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Endodontia I – Prof.: Thiago - 13/08/19 ANATOMIA INTERNA A anatomia interna é a base da endodontia. A endodontia é a especialidade da odontologia que estuda o sistema de canais radiculares e a composição tecidual da polpa. Anatomia Dentária: - Esmalte - Dentina - Cemento Câmara pulpar - Cavidade pulpar Canal radicular Obs.: Nos dentes anteriores não é possível discernir com precisão aonde termina a câmara pulpar e aonde começa o canal radicular. Cavidade Pulpar: A cavidade pulpar consiste no espaço ocupado pela polpa, vai do ápice do corno até o forame apical. - Câmara pulpar (PORÇÃO CORONÁRIA) → Aloja a polpa coronária - Canal radicular (PORÇÃO RADICULAR) → Aloja a polpa radicular Câmara pulpar: - Teto - Paredes circundantes Obs.: Além do teto e das paredes circundantes, a câmara pulpar apresenta um assoalho nos dentes multirradiculares. Canal radicular: Orifícios do canal – entrada dos canais radiculares Canal Forame apical O canal radicular é dividido didaticamente em terços: terço cervical, terço médio e terço apical. Os terços cervical e médio, geralmente, são mais amplos do que o terço apical. Para uma limpeza completa do canal é necessário abranger todo o terço apical mesmo que este seja mais estreito, pois isso garante 95% de sucesso no seu tratamento endodôntico. O terço apical corresponde a 3 mm do canal. O canal radicular também é dividido biologicamente em: canal dentinário (maior diâmetro voltado para a câmara pulpar e o menor apical- União CDC) e canal cementário (maior diâmetro na porção periapical e o menor na união CDC). O canal cementário é onde encontra-se o coto pulpar, que quando está vital deve ser preservado, pois alguns acreditam que é importante para o reparo. Possui um comprimento de 0,5 mm. Nomenclatura do Sistema de Canais Os canais radiculares apresentam uma rede de canais, sendo esta formada por canais principais e suas ramificações. Técnica de diafanização – é uma técnica que deixa o dente transparente e é inserido um corante no interior dos canais com o intuito de observar e estudar a anatomia interna dos dentes. Hoje em dia há métodos mais modernos para se estudar a anatomia interna já que para se realizar a técnica de diafanização é necessário “matar” o dente. O método mais moderno atualmente para se estudar a anatomia interna é por meio da microtomografia (método não invasivo), aonde se faz o escaneamento do dente e este depois é reconstruído por meio de software em um computador. Canal principal - É o canal mais importante e o mais calibroso, esse canal começa no orifício de entrada do canal e passa normalmente pelo longo eixo do dente e pode alcançar sem interrupção o ápice radicular desembocando na superfície externa do dente por meio do forame apical. Canal cavo inter-radicular - Esse canal sai do assoalho da câmara pulpar e termina na região de furca do dente. Canal lateral - Esse canal sai do canal principal e termina na superfície externa do dente. O canal lateral geralmente está localizado no terço cervical ou no terço médio. Canal recorrente - Esse canal sai do canal principal e volta para o canal principal. Canal colateral - Esse canal sai do canal principal e percorre lateralmente o canal principal e desemboca na superfície externa do dente, geralmente, no terço apical. Canal secundário - Esse canal sai do canal principal e desemboca na superfície externa do dente no terço apical. Canal acessório - Esse canal sai do canal secundário e desemboca na superfície externa do dente. Delta apical - Rede de canais que sai do canal principal e desemboca na superfície externa do dente no terço apical. Canal interconduto - Esse canal permite a comunicação entre o canal principal e o colateral, pouco calibroso, apenas em dentina. Canais reticulares - Esse canal apresenta um aspecto reticulado. Os canais reticulares fazem o entrelaçamento de 2-3 canais que correm paralelamente entre si. Istmos - O istmo é uma área estreita, em forma de fita, que liga dois ou mais canais que contêm polpa ou tecidos derivados de polpa. Todos os istmos devem ser encontrados, preparados e preenchidos durante a cirurgia, pois podem funcionar como reservatórios de bactérias. Qualquer raiz com dois ou mais canais pode ter um istmo. São observados em cortes transversais e, geralmente, encontrado nas raízes palatinas do 1º MS e 2º MS. Os istmos são locais de difícil limpeza. Canal Radicular – Anatomia Apical - Canal dentinário: as paredes são formadas por dentina. - Canal cementário: as paredes são formadas por cemento. Limite Cemento-dentina-Canal (CDC): é o limite histológico existente entre o canal dentinário e o canal cementário. Constrição Apical: Consiste na região mais constrita do canal e fica situado próximo ao limite CDC. Obs.: O limite CDC não é a mesma coisa que constrição apical; pois o limite CDC pode ser identificado apenas por cortes histológicos já a constrição apical é possível ser acessada pela lima. Forame Apical: Abertura final do canal radicular principal no terço apical da raiz, sendo assim, a porta de saída do canal radicular para o ligamento periodontal. Nem todo forame apical termina/coincide no ápice da raiz ou ápice anatômico, geralmente, o forame apical está lateralmente a raiz (1-3 mm de distância um do outro). Foraminas: Abertura final das ramificações do canal principal em direção a superfície externa do dente. Alterações Anatômicas Idade - A medida que iremos envelhecendo a câmara pulpar irá estreitando devido a deposição de dentina secundária. Cárie - Haverá perda de estrutura dentária devido ao processo de desmineralização. - Quando a cárie vai avançando, próximo ao corno pulpar, haverá a deposição de dentina com o objetivo de proteger a polpa da cárie. Trauma Dental - O trauma pode levar a calcificação da câmara pulpar e do canal radicular. Nódulos pulpares - Os nódulos estão presentes principalmente na câmara pulpar e consiste em uma calcificação. Alterações Anatômicas correlacionadas ao desenvolvimento Fusão - A fusão é definida como a união de dois germes dentários normalmente separados, com a resultante formação de um dente unido com confluência de dentina. Geminação - A geminação foi definida como uma tentativa de um único germe dentário dividir-se, com a resultante formação de um dente com coroa chanfrada e, geralmente, uma raiz e um canal radicular em comum. Dens in Dent – incisivo lateral superior - O dente invaginado é uma profunda invaginação da superfície da coroa ou da raiz que é limitada pelo esmalte. Morfologia dos Grupos Dentais 9.1 - Incisivo Central Superior Número de raízes:1 raiz Número de canais: 1 canal principal retilíneo - O incisivo central é o dente mais simples de se fazer o tratamento endodôntico quando não houver nódulos pulpares, calcificação e outras complicações. Pois, geralmente, a câmara pulpar e o canal radicular do incisivo central se apresentam de maneira ampla e retilíneo. Obs.: Em uma secção transversal, os dentes apresentam o terço apical mais acentuado. 9.2 - Incisivo Lateral Superior Número de raízes:1 raiz Número de canais: 1 canal principal com curvatura apical para disto-palatino - O incisivo lateral superior é o dente que mais está correlacionado a alterações anatômicas do desenvolvimento (fusão, geminação e Dens in dente), principalmente, com o Dens in Dente por estar em uma área de grande risco embriológico. 9.3 - Incisivos Inferiores Número de raízes:1 raiz achatada mésio-distal Número de canais: 1 canal retilíneo com achatamento mésio-distal; porém devido este achatamento é possível que os incisivos inferiores apresentem uma bifurcação do canale, consequentemente, apresente dois canais radiculares (30% a 40% dos casos). É mais provável encontrarmos dois canais radiculares no incisivo central inferior do que no incisivo lateral inferior. 