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Luta Antimanicomial

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Cursos de Pedagogia e de Psicologia
Francisca Cruz Ferreira Meneses RA: N415JA9
Karen Giuliana Gonçalves De Melo  RA: N5009B0
Laura Cavazzini Hilário  RA: D948725
Louise Alves do Amaral RA: F0409B0
Núbia Trindade RA: N4216D8
Patrícia Bessa RA: D95FEB6
PSICOLOGIA E LUTA ANTIMANICOMIAL 	 
Movimento da luta antimanicomial: trajetória, avanços e desafios.
Campus Vargas – Ribeirão Preto
Outubro de 2019
CONTEXTO E TRAJETÓRIA 
 
 Loucura e Manicômio 
O conceito de loucura está associado ao surgimento dos manicômios, que futuramente será chamado de hospitais psiquiátricos, ambos encontram-se conectado a diferentes períodos históricos e foi a partir do século XIX que a loucura passou a ser tratada e diagnosticada. Segundo o Artigo “O Movimento Antimanicomial no Brasil” o manicômio é a tradução mais completa dessa exclusão, controle e violência. Seus muros escondem a violência (física e simbólica) através de uma roupagem protetora que desculpabiliza a sociedade e descontextualiza os processos sócio históricos da produção e reprodução da loucura. 
Conforme o Jornal Nexo quem hoje carrega algum “sofrimento psíquico” ou é “paciente de um transtorno psiquiátrico” já foi “aberração”, “louco” e até “possuído por alguma entidade demoníaca” – de acordo com o pensamento católico medieval. Da exclusão social, zombaria e perseguição, os “loucos” passaram à internação em locais pretensamente preocupados com sua saúde. Em 1941 foi aberto o primeiro hospital psiquiátrico no Brasil, o nome dado foi Hospício Pedro II no Rio de Janeiro.
Os números das instituições foram crescendo no país todo, gerando superlotação e levando os pacientes a tratamentos desumanos. 
"Eles são mais mal tratados que os criminosos; eu os vi nus, ou vestidos de trapos, estirados no chão, defendidos da umidade do pavimento apenas por um pouco de palha. Eu os vi privados de ar para respirar, de água para matar a sede, e das coisas indispensáveis à vida. Eu os vi entregues às mãos de verdadeiros carcereiros, abandonados à vigilância brutal destes. Eu os vi em ambientes estreitos, sujos, com falta de ar, de luz, acorrentados em lugares nos quais se hesitaria até em guardar bestas ferozes, que os governos, por luxo e com grandes despesas, mantêm nas capitais." (Esquirol, 1818, apud Ugolotti, 1949)
O modelo manicomial era a marca indiscutível de exclusão, seus muros representavam a tortura vivenciada por quem poderia ter a chance de ter uma vida digna, a sociedade apresentava como o meio de escape para jogar fora o que fugia totalmente dos seus padrões, o que poderia adoecer e manchar o meio social. Como jovens mães solteiras, homossexuais, negros, pobres e mendigos. O fim dos manicômios é como uma forma de levar as pessoas de volta a um convívio de oportunidades produtivas, e uma reconstrução de vida saudável. 
1.2. Luta Antimanicomial 
O movimento da luta antimanicomial tem como objetivo defender os direitos das pessoas com alguma doença mental. Foi por meio deste que denúncias de violência, negligência e até mesmo óbitos fizeram com que os olhos da sociedade se voltassem para o local, afim de perceber as más condições nas quais os internos eram obrigados a viver.
A primeira voz ativa sobre a humanização dos hospitais psiquiátricos foi o psiquiatra italiano Franco Basaglia, onde vivenciou os métodos terapêuticos em seus pacientes no Hospital Psiquiátrico de Gorizia, na Itália. Percebendo todos os abusos, os maus tratos e o terror que pessoas viviam, a Itália aprovou a Lei 180 assegurando o fechamento dos hospitais psiquiátricos, que também ficou conhecida como a Lei da Reforma Psiquiátrica Italiana. Posteriormente o assunto se espalhou em todos os países, transmitindo o pensamento de que era preciso melhorar o tratamento psiquiátrico através da humanização dos tratamentos de transtorno mental. 
No Brasil teve início a luta contra esses asilos em 1987 a partir do II Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) em Bauru, SP. Era formado por trabalhadores integrante do movimento sanitário e abrangia todos os movimentos da saúde, defendia que o Estado sendo poder maior deveria garantir a saúde como um direito a todo cidadão. No II Congresso foi elaborado o manifesto, conhecido como "Manifesto de Bauru", onde é expresso oposição às práticas dentro dos locais de internação, sendo contrários ao "papel de agente da exclusão e da violência institucionalizada", adotando o lema "Por uma sociedade sem manicômios".
