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Fenomenologia EDS: 
 
Exercício 1: 
QUESTÃO ADAPTADA DO ENADE 2013 
A psicologia como ciência caracteriza-se pela tensão entre recortes epistemológicos 
e pressupostos ontológicos sobre seu objeto, criando, ao longo de sua história, uma 
diversidade de abordagens, tal como o cognitivismo e a psicologia fenomenológica. 
Em relação à concepção da psicologia fenomenológica como ciência, são feitas as 
seguintes afirmativas: 
I. A Psicologia Fenomenológica, inspirada nas filosofias de Husserl e 
Heidegger, preconiza uma visão de ciência centrada na concepção de 
descrição precisa dos dados da experiência. 
II. II. A Psicologia Fenomenológica é contrária à ciência e ao conhecimento 
científico, pois nega a possibilidade de qualquer conhecimento verdadeiro. 
Para ela há apenas opiniões e perspectivas; “cada cabeça, uma sentença.” 
III. Para a psicologia fenomenológica, a experiência é irredutível a uma 
análise descontextualizada do mundo do existente; portanto, os métodos 
experimentais não são adequados. 
III. IV. A Psicologia Fenomenológica reúne um grupo amplo e diverso de 
abordagens divergentes entre si, que compartilham a crença na natureza 
boa do indivíduo e sua capacidade inata de desenvolvimento e 
complexificação. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) II e III. 
D) II e IV. 
E) III e IV. 
Resposta: Alternativa(B) 
A afirmação I esta ESTÁ CORRETA POSTO QUE indica a fenomenologia como “visão 
de ciência centrada na concepção de descrição precisa dos dados da experiência.”, 
por isso está correta. A proposta da fenomenologia é retornar aos fenômenos na 
Psicologia Fenomenológica sua fenomenalização (aparecer) na correlação 
intencional, isto é, no seu aparecer na consciência. 
A afirmação III ESTÁ CORRETA POSTO QUE apresenta a fenomenologia como uma 
"experiência irredutível a uma análise descontextualizada do mundo do existente; 
portanto, os métodos experimentais não são adequados", ou seja, não é um simples 
retorno à empiria, mas como a experiência é percebida na consciência do sujeito. 
A afirmação II ESTÁ INCORRETA POSTO QUE a fenomenologia não nega a 
possibilidade do conhecimento e tampouco se rende a um reducionismo subjetivista 
no qual “cada cabeça, uma sentença.” 
A afirmação IV ESTÁ INCORRETA POSTO QUE a fenomenologia não aposta na 
natureza boa do indivíduo na medida em que na fenomenologia, o ser humano é um 
vir-a-ser não existindo essência seja ela boa ou má que não se materialize na 
existência. 
 
Exercício 2: 
Segundo Feijoó (2011), “Husserl propõe que, frente ao fenômeno, possamos assumir 
uma atitude antinatural própria à fenomenologia.” (p.29) A psicóloga se baseia na 
distinção efetuada por Edmund Husserl no livro A Ideia da Fenomenologia (1907). Diz 
ele que na atitude natural, “na percepção, por exemplo, está obviamente diante dos 
nossos olhos uma coisa; está aí no meio de outras coisas, vivas e mortas, animadas 
e inanimadas, portanto, no meio de um mundo que, em parte, como as coisas 
singulares, cai sob a percepção... (p.39) Sobre as atitudes natural e fenomenológica 
é verdadeiro afirmar que: 
I – A atitude natural é o modo como cotidianamente encontramos as coisas no mundo, 
existindo por si mesmos. 
II – Passa-se da atitude natural para a fenomenológica quando se reconhece a 
necessidade de mensurar a realidade existente fora e independente do sujeito 
(isto é, o fenômeno). 
III – A atitude fenomenológica refere-se a um passo metodológico pelo qual a 
consciência suspende a crença na realidade em si dos objetos do mundo. É a 
chamada epoché. Surgem, então, os fenômenos. 
IV – Embora Husserl não se preocupasse com a prática psicológica, a atitude 
fenomenológica foi assumida pela Psicologia como uma possibilidade. Tal atitude 
acontece na prática psicológica como esforço do psicólogo de deixar que o outro 
revele os significados de sua experiência tal como a experiência. Estão CORRETAS 
apenas as afirmativas: 
A) I, III e IV. 
B) I, II e III. 
C) III e IV. 
D) II, III e IV. 
E) II e IV. 
Resposta: Alternativa(A) 
A afirmações I, III e IV estão CORRETAS POSTO QUE, indicam que a fenomenologia, 
com o conceito de intencionalidade, supera o psicologismo, na medida em que este 
prioriza o Sujeito na relação Sujeito-Objeto, e o logicismo e naturalismo, que priorizam 
o mundo objetivo e natural, o Objeto na relação Sujeito-Objeto. A atitude 
fenomenológica implica uma mudança dentro do próprio sentido internalizado, sendo 
está a principal alteração: a dependência do sujeito, uma vez que a fenomenologia é 
uma atitude de reflexão do fenômeno que se mostra para nós, na relação que 
estabelecemos com os outros no mundo. 
A afirmação II ESTÁ INCORRETA POSTO QUE para a fenomenologia, Sujeito e 
Objeto são intimamente relacionados, indissolúveis. A atitude propriamente 
fenomenológica requer o abandono da atitude natural, ainda que essa não lhe oponha. 