9.4 - Canino Superior Número de raízes: 1 raiz Número de canais: 1 canal principal O canino é o maior dente humano com relação ao seu comprimento. O canino superior apresenta um canal longo e retilíneo. - Pode apresentar um afunilamento abrupto da raiz no terço apical. - Canino Inferior Número de raízes: 1 raiz achatada no sentido mésio-distal Número de canais: 1 canal principal O canino inferior pode apresentar dois canais radiculares devido ao achatamento médio-distal da raiz. Porém, o canino inferior com dois canais é uma exceção já que é mais comum o encontrarmos com apenas um canal radicular. Obs.: As raízes dos dentes anteriores superiores são mais cônicos-cilindros já as raízes dos dentes anteriores inferiores se apresentam achatadas. Logo, a frequência de dois canais radiculares em dentes anteriores é mais comum nos inferiores já que as suas raízes se apresentam achatadas no sentido mésio-distal. – 1º Pré-molar Superior Número de raízes: 2 raízes O 1º PMS apresenta uma raiz palatina e uma raiz vestibular. Número de canais: 2 canais principais O 1º PMS apresenta um canal palatina e um canal vestibular. O canal palatino, geralmente, apresenta um diâmetro maior do que o canal vestibular. Os canais principais, geralmente, são mais retilíneos. - O canal palatino geralmente é mais volumoso do que o vestibular. – 1º Pré-molar Inferior Número de raízes: 1 raiz Número de canais: 1 canal principal retilíneo Obs.: Os pré-molares inferiores são dentes que apresentam grande variação anatômica quanto a morfologia do canal e o número de canais radiculares. – 2º Pré-molar Superior Número de raízes: 1 raiz Número de canais: 2 canais principais no interior de uma única raiz ou uma raiz bem achatada. O 2ºPMS apresenta um canal palatino e um canal vestibular. Obs.: Quando apresenta dois canais , é comum que terminem em forames únicos. Obs.: É comum observarmos no 2°PMS a união entre o canal vestibular e o canal palatino no terço médio/apical. – 2º Pré-molar Inferior Número de raízes: 1 raiz Número de canais: 1 canal principal 10 – 1º Molar Superior Número de raízes: 3 raízes bem separadas O 1ºMS apresenta uma raiz palatina; uma raiz mesio-vestibular e uma raiz disto-vestibular. Número de canais: 4 canais principais O 1ºMS apresenta na raiz palatina um canal palatino; a raiz mesio-vestibular apresenta dois canais principais denominados canal mesio-vestibular (propriamente dito) e mesio-palatino ou quarto canal e a raiz disto-vestibular possui 1 canal radicular. O canal palatino é o canal mais amplo de todos. A raiz mesio-vestibular apresenta dois canais por ser a raiz mais achatada e curva do 1°MS. A raiz disto-vestibular é a raiz mais reta, portanto, o canal mais reto consiste no canal disto-vestibular; entretanto, isso não quer dizer que ele não seja curvo e sim que é o mais reto quando comparados aos demais canais do 1°MS. Obs.: O canal mesio-palatino ou quarto canal é de difícil localização; para localizarmos é necessário traçarmos uma linha imaginária entre o canal mesio-vestibular até o canal palatino e, geralmente, o quarto canal se encontra nesta linha e próximo ao canal mesio-vestibular. 11 – 2º Molar Superior Número de raízes: 3 raízes mais fusionadas O 2ºMS apresenta uma raiz palatina; uma raiz mesio-vestibular e uma raiz disto-vestibular. Número de canais: 3-4 canais principais (mésio-vestibular, disto-vestibular e palatino. Quando presente o quarto canal, esse denomina-se mésio-palatino. Obs.: Raízes apresentam-se mais convergentes do que o primeiro molar. Obs.: No 2ºMS a frequência da presença do quarto canal é um pouco mais baixa quando comparada ao 1ºMS (50% a 60%). 12 – 1º Molar Inferior Número de raízes: 2 raízes O 1ºMI apresenta uma raiz mesial e uma raiz distal. A raiz mesial é mais curva do que a distal, sendo que a curvatura da raiz mesial está voltada para a distal. Número de canais: 3 canais principais O 1ºMI apresenta dois canais principais na raiz mesial denominados de canal mesio-vestibular e canal mesio-lingual e um canal na raiz distal denominado de canal distal. A raiz mesial apresenta dois canais radiculares devido ao seu achatamento mesio-distal. Os canais mesiais são mais estreitos enquanto o canal distal é mais volumoso. Porém, em muitos casos, a raiz distal pode apresentar 2 canais radiculares em vez de apenas um canal radicular. 13 – 2º Molar Inferior Número de raízes: 2 raízes O 2ºMI apresenta uma raiz mesial e uma raiz distal. Número de canais: 3 canais principais O 2ºMI apresenta dois canais na raiz mesial denominados de canal mesio-vestibular e canal mesio-lingual e um canal na raiz distal denominado de canal distal Umas das variações anatômicas encontrada nos molares inferiores é a radiz (raiz adicional) Obs.: É mais comum encontrarmos 2 canais no 2º MI do que no 1º MI. Umas das variações anatômicas encontrada nos molares inferiores é a radix (raiz adicional/supranumerária). Outra variação dos MI é o canal em C aonde é mais comum encontrarmos no 2ºMI, principalmente, em populações orientais. A radix é encontrada tanto no 1°MI quanto no 2°MI. Endodontia I – Prof.: Thiago - 20/08/19 ABERTURA CORONÁRIA Sinônimo: CIRURGIA DE ACESSO/ ACESSO ENDODÔNTICO/ACESSO CORONÁRIO - A abertura coronária consiste no ato operatório pelo qual se expõe a câmara pulpar. O objetivo inicial desse ato operatório é projetar a anatomia da câmara pulpar sobre a superfície do dente. 4 Princípios da Abertura Coronária 1º - O tecido cariado deve ser removido completamente; 2º - O limite da abertura coronária deve incluir todos os cornos pulpares, saliências e retenções do teto da câmara pulpar. Devemos remover todo o teto; 3º - A anatomia do assolho da câmara pulpar nunca deve ser alterada. Ao desgastar o assolho há a perfuração radicular, geralmente, na região de furca dos dentes multirradiculares; 4° - Toda abertura coronária deverá ser efetuada de maneira à oferecer um acesso direto retilíneo ao canal radicular. A lima deve acessar da forma mais reta possível. Planejamento clínico - Remoção de cáries - Avaliação das restaurações (infiltração) - Inclinação do dente na arcada Planejamento radiográfico - A radiografia permite avaliar a forma e o tamanho da câmara pulpar Obs.: Quando acessamos a câmara pulpar com o instrumental temos a sensação de cair no vazio! Conceitos I – Ponto de eleição - O ponto de eleição consiste na fase inicial da abertura aonde é realizado o desgaste da superfície de esmalte até atingir a dentina. Ponto inicial de acesso coronário. II – Direção de trepanação - A direção de trepanação consiste na inclinação da broca no momento da trepanação (quando cai na câmara pulpar) III – Forma de contorno - Seu objetivo inicial é projetar extremamente a anatomia da câmara pulpar. VI – Forma de conveniência - A forma de conveniência consiste na fase final da abertura coronária que permite melhor visão do interior da câmara pulpar e permite um fácil acesso aos canais radiculares. (Ex.: desgaste do istmo) Forma de conveniência Realização de pequenos desgastes: Paredes da câmara pulpar; Remoção do teto remanescente; Desgastes compensatórios – desgaste da abertura (orifício de entrada) coronária. Instrumental Endodôntico - Espelho de primeiro plano (no verso do espelho está escrito front surface); - Sonda exploratória número 5 A sonda nº 5 é utilizada para auxiliar o CD para ver se tem teto. - Sonda exploratória reta A sonda reta é utilizada para sentir/ver se chegou a câmara pulpar. - Brocas esféricas diamantadas (salpicada de diamantes) As brocas diamantadas são utilizadas no desgaste de esmalte dentário Alta rotação - Brocas esféricas carbide (arestas de corte) As brocas carbide são utilizadas no desgastede dentina Podem ser usadas tanto em alta quanto em baixa rotação, porém na clínica utilizamos em baixa rotação. - Brocas tronco-cônicas 3082 A 3082 apresenta uma ponta inativa para que não desgastemos o assolho da câmara pulpar Baixa rotação - Brocas tronco-cônicas Endo z (não compramos na nossa lista de materiais) - Brocas gates-glidden (denominadas também de alargadores) As brocas gates-glidden são utilizadas para o desgastes compensatórios (forma de conveniência) Apresentam uma numeração de 1-6 - Brocas de largo (não compramos na nossa lista de materiais) As brocas gates-glidden são utilizadas para os desgastes compensatórios Apresentam uma numeração de 1-6 Cirurgia de Acesso Sequência clínica I – Remoção do tecido cariado e exposição da câmara pulpar; II – Remoção do teto da câmara pulpar e das projeções dentinárias; III – Desgaste compensatórios para a lima penetrar de maneira mais retilínea no canal. Dentes Anteriores (Caninos e Incisivos centrais e laterais) Ponto de eleição: próximo ao cíngulo na face palatina (1-2 mm acima do cíngulo). Deve-se preservar o cíngulo ao realizar o desgaste, pois o cíngulo é um ponto de suporte dos dentes. Direção de trepanação: - A broca esférica diamantada deve ser utilizada de maneira perpendicular a face palatina - A broca esférica carbide deve ser utilizada seguindo o longo eixo do dente Após o desgaste de esmalte com a broca esférica diamantada e o desgaste de dentina com a broca esférica carbide, iremos cair na câmara pulpar. Utilizamos a sonda reta para confirmar que chegamos na câmara pulpar. Depois, com a broca carbide iremos realizar um movimento de tração de dentro para fora para remover o teto da câmara pulpar e, posteriormente, com a sonda nº 5 iremos observar se há remanescente de teto. Depois, para remover o excesso de teto da câmara pulpar utilizamos a broca tronco-cônica 3082 em baixa rotação. O ombro palatino deve ser desgastado com as brocas gates-glidden para que a lima entre de maneira retilínea. E caso necessário, utilizamos as brocas gates-glidden para os desgastes compensatórios. Forma de contorno dos Incisivos Superiores: forma triangular com base voltada para incisal. Forma de contorno dos Incisivos Inferiores: forma triangular mais alongada com base voltada para incisal, pois os incisivos inferiores podem apresentar 2 canais devido o achatamento mesio-distal. Forma de contorno dos Caninos Superiores: ponta de lança. Forma de contorno dos Caninos Inferiores: ovalado devido ao achatamento mesio-distal. Obs.: Devemos respeitar a inclinação do dente para não perfurar por vestibular. Pré-molares Superiores (1° e 2º PMS) Ponto de eleição: centro do sulco principal na face oclusal. Direção de trepanação: - A broca esférica diamantada deve ser utilizada seguindo o longo eixo do dente - A broca esférica carbide deve ser utilizada com inclinação para palatino (área de maior extensão da câmara pulpar – área de segurança) Após o desgaste de esmalte com a broca esférica diamantada e o desgaste de dentina com a broca esférica carbide, iremos cair na câmara pulpar. Utilizamos a sonda reta para confirmar que chegamos na câmara pulpar. Depois, utilizamos a broca tronco-cônica 3082 em baixa rotação no sentido palatino-vestibular para remover o teto da câmara pulpar e sempre observando com a sonda nº 5 se há remanescente do teto. E caso necessário, utilizamos as brocas gates-glidden para os desgastes compensatórios. Forma de contorno dos PMS: oval com achatamento mesio-distal. Pré-molares Inferiores (1° e 2º PMI) Ponto de eleição: há uma tendência de ser no sulco mesial na face oclusal em vez de ser no sulco central. Direção de trepanação: - A broca esférica diamantada deve ser utilizada seguindo o longo eixo do dente - A broca esférica carbide deve ser utilizada seguindo o longo eixo do dente Forma de contorno dos PMI: ovóide ou circular. Molares Superiores (1° e 2°MS) Ponto de eleição: no centro da fossa mesial na face oclusal para preservar a ponte de esmalte. Direção de trepanação: - A broca esférica diamantada deve ser utilizada seguindo o longo eixo do dente - A broca esférica carbide deve ser utilizada com inclinação para a porção palatina (área de maior extensão da câmara pulpar – área de segurança) Forma de contorno dos MS: triangular com base voltada para vestibular. Obs.: Deve-se desenhar a forma de contorno final de cada dente desde do início com a broca. Molares Inferiores (1° e 2° MI) Ponto de eleição: no centro da fossa central na face oclusal. Direção de trepanação: - A broca esférica diamantada deve ser utilizada seguindo o longo eixo do dente - A broca esférica carbide deve ser utilizada com inclinação para a porção distal da câmara pulpar (área de maior extensão da câmara pulpar – área de segurança) Forma de contorno dos MI: triangular/trapezoidal com base voltada para mesial. Erros Operatórios - Desgaste excessivo de estrutura dentária; - Abertura excessivamente conservadora; - Remoção parcial do teto da cavidade pulpar - Formação de degrau próximo a entrada do canal radicular; - Perfurações radiculares; - Perfuração do assolho da câmara pulpar. Obs.: Caso você deixe teto remanescente da câmara pulpar há um maior risco de proliferação de microrganismo já que existe resto de tecido necrosado e esse dente irá voltar a doer. Obs.: Caso você não limpe de maneira direita a câmara pulpar e deixe material em excesso; o dente irá escurecer. Conclusão - O tempo e esforço despendidos no preparo de acesso aos canais são compensados pela facilidade e êxito das etapas posteriores. Endodontia I – Prof.: Thiago - 03/09/19 Instrumentos Endodônticos Sequência Prática: - Diagnóstico - Abertura Coronária - Odontometria - Preparo químico-mecânico - Obturação Instrumentos Endodônticos Isolamento Absoluto Lençol de borracha Perfurador de borracha Arco de Ostby Grampos Pinça porta-grampos Abertura Coronária Instrumental clínico: - Pinça - Espelho - Sonda exploradora nº 05 - Sonda reta Brocas: - Brocas esféricas - Brocas tronco-cônicas 3. Preparo químico-mecânico Preparo mecânico - Limas - Alargadores cervicais (brocas gattes-glidden e de largo) Preparo químico - Seringa - Agulha - Cânula 4. Obturação Instrumentos Endodônticos - Ligas metálicas - Características das limas - Tipos de lima - Alargadores Limas Endodônticas - As limas endodônticas são fabricadas a partir de ligas metálicas: aço inoxidável (ferro + cromo –menos flexíveis) e liga de níquel-titânio (mais flexíveis e mais caras). - As limas endodônticas de níquel-titânio possuem memória de forma e superelasticidade e apresentam subtipos; mas não compramos na disciplina. Corpo Como as limas são produzidas? Torção Usinagem - As limas são produzidas de acordo com as normas ISSO-3630-1 – American Dental Association (ADA) – especificação n° 28. Comprimento das Limas - 21 mm – parte ativa = 16 mm - 25 mm – parte ativa = 16 mm - 28 mm – parte ativa = 16 mm - 31 mm – parte ativa = 16 mm 1ª Série 2ª Série 3ª Série Série Especial 15-40 45-80 90-140 06/08/10 Obs.: A numeração da lima corresponde ao diâmetro da ponta, ou seja, uma lima nº 15 apresenta uma ponta com diâmetro de 0,15 mm. Obs.: Há um aumento progressivo de 5 em 5 da lima 15-60. Depois, há um aumento progressivo de 10 em 10. Diâmetro externo dos instrumentos (D0) - Ex.: lima 15 – D0 = 0,15 mm Diâmetro acima de 1 mm acima da ponta (D1-D6) Conicidade dos instrumentos (Taper) - (Constante nos materiais comprados na disciplina – k = 0,02mm) Diâmetro da ponta (DIP) Tipos de lima Tipo K - 1ª, 2ª e 3ª série ISO - Produzidas