Após esse manifesto, surgiram muitos movimentos em prol da saúde mental, em 1993 vigorou o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (MNLA), onde foi efetuado o Encontro Nacional da Luta Antimanicomial em Salvador/BA. Conforme o Relatório Final do I Encontro do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial: "O movimento da luta antimanicomial é um movimento social, plural, independente, autônomo que deve manter parcerias com outros movimentos sociais. É necessário um fortalecimento através de novos espaços de reflexões para que a sociedade se aproprie desta luta. Sua representação nos conselhos municipais e estaduais de saúde, nos fóruns sociais, entidades de categorias, movimentos populares e setores políticos seriam algumas formas de fortalecimento" (apud artigo “O Movimento Antimanicomial no Brasil”). 
No mesmo ano desses movimentos, foi realizado a Conferência Nacional de Saúde Mental junto do Sistema Único de Saúde (SUS) promovendo debates em relação à loucura e doenças psíquicas. Outro ponto extremamente discutido pela reforma é a função e a valorização dos psicólogos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais dentro dos hospitais psiquiátricos. Em consequência desses fatos surgiu diferentes modelos assistenciais, teoria, práticas e novos serviços, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS) que possibilitou atendimento psicológico, serviço social e consultas médicas. 
O evento de 1987 foi um marco na história e estabeleceu que o dia 18 de maio se transformasse no Dia Nacional da Luta Antimanicomial. O movimento também resultou na aprovação de uma lei nomeada “Lei Paulo Delgado”, que trata da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais. Este marco legal estabelece a responsabilidade do Estado no desenvolvimento da politica de saúde mental no Brasil, através do fechamento de hospitais psiquiátricos, abertura de novos serviços comunitários e participação social no acompanhamento de sua implementação. 
Entretanto a dificuldades na solução da problemática dos manicômios e da Reforma Psiquiátrica se estende na atualidade. Essa dificuldade vai além das legislações, trata-se de ressignificações, de novas subjetividades e transformações sociais no que se diz respeito à loucura, conforme diz Jairo Toledo Psiquiatra, ex-diretor do Hospital Colônia de Barbacena “Por isso eu digo, a grande dificuldade mesmo foi mudar a cultura, a cultura institucional de que aquilo era normal. Não era”.
 
VISÃO SOBRE A LUTA ANTIMANICOMIAL 
Senso Comum e Mídia
A partir de todo conhecimento adquirido com informações sobre a época podemos julgar como leigas as pessoas da sociedade perante o tratamento desumano aplicado nos internos. Era divulgado para todos que os hospitais de saúde mental acolhiam os “necessitados” ou qualquer “problemático” ou “desequilibrado” para receber cuidados específicos focados na sua doença.
É difícil encontrar qualquer notícia ou denúncia, anterior aos movimentos, já que os asilos eram de difícil acesso, afastados da cidade e com muros altos e grossos pouco convidativos para visitas. Podemos citar como exemplo o filme “Bicho de sete cabeças”, uma história real que conta sobre a internação de Austregésilo Carrano Bueno. Em uma das primeiras visitaspara ver “Neto” (nome dado ao personagem que interpreta Austregésilo) colocam o jovem em uma praça bonita, com algumas flores e grama, despertando assim a atenção de uma de suas familiares que elogia o local julgando como agradável de viver e confirmando sua esperança na melhora de Neto, que não possuía nenhum transtorno. Não havia transparência nos tipos de tratamento e nem mesmo nas acomodações cedidas aos pacientes, que muitas vezes nem cama possuíam.
A divulgação e denúncias vieram das pessoas que trabalhavam dentro desses hospícios, instigando assim a curiosidade e preocupação de familiares, com intenção de atingir o máximo da população. Com a assinatura de 350 profissionais reforçando a importância do movimento contra esses hospícios, foram montadas caravanas e realizadas inspeções resultando até no fechamento de muitos manicômios.
Atualmente, temos notícias de descobertas de casos antigos, procedimentos de tortura vindos à tona, novos denúncias de acomodações antigas que continuam suas práticas apesar da lei Paulo Delgado e até mesmo interesses do governo em retomar os asilos como meio de tratamento para doentes mentais, confirmando a reutilização da eletroconvulsoterapia. A partir disto observamos reações de repúdio à ideia de manicômio, através de pessoas que estão conscientes sobre o tratamento mais eficaz presente hoje nos CAPS. Entretanto há uma parcela significativa da sociedade que nunca se quer tiveram que se preocupar com este assunto, ou sabem sobre as denúncias e tratamentos que os pacientes sofriam.
2.2 Conselho de Psicologia 
Podemos citar duas formas de atuação do psicólogo durante os anos 70 que é um período em que surgiu a luta: a resistência e a redenção ao regime militar, e atualmente. É importante evidenciar todo o contexto, pois abrange os motivos de todos os movimentos sociais da cada época.