 
Exercício 3: 
“Fenomenologia diz então: αποφα?νεσθαι τα φαιν?μενα – deixar e fazer ver por si 
mesmo aquilo que se mostra, tal como se mostra a partir de si mesmo. É este o sentido 
formal da pesquisa que traz o nome de fenomenologia. Com isso, porém, não se faz 
outra coisa do que exprimir a máxima formulada anteriormente – ‘para as coisas 
mesmas!’” (p.65) (Heidegger, M. Ser e Tempo. São Paulo: Ed. Vozes, 1998) 
I – A Fenomenologia é antes de tudo um método de acesso ao sentido de cada 
fenômeno. Fenomenologicamente compreendido, o fenômeno já é um modo 
privilegiado de encontro. 
II – A fenomenologia é um acesso ingênuo ao mundo, isto é, uma busca daquilo que 
é imediato na aparição. 
III – Fenômeno e manifestação são, de um ponto de vista fenomenológico, o mesmo. 
Ambos são o mostrar-se de algo que não se mostra, uma coisa em si. 
IV – A fenomenologia enquanto método é uma reaprendizagem do olhar. É o esforço 
incessante de apreender a linguagem das próprias coisas. 
V – Dizer que a fenomenologia é um método significa reconhecer que ela se pergunta 
pelo como, o modo de acesso privilegiado às coisas. Nesse sentido é que ela é a 
ciência dos fenômenos. 
Das afirmações acima, estão CORRETAS somente: 
A) I, II e IV. 
B) I, III e V. 
C) II, IV e V. 
D) I, IV e V. 
E) I, II, IV e V. 
Resposta: Alternativa(D) 
A afirmação I ESTÁ CORRETA POSTO QUE a fenomenologia compreende voltaras 
coisas mesmas, ou seja, olhar para o fenômeno puramente como se mostra a partir 
de si mesmo. A fenomenologia como método consiste em olhar a essência desse 
fenômeno para então compreender a sua significação 
A afirmação IV ESTÁ CORRETA POSTO QUE a fenomenologia busca superar a 
atitude ingênua, suspendendo a crença na realidade da existência em si do mundo 
exterior, resgatando a consciência como condição de aparição do mundo. Nesse 
sentido, trata-se de “do esforço incessante de apreender a linguagem das próprias 
coisas. “ 
A afirmação V ESTÁ CORRETA POSTO QUE a Fenomenologia surge como tentativa 
de elaboração de uma ciência rigorosa, capaz de fundamentar as várias ciências. Por 
isso, Husserl a chama de Ciência Primeira. O princípio de intencionalidade consciente 
postula que toda consciência é consciência de algo e que todo algo só é tal como 
aparece na consciência. “Consciência”, entretanto, não é um recipiente vazio que se 
preenche; é um ato. O objeto ao qual se dirige e que surge na relação intencional é 
sempre significativo. 
A afirmação II ESTÁ INCORRETA POSTO QUE a fenomenologia não é um acesso 
imediato ao mundo, uma mera sensação promovida pelos sentidos biológicos, mas, 
sobretudo, uma tarefa da consciência em perceber e interpretar o mundo. 
A afirmação III ESTÁ INCORRETA POSTO QUE Fenômeno e manifestação NÃO são, 
de um ponto de vista fenomenológico, a mesma experiência. O método 
fenomenológico coloca entre parênteses da realidade independente da consciência, 
para que a investigação fenomenológica e volte para a fenomenalizaçãodos 
fenômenos, isto é, seu aparecer na correlação intencional. Pela redução 
fenomenológica, a consciência se mostra consciência constituinte de mundo 
 
Exercício 4: 
Feijoó cita um trecho do relato de caso da paciente sra. K, analisada por Boss, cuja 
primeira análise fora motivada por sintomas histéricos e, posteriormente, sintomas 
ginecológicos (corrimento vaginal) e transtornos alimentares (grande oscilação de 
apetite e peso). Após quatro anos de análise, a paciente relata seguinte sonho: 
Entra um homem, um professor, com uma aparência expressiva, 
inteligente. O analista o apresenta à paciente. O professor sai com ela sem dar 
maior importância ao analista. Vão, ambos, a uma grande festa. Ei-los na 
varanda contemplando a noite. Eles sabem estar unidos por todos os seus 
pensamentos e todos os seus sentimentos. Nenhum apetite sexual. 
Naturalmente, eles se casarão e conhecerão, então, a união carnal. Mas sabem 
esperar. Na casa, o baile terminou. Eles não conseguem parar de contemplar 
as estrelas. A partir daí é o céu que começa a mandar na festa. As estrelas se 
juntam até formar um gigantesco pinheiro de Natal. Poderosos órgãos 
cósmicos tocam a melodia da paz na Terra. A paciente, no seu sonho, cai, 
então, em sono profundo. Ela acorda tarde na manhã seguinte, porém feliz. 
(BOSS, 1959 apud FEIJOO, 2011, p.80) 
Sobre o sonho da Sra. K. e o sonhar na psicoterapia daseinsanalítica (Feijoó, 2011; 
Evangelista, 2015), está correto afirmar: 
A) Os sonhos revelam possibilidades existenciais que uma existência singular 
está incapaz de se apropriar na vida desperta. Cabe ao daseinsanalista 
considerar como paciente a quais fenômenos a existência do sonhador está 
aberta. 
B) Como os sonhos revelam desejos da existência, o sonho da sra. K. revela que 
ela deseja viver um amor platônico com alguém, de preferência alguém 
intelectualizado, com quem virá a se casar. Nesse sonho ela vivencia a 
realização desse desejo. 