em aço inoxidável ou níquel-titânio - Confeccionadas por torção ou usinagem - Apresenta seção reta transversal quadrangular Obs.: As limas confeccionadas por torção apresentam uma maior resistência a fratura quando comparada as limas confeccionadas por usinagem.2. Tipo K-flex (flexofile) - 1ª série ISO. - O tipo K-flex vai até a 1ª série, pois as demais séries são de limas mais grossas e, consequentemente, menos flexíveis. - Produzidas em aço inoxidável ou níquel-titânio - Confeccionadas por torção ou usinagem - Apresenta seção reta transversal triangular Obs.: A marca que compramos na disciplina, diferenciam a K-flex do tipo K por meio de quadrados, aonde o quadrado pintado representa a k-flex e o quadrado normal representa a tipo K. Tipo Hedstrom - 1ª, 2ª e 3ª série ISO - Produzidas apenas em aço inoxidável - Confeccionadas apenas por usinagem - Apresenta seção reta transversal vírgula Obs.: As limas do tipo Hedstrom são muito utilizadas em casos de retratamento de canal, pois auxilia na retirada do material restaurador inserido previamente. Instrumentos associados a motor Gattes-glidden - Produzidas em aço inoxidável - Fabricadas por usinagem - Presente no mercado nos comprimentos: 28 mm ou 32 mm - Numeradas de 1-6 - As brocas gattes-glidden são utilizadas em alta rotação - Fazem o movimento de vai e vem com o intuito de alargar o furo/entrada do canal e fazer o preparo cervical. Comparação do diâmetro das pontas das brocas gattes-glidden e limas Gattes-glidden nº 1 Lima 50 Gattes-glidden nº 2 Lima 70 Gattes-glidden nº 3 Lima 90 Gattes-glidden nº 4 Lima 110 Gattes-glidden nº 5 Lima 130 Gattes-glidden nº 6 Lima 150 Alargador de Largo - Produzidas em aço inoxidável - Fabricadas por usinagem - Presente no mercado nos comprimentos: 28 mm ou 32 mm - Numeradas de 1-6 - Apresenta a ponta ativa mais larga do que as brocas de gattes-glidden. - Fazem o movimento de lateralidade e é utilizado para desgaste anti-curvatura e preparo cervical. 3. Limas Rotatórias Irrigação/Aspiração/ Obturação Instrumental para Irrigação - Seringa (3-5ml) - Agulha para irrigação (mais flexível) Aspiração Obturação - Preenchimento com guta-percha ou cimento - Instrumentais Auxiliares: espátula nº 24; espaçadores digitais; Mc spadden, calcadores/condensadores. Considerações Finais - É necessário conhecer o instrumento para escolhê-lo adequadamente em cada situação clínica. - Ex.: Canal reto de um incisivo central – devemos utilizar uma lima tipo K. - Ex.: Canais curvos dos molares – devemos utilizar uma lima tipo K-flex. Endodontia I – Prof.: Juliana - 10/09/2019 Limite Apical da Instrumentação e Odontometria O que é limite apical da instrumentação? - É o ponto mais apical que os instrumentos devem atingir durante a instrumentação. Essa medida é expressa em mm. - Geralmente, 3 mm na porção apical do canal Qual o objetivo da sua determinação do limite apical? Qual a sua importância Como determinar Fases do Tratamento Endodôntico Abertura Coronária Preparo Químico-mecânico Obturação Objetivos do preparo químico-mecânico - Ampliação -Modelagem - Limpeza A ampliação, a modelagem e a limpeza são feitas através de instrumentos e soluções irrigadoras. Comprimento de trabalho - Para a criação de um batente apical e manutenção do material obturador no interior do canal radicular. - A obturação deve respeitar o comprimento de trabalho, ou seja, o limite apical da instrumentação. Se o Comprimento de trabalho não for determinado de forma correta? Antes do comprimento Depois do comprimento Canal radicular Caracteristicas : - Divide-se em três terços: cervical, médio e apical - Limite apical = terço apical = zona critica apical Terço Apical - Aproximadamente 3 mm apicais da raiz Região próxima aos tecidos Maior frequência de ramificações Maior frequência de curvaturas Microrganismos de maior virulência - Adequada limpeza e selamento - Irritantes – tecidos perirradiculares Zona critica apical (1mm = 100000 bactérias) = limite apical da instrumentação ideal = mais próximo possível do forame apical = favorecer a limpeza completa do sistema de canais radiculares Zona Crítica Apical - Tecidos Osso alveolar - Avaliação radiográfica do processo doença x cura; - Cicatrização óssea Cemento e Dentina Apicais - Todos os dentes com canais radiculares com polpa necrótica com ou sem lesão periapical possuem algum grau de reabsorção inflamatória apical. - Possíveis modificações da forma do ápice. Ligamento Periodontal e polpa apical - Clinicamente não é possível distinguir os tecidos periodontal e pulpar. O tecido periodontal apresenta maior facilidade de reparação, quando não infectado, quando comparado ao tecido pulpar. - Diferentes estruturalmente - Diferenças na capacidade de reparo tecidual (observada histologicamente) - Estruturas Anatômicas Forame apical - Kuttler (1955): Forame não coincide com o ápice, se abrindo para um dos lados da raiz - Desvio de até 3 mm Ramificações Apicais - Podem alojam microrganismos e há uma dificil limpeza dessa região Limite CDC - Canal dentinário – campo de ação do endodontista - Distancia da constrição ao forame: 0,5 a 15 mm - Canal dentinário - Canal cementário Junção Cemento-dentina - Preservação do coto pulpar - Mantido com vitalidade durante o tratamento endodôntico permite reparo perirradicular pós-obturação. Selamento por tecido duro neoformado. - Canal cementário abriga um tecido periodontal (coto pulpar)??? karine - Teoricamente, é o local de maior constrição (menor diâmetro) do canal radicular Ponto de maior constrição - É um ponto impossível de se determinar clinicamente. Nem mesmo um profissional experiente. - Limite apical ideal de instrumentação - Mais próximo possível do forame apical Além do forame - Danos mecânicos aos tecidos perirradiculares Aquém do forame - Problemas biológicos e mecânicos Problemas Biologicos (limite aquém) - 1mm = 100000 bactérias - Limpeza incompleta - Acúmulo inevitável de raspas de dentina e restos orgânicos, infectados ou não – potenciais irritantes aos tecidos perirradiculares - Podem ocorrer desvios, degraus e perfuração radicular principalmente em canais curvos Qual a importância do limite apical? - Manter a trajetória original do canal - Reparar os tecidos perirradiculares Limite apical ideal de instrumentação – mais próximo possível do forame apical Como determinar clinicamente a posição do forame apical? - Radiografia: imagem bidimensional - Localizados foraminal Como determinar o limite apical de instrumentação? Odontometria - Determinação do comprimento real do dente (CRD), possibilitando a definição do limite apical de instrumentação ou comprimento de trabalho (CT). - Primeiro observo o comprimento real do dente e depois o comprimento de trabalho. Técnica de Ingle 1. Radiografia inicial: CAD = Comprimento aparente do dente - Medir a radiografia inicial o comprimento do dente (do vértice do ápice até o bordo incisal) com auxílio da régua metálica milimetrada. 