência de algo. III Consciência é sempre de algum objeto e os objetos só têm sentido para uma consciência. IV A intencionalidade representa o fato de que sempre há um interesse organizador da percepção, regulando o fenômeno de figura e fundo. Estão corretas apenas: C- I, II e III. 3.Segundo a psicóloga fenomenóloga Bilê Sapienza, “As proposições heideggeriana implicam alterações radicais em nosso pensar impregnado pela metafísica tradicional e subverte a costumeira ordem que havia em nossa aceitação tácita (...)” (2025, p.37) Por metafísica Heidegger se refere: I À crença numa realidade externa objetiva independente do sujeito (interior), tal como na fenomenologia de Husserl... II Ao fato de que Dasein é ser-no-mundo-com-os-outros, o que significa que a existência está sempre além (meta) de seu corpo (física). III Às concepções de homem (interno) e mundo (externo) que fundamentam a Psicologia moderna. IV À exigência de um método objetivo para se conhecer a realidade. E- a afirmativa correta é I, III e IV. 3.Segundo a psicóloga fenomenológica Ida Cardinalli (2012), “Na obra Ser e Tempo, o fio condutor do pensamento de Heidegger é o esclarecimento do sentido do ser como tal”. (CARDINALLI, 2012, Daseinsanalyse e esquizofrenia, São Paulo, Escuta, 2012, pag. 53.) Em relação às ideias de Heidegger acerca do existir humano como Dasein, pode-se afirmar que: I O Da (aí) do Dasein (serai) é a abertura essencial do existir humano, o que significa dizer que ele é esse estar aberto para perceber, compreender, entender e conhecer o que é encontrado no mundo; II A essência do Dasein é a própria existência; III O Dasein nunca é um objeto simplesmente presente; IV As características que constituem o Dasein podem ser consideradas como categorias ou atributos porque a singularidade deve ser o ponto de partida para o conhecimento dos modos de ser do humano. Das afirmativas acima, estão corretas apenas: D- I, II e III. Segundo HE as duas seções publicadas da primeira parte de ser e tempo já compõe o perfil de uma ontologia fundamental, estudando, numa analitica, com base no método fenomenológico de Husserl, o homem e do ponto de vista de seu ser como Dasein. 4.A experiência da angústia tem destaque na fenomenologia de Heidegger, pois ela possibilita uma visão clara da condição existencial. A respeito dessa experiência no contexto fenomenológico-existencial está correto afirmar: I Na angústia, o ente intramundano desaba, não sendo mais relevante e significante. II A angústia é precisamente a experiência do ser-no mundo enquanto tal, do próprio mundo. III Temor e angústia são diferentes, pois a angústia é “de” alguma coisa e o temor, é temor diante do nada. Apresentam corretamente as ideias de Heidegger acerca do modo de ser da angústia somente as afirmativas: D- I e II. A terceira afirmação não esta correta, uma vez que Dansei se angustia diante do nada e o temor tem haver com medo e não angustia. A angústia não se angustia diante deste ou daquele ente, que se aproxima daqui ou de lá; o ameaçador não esta em lugar nenhum. Esta açi. E está tão ‘presente’ que “oprime e corta a respiração” (Heidegger, 1927/2012, p. 523). 5.Muitas pessoas procuram psicoterapia em razão de decisões que precisam tomar em suas vidas. As decisões articulam-se com futuro, pois, decidir-se é escolher um futuro possível e abdicar de todos os demais. Entretanto, Heidegger descreve em Ser e tempo que a maioria das vezes a existência não se assume assim, entregando a responsabilidade de seu existir a “a gente”. À luz desse contexto teórico-filosófico está correto afirmar: IA fenomenologiaexistencial compreende a existência como indeterminada, como poder-ser. Existir é tarefa. II – Cotidianamente, existimos abrindo mão de nosso ser-aí, deixando de perceber a singularidade das situações que vivenciamos e de nossa própria existência. III – Na relação psicoterapêutica fenomenológico-existencial, o terapeuta indica para o paciente quais são e como deve tomar as decisões importantes de sua vida. Estão corretas: D- I e II, estão corretas a terceira afirmativa está errada, afinal o psicoterauta não interfere nas tomadas de decisões dos pacientes. 