No ano de 1987 o surgimento da luta antimanicomial que contou com assinatura de trabalhadores, familiares e profissionais para iniciar um movimento contra as agressões e barbáries, com intuito de reivindicar as leis e direitos em prol de todos os cidadãos fora do padrão de sociedade. O país sofria com a Ditadura militar, fazendo uso constante da repressão e violência, onde os soldados perseguiam toda e qualquer pessoa contrária ao governo, filiada ao governo anterior ou envolvida com movimentos sociais. Buscavam higienizar a população e os profissionais deviam trabalhar de acordo com as demandas do governo. Nesse período os psicólogos que não foram contra o governo, trabalhavam na parte de solucionar problemas de ajustamento, visando à restauração de "normas" e identificando os inadequados, não havendo preocupação em produzir conhecimento científico.
Atualmente, após conquista da luta, o psicólogo tem um espaço e uma importância maior para o tratamento dessas pessoas com transtornos mentais. A visão do Conselho Federal de Psicologia a respeito da luta antimanicomial é em defesa de uma abordagem humanizada e fundamentada no respeito dos Direitos Humanos. Também coloca em destaque a existência de alguns hospitais psiquiátricos no Brasil, que ainda reproduzem a violência institucional e isolamento social. A psicologia brasileira atua pelo fim dos hospitais psiquiátricos desde os anos 80 e já alcançaram importantes transformações para a Reforma Psiquiátrica Brasileira (apud Conselho Federal de Psicologia).
 Tendo em vista a literatura estudada a respeito do tema proposto compreendemos o papel dos psicólogos nas instituições de saúde mental após a lei antimanicomial, é tratar os pacientes de uma forma humanizada e respeitada. Verificamos aspectos importantes a respeito lei n’ 10.216/01 enquanto suas propostas e concretizações, o psicólogo vem conquistado o seu lugar, não somente em instituições, mas também nas questões que permeiam a saúde mental, questões que são relacionadas aos indivíduos, às instituições e à sociedade como um todo: pré-conceitos, medos e leis.
4. CONCLUSÃO 
Com esse trabalho foi possível concluir que os hospitais psiquiátricos eram fundados com princípios de excluir a loucura da sociedade, através do isolamento terapêutico. Após a reforma psiquiátrica e o surgimento da luta antimanicomial foi possível uma desconstrução sobre como eram vistas essas pessoas que ficavam internadas, na qual elas tinham direito à cidade e à participação social. Porém a política pública de saúde mental é um processo político e social muito complicado, composto por diferentes categorias profissionais, associações de usuários e familiares, instituições acadêmicas, representações politicas e outros segmentos da sociedade. 
Esses movimentos questionaram o modelo clássico de assistência centrado em internações nos hospitais psiquiátricos, denunciaram as graves violações aos direitos das pessoas com transtornos mentas e propõe a reorganização do modelo de atenção em saúde mental no Brasil a partir disso buscou garantir a cidadania dos usuários e familiares.
5. REFERÊNCIAS 
Psicologia e ditadura civil-militar: reflexões sobre práticas psicológicas frente às violências de estado. 2014. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2014000100004>. Acesso em: 25 ago. 2019.
18/5 – Dia Nacional da Luta Antimanicomial. 2018. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/2721-18-5-dia-nacional-da-luta-antimanicomial-2>. Acesso em: 14 set. 2019.
Manicômios: por que eles ainda são um problema no Brasil. 2016. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/reportagem/2016/10/30/Manic%C3%B4mios-por-que-eles-ainda-s%C3%A3o-um-problema-no-Brasil>. Acesso em: 18 set. 2019.
O movimento antimanicomial no Brasil. 2006. Disponível em: <https://www.scielosp.org/article/csc/2007.v12n2/399-407/>. Acesso em: 18 set. 2019.
A reforma psiquiátrica no SUS e a luta por uma sociedade sem manicômios. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v23n6/1413-8123-csc-23-06-2067.pdf>. Acesso em: 28 set. 2019.
A Psicologia e o Dia Nacional de Luta Antimanicomial. 2015. Disponível em: <https://site.cfp.org.br/a-psicologia-e-o-dia-nacional-de-luta-antimanicomial/>. Acesso em: 01 out. 2019.
A loucura institucionalizada: sobre o manicômio e outras formas de controle. 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoinfo/v14n14/v14n14a09.pdf>. Acesso em: 5 out. 2019.
“De volta à cidade, sr. cidadão!” - reforma psiquiátrica e participação social: do isolamento institucional ao movimento antimanicomial. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122018000601090&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 6 out. 2019.
A lei antimanicomial e o trabalho de psicólogos em instituições de saúde mental. 2006. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932006000300004>. Acesso em: 10 out. 2019.

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