2. Comprimento Real do Instrumento (CRI) = CAD – 2mm ou 3mm = lima do tamanho medido – cursor na incisal do dente 3. Radiografia com a lima 4. Medir na radiografia distância entre ponta do instrumento e vértice radicular 5. Adicionar a distância ao CRI para obter CRD Tratamento Endodôntico Cárie – Resposta Inflamatória da Polpa – Inflamação Irreversível - Necrose Pulpar Biopulpectomia Necropulpectomia Odontometria - Medir na radiografia a diferença entre o fim do instrumento e o ápice radicular; - Acrescentar ou diminuir esse valor no comprimento do instrumento (no caso de a diferença ser igual ou superior a 4 mm, nova tomada) - Radiografar para confirmação - Determina o CRD Limite apical ideal de instrumentação – Comprimento de Trabalho (CT) Biopulpectomia - 1mm aquém do vértice radiográfico (CRD – 1mm) Necropulpectomia (polpa necrosada) - 0,5 mm aquém do vértice radiográfico (CRD – 0,5mm) Localizador Apical Eletrônico - Localizador foraminal eletrônico Inserção de uma lima acoplado ao aparelho Apito sonoro constante Radiografia - Precisão Comprimento de Trabalhox Patência - Patência Foraminal = canal cementário desobstruído - Coto pulpar: mantido com vitalidade, permite o reparo apical e periapical pós-obturação Objetivos mecânicos da Patência - Evita a obstrução apical – perda do comprimento de trabalho. - Previne problemas mecânicos (zip, desvios) durante a instrumentação. - Canais infectados (necropulpectomia): Polpa e coto pulpar necrosados devem ser removidos. Possibilita aos irrigantes alcançarem o CRD – maximiza desinfecção. Reduz acumulo de raspas de dentina apical contaminadas que perpetuam infecções. Endodontia I – Prof.: Juliana - 17/09/2019 Substâncias Químicas Empregadas no Preparo dos Canais Radiculares Soluções Irrigadoras/Auxiliares - As soluções irrigadoras são substâncias dotadas de propriedades físicas e químicas utilizadas durante o preparo químico-mecânico e que tem como função principal auxiliar a limpeza do sistema de canais radiculares. - Principal objetivo das soluções irrigadoras: limpeza Preparo Químico-mecânico Meios mecânicos Meios químicos Processo único, simultâneo e contínuo Meios físicos – irrigação/aspiração A limpeza do canal é obtida através da somatória de diferentes eventos: Ação mecânica dos instrumentos junto as paredes internas do canal radicular Ação das soluções irrigadoras sobre os tecidos orgânicos, inorgânicos e microrganismos presentes no sistema de canais Ação criada pela turbulência e refluxo da solução irrigadora; arrastando resíduos para fora do canal Obs.: As raspas de dentina são maiores quanto utilizamos instrumentos acionados por motores quando comparado as raspas de dentina obtida por instrumentos manuais. Os agentes químicos auxiliam na lubrificação, assim como na limpeza, das paredes do canal radicular. Objetivos das Soluções Irrigadoras Promover a dissolução de tecidos orgânicos vivos e necrosados Eliminar microrganismos do sistema de canais, principalmente, em tecidos necrosados (atividade antimicrobiana) Reduzir o atrito do instrumento com o canal (atividade lubrificante) Evitar a obstrução do canal radicular, principalmente, devido a suspensão de detritos Prevenir o escurecimento coronário e reduzir o sangramento Não empurrar detritos/microrganismos para o ápice (terço apical do canal radicular). Caso empurre detritos/microrganismos pode haver a formação de um abcesso. Eliminar odor e exsudato Escolha da Solução Irrigadora Relação com as características químicas Condição pulpar - Polpa não infectada (prevenção) – a solução deve possuir uma boa dissolução de tecido vivo - Polpa infectada (prevenção e controle) – a solução deve apresentar uma boa atividade antimicrobiana para eliminar os microrganismos e controlar a inflamação instalada Requisitos de uma Solução Ideal Baixa tensão superficial e viscosidade Atividade solvente de tecido Atividade quelante Atividade antimicrobiana satisfatória Atividade lubrificante Suspensão de detritos Atividade desodorizante Baixo custo Obs.: As soluções no mercado não contemplam todas essas características ideias e, por isso, geralmente utilizamos mais de uma solução irrigadora. Tensão Superficial - A tensão superficial é responsável pelo contato da substância com a parede do canal radicular. - A tensão superficial é uma camada na superfície do liquido que faz com que sua superfície se comporte como uma membrana elástica. // - Tensão superficial = poder de penetração = capacidade de limpeza Viscosidade - A viscosidade consiste na resistência que a substância oferece ao seu próprio movimento. Baixa viscosidade – jato de líquido com maior alcance (em relação a profundidade do sistema de canais radiculares) e refluxo Contato com a superfície - Alta viscosidade – o contato com as superfícies radiculares é mais demorado - Baixa viscosidade - o contato com as superfícies radiculares é mais rápido Atividade Solvente do Tecido - Dissolução Pulpar - É a capacidade de dissolução de matéria orgânica e visa a remoção de tecido vivo ou necrosado do interior dos canais radiculares. - Substrato potencial para a uma proliferação bacteriana Atividade Lubrificante - Dentina x Instrumento - A atividade lubrificante da solução irrigadora é importante por diminuir a diferença de atrito entre o instrumento e a polpa de maneira que o poder de corte do instrumental não se perca de maneira tão rápida. Vantagens: - Preservar a capacidade de corte dos instrumentos - Em canais atresiados favorecem a passagem dos instrumentos até o comprimento de trabalho Suspensão de detritos - A suspensão de detritos causa a obstrução dos canais - Para impedir a obstrução do canal devemos evitar desvios, perfurações ou que detritos sejam forçados para o tecido perirradicular - Devemos ter cuidado, principalmente, em canais curvos e atresiados Reservatório para Solução - Cavidade pulpar preenchida - Solução satura Obs.: Ao observamos a saturação da solução irrigadora no interior do canal que iremos perceber quantas vezes devemos irrigar e aspirar para que o canal esteja completamente limpo. Atividade Quelante Desmineralização da dentina Quelação - As substâncias irrigadoras com atividade quelante remove os íons cálcio da dentina fixando-os quimicamente - Remoção da “smear layer” – retirada das raspas de dentina - É importante que os túbulos dentinários abertos estejam abertos para fazer a limpeza e para utilizarmos medicações no interior do canal Considerações sobre a Smear Layer - O smear layer consiste no resultado da ação direta: lama endodôntica, magma dentinário, barro dentinário, camada residual. Constituição do Smear Layer Material inorgânico – raspas de dentina contendo hidroxiapatita. A maior parte do smear layer é inorgânico. Material orgânico: - Tecido pulpar vivo ou necrosado - Proteínas coaguladas - Células sanguíneas - Remanescentes odontoblásticos - Bactérias e seus subprodutos - Saliva Definição de smear layer: filme superficial de detritos retido sobre a dentina após a instrumentação com instrumentos rotatórios ou manuais. Smear layer no plano frontal: camada fina, irregular, granulosa, friável e pouco aderida a superfície. Smear layer no plano lateral: camada irregular, granulosa compactada nos túbulos (smear plug) Razões para a remoção do Smear Layer - Abrigar de bactérias - Servir de substrato para o desenvolvimento de microrganismos - Obstruir os canalículos dentinários, impedindo a ação da medicação intra-canal e penetração do cimento obturador Compostos Halogénos Hipoclorito de Sódio - Hipoclorito de sódio (NaOCl) – aceito e empregado mundialmente nas mais diversas concentrações. Uso na Odontologia: - NaOCl 2 – 2,5% - todas as marcas apresentam uma ação antimicrobiana satisfatória Mecanismo de Ação das soluções de Hipoclorito de Sódio Hipoclorito de sódio Hidróxido de sódio (base forte) + Ácido hipocloroso (ácido fraco) - As soluções cloradas terão ação antimicrobiano em meio ácido, quando então liberam ácido hipocloroso. Há diversas concentrações e essa concentração irá influenciar diretamente no poder antimicrobiano da solução. - Quanto maior a concentração do hipoclorito de sódio; maior o poder antimicrobiano da solução irrigadora. Características do Hipoclorito de sódio - Neutralização parcial de produtos tóxicos bacterianos; - Baixa tensão superficial e viscosidade; - Potente bactericida; - Solvente tecidual; - Ação desodorizante; - Ação lubrificante; - Ação