C) Na Daseinsanalyse os sonhos são premonitórios. Assim, este sonho antecipa 
um evento que realmente se dará na sua vida posteriormente, que é se casar 
com alguém. 
D) Os sonhos revelam aspectos da relação do paciente-analista. No sonho, a 
paciente rejeita seu analista (“O professor sai com ela sem dar maior 
importância ao analista.”), o que indica que ela, realmente, sente amor por ele. 
E) Como os sonhos são reais, já que não acontecem no mundo (aí) compartilhado 
em vigília, eles não têm importância na terapia daseinsanalítica. 
Resposta: Alternativa(A) 
O sonho apresenta conteúdos que se manifestam sem a presença da censura e da 
vivência do indivíduo enquanto ente, uma vez que por meio dele não estamos 
submetidos a regras e valores sociais. A descrição da existência humana realizada 
por Heidegger torna-se fundamento de uma psicopatologia e psicoterapia nas mãos 
de Medard Boss (1903-1990), que passa a denominar essa abordagem psicológica 
Daseinsanalyse. Boss pesquisa a relação entre paciente e terapeuta que na 
Daseinsanalyse significa o resgate da liberdade para dispor de si, ou seja, os modos 
de ser doente são pontuados como restrição na vida da existência, nos quais se 
encontram impedidas de assumir possibilidades existenciais. Exemplo disso são os 
sintomas histéricos apresentado pela Sra. K, assim o daseinsanalista deve questionar 
quais são os modos de ser, as possibilidades existenciais que se realizam e como 
estes se apresentam na paciente. 
 
Exercício 5: 
Trecho extraído da Carta Sobre o Humanismo, de Martin Heidegger. 
Do mesmo modo com ‘animal’, zõon [animal], já se pro-pôs uma interpretação da ‘vida’ 
que repousa necessariamente sobre uma interpretação do ente como zoé[vida] e 
physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo. Além disto e antes de 
qualquer outra coisa, resta, enfim, perguntar se a essência do homem como tal, 
originalmente – e com isso decidindo previamente tudo – realmente se funda da 
dimensão da animalitas [animalidade]. Estamos nós no caminho certo para essência 
do homem, quando distinguimos o homem e enquanto o distinguimos, como ser vivo 
entre outros, da planta, do animal e de Deus? Pode-se proceder assim, pode-se situar, 
desta maneira, o homem em meio ao ente, como um ente entre outros. Com isso se 
poderá afirmar, constantemente, coisas acertadas sobre o homem. É preciso, porém, 
ter bem claramente presente que o homem permanece assim relegado 
definitivamente para o âmbito essencial da animalitas; é o que acontecerá, mesmo 
que não seja equiparado ao animal e se lhe atribuir uma diferença específica. (...) Um 
tal pôr é o modo próprio da Metafísica. Mas com isso a essência do homem é 
minimizada e não é pensada em sua origem. (...) A Metafísica pensa o homem a partir 
da animalitas; ela não pensa em direção de sua humanitas [humanidade]. (p.352) 
(HEIDEGGER, M. Conferências e Escritos Filosóficos. Coleção Os Pensadores. São 
Paulo: Abril Cultural, 1973) 
Considere as afirmativas abaixo sobre a “essência” do homem para a fenomenologia-
existencial: 
I – Segundo Heidegger a essência do homem não pode ser pensada a partir da 
animalidade (animalitas). Com isso ele critica o conceito de animal racional, propondo 
que o homem deva ser pensado a partir de sua irracionalidade. 
II – Pensar o homem a partir da animalitas não é exclusividade da Metafísica. Nós, 
cotidianamente, pensamos o homem (e nós mesmos) a partir da animalitas a todo o 
momento em que nos compreendemos como um organismo vivo (zoé). 
III – A essência do homem para a Daseinsanalyse não está em sua constituição física, 
nem psíquica, nem social. A essência do homem é ser-aí (Dasein). 
IV – Conceber o homem como bio-psico-social permanece preso à interpretação “do 
ente como zoé [vida] e physis [energia], em meio à qual se manifesta o ser vivo.” 
Portanto, não nos aproxima mais da essência do humano. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas: 
A) II e IV. 
B) I e IV 
C) II e III. 
D) II, III e IV. 
E) I, II e III. 
Resposta: Alternativa(D) 
A afirmação I ESTÁ INCORRETA POSTO QUE a crítica feita por Heidegger é sobre 
a concepção de homem apenas como ser vivo e pensante (cogito ergosum), o que 
por si só não define de fato o ser-aí. Porém, não significa pensa-lo como um ser 
irracional. O ser humano é racional, mas não é apenas isso. 
As afirmações II, III e IV ESTÃO CORRETAS POSTO QUE, para Heidegger cada ser 
humano é um ente diferente dos demais. A essência do homem na fenomenologia é 
o seu “ser”, o Dasein, que distingue o ser humano de qualquer outro humano, de cada 
ente. 
Exercício 6 
Segundo Feijoó (2011), é necessário retomar a noção de Dasein (ser-aí) delineada 
por Heidegger em Ser e Tempo para a elaboração de uma ‘psicologia 
’fenomenológico-existencial. Uma primeira apresentação da ‘definição’ de Dasein está 
no §9 do livro filósofo, onde ele indica que 1) “a ‘essência’ deste ente [nós mesmos] 
está em ter de ser” e 2) “O ser, que está em jogo no ser deste ente, é sempre meu.” 
