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Traumatismo Crânio Encefálico Profª. Liana Praça Traumatismo Crânio Encefálico Lesão craniana traumática é uma agressão ao cérebro, não de natureza degenerativa ou congênita, mas causada por uma força física externa. Pode produzir um estado diminuído ou alterado de consciência e comprometimento das habilidades cognitivas ou do funcionamento físico) Pode também resultar no distúrbio do funcionamento comportamental ou emocional. Sequelas temporárias ou permanentes ou levar o paciente à óbito. Epidemiologia Mundo – 10 milhões de internações por ano. 3ª maior cauda de morte. ½ milhão de pessoas por ano no Brasil. Homens > mulheres (2:1). Mais de 50% dos pacientes com TCE está entre as idades de 15 e 24 anos. Fatores de Risco e Prevenção Adolescentes e Adultos: Consumo de álcool é relatado como causa em 30-80% dos traumatismos cranianos; Acidentes Rodoviários são causas mais proeminentes de lesão. Fatores de Risco e Prevenção Os homens com idade entre 15-24 anos têm maior risco pessoal; + de 30% dos óbitos nesse grupo são devido à lesões cefálicas; Percentual cai para -5% depois dos 40 anos de idade em ambos os sexos. Fatores de Risco e Prevenção Uso obrigatório de capacete pelos motoristas; Airbags dianteiros nos automóveis; Uso obrigatório do cinto de segurança; Redução da velocidade máxima permitida nas áreas urbanas; Faixas exclusivas para bicicletas Auxiliam na diminuição do número e da gravidade dos traumatismos cranianos Fatores de Risco e Prevenção Esportes (ex: futebol e boxe) Associados ao risco de lesão encefálica Talvez não seja possível impor leis para diminuir esse risco, mesmo que as tentativas sejam grandes Traumatismo Crânio Encefálico Causas: •Acidentes automobilísticos (50%) •Quedas (21%) •Assaltos e agressões (12%) •Esportes e recreação (10%) Traumatismo Crânio Encefálico Lesões Extracranianas (couro cabeludo e face); Nervos Cranianos (principalmente 7º e 3); Fraturas maxilofaciais e de crânio; Cerebrais (primária e secundária). Fisiopatologia Lesão primária (relacionada com a biomecânica do trauma/ agressão direta): • Fraturas; • Contusões e Lacerações da Substância Cinzenta: Lesões corticais atingindo cristas das circunvoluções; • Lesão Axonal Difusa: Deve-se ao comprometimento das fibras nervosas por ocasião da aceleração-desaceleração da cabeça. • Lesão tipo Chicote Fisiopatologia Lesão secundária - (Pode ser evitada). Alterações estruturais encefálicas decorrentes da lesão primária: Hematoma intracraniano: Extradural Coleção sanguínea entre a tábua interna óssea e a dura-máter. Subdural Devido principalmente à ruptura traumática das veias córtico-meníngeas. Intraparenquimatoso Coleção compacta de sangue alojada dentro do parênquima cerebral e limitada pelos tecidos que a rodeiam. Fisiopatologia Hipertensão intracraniana - HIC: • da massa cerebral • do volume e pressão do LCR • do volume de sangue intracraniano- complicação mais frequente do TCE e principal causa de óbito OBS.: Complicação mais frequente do TCE e principal causa de óbito nos momentos iniciais da evolução. Lesão isquêmica: da oxigenação cerebral Traumatismo Crânio Encefálico Tipos de TCE (Quanto à Lesão) TCE fechado: •Sem ferimento no crânio; •Fratura Linear. Fratura com afundamento do crânio: •Fragmento ósseo comprimindo, afundando ou lesionando o cérebro. Fratura exposta do crânio: •Comunicação direta do couro cabeludo com o cérebro. Traumatismo Crânio Encefálico Tipos de TCE (Quanto à Gravidade) 1º Grau: Leve 2ºGrau: Moderado (Gera microtraumatismos cerebrais. Ex: boxeadores) 3º Grau: Grave (no momento do trauma o paciente gera complicações graves/ estado de coma) Detalhes do acidente: Sugere que partes do cérebro estão paralisados ou lesionados. Duração da inconsciência: Determina a gravidade da lesão. Exame neurológico: Detecta alterações na consciência, respiração, diâmetro da pupila, força muscular, fala) Sinais vitais : Pressão arterial, pulso, respiração e temperatura. Avaliação do TCE Agudo Avaliação do TCE Agudo Aumento da pressão intracraniana; Lesão do tronco cerebral: O médico deve ficar alerta para estas lesões devido a constância de falência dos centros respiratórios. Verificação de sinais graves: Pupilas fixas e postura de descerebração. Avaliação do TCE Agudo Exame da Respiração: • Respiração normal; • Cheyne – Stokes (Períodos alternados de apnéia e respiração rápida e profunda) : Lesão de hemisférios cerebrais; • Hiperpnéia (Respiração anormal rápida e profunda, e tem por consequência hiperventilação): Nível da lesão compromete os hemisférios, mesencéfalo e ponte. Avaliação do TCE Agudo Biot (Atáxica): Padrão respiratório irregular, com períodos de inspiração profundas e apnéias ocorrendo ao acaso. Ocorre por um desequilíbrio nos centros inspiratórios e expiratórios por lesões dos centros pneumotáxicos e apneuticos bulbares e lesões secundárias do tronco encefálico. Escala de Coma de Glasgow Abertura Ocular: Espontânea........................4 Ordem verbal.....................3 Dor.....................................2 Sem resposta.....................1 Escala de Coma de Glasgow Melhor Resposta Verbal: Orientado...........................5 Confuso..............................4 Palavras inapropriadas......3 Sons...................................2 Sem resposta.....................1 Escala de Coma de Glasgow MELHOR RESPOSTA MOTORA: Obedece.............................6 Localiza..............................5 Movimento de retirada........4 Flexão – anormal................3 Extensão.............................2 Sem resposta......................1 Escala de Coma de Glasgow 15 pontos- máximo na GCS 03 pontos- mínimo na GCS O3 a 08 pontos - lesão cerebral grave 09 a 12 pontos - lesão cerebral moderada 13 a 15 pontos - lesão cerebral mínima Métodos de Diagnósticos Radiografias: Feitas em todos os casos de lesão no cérebro. São observados as presenças de fraturas da abóbada craniana (são visíveis), porém fraturas basilares são menos visíveis, pela obscuração dos detalhes ósseos. Métodos de Diagnósticos Radiografia: A finalidade do Rx é revelar fragmentos ósseos, glândula pineal deslocada ou ar intracraniano, lesão na duramáter e aracnoide. OBS: Glândula Pineal: regulação dos chamados ciclo circadianos, que são os ciclos vitais (principalmente o sono) e no controle das atividades sexuais e de reprodução. Métodos de Diagnósticos Exame do líquido cefalorraquidiano Se dispusermos de uma boa HDA, devemos evitar a punção, pois pacientes comatosos ou com hematomas intracranianos, a retirada do LCR, pode causar herniação do tentório do forâmen magno. Angiografia: É uma técnica utilizada para a detecção de anomalias dos vasos sanguíneos cerebrais OBS.: Melhor meio de diagnóstico do TCE. Ecoencefalografia: Usado para verificar os desvios de estruturas da linha média do cérebro causados por edemas ou hematomas. OBS.: A não existência de desvios, não significa necessariamente que não haja hematoma. Métodos de Diagnósticos Métodos de Diagnósticos Treponação: Usa-se para o tratamento e diagnóstico de hematomas subdural e epidural. Apresenta baixo risco e rápido evacuação do hematoma, quando as condições do paciente pioram com rapidez. Serve para se criar uma abertura por onde se pode drenar um hematoma intracraniano ou se inserir um catetercerebral. Métodos de Diagnósticos Encefalografia Gasosa: Fornece anexos e mais informações do que a angiografia, mas apresenta mais riscos a impossibilidade de uma alteração nas relações pressóricas na cabeça, podendo precipitar um desvio cerebral desfavorável, com sérias consequências. Sequelas do Gran-Traumatizado Coma Ataque do tronco cerebral Movimentos involuntários Distúrbios no mecanismo da linguagem Focos de hemorragias, necroses e isquemias Epilepsia Distúrbios extra-piramidais e cerebelares Hidrocefalia pós-traumática Sequelas do Gran-Traumatizado Síndrome pós-traumática: • Cefaleia, vertigem e instabilidade nervosa • Distúrbios do labirinto • Nistagmo momentâneo • Inquietação, nervosismo, preocupação • Incapacidade para concentração • Fadiga • Tremor Contraturas que produzem deformidades postural fixa; Úlceras de decúbito; Habilidade mascarada, isto é, a habilidade que não pode ser utilizada devido à dominância de sinais neurológicos positivos, como a espasticidade; Cansaço, desconforto; Potencial para confinamento no leito. Complicações em pacientes com grave disfunção motora Hipotensão (Lesão leve/ postura deitada normal); Descerebração (Lesão da região inferior dos hemisférios cerebrais ou tronco encefálico); Decorticação (Lesão de córtex ou lesão alta de hemisférios cerebrais). Posturas Posturas Descerebração: Extensão, adução e rotação interna dos MMSS e extensão de quadril e joelho e flexão plantar do tornozelo. Decorticação: Flexão dos cotovelos e dos punhos e extensão de quadril e joelho e flexão plantar do tornozelo. Tratamento Fisioterápico Função respiratória (Objetivo: evitar a produção de secreções, possível infecção e insuficiência respiratória e ampliar a oxigenação do cérebro) Mudanças de decúbito Cuidados posturais no leito Mobilizações passivas Manutenção das amplitudes de movimento Aprendizado motor Trabalho de força, equilíbrio e coordenação
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