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História do Brasil GOLPE DA MAIORIDADE 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivos ....................................................................................................................................... 2 1. A antecipação da posse do imperador D. Pedro II .................................................................. 2 1.1. O Golpe da Maioridade ...................................................................................................... 2 Exercícios ...................................................................................................................................... 4 Gabarito ........................................................................................................................................ 5 Resumo ......................................................................................................................................... 6 2 Introdução Estudaremos os motivos que levaram os progressistas a apoiar a antecipação da posse do Imperador D. Pedro II. Na ocasião parecia ser a melhor solução para os problemas que o Brasil estava enfrentando e, portanto a antecipação da maioridade de D.Pedro II teoricamente traria a estabilidade e o fantasma de uma República ficaria no passado. O chamado “regresso” não apresentou soluções contra as revoltas e, enquanto a situação se deteriorava, os liberais, lutando para recuperarem o poder, fundaram o Clube da Maioridade, defendendo a antecipação da maioridade de Pedro II aos 15 anos. Objetivos • Entender o golpe da Maioridade os motivos que levaram os progressistas a apoiar a antecipação de posse de D. Pedro II aos 15 anos; • Analisar a dinâmica dos fatos para melhor compreensão das diretrizes propostas pelo governo na época. 1. A antecipação da posse do Imperador D. Pedro II. 1.1. O Golpe da Maioridade Para falar do golpe da maioridade e preciso contextualizar todo o processo político que permeia a coroação de D. Pedro II, processo esse que foi desencadeado com a abdicação de D. Pedro I em 1831, em favor do seu filho Pedro de Alcântara , que impossibilitado de assumir por questões legais, iniciou o período de transição denominado regências. O envolvimento de D. Pedro I com a sucessão da coroa portuguesa associado a uma grave crise econômica que assolou o primeiro reinado brasileiro, levou a degradação rápida e evidente da figura de D. Pedro I, diante da insustentabilidade do seu governo, estrategicamente o imperador abdica do trono brasileiro em favor de seu filho Pedro de Alcântara, e retorna imediatamente a Portugal. Não fosse o fato de o seu filho ter apenas 5 anos de idade, a sucessão ocorreria de maneira tranquila e legal, ou seja dentro das determinações constitucionais, contudo como foi dito o príncipe sucessor não possuía idade suficiente para assumir o cargo deixado pelo pai, e nem as demais prerrogativas 3 estabelecidas pelas constituição foram preenchidas pela família real, diante desses fatos o parlamento institui a regência como estava previsto na constituição. O período regencial permaneceria em vigor até que o príncipe atingisse as condições mínimas necessárias para ser coroado, enquanto o isso o congresso determinaria o regente a governar o Brasil. Exatamente essa última determinação é que transforma o Brasil num cenário de grande disputa política, afinal diversos interesses políticos vieram à tona, diversos grupos políticos ganharam força ao longo do período e passaram a se alternar no poder. A alternância no poder trouxe para o brasil uma grande instabilidade política, afinal os grupos que se opunham faziam de tudo para derrubar aqueles que estavam no poder, mandos e desmandos, avanços e retrocessos, aprofundaram a crise política, colocando em risco até mesmo a unidade nacional. Durante o período é possível ver diversos movimentos separatistas eclodirem em todo território nacional, não apenas a monarquia brasileira estava a perigo, mas propriamente o Brasil enquanto território e nação. Com esse cenário desfavorável a todos, um caminho se apresentou como a grande possiblidade de reintegrar o país, a coroação de Pedro de Alcântara, foi com essa conjuntura que surgi à ideia da redução da maioridade. Inicialmente a ideia sobre a redução da maioridade, partiu dos liberais, que estavam naquele momento fora do poder. Iniciam-se assim as articulações internas para como deveria ser realizada a redução. Vale ressaltar que muitos historiadores veem esse posicionamento dos liberais não apenas como uma preocupação acerca da instabilidade politica brasileira, mas como uma maneira clara e objetiva de retornarem ao poder, naquele momento nas mãos dos conservadores. A ideia de redução da maioridade passou então a circular não apenas entre os liberais, mas ganhou força até mesmo entre os conservadores, aja visto que o que estava em risco não era apenas o seu poder, mas o próprio Brasil em termo de unidade política. Dessa maneira com apoio irrestrito dos liberais, com apoio estratégico de parte do grupo de conservadores e ganhando apoio popular em julho de 1841 o parlamento sob forte pressão foi aprovado a redução da maioridade. Iniciava-se assim o segundo reinado brasileiro, fruto de uma articulação das elites brasileiras para salvar a unidade do império e a ordem escravocrata e de privilégios que estavam em risco naquele momento. 