(Heidegger, 1927/1998, p.78) Que nossa existência é dasein (ser-aí) significa: 
I – O ser-aí é sempre uma possibilidade de ser si-mesmo. Isso significa que a 
existência é as possibilidades existenciais que realiza. 
II – Existir significa compreender ser, tanto de si mesmo quanto dos outros e das 
coisas. Há vários modos de ser. 
III – A “essência” do homem (ser-aí) configura-se a partir do primeiro momento em 
que surge no mundo (nascimento), tornando-se, então, “ser-no-mundo”. 
IV – Para Heidegger, a existência não tem uma essência quididativa; isto é, Dasein é 
atravessado pelo Nada, que é a indeterminação ontológica enquanto tarefa de ter-
que-ser. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas: 
A) I, III e IV. 
B) II, III e IV. 
C) I e II. 
D) I, II e IV. 
E) II e IV. 
Resposta: Alternativa(D) 
Para Heidegger somente o ser humano é Dasein, pois é o único que, mesmo 
atravessado pelo nada, é capaz de dar sentido à suaexistência, o que está para além 
do nascimento, numa infinita, e não única, possibilidade de existência. 
 
Exercício 7: 
Leia o trecho abaixo, extraído de um livro do analista existencial norte-americano Rollo 
May: 
“A maioria dos que leem trabalhos referentes à analise existencial [Daseinsanalyse] 
como manuais de técnica se desapontam. Eles não encontram métodos práticos 
especificamente desenvolvidos. Grande parte dos analistas existenciais não se 
mostra muito interessada em assuntos técnicos. O motivo principal de não estarem 
interessados em formular técnicas, sem nenhum constrangimento por isso, é que a 
análise existencial é uma forma de compreensão da existência humana, ao contrário 
de um sistema de ‘explicações’.” (p.166) 
 (MAY, R. A descoberta do Ser, Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1993) 
I. De acordo com o texto acima a própria ideia de compreensão da existência humana 
é contrária aos assuntos técnicos, de modo que eles devem ser excluídos em uma 
Daseinsanalyse. 
II. De acordo com o texto, a maioria dos daseinsanalistas não se debruça sobre 
assuntos técnicos, pois o que constitui o cerne da compreensão da existência humana 
não é um sistema de explicações. 
III. O texto não nega em momento algum a possibilidade de o daseinsanalista fazer 
uso de técnicas especificas. Ele apenas aponta o fato de que a preocupação primeira 
desses analistas é a compreensão da existência humana. 
IV. O texto fala do desapontamento de não encontramos dados suficientes nas obras 
de análise existencial, de modo que sempre permanecem dependentes de outros 
manuais de técnica. 
V. De acordo com o texto há uma distinção importante entre uma compreensão da 
existência humana e um sistema de explicações, sendo que a primeira é sempre o 
objetivo principal dos daseinsanalistas. 
Das afirmações acima estão CORRETAS apenas: 
A) II, III e V. 
B) I, III, IV e V. 
C) II, III e IV. 
D) I, III, IV e V. 
E) I, II, III e V. 
Resposta: Alternativa (A) 
Husserl critica a noção de homem determinado do cientificismo, bem como a 
preocupação com a cientificidade plena. Heidegger critica ainda a subjetividade 
moderna, buscando desconstruí-la. Desta forma, defende-se a atitude antinatural, 
buscando-se conhecer o fenômeno que se apresenta dando um passo atrás, ou seja, 
sem defini-lo previamente, tendo assim uma atitude reflexiva a fim de compreender e 
atribuir sentido. A compreensão da existência está para além deum sistema de 
explicações e dos manuais de técnica. Não se trata, porém, de desvalidar a 
cientificidade e a técnica, trata-se, pois, de uma outra forma de olhar para os 
fenômenos e de conhecê-los. 
Exercício 8: 
QUESTÃO ADAPTADA DO ENADE 2013 
Uma paciente de 20 anos de idade, em uma entrevista inicial, relata um quadro 
diagnosticado como Transtorno de Pânico Sem Agorafobia (DSM IV 300.01): 
“Doutora, não sei o que eu tenho... estava na minha casa sozinha. Quando fui à 
cozinha, comecei a sentir mal! Senti como se algo horrível fosse acontecer. Senti 
como se estivesse morrendo... Minhas mãos começaram a formigar. Meu coração 
disparou, mal conseguia respirar. Nada estava acontecendo e eu não sabia o quem e 
acontecia. Achei que meu coração ia parar! Comecei a chorar! O médico medisse que 
eu não tinha nada. Me receitou um ansiolítico e me mandou para casa. Isso foi há um 
ano. Isso ocorreu mais de uma vez e sempre de repente! Às vezes, quando menos 
espero. Eu estou apavorada! Não sei o que acontece, nem quando vai acontecer! 
Tenho medo de enlouquecer ou de ter um ataque cardíaco! E eu sou atleta! Sei que 
não tem nada a ver! Nunca tive nada disso! Nunca usei drogas! E o médico me disse 
que minha saúde está bem. Meus pais estão bem! Minha relação com eles é boa! 
Tenho namorado! Agora não consigo nem ir à aula na faculdade sem ter medo! 
Mesmo em casa fico preocupada! O que é que eu tenho? Tem tratamento?” 