clareadora; - Não apresenta atividade quelante; - Suspensão de detritos. Vantagens do Hipoclorito de sódio - Relativamente barato; - Rápida atuação; - Desodorizante e lubrificante; - Atividade antimicrobiana pronunciada; - Relativamente não tóxico nas condições de uso; - Ação solvente da matéria orgânica; - Concentração facilmente determinada; - Ação clareadora Desvantagens do Hipoclorito de sódio - Instável ao armazenamento; - Inativado pela matéria orgânica (sempre temque remover o NaOCl do canal radicular); - Corrosivo (enferruja os instrumentais); - Irritante para a pele e mucosa; - Forte odor; - Descora os tecidos (mancha a roupa) - Remove carbono da borracha Complicações do hipoclorito de sódio - Descoloração de roupas - Prejuízos aos olhos do paciente - Injeção de hipoclorito na região periapical - Reação alérgica - Injeção de hipoclorito de sódio como anestésico (troca de tubete) - Enfisema subcutâneo (ar nos tecidos) Obs.: O uso incorreto do hipoclorito pode gerar edema ou até mesmo uma necrose tecidual, por isso, devemos fazer o isolamento absoluto e usar a solução de hipoclorito de sódio de maneira correta. Efeitos sobre o tecido perirradicular: - Não possui propriedade seletiva: Potencial antimicrobiano Dissolução pulpar Potencial Irritante - As drogas capazes de destruir as células bacterianas são também capazes de lesar as células do tecido perirradicular. Estabilidade Química - pH - Temperatura Principais Características de uma Solução Ideal - Atividade antimicrobiana, baixa tensão superficial, dissolução pulpar e apresentar atividade quelante. Clorexidina - Utilizada em pacientes alérgicos ao hipoclorito de sódio - As concentrações mais utilizadas de digluconato de Clorexidina para a irrigação endodôntica são de 0,12%; 0,2% e 2%. Propriedades da Clorexidina Apresenta Substantividade - Característica que ocorre devido ás ligações eletrostáticas das moléculas de Clorexidina com a dentina radicular, sendo liberada lentamente. Clorexidina 0,12% - 6 a 24 horas Clorexidina 2% - 48 a 72 horas Atividade bactericida potente Apresenta menor potencial irritante aos tecidos do que o NaOCl Limitações da Clorexidina - Não possui uma atividade solvente de tecido (dissolução pulpar); - Não remove o Smear Layer; - Não apresenta atividade quelante Obs.: Tanto a Clorexidina 2% em solução aquosa quanto em gel não apresentam a propriedade de dissolução tecidual, mesmo no período de 6 horas. Indicações da Clorexidina - Em casos de hipersensibilidade ao hipoclorito de sódio (reação alérgica) - Tratamento de dentes com polpa necrosada e rizogênese incompleta devido ao maior risco de extravasamento da solução em direção ao ligamento periodontal. Clorexidina x Hipoclorito de Sódio - A Clorexidina possui ausência de toxicidade - O NaOCl 5,25% apresenta uma atividade antimicrobiana semelhante a Clorexidina dependendo do tipo de microrganismo analisado. Interação entre Clorexidina e Hipoclorito de sódio NaOCl + Clorexidina (CHX) = precipitado - O precipitado cotém uma significativa quantidade de paracloroanilina (APC) que consiste no produto da hidrolise da Clorexidina. - O precipitado é marrom, insolúvel e se adere as paredes do canal radicular, consequentemente, oclui os túbulos dentinários. - Ao aderir as paredes do canal; a solução vai contra os objetivos das soluções irrigadoras. Soluções com Atividade Quelante - Denominam-se quelantes as substâncias capazes de fixar ou sequestrar íons metálicos de um determinado complexo molecular. - Os quelantes são capazes de remover o smear layer e deixar os túbulos dentinários abertos - As soluções com atividade quelante sequestram o cálcio da dentina promovendo, assim, a desmineralização da dentina. - Realiza o sequestro de íons metálicos na proporção 1:1, sendo o íon cálcio o íon metálico mais abundante nos tecidos duros. - Os quelantes, geralmente, são utilizados no final do preparo Obs.: O hipoclorido de sódio; a Clorexidina e os tensoativos não removem o smear layer EDTA - O EDTA desmineraliza a dentina e remove o smear layer - Consite no quelantes mais usado – EDTA 17% - pH = 7,3 - Preencher o canal, intercalar com agitação de 20 segundos (lima 10), renovar a solução irrigadora e agitar por mais 20 segundos. Movimento necessário para atingir a smear layer Tempo de permanência de 5 minutos Fazer isso sempre antes de obturar o canal e antes da medicação Antes do uso do Ca(OH) e Obturação Obs.: Fazemos mais uma irrigação com o hipoclorito de sódio para retirar o EDTA do interior do canal Indicação para ao uso do EDTA - Após a realização da patência do canal, após o preparo químico-mecânico, previamente a utilização do hidróxido de cálcio e a obturação do sistema de canais radiculares com o objetivo de remover o smear layer Atenção! O EDTA não pode ser utilizado em canais calcificados. Classificação dos Meios Físicos Irrigação Irrigação simples (com a seringa irriga diretamente o local) Irrigação com aspiração - Ato de limpar o material continho no canal pela movimentação e renovação do líquido em sua superfície. Início: remover detritos dentinários, material obturador no caso de retratamento, tecido pulpar presentes na câmara pulpar. Durante: a cada mudança de instrumento e durante o emprego de um mesmo instrumento, com objetivo de remover detritos mantidos em suspensão no interior do canal e permitir a renovação da substância irrigadora. Final: remover traços de medicamentos intracanal quando utilizados além de deixar o canal pronto para obturação e secar o canal radicular para o material que vier tenha aderência às paredes dentinárias do canal. Irrigação gasógena Vantagens da Aspiração - Diminuir a pressão apical/endodôntica produzidas pela irrigação; - Aliviar a região apical de exudatos e corpos estranhos; - Remover detritos, raspas das regiões inacessíveis à instrumentação; - Ajuda, como manobra inicial, a secagem do conduto; - Facilita a renovação da solução irrigadora. 1º Avaliação de Endodontia I – 2017 Identifique através da ilustração abaixo a nomenclatura referente a cada canal (1 ao 5) que compõem o sistema de canais radiculares: - Canal principal - Canal colateral - Canal lateral - Canal secundário - Canal acessório Descreva as complicações anatômicas associadas ao incisivo central superior - O ICS pode apresentar duas raízes; - Sulcos radiculares – depressão radicular que pode se iniciar na coroa, estendendo-se em direção apical e que predispõe problemas periodontais graves. - Fusão – dois germes dentários se unem parcialmente ou totalmente formando um dente com dupla coroa, duas cavidades pulpares separadas e dois canais radiculares distintos - Geminação – o germe dentário sofre uma divisão por invaginação, dando origem a um dente com coroa dupla, cavidade pulpar única e canal radicular único Descreva as características anatômicas do primeiro pré-molar superior abordando os seguintes itens: câmara pulpar, número de canais, raízes e localizações. - A câmara pulpar apresenta, geralmente, em dentes posteriores o formato de um prisma quadrangular irregular com seis lados: o teto – que apresenta uma forma côncava e está localizado abaixo da superfície oclusal; o assoalho - face oposta ao teto da câmara pulpar e as quatros paredes axiais (mesial, vestibular, distal e palatina) - Normalmente apresenta duas raízes (vestibular e palatina) e dois canais (vestibular e palatino) com forames independentes, normalmente localizados próximo ao ápice anatômico. Quando as raízes se encontram fusionadas, os dois canais podem continuar independentes ou se unir no terço médio ou apical. Entretanto, há casos em que o primeiro PMS apresenta uma ou três canais. - A secção transversal do canal palatino