4 Exercícios 1. (UERJ). O Golpe da Maioridade: O Sete de Abril de 1831, mais do que o Sete de Setembro de 1822, representou a verdadeira independência nacional, o início do governo do país por si mesmo, a Coroa agora representada apenas pela figura quase simbólica de uma criança de cinco anos. O governo do país por si mesmo, levado a efeito pelas regências, revelou-se difícil e conturbado. Rebeliões e revoltas pipocaram por todo o país, algumas lidera- das por grupos de elite, outras pela população tanto urbana como rural, outras ainda por escravos. (…) A partir de 1837, no entanto, o regresso conservador ganhou força, até que o golpe da Maioridade de 1840 colocou D. Pedro II no trono, inaugurando o Segundo Reinado. Estava estruturado o Império do Brasil com base na unidade nacional, na centralização política e na preservação do trabalho escravo. (Carvalho, J. Murilo et al. Documentação política, 1808-1840. In: Brasiliana da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional / Nova Fronteira, 2001). Indique um exemplo de revolta popular ocorrida no Período Regencial e explique por que a antecipação da maioridade de D. Pedro II foi uma solução para a crise. 2. (MACKENZIE) O Golpe da Maioridade, que colocou Pedro II no trono em 1840, representou: a) a vitória dos liberais, que retornaram ao governo, convidados para formar o primeiro ministério do Segundo Reinado. b) a ascensão dos conservadores afastados do poder desde o Avanço Liberal. c) o enfraquecimento do regime monárquico e o crescimento do republicanismo. d) o declínio da aristocracia rural, já que o novo governo não apoiava a manutenção de seus privilégios. e) o fortalecimento da democracia, fato comprovado na primeira eleição do Segundo Reinado, a “eleição do cacete”. 3. (PUC-RJ) Para muitos brasileiros que vivenciaram o Período Regencial (1831-1840), aquele foi um tempo de impasses, mudanças e rebeliões. Sobre esse período, é correto afirmar que:5 I. a renúncia inesperada do imperador D. Pedro II levou à nomeação de uma regência trina e à implantação, em caráter provisório, de um governo republicano. II. a antecipação da maioridade de D. Pedro II, em 1840, garantiu o restabelecimento da ordem monárquica e a pacificação de todas as revoltas que ameaçavam a integridade territorial do Império. III. houve uma série de revoltas envolvendo desde elementos das tropas regulares até escravos, destacando-se, entre elas, a Farroupilha, a Ca- banagem e a Revolta dos Malês. IV. a ausência provisória da autoridade monárquica estimulou a proliferação de projetos políticos destinados à reorganização do Estado imperial. Assinale a alternativa correta: a) somente as afirmativas I e II estiverem corretas. b) somente a afirmativa I estiver correta. c) somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas. d) somente as afirmativas III e IV estiverem corretas. e) todas as afirmativas estiverem corretas. Gabarito 1. Esse exercício é uma dissertação onde você vai contextualizar o que aprendeu sobre o assunto na aula de hoje. Revoltas populares: • Sabinada (Bahia) • Balaiada (Maranhão) • Cabanagem (Grão-Pará) A maioridade de D. Pedro II foi a solução para a crise, teve como consequência a restauração do Poder Moderador, contra as ameaças feitas ao Império. 2. A alternativa A. é a mais crreta porque em si o Golpe da Maioridade trouxe de volta ao poder os liberais principais propagandistas da maioridade. 6 3. Alternativa D. As revoltas populares do Período Regencial influenciaram muito nas decisões que o governo tomava. Resumo Nesta aula estudamos os motivos que levaram aos liberais a dar O Golpe da Maioridade para que D. Pedro II subisse ao trono antes dos 21 anos que de acordo com a Constituição de 1824. Importante salientar que na ocasião tanto o governo, como a elite brasileira estavam preocupados com as inúmeras Revoltas que explodiam em todo território nacional, revoltas essas que colocavam em xeque a sustentabilidade do governo/regime. O golpe foi, portanto, a maneira que as elites brasileiras enxergaram estabilizar os ânimos e os desagrados insurgentes em todo o território nacional, afastar o fantasma republicano, assim como garantir a manutenção do sistema escravista e a unidade do império. 7 Referências bibliográficas Andrade, Manuel Correia de Oliveira. Movimentos populares no Nordeste no período regencial. Recife: Fundação Joaquim Nabuco,1989 (Série Memória da República). Basile, Marcello. O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840). In: Keila Grinberg e Ricardo Salles, O Brasil Imperial, volume II: 1831-1870. Rio de Janeiro: Civilização, 2009. FAZOLI FILHO, Arnaldo. O Período Regencial. São Paulo: Ática, 1981. (Princípios). FAUSTO, Boris. HISTÓRIA DO BRASIL. 2 ed. São Paulo: EDUSP, 1995. p. 161. Schwarcz, Lilia Moritz (1998). As barbas do Imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos 2° ed. (São Paulo: Companhia das Letras).
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