Considerando-se a terapia daseinsanalítica como referencial para compreender os 
quadros psicopatológicos e seu diagnóstico, são feitas as seguintes afirmativas: 
I. A daseinsanalyse recorre à nosografia descrita no DSM IV para elaborar o 
diagnóstico do paciente antes de iniciar qualquer intervenção. É necessário saber qual 
é a psicopatologia que restringe a existência do paciente para poder orientá-lo quanto 
a quais possibilidades existenciais ele precisa se abrir. No caso do já diagnosticado 
Transtorno de Pânico Sem Agorafobia, é necessário desenvolver em conjunto com 
paciente modos-de-ser menos ansiosos, promovendo tranquilidade e bem-estar à sua 
existência. 
II. Como a paciente foi diagnosticada com Transtorno de Pânico Sem Agorafobia, o 
primeiro passo da terapia daseinsanalítica é ensinar a paciente a identificar e controlar 
os ataques de pânico. Ela só conseguirá eliminar o Transtorno de Pânico Sem 
Agorafobia, recobrando domínio sobre seu existir, quando deixar de ser refém dos 
ataques que a acometem. 
III. O diagnóstico psicopatológico é uma referência importante para o psicólogo 
daseinsanalítico, mas não pode ser sobreposto à observação direta do paciente nem 
à busca de uma compreensão conjunta com ele sobre como são para ele os 
acontecimentos que compõem sua existência. Nesse caso, cabe ao daseinsanalista 
investigar com o paciente como ele se sente, como compreende o que se passa com 
ele, etc. 
IV. Em uma perspectiva fenomenológica existencial, a classificação de quadros 
psicopatológicos elucida as vivências subjetivas, pois a classificação explica o sintoma 
e valida o relato do paciente. Assim, a descrição das vivências da paciente é 
objetivada. 
Estão CORRETAS somente a(s) afirmativa(s): 
A) I e IV. 
B) I e III. 
C) II e III. 
D) IV 
E) III 
Resposta: Alternativa (E) 
A terapia daseinsanalítica não recorre a modelos classificatórios com a finalidade de 
determinar a psicopatologia de um paciente, pois isso seria restringira sua existência. 
A terapia não tem por objetivo ensinar técnicas, mas sim, por meio da investigação, o 
paciente e o terapeuta juntos buscam uma compreensão das experiências que 
compõem sua existência. 
 
Exercício 9: 
Segundo JARDIM (2015), por um lado, na familiaridade da queda (Verfallen) o fazer 
repetitivo é constitutivo e indispensável para o existir, tornando desnecessário que as 
atitudes sejam pensadas e percebidas a todo o momento; por outro, essa mesma 
repetição pode se tornar um aprisionamento quando restringe a possibilidade de 
surgimento de um novo modo de ser, isto é, de uma ação propriamente dita que abra 
outros caminhos para lidar com os questionamentos próprios de cada um. (p.69-70) 
Na terapia daseinsanalítica isso implica em: 
I – O terapeuta deve retirar o paciente da familiaridade da queda. 
II – Não se pode falar de ‘neurose’ na Daseinsanalyse, mas, sim, de modos repetitivos 
de ser. Assim o Dasein pode ter uma estrutura repetitiva, isto é, uma essência que 
tende a repetir. Cabe ao terapeuta descrever essa estrutura e o paciente assumi-la 
como sua. 
 
III – O sofrimento existencial está relacionado a uma queda no fazer repetitivo que 
fecha para novos modos de ser. 
IV – O sentido da ação clínica é resgatar a condição de agente, isto é, iniciante na 
própria vida, recuperando a liberdade para projetar-se adiante. 
Estão corretas somente: 
A) I, II e III. 
B) II, III e IV. 
C) III e IV. 
D) I e III. 
E) I e II. 
Resposta: Alternativa(C) 
A proposta da abordagem fenomenológica é auxiliar a pessoa a compreender e obter 
uma melhor visão de si mesma, suas relações e seu contexto. Assim, promovendo 
uma visão ampliada de si, a pessoa escolhe ou não promover mudanças. A clínica 
fenomenológica procura entender o existir do indivíduo e auxiliá-lo na sua própria 
compreensão, ressignificando a posição ou forma de existir que o paciente está 
quando em sofrimento existencial. 
 
Exercício 10: 
QUESTÃO EXTRAÍDA DO V CONCURSO DE PROVAS E TÍTULOS PARA 
CONCESSÃODO TÍTULODE ESPECIALISTA EM PSICOLOGIA HOSPITALAR, 
2013. 
Virginia, 43 anos, é encaminhada para avaliação psicológica após diagnóstico deum 
câncer de mama e indicação de quimioterapia, que até então, se recusa afazer. Chega 
muito abalada com o diagnóstico e a primeira frase que diz para a psicóloga é: “Eu 
não sei se devo fazer a quimioterapia. Eu tenho certeza que eu fiz este câncer... desde 
que eu abortei um filho, quando tinha 25 anos eu nunca mais fui a mesma. Me tornei 
uma pessoa fechada, triste e com muita raiva... E eu sei e todo mundo fala, inclusive 
um médico com quem passei, que tristeza causa câncer”. 
À luz da compreensão de saúde e doença na Daseinsanalyse, está CORRETO afirmar 
que: 
A) O câncer de mama é a concretização ôntica da dificuldade de lidar com o luto 
pelo aborto. Assim, a culpa pelo aborto pode ser entendida fenomenológico-
existencialmente como causa do crescimento celular descontrolado num órgão 
ligado à maternidade. 
B) A psicologia hospitalar pode oferecer muito pouco a esta paciente, cuja 
somatização revela incapacidade de simbolizar. A simbolização é, na 
fenomenologia-existencial, necessária para se compreender como os 
pacientes significam suas vivências e para ressignificá-las. 