apresenta-se ligeiramente maior do que o do canal vestibular. Na altura da junção cementoesmalte tem formato de rim com maior diâmetro na direção mesiodistal, em razão da concavidade existente no aspecto mesial da raiz. Explique a característica da anatomia radicular externa dos incisivos inferiores que apresenta influência direta na configuração no sistema de canais radiculares desses dentes. Os incisivo inferiores (II) são os menores dentes permanentes e normalmente apresentam raiz única, entretanto, devido ao achatamento mesio-distalda raiz dos II; este pode apresentar dois canais (vestibular e lingual) que, geralmente, se originam da câmara pulpar e se unem no terço apical. Diferencie o primeiro molar inferior do primeiro molar superior no que se refere a identificação do número de raízes, número de canais e suas nomenclaturas (raízes e canais) Primeiro molar inferior: Número de raízes: 2 raízes O 1ºMI apresenta uma raiz mesial e uma raiz distal. A raiz mesial é mais curva do que a distal, sendo que a curvatura da raiz mesial está voltada para a distal. Número de canais: 3 canais principais O 1ºMI apresenta dois canais principais na raiz mesial denominados de canal mesio-vestibular e canal mesio-lingual e um canal na raiz distal denominado de canal distal. A raiz mesial apresenta dois canais radiculares devido ao seu achatamento mesio-distal. Os canais mesiais são mais estreitos enquanto o canal distal é mais volumoso. Porém, em muitos casos, a raiz distal pode apresentar 2 canais radiculares em vez de apenas um canal radicular. Obs.: De forma mais rara o 1ºMI pode apresentar uma terceira raiz mais curta e com curvatura acentuada no sentido vestibular, principalmente no seu aspecto distolingual (radix), tendo maior incidência nos povos de origem asiática. Além disso, o 1ºMI pode apresentar canais em forma de C (a forma de secção transversal da raiz e do canal radicular é similar a letra C) apesar de ser mais prevalente em 2ºMI. Primeiro molar superior Número de raízes: 3 raízes bem separadas O 1ºMS apresenta uma raiz palatina; uma raiz mesio-vestibular e uma raiz disto-vestibular. Número de canais: 4 canais principais O 1ºMS apresenta na raiz palatina um canal palatino; a raiz mesio-vestibular apresenta dois canais principais denominados canal mesio-vestibular (propriamente dito) e mesio-palatino ou quarto canal e a raiz disto-vestibular possui 1 canal radicular. O canal palatino é o canal mais amplo de todos. A raiz mesio-vestibular apresenta dois canais por ser a raiz mais achatada e curva do 1°MS. A raiz disto-vestibular é a raiz mais reta, portanto, o canal mais reto consiste no canal disto-vestibular; entretanto, isso não quer dizer que ele não seja curvo e sim que é o mais reto quando comparados aos demais canais do 1°MS. Obs.: O canal mesio-palatino ou quarto canal é de difícil localização; para localizarmos é necessário traçarmos uma linha imaginária entre o canal mesio-vestibular até o canal palatino e, geralmente, o quarto canal se encontra nesta linha e próximo ao canal mesio-vestibular. Explique detalhadamente a execução da etapa da direção de trepanação nos primeiros pré-molares superiores Sobre a abertura coronária nos molares inferiores, explique as variações que pode ser obtida na etapa de forma de conveniência, relacionando com a anatomia radicular “Nos primeiros pré-molares inferiores, a abertura coronária poderá ocorrer um desgaste na ponta de cúspide, que seria incluída na cavidade de acesso”. Essa afirmativa pode ser considerada verdadeira ou falsa? Explique Explique quais são os preparos prévios que devem ser realizados pelo profissional antes do procedimento de abertura coronária. Explique detalhadamente a execução da etapa do ponto de eleição nos dentes anteriores 2º Prova de Endodontia I – 2017 Faça um comparativo entre as limas tipo K e K flexofile, relacionando as diferentes características e propriedades desses instrumentos Qual a conicidade dos instrumentos tipo k definida pela especificação 28 ANSI/ADA e pela norma ISSO 3610-1. Dê um exemplo em um instrumento de tipo e de número da sua escolha? Descreva as características (cor, identificação e D0) das limas tipo K, de 2ª serie definida pela especificação 28 ANSI/ADA e pela norma ISSO 3610-1. Quais são os diâmetros encontrados nos alargadores Gates-glidden? Como é possível identifica-los? Sobre o estudo do limite apical de instrumentação, o que se refere a sigla CAD? Explique. Qual a importância da chamada zona critica apical? O que é patência e qual a sua importância no preparo químico-mecânico dos canais radiculares? Cite quatro requisitos que são característicos de uma solução irrigadora ideal “ A smear layer deve ser removida do interior do canal radicular” A afirmativa acima é verdadeira ou falsa? Justifique a sua resposta Em relação a Clorexidina destaque as suas propriedades desejáveis e suas limitações enquanto solução irrigadora do sistema de canais radiculares. Endodontia I – Prof.: Juliana – 08/10/2019 Fases do tratamento endodôntico - Diagnóstico - Abertura Coronária - Preparo biomecânico - Obturação Conceito de Obturação - Obturar um canal radicular significa preenche-lo em toda a sua extensão com um material inerte ou anti-séptico, que sele, permanentemente, da maneira mais hermético possível, estimulando o processo de reparo apical e periapical. Importância da Obturação - A obturação perpetua o estado de desinfecção e moldagem obtido pelo preparo químico-mecânico e pela medicação intracanal. Isola o canal radicular do periodonto apical, deixando-o em condições adequadas para manter ou reestabelecer o estado de saúde perirradicular. - Espaço vazio: ideal para proliferação microbiana Finalidades da Obturação Finalidade Seladora (evitar espaços vazios) - Espaço vazios são nichos para a proliferação de microrganismos que podem causar infecções - Prevenir a formação de exsudato e sua percolação no interior do sistema de canais Finalidade seladora antimicrobiana - Impedir a reinfecção e proliferação de microrganismos que possam ter sobrevivido ao preparo Finalidade biológica - Não irritar os tecidos e favorecer o processo de cicatrização periapical (reparo) - Materiais biocompatíveis Requisitos para a completa obturação: Selamento apical - Impede a entrada de fluidos teciduais no canal e saída de microrganismos remanescentes para os tecidos periapicais Selamento lateral - Impede a comunicação entre irritantes residuais do canal e as ramificações do canal principal Selamento coronário - Impede a penetração de microrganismos através da saliva. Evita a permeabilidade da obturação e solubilização do cimento. Requisitos para a completa obturação: selamento apical Limite apical da Obturação Localização: 0,5 a 1 mm do ápice radiográfico (condição apical) Espaço vazio: ambiente propicio para microrganismos Considerações sobre a sobreobturação: - Sobreinstrumentação - Rizogênese incompleta - Forame amplo (reaborções) Os materiais podem ser: - Se solúveis: fagocitados e eliminados - Se insolúveis: encapsulados por tecido conjuntivo fibroso na região Quando obturar o canal radicular Condições ideais para a obturação - Canal se encontra preparado, limpo e modelado; - O dente encontra-se assintomático, sem dor a percussão e sem sensibilidade apical a palpação - Canal deve estar seco, livre de umidade, odor e exsudato Preparo químico mecânico completo - Limpeza máxima: visa o reparo apical - Formato cônico progressivo: favorecer a obturação Ausência de exsudato persistente Umidade: interfere nas propriedades físicas do cimento obturador, causando deficiências no selamento Tratamento endodôntico: inadequado ou ineficiente Ausência de dor