6. Leia o seguinte poema e a seguir responda a questão: Amadurecer e crescer também significa ir, de olhos abertos, em direção à morte. Nós só somos maduros o tanto quanto estejamos dispostos a aceitar nossa própria mortalidade. A morte nos torna sábios para a vida. Eu me nego, por isto, À fuga ilusória para a superficialidade tentadora e para ocultar o doloroso. Eu quero visualizar conscientemente que a qualquer momento será o meu último dia. E por meio disto estar mais desperto, mais vivo, realizado, sábio e mais grato por cada dia, por cada momento. Em meio à plena paixão pela vida, sou mortal. Um dia virá a ser meu último. Saber disto me faz amadurecer. (ULRICH SCHAFFER, Crescer, Amadurecer) Fazendo uma aproximação do poema com a compreensão heideggeriana acerca do ser-para-a-morte, podemos afirmar corretamente que: R:Neste poema, o poeta expressa uma relação própria/autêntica com a morte, uma vez que a traz para o acontecimento presente e, com isso, abre a possibilidade de ver a si mesmo como um poder-ser. 7.Edna procura um psicólogo fenomenológicoexistencial. Relata que está em crise no seu casamento. Ela e João "não se entendem mais." Procurou finalmente a psicoterapia devido a uma briga que tiveram na semana passada. Ela preparou um jantar para os dois, mas ele jantou rápido e foi assistir futebol na TV. "Nem elogiou minha comida! Quando eu falei isso para ele, ele explodiu e saiu de casa. Acho que foi ver o jogo num bar lá perto. Voltou de madrugada." Com base nas reflexões de Critelli (2012), o psicólogo investiga com Edna o que ela esperava (quais eram as intenções) no momento da briga com João. Ele faz isso, pois: R:Os atos de Edna não são autossignificantes. O significado deles aparece nas relações com os outros. Pensando na especificidade da relação com João, o significado das ações de Edna depende de como elas repercutem nele. 8.Juvenal está em psicoterapia há 6 meses. Nunca falta às sessões. Começou o processo alegando dificuldades na relação com seu chefe, mas estas logo cederam espaço a dificuldades de relacionamento com seu pai quando ele ainda estava vivo. O pai de Juvenal faleceu há 10 meses. O psicólogo que o atende é daseinsanalista e enfatiza em supervisão que o paciente raramentefala a respeito de si mesmo, pois fala do chefe, do pai, da esposa, do filho, sempre como se os outros fossem os causadores de seu sofrimento. Como o psicólogo é daseinsanalista, ele fundamenta sua compreensão em: R: Juvenal esta nesta condição de lançado no mundo, ai fora. Assim, chefe, pai, familiares, são o mundo de Juvenal e ao falar eles, fala de seu ser-no-mundo. Segundo Heidegger (1927) “O mundo do Dasein é mundo-com”. De acordo com a noção heideggeriana de existência, Juvenal é ser-com-outros. Isso significa que ele é suas relações com chefe, pai, esposa, filho, etc. e deve buscar com ele uma compreensão de quem e como ele é nessas relações. 9. O que nossa existência é Dasein (ser-aí) significa? R: O ser-ai é sempre uma possibilidade de ser si mesmo, isso significa que o Dasein é as possibilidades existências que realiza. 10.O pensar fenomenológico não considera o homem e os demais entes da natureza da mesma maneira. Enquanto no homem seu ser está em suas diversas possibilidades de se ser-no-mundo, os elementos da natureza e os entes que não são humanos não têm possibilidade de virem-a-ser eles mesmos. No contexto fenomenológico-existencial: R: Sendo a existência possibilidade, cada qual te que transformar esta possibilidade no seu acontecimento. Bibliografia: HUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. São Paulo: Madras, 2001. NUNES, Benedito. Heidegger & ser e tempo. Zahar, 2002. SAPIENZA, Bilê Tatit. Conversa sobre terapia. EDUC, 2004. EVANGELISTA, P. E. R. Psicologia fenomenológica existencial: a prática psicológica à luz de Heidegger. Curitiba (PR): Juruá, 2016.
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