C) O sentido do câncer de mama deve ser buscado à luz da compreensão de que 
doença é privação, falta. Portanto, deve ser compreendido à luz das 
possibilidades existenciais que se encontram limitadas. 
D) A Daseinsanalyse é uma psicologia que trabalha com base na significação das 
vivências. As significações são psicológicas, enquanto o câncer de mama é 
somático; não há, portanto, relação entre elas. 
E) A compreensão daseinsanalítica do câncer de mama precisa retraçar com a 
paciente a história das manifestações dos fenômenos de culpa ao longo de sua 
biografia. Esta abordagem pressupõe que a culpa vai se encobrindo, tornando-
se inconsciente, até que se fenomenaliza somaticamente. 
Resposta: Alternativa(C) 
 A terapia fenomenológica procura evidenciar o sentido do câncer de mama. Paciente 
e o terapeuta buscam juntos esse sentido, indagando quanto aos significados da 
doença para ela, a fim de buscar por possibilidades mais autênticas de existir do 
paciente por meio de ações clínicas. 
 
Exercício 11: 
Em artigo sobre psicoterapia fenomenológico-existencial infantil, Feijoó (2011) afirma: 
Em síntese, a clínica psicológica infantil com fundamentos existenciais requer 
primeiramente uma postura fenomenológica [...] Em segundo lugar, cabe dizer 
que liberdade e responsabilidade na perspectiva existencial dizem respeito ao 
caráter de indeterminação da existência e ao fato de que, qualquer que seja a 
etapa da vida, cada um tem de cuidar de sua existência.[...] E, por fim, para 
pensar em uma clínica fenomenológico-existencial infantil, é preciso partir da 
ideia de que desde o início a criança é este ente que, por se constituir pela 
indeterminação, exposto, jogado, lançado para fora dele, livre de 
determinações, é marcada pelo caráter de poder ser e ter de ser. (p.189) 
[Ref.: FEIJOO, A. A clínica psicológica infantil em uma perspectiva existencial. Rev. 
abordagem Gestalt. 2011, v.17, n.2, pp. 185-192.] 
Considerando a fenomenologia existencial como fundamento de psicoterapia infantil 
está correto afirmar: 
I – A postura fenomenológica indicada pela autora exige a suspensão de concepções 
apriorísticas sobre o desenvolvimento infantil. Assim, o psicoterapeuta 
daseinsanalítico não pode comparar o comportamento da criança observado em 
sessão clínica com o ‘esperado’ para essa fase do desenvolvimento. 
II – Os comportamentos da criança em sessão devem ser compreendidos à luz de seu 
sentido, isto é, quais são os nexos significativos e as motivações do comportamento. 
III – Sendo toda criança indeterminada, torna-se necessário que o psicoterapeuta 
prepare atividades, jogos e situações para propor a ela a fim de explorar como lida 
com responsabilidade e liberdade existenciais. 
Estão corretas somente: 
A) I e II. 
B) II e III. 
C) I e III. 
D) I, II e III. 
E) II. 
Resposta: Alternativa(A) 
A alternativa I está correta, pois na abordagem fenomenológica, as suspensões 
conceituais apriorísticas são um dos principais critérios: a redução fenomenológica. 
Husserl introduziu a redução fenomenológica – epoché, que é uma operação 
intelectual necessária para se chegar à essência do objeto. É uma reflexão interna 
(intuitiva) sobre o objeto, que tenta fixar o objeto em sua intencionalidade. “A epoché 
era adotada pelos filósofos cépticos gregos como suspensão do julgamento quando 
se deparavam com situações problemáticas insolúveis.” 
A alternativa II também está correta, o psicólogo cuja a abordagem é fenomenológica 
deve observar em seu paciente a sua intencionalidade, ou seja, a essência da 
consciência, para onde a mesma se dirige e onde busca seu cuidado próprio. 
A III opção está incorreta, pois o psicólogo não está em busca de respostas 
apriorísticas, tais como responsabilidade ou liberdade; seu interesse é no fluxo dessa 
consciência. 
Exercício 12: 
Ana procura um psicólogo. Na primeira sessão ela apresenta o que motivou sua 
procura. Conta que tem 42 anos, é divorciada, está morando com um homem (João) 
há cinco anos e percebe que este relacionamento “está por um fio”. Perto do fim da 
sessão, reflete: “minha mãe diz que eu sou teimosa desde a barriga dela.” Resolveu 
procurar finalmente um psicólogo, pois, depois da última briga, João saiu de casa e 
passou três dias sem dar notícias. “Ele nunca foi assim”, diz, com cara de 
incompreensão. Nesse período Ana se sentiu muito mal, triste; diz: “fiquei deprimida, 
perdi o chão. Conclui dizendo ao psicólogo: “Preciso que você me ajude a controlar 
minha teimosia.” 
O psicólogo que a recebe é daseinsanalítico. Ele ouve a narrativa de Ana e recorre à 
concepção de historio biografia de Critelli (2012) para compreender o sentido de seu 
ser-histórico. Isso significa que: 
I – Na narrativa dessa história pessoal e na sua interpretação, é possível redescobrir 
os nexos através dos quais se ligam os acontecimentos da existência de Ana e o 
sentido de ser já realizado. 
II – O sentido processo psicoterapêutico como historio biografia é tornar o próprio 
destino disponível para nossa ação e autoria. 