Causas: microrganismos, trauma mecânico ou químico Ausência de odor - A presença de odor: representa a presença de microrganismos (principalmente anaeróbicos) - Produtos bacterianos apresentam odor característicos Momento ideal para a Obturação: sessão única ou sessões múltiplas Vantagens - Economia de tempo - Produtividade maior - Prevenir a contaminação e recontaminação - Possibilidade de restauração do dente na mesma sessão - Evita risco de fratura da estrutura dentaria - Dentes com polpa vital: única sessão Infecção superficial no tecido pulpar - Diminui riscos de contaminação - Evita traumatismos prolongado Dentes com polpa necrosada: no mínimo 2 sessões - Infecção que invade todo sistema de canais Obs.: Verificar: ausênciade exsudato, dor e hemorragia. Requisitos ideais para material obturador Propriedades biológicas: - Boa tolerância tecidual; - Ser reabsorvido no periápice em extravasamento acidentais; - Estimular ou permitir reparação; - Ter ação antimicrobiana - Não desencadear resposta imune - Não ser mutagênico ou carcinogênico Propriedade físicas - Facilidade de inserção - Plástico na inserção e solido posteriormente - Bom tempo de trabalho - Permitir selamento hermético - Não sofre contrações: possuir bom escoamento, boa fluidez e aderência - pH próximo ao neutro - Ser radiopaco - Não manchar estruturas dentarias - Não ser solubilizado no interior do canal Materiais em estado sólido - Cones de guta-percha - Cones de resina Materiais em estado plástico - Cimento a base de OZE - Cimentos a base de resinas plásticas - Cimento a base de hidróxido de cálcio - Cimento a base de ionômetro de vidro - Cimentos a base de silicine Cones de guta-percha - A guta-percha é obtida a partir da coagulação do látex de arvores dos gêneros Payena ou Palaquium - Introdução na endodontia: Bowman 1867 - Composição: guta-percha (20%), oxido de zinco (60-75%), carbonato de cálcio, sulfatos, óleo de cravo, ceras, resinas, corantes, ácido (1,5-15%) Obs.: A guta-percha deve chegar ao comprimento de trabalho e podemos comprovar isso por meio da radiografia. Vantagens dos cones de Guta-Percha - Facilidade de emprego e baixo custo - Bem tolerada pelos tecidos perirradiculares - Boa radiopacidade, plastificada em meios físicos e químicos - Não solubilizada por fluidos orgânicos - Estabilidade dimensional razoável nas condições de uso - Não altera a cor da coroa quando do uso correto - Fácil de ser removida quando necessário desobturar Desvantagens dos cones de Guta-Percha - Possui pequena resistência mecânica a flexocompressão (rigidez), o que dificulta o seu uso em canais curvos e atresiados; - Tem pouca adesividade, o que exige a complementação da obturação com cimentos endodônticos. - Podem ser deslocados pela pressão Forma de apresentação da guta-percha Guta-Percha na forma alfa - Menor temperatura de fusão - Alto índice de escoamento e adesividade. Pegajosa quando aquecida, utilizada na técnica de obturação termoplastificada. Guta-Percha na forma beta - Maior temperatura de fusão - Pouco escamento e adesividade. Maleável quando aquecida, utilizada na técnica de condensação de condensação lateral ativa Tipos de cones de Guta-percha Tipo I: Principais (estandardizados) - Cones principais são aqueles que deverão adaptar-se ao nível do batente apical e estão de acordo com o IM: Estandardização dos instrumentos (imagem) – conicidade: 0,02 - Não são mais utilizados na clínica Tipo II: Auxiliares (Convencionais) - Cones calibrados são cones auxiliares, mas quando calibrado podem ser utilizados como principal. - São utilizados para preencher os espaços existentes entre o cone principal e as paredes do canal radicular. - São inseridos lateralmente e após o cone principal Cimentos endodônticos - A guta-percha é um material que não se adere as paredes dentinárias por essa razão os cimentos têm a função de reduzir a interface entre a guta-percha e as paredes do canal e cones. - Um bom selador adere fortemente a dentina e ao material obturador. Propriedades do Cimento AH-plus Uso na clínica do Cimento AH-plus – deve ser utilizado em pouca quantidade e apresenta-se pasta-pasta - Cimento resinoso - Boa capacidade seladora apical - Tempo de endurecimento cerca de 8 h - Selamento biológico - Maior capacidade adesividade - Excelente escoamento - Possui atividade antibacteriana Propriedades SEALER 26 - Cimento contendo hidróxido de cálcio - Resina apóxica + hidróxido de cálcio - Estabilidade dimensional - Boa capacidade seladora - Comportamento biológico - Boa adesividade e escoamento Outros materiais usados na Obturação Propriedades do MTA - Indicações: rizogênese incompleta, técnica de tampão apical - Biocompatibilidade - Excelente capacidade seladora - Atividade antimicrobiana satisfatória - Comportamento biológico - Estimula a formação de tecido mineralizado Tampão apical – vedamento apical com MTA Procedimentos prévios a obturação - Desinfecção dos cones de guta-percha com hipoclorito de sódio (concentração 2,5% a 5,25%) - Remoção do curativo de demora e irrigação com de hipoclorito de sódio e recapitulação com IM; - Uso de EDTA a 17%/ 3/5 minutos – hipoclorito de sódio como irrigação final Smear layer: pode obstruir os canalículos dentinários, impedindo a ação da medicação intra-canal e penetração do cimento obturador - Secagem do canal inicial com cânulas de aspiração e posterior com cones de papel. A secagem pode ser feita antes ou depois da escolha do cone principal. Mas, na clínica secamos antes de selecionarmos o cone de guta-percha. - Escolha do cone principal: selecionar um cone de guta-percha do mesmo diâmetro do IM. Inserir um cone de guta-percha no comprimento de trabalho e proceder aos testes, em sequência: Visual Táctil Radiográfico – radiografia da prova do cone - Se o cone ficar aquém? Trocar o cone para um diâmetro inferior, recapitular com Im, escalonar e irrigar e aspirar - Se o cone for além? Determina o limite apical da guta-percha e o ajuste do cone com as paredes do segmento apical (Erro: extravasamento ou subobturação) A manipulação do cimento endodôntico deve ser realizado de forma homogênea e cremosa (Erro: obturação com falhas) Técnica da condensação lateral - Cones acessórios lateralmente ao cone principal Seleção dos espaçadores Condensação vertical de guta-percha a frio: Instrumentais - Com um instrumento aquecido ao rubro, efetuar o corte dos cones junto a junção amelo- cementária com intuito que o dente não escureça. E posteriormente fazemos a condensação da guta-percha a frio. Aspectos a serem observados na radiografia final: - Extensão - Conicidade - Densidade - Nível da remoção da guta-percha e cimento Técnica Hibrida de Tagger - Desenvolvida a partir da técnica original de McSpadden - Utilizar o compactador de McSpadden, que se assemelha a uma lima Hedstroen invertida - Técnica de condensação lateral + compactação (controle apical da obturação) - Envolver o cone principal em cimento e levar ao Comprimento de trabalho - Marcar CT – 1mm no espaçador digital com o auxílio de um stop de silicone - Envolver um cone secundário no cimento Realização da Técnica - Primeiramente deve ser realizada a condensação lateral ativa - Diâmetro superior ao do instrumento de memória (2 a 3 diametros acima) - Entrar e sair acionado do canal (8000 a 15000 pm) no sentido horário. Consideração sobre a utilização dos compactadores Cuidados com a Técnica de Tagger - Evitar o uso de termocompactador em canais curvos, pois este pode fraturar dentro do canal - Preventivamente conferir a rotação do motor sempre no sentido horário - Respeitar o limite de utilização 4-5mmm do CT e no máximo a 3mm do CT - Entrar e sair acionado, evitar o travamento