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CAPÍTULO 4 - Proteção Social no Brasil e a atuação do assistente social Introdução.................................................................................................................................05 4.1. Padrão atual de proteção social no Brasil.................................................................................05 4.2. Proteção social no Brasil: debates e desafios.............................................................................05 4.3. A política social e os programas de transferência de renda.........................................................08 4.4. O trabalho do assistente social no âmbito das políticas sociais...................................................12 4.5. Dimensões do trabalho do assistente social...............................................................................12 4.6. Projeto ético-político do Serviço Social e política social..............................................................16 Síntese.......................................................................................................................................19 Referências.................................................................................................................................20 Sumário 05 Olá! Nos capítulos anteriores, você se apropriou da discussão sobre o surgimento das políticas sociais, o Estado de Bