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Sala de vacina Equipe: PAULO EMANUEL YOHANA BRENA THAIS MODESTO Para que serve a sala de vascina A finalidade principal de uma vacinação é a redução da mortalidade e da morbidade de doenças que podem ser prevenidas pelo processo de imunização. Porém, para que um imunobiológico possa agir no organismo e criar defesas ou anticorpos, como no caso da administração de vacinas, ou para que possa combater microrganismos já instalados, como no caso da administração de soros e imunoglobulinas, é preciso que a atividade de vacinação seja cercada de cuidados, adotando-se procedimentos adequados antes, durante e após a administração desses produtos na população. Sala de Vacinação: Organização e Funcionamento Em serviços de saúde, em função da sua característica, finalidade e das atividades desenvolvidas, encontramos hospedeiros mais suscetíveis, como por exemplo, crianças, idosos, pacientes imunocomprometidos, bem como os microrganismos mais resistentes, como bactérias, vírus, fungos e outros. O ambiente é contaminado por esses agentes, bem como materiais e artigos usados no atendimento dos pacientes, podendo provocar diversos tipos de infecções, muitas vezes graves. Portanto, são exigidos condições e procedimentos que reduzam o risco de contaminação e impeçam a sua transmissão. A sala de vacinas é o local destinado à administração dos imunobiológicos, portanto é importante que todos os procedimentos desenvolvidos garantam a máxima segurança, prevenindo infecções nos pacientes que são atendidos A instalação de uma sala de vacinas deve ter no mínimo as seguintes condições: - Paredes e pisos laváveis; - Pia com torneira; - Interruptor exclusivo para cada equipamento elétrico; - Arejamento e iluminação adequados, evitando a incidência de luz solar direta; - Se possível, entrada e saída independentes. Outra condição importante é manter a sala de vacinação sempre limpa e higienizada e exclusiva para a administração dos imunobiológicos. Nos locais onde a demanda é grandes pode-se utilizar duas salas com comunicação direta, uma para a triagem e a orientação da clientela e outra para a administração dos imunobiológicos. Materiais Utilizados na Sala de Vacina Os principais materiais utilizados na sala de vacina são: - Termômetro de máxima e mínima; - Termômetro de cabo extensor; - Termômetro clínico; - Bandeja plástica perfurada; - Gelo reciclável; - Caixa térmica para a conservação dos imunobiológicos; - Álcool a 70% para situações excepcionais (vacinação em zona rural e em ambiente hospitalar); - Algodão hidrófilo; - Recipiente para algodão; - Seringas descartáveis de todos os tamanhos; - Agulha descartável (todos os tamanhos); - Campo plástico (50x50 cm), de preferência oleado, para forrar o local de preparo do material quando da vacinação fora da Unidade Básica de Saúde; - Copo descartável para proteger as vacinas; - Recipiente para coleta de material perfurocortante; - Papel toalha; - Depósito para lixo comum, com tampa; - Saco plástico para lixo descartável. funções da equipe que trabalha na sala de vacinação: - Manter a ordem e a limpeza da sala de vacinas; - Prover, periodicamente, as necessidades de material e de imunobiológicos, conforme orientado anteriormente; - Manter as condições ideais de conservação dos imunobiológicos; - Encaminhar e dar destino adequado aos imunobiológicos inutilizados e ao lixo da sala de vacinação; - Orientar e prestar assistência aos pacientes com segurança, responsabilidade e respeito; - Registrar a assistência prestada nos impressos adequados; - Avaliar, sistematicamente, as atividades desenvolvidas. Antes de dar início às atividades diárias, a equipe executa os seguintes procedimentos: - Verifica a limpeza e a organização da sala; - Verifica e anota a temperatura do refrigerador ou refrigeradores no mapa de controle diário de temperatura; - Verifica o prazo de validade das vacinas, usando com prioridade àquelas que estiverem com prazo mais próximo do vencimento; - Retira do refrigerador de estoque a quantidade de vacinas e diluentes necessária ao consumo daquela jornada de trabalho; - Coloca as vacinas e os diluentes da jornada de trabalho na caixa térmica ou no refrigerador para imunobiológicos que serão utilizados durante o dia de trabalho. Além da equipe e suas funções básicas, o funcionamento da sala de vacinação envolve as seguintes atividades: - Triagem; - Orientação específica; -Administração dos imunobiológicos. A triagem engloba as seguintes condutas: - Verifica se a pessoa está comparecendo à sala de vacinação pela primeira vez ou se é retorno; - Àqueles que comparecem pela primeira vez é necessário preencher o Cartão da Criança, documento de registro da vacinação; - Quando for retorno, verificar quais vacinas deverão ser administradas, consultando o Cartão da Criança e a ficha de registro ou o Cartão de Controle; - Obter informações sobre o estado de saúde da pessoa a ser vacinada, a fim de observar as indicações