III – O método fenomenológico exige que Ana suspenda (epoché) as crenças e 
explicações que tem sobre sua história e seu comportamento. O psicólogo zela para 
que o paciente faça isso. 
IV – Ao dizer: “minha mãe diz que eu sou teimosa desde a barriga dela,” Ana revela 
uma historieta, indicativa de seu perfil, seus sonhos e temperamento, que orienta seu 
posicionamento nas situações de sua vida. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas: 
A) I, II e III. 
B) II, III e IV. 
C) I, III e IV. 
D) II e IV. 
E) 
Resposta: Alternativa(E) 
As histórias de Ana, revelam como ela é, como ela age e se sente. São maneiras de 
atravessar a vida. Expõe uma problemática central e mostrando comportamento que 
cria dificuldades em sua vida, pois certamente condensa a auto interpretação que ela 
faz de si mesma e das razoes de ser o que é. O psicólogo tem o objetivo de contribuir 
para que Ana ressignifique sua história permitindo assim elaborar uma nova estrutura 
para se reorganizar, diminuindo assim seu sofrimento. A afirmação III está errada pois, 
o caminho não é suspender as crenças, mas sim compreendê-las. Compreender o 
existir que foi moldado por estas crenças e descobrir como são expressos, pelos 
sentidos e nexos encontrados, os fatos da vida da pessoa. 
 
Exercício 13 
Paula é uma mulher de 54 anos, casada há 36. Procura um psicólogo pois sente que 
seu casamento está terminando. Seu marido não a procura mais sexualmente e ela 
teme que ele tenha uma amante. Ela diz que tem se esforçado para recuperar a 
relação, como fez em outros momentos da vida do casal em que sentiu que as coisas 
nãoiam bem. Conta que na última discussão com seu marido disse a ele que ele 
precisava fazer terapia, mas como ele recusou, foi ela quem acabou vindo. Mas está 
desesperançosa, pois toda vez que tenta iniciar um diálogo ou “criar um clima 
romântico”, segundo ela, acabam brigando. 
O psicólogo é daseinsanalítico é pede a Paula que retome a última vez que isso 
aconteceu e descreva suas intenções. Essa intervenção está de acordo com os 
fundamentos da terapia daseinsanalítica descritos por Critelli (2012), pois: 
I – Os atos de Paula não são autos significantes. O significado deles aparece nas 
relações com os outros. Pensando na especificidade da relação com seu marido, o 
significado das ações de Paula depende de como elas repercutem nele. 
II – Conhecer as intenções de Paula é a chance de o psicólogo descobrir se seu 
marido entendeu errado o significado das ações dela. 
III – O psicólogo pergunta a ela suas intenções, pois estas permanecem veladas a 
quem age. A psicoterapia tem o objetivo de desvelar as intenções das ações dos 
pacientes. 
IV – Compreender as intenções dos gestos e das ações de Paula possibilita ao 
psicólogo orientá-la a agir mais de acordo com suas intenções. Esse é o objetivo da 
psicoterapia fenomenológico-existencial: aproximar ao máximo as 
intenções(singulares) das ações (compartilhadas). 
V – As intenções vinculam Paula aos seus atos. Se seus atos perdem o vínculo com 
suas intenções, ela corre o risco de se perder de si mesma, absorvida pelo testemunho 
dos outros. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas: 
A) I e V. 
B) I, II e V. 
C) II, III e IV. 
D) II, IV e V. 
E) I, III e V.: 
Resposta: Alternativa(A) 
O ato é fato o que interessa é o sentido. A intervenção do psicólogo é libertar o homem 
do aprisionamento por tomar -se como um ente cujo modo de ser é simplesmente 
dado, esquecendo-se de sua liberdade enquanto existente. 
 
Exercício 14: 
Adriana foi encaminhada ao psicólogo por seu endocrinologista. Ela está muito acima 
de seu peso ideal. Começou uma reeducação alimentar, mas considera que “come 
por ansiedade”, que “comida é compulsão” e que enquanto “não conseguir se 
controlar sua voracidade” não conseguirá emagrecer como precisa. Ela pede ao 
psicólogo: “Preciso que você me ajude a ter controle sobre mim.” O psicólogo que a 
atende é daseinsanalista e reconhece nesse pedido da paciente uma manifestação 
do modo-de-ser da Era da Técnica (Pompeia & Sapienza, 2011). 
Considere as afirmativas abaixo: 
I – Assim como muitas pessoas que procuram psicoterapia, Adriana está tentando 
controlar algo. O psicólogo daseinsanalítico investigará com ela o sentido dessa 
necessidade, a fim de que ela consiga ela mesma se controlar, sem depender do 
psicólogo. 
II – Adriana espera que o terapeuta seja capaz de livrá-la de algo que a atrapalha e 
precisa ser extirpado de sua vida. Ela sente que precisa livrar-se de sua voracidade. 
O terapeuta daseinsanalista compreende liberdade como “liberdade de...”, o que 
significa que ele a acompanhará com a intenção de resgatar sua liberdade da 
voracidade. 
III – O psicólogo daseinsanalista não tem o poder de realizar o que Adriana pede (livrá-
la da voracidade). Oferece, outrossim, a ocasião de Adriana poder se aproximar do 
seu existir 
IV – O psicólogo daseinsanalista deve se colocar na relação terapêutica com Adriana 
como um parceiro na procura pela verdade de sua história (seu momento atual, o já 
vivido e o ainda por viver.) 
Estão CORRETAS somente as afirmativas: 
A) I e II. 
B) II e III. 
C) III e IV. 
D) I, III e IV. 
E) II, III e IV. 
Resposta: Alternativa(C) 
As alternativas I e II são respostas características de uma psicologia comportamental, 
que visa a extinção de um determinado comportamento. O psicólogo nesse contexto 
é meramente um auxiliar que deverá ajudar sua paciente com métodos e técnicas 
instrumentais. Essas alternativas estão incorretas. 
Nas alternativas III e IV, vemos que o papel do psicólogo vai muito além de um mero 
condutor de extinção de comportamento. O psicólogo de abordagem fenomenológica 
será um apoio, um auxiliar, que visa reconhecer junto à paciente a maneira pela qual 
seu conhecimento do mundo acontece como intuição, o ato pelo qual a pessoa 
apreende imediatamente o conhecimento de alguma coisa com que se depara. 
Também que é um ato primordialmente dado sobre o qual todo o resto é para ser 
fundado. A proposta da fenomenologia se dá em termos de um retorno à intuição e a 
percepção da própria essência. 
 
Exercício 15: 
Édson, comerciante de 49 anos, procurou psicoterapia no começo do ano. Logo no 
início da primeira sessão conta que tem dúvidas quanto a permanecer casado. 
Considera que se casou jovem, quando não tinha tanta experiência, e que se pudesse 
voltar no tempo teria esperado mais para tomar essa decisão. Está casado há 30 anos 
e tem 3 filhos (João, 27, Édson Jr., 24 e Juliana, 16). Perdeu o emprego há 10 anos e 
começou um negócio próprio de venda de cosméticos, mas desde então vivencia 
dificuldades financeiras. Conta que a esposa, que” tem um salário muito bom”, ajuda 
nas finanças. Sente que ela o cobra e critica constantemente. Não fez a faculdade de 
administração que queria ter feito, o que contribui para a sua sensação de ser um 
fracassado. Conta que quando fica em casa é desleixado, às vezes nem faz a barba. 
Conversa muito pouco com sua esposa e quando faz, frequentemente acabam 
discutindo. Conta que não têm relações sexuais há muitos anos. 
Conta que antes de se casar saía com muitas mulheres. Essa atitude não mudou 
desde que casou, pois frequentemente sai com mulheres sem que sua esposa saiba. 
Às vezes os relacionamentos extraconjugais ficam mais sérios, como o que vivencia 
atualmente. Está se relacionando com Joana há 2 anos. Sente-se cobrado por Joana, 
que mais uma vez ameaçou terminar o relacionamento com ele caso ele não se 
divorcie para ficar ela. Nos últimos meses, não sente “tanto tesão por ela”, explicando 
que “não tem suportado ficar deitado junto com ela por muito tempo. Temos discutido 
muito.” Está muito aflito neste momento também porque sua filha descobriu o caso 
com Joana. Édson está confiante de que sua filha não contará nada à mãe, mas sabe 
que ela não concorda com a situação, pois ela deixou de falar com o pai desde que 
descobriu. Conta por fim que procurou a terapia, pois já teve que ir ao hospital duas 
vezes por fortes dores no peito e sensação de que ia morrer, mas chegando lá os 
médicos não diagnosticaram nenhum problema cardíaco e recomendaram a visita a 
um psiquiatra. 
Não sabe o que fazer e se sente impotente par agir. Veio pedir ajuda ao psicólogo 
para tomar uma decisão. 
Considera-se numa situação difícil, pois não quer magoar ninguém. Descreve-se 
como doente 
Sendo daseinsanalítico, o psicólogo que atende Édson: 
I – Ouve a fala dele como reveladora de sua realidade. Conhecer Édson significa 
compreender seu modo de ser-no-mundo, isto é, sua situação enquanto modo como 
está sendo possível existir neste momento. 
II – Para conhecer Édson, precisará conhecer as pessoas de sua convivência, assim 
desvelar mais claramente os fenômenos referentes à vida conjugal. Para isso o 
psicólogo precisa convidar a esposa dele para pelo menos uma sessão. 
III – entende que Édson está distante de si mesmo, pois se enxerga a partir das 
relações que vivencia. Seu bem-estar está condicionado aos relacionamentos. Para a 
daseinsanalyse, o dasein é singular e precisa cuidar de sua existência a partir de si 
mesmo, tornando-se independente. 
IV – Ouve as falas de Édson sobre sua esposa, sua amante e sua filha como 
descritivas de seus modos de ser-com-os-outros. A existência é sua situação, é suas 
relações. Nestas relações Édson é ser-no-mundo-com-os-outros e esses outros 
desvelam-se para ele tal como ele os descreve. 
Estão CORRETAS somente as afirmativas: 
A) II e III. 
B) I, II eIII. 
C) I, III e IV. 
D) I, II e IV. 
E) I e IV. 
Resposta: Alternativa(E) 
A alternativa I e IV estão de acordo com a Daseinsanalyse. 
A alternativa II está incorreta, pois não é necessário conhecer as pessoas da 
convivência, os fenômenos são entendidos a partir do próprio daisen, é o ser que fala 
e dá sentido à sua existência. A alternativa III está incorreta, pois é próprio do daisen 
se enxergar a partir das relações que vivencia. O ser-aí é um ser-no-mundo, logo 
social no sentido de sua existência. Edson precisa se conhecer no mundo, pois ele 
está distante da realidade e não está sabendo diferenciar suas escolhas

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