e possíveis contraindicações à administração dos imunobiológicos, evitando as consideradas falsas; - Orientar sobre a importância da vacinação e do esquema básico de vacinação; - Realizar o registro da vacina ou do soro a ser administrado no espaço reservado dos documentos de registro: - Realizar o aprazamento, ou seja, verificar a data de retorno do cliente para receber nova dose de vacina, quando necessário; - Encaminhar a pessoa para receber o imunobiológico indicado; A triagem engloba as seguintes condutas: - Verifica se a pessoa está comparecendo à sala de vacinação pela primeira vez ou se é retorno; - Àqueles que comparecem pela primeira vez é necessário preencher o Cartão da Criança, documento de registro da vacinação; - Quando for retorno, verificar quais vacinas deverão ser administradas, consultando o Cartão da Criança e a ficha de registro ou o Cartão de Controle; - Obter informações sobre o estado de saúde da pessoa a ser vacinada, a fim de observar as indicações e possíveis contraindicações à administração dos imunobiológicos, evitando as consideradas falsas; - Orientar sobre a importância da vacinação e do esquema básico de vacinação; - Realizar o registro da vacina ou do soro a ser administrado no espaço reservado dos documentos de registro: - Realizar o aprazamento, ou seja, verificar a data de retorno do cliente para receber nova dose de vacina, quando necessário; - Encaminhar a pessoa para receber o imunobiológico indicado; Na administração dos imunobiológicos adotar os seguintes procedimentos: - Verificar qual vacina será administrada observando as anotações no Cartão da Criança ou conforme a indicação médica; - Lavar as mãos; - Examinar o produto, observando a aparência da solução, o estado da embalagem, o prazo de validade, a via de administração, o número do lote e a dosagem. Ao final das atividades do dia, adotar os seguintes procedimentos: - Separar os cartões de controle ou as fichas de registro dos faltosos do dia, com a finalidade de organizar a busca de faltosos; - Arquivar os cartões de controle ou fichas de registro; - Desprezar as sobras de vacinas que ultrapassaram o prazo estabelecido após abertura do frasco; - Desprezar os frascos de vacina que estejam com o rótulo danificado; - Retirar dacaixa térmica, ou do refrigerador para imunobiológicos de uso diário, as demais vacinas que podem ser utilizadas no dia seguinte, recolocando-as no refrigerador de estoque; - Verificar e anotar a temperatura do refrigerador, ou refrigeradores, no respectivo Mapa de Controle Diário de Temperatura; - Guardar todo material, em local limpo e seco, de preferência em armário fechado; - Deixar a sala limpa e em ordem. ORGANIZAÇÃO DA GELADEIRA • Os refrigeradores, conforme orientação do PNI, Manual da Rede Frio,2 devem ser organizados da seguinte maneira: • • colocar gelo reciclável no congelador; • • na primeira prateleira devem ser colocadas as vacinas que podem ser congeladas, como os imunobiológicos contra a poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola (triviral) e antiamarílica (FA); • • na segunda prateleira vacinas que não podem ser congeladas, como os imunobiológicos dupla adulto (dT), tríplice bacteriana (DPT), tetravalente, BCG, antihepatite B; • • na terceira prateleira, podem ser colocados soros e caixas com vacinas bacterianas; • • colocar o termômetro de máxima e mínima na posição vertical, no centro da segunda prateleira; • • retirar a gaveta de legumes e no local dela colocar garrafas de água colorida, que ajudam a manter a temperatura no interior do refrigerador. • Além da organização do refrigerador, outros cuidados básicos também devem ser observados, como: • fazer a leitura do termômetro interno do refrigerador no início e final da jornada e registrar no mapa de temperatura; • usar tomada exclusiva para o refrigerador; • instalar o refrigerador fora de fontes de calor e distante 20 cm da parede; • o refrigerador deve ser exclusivo para o armazenamento dos imunobiológicos; • não armazenar qualquer produto na porta do refrigerador; • fazer o degelo a cada 15 dias ou sempre que necessário (nesse caso considera-se a camada de gelo no interior do congelador, a qual não deve ultrapassar a 0,5 cm); manter a porta da geladeira vedada adequadamente. Vacinação infantil • AO NASCER • Ao nascer, duas vacinas devem ser administradas: a BCG e uma dose da vacina contra HEPATITE B. A vacina BCG protege contra as formas graves deTUBERCULOSE uma doença causada por uma bactéria (Mycobacterium tuberculosis) que afeta principalmente os pulmões. • Dois meses • om dois meses de idade, é aplicada a primeira dose das vacinas: • Pentavalente: essa vacina garante a proteção contra DIIFTERIA,TETANO COQUELUCHE, hepatite B e doenças invasivas causadas por Haemophilus influenzae tipo B; • EsquemauuuvacinalVIP/VOP: a VIP é uma vacina formada por cepas inativas de três tipos de poliovírus. Ela protege a criança contra a POLIOMELITE (paralisia infantil); • Pneumocócica 10 V (conjugada): essa vacina previne doenças causadas por pneumococos, como PNEUMONIA, meningite e otite; • Rotavírus: protege da doença diarreica causada pelo rotavírus. • Três meses • Com três meses, o bebê recebe a primeira dose da vacina meningocócica C (conjugada). Essa vacina protege contra a meningite e a meningococcemia, doenças causadas pelo meningococo C. • Quatro meses • Aos quatro meses, é aplicada a segunda dose das vacinas pentavalente, VIP, pneumocócica 10 V (conjugada) e rotavírus. • Cinco meses • O bebê deve receber a segunda dose da vacina meningocócica C (conjugada). • Seis meses • Com seis meses, é aplicada a terceira dose das vacinas pentavalente e VIP. • → Nove meses • A criança deve receber a dose única da vacina contra a febre amarela. Essa doença viral é transmitida pela picada de mosquitos Aedes aegypti em cidades e por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes nas matas. • → Doze meses • Aos doze meses, é feito o reforço da vacina pneumocócica 10 V (conjugada) e da meningocócica C (conjugada). Também é aplicada a primeira dose da tríplice viral, uma vacina que garante a proteção contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. • → Quinze meses • Com quinze meses, é preciso fazer o primeiro reforço da penta com DTP e o primeiro reforço da VIP com VOP. A DTP é uma vacina inativada que é usada no reforço e protege contra difteria, tétano e coqueluche. A VOP é uma vacina oral contra a poliomielite que atualmente é usada nos reforços. Nessa idade, também é administrada uma dose da vacina contra hepatite A e uma dose da vacina tetraviral protege contra a varicela (catapora), sarampo, caxumba e rubéola. • → Quatro anos • Quando a criança completa quatro anos, é feito o segundo reforço com dtp e com vop • com DTP e com VOP. VACINAÇÃO: ADOLESCENTES VACINAÇÃO: GESTANTES VACINAÇÃO: IDOSO Vacinação Extramuros • A vacinação extramuros tem como objetivo alcançar um grupo de usuários que, muitas vezes, não tem disponibilidade de se dirigir a uma unidade de saúde para receber uma vacina. É uma ação de extrema importância para saúde, pois contribui para o crescimento dos índices da vacinação e, consequentemente, para a redução dos casos de doenças. • Apenas as salas de vacinas licenciadas pela Vigilância Sanitária e credenciadas pela Vigilância Epidemiológica podem ofertar o serviço de vacinação extramuros (nas empresas). Só é permitida a aquisição de imunobiológicos por estabelecimentos licenciados e credenciados para esse fim. QUEDA DA VACINAÇÃO NO BRASL • O Brasil é reconhecido em todo o mundo por seus esforços na imunização da sua população, só em 2017 foram encaminhados 3,9 bilhões de reais para a iniciativa. Mas ainda assim existem problemas. Dados do PNI (Programa Nacional de Imunização) analisados pela BBC Brasil mostram que a meta de vacinação do governo é mais comprometida a cada ano • Alguns dados demonstram as razões pelas quais os pais não vacinam seus filhos: em 2014, no Nordeste. foram registrados 832 motivos para não vacinar crianças abaixo de 5 anos. Isso mostra como os pais desvalorizam a vacinação de seus filhos e também deles mesmos. Movimento antivacina: como surgiu? • O movimento antivacina surgiu pouco tempo depois da publicação de um estudo lançado em uma revista científica que relacionava a vacina tríplex – utilizada contra rubéola, caxumba e sarampo – ao autismo – transtorno que afeta o sistema nervoso. No entanto, pouco tempo depois, diversos outros estudos foram publicados desmentindo a teoria.• Apesar disso, algumas pessoas começaram a propagar a teoria antiga e isso acabou se espalhando pela sociedade geral. Dessa maneira, é correto afirmar que o movimento antivacina está crescendo no Brasil e em outros países, devido ao reduzido conhecimento popular sobre essas tecnologias. As consequências do movimento antivacina • Segundo especialistas que são referência em saúde, como, por exemplo, o Dr. Drauzio Varella, as consequências desse movimento podem ser desastrosas. Caso a população pare de vacinar seus filhos, algumas doenças que já são erradicadas podem voltar a aparecer. • Casos de sarampo – doença que era considerada erradicada do Brasil desde 2016 – foram registrados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que apontou um surto no país. Juntamente com o sarampo, estão doenças como a poliomelite, a rubéola e a difteria. Todas elas consideradas erradicadas, e que, atualmente, correm o risco de voltar a tona. • Essas consequências são decorrentes dos baixos índices de vacinação no Brasil. Nos últimos anos, a meta de cobertura populacional foi de 95%, entretanto, segundo a OMS, na maioria dos estados brasileiros, não atingiu-se nem 75% da população. Para mudar dados como esse que o Ministério da Saúde está tentando conscientizar as pessoas por meio de campanhas, entretanto, o movimento antivacina está caminhando na direção contrária ao incentivar seus seguidores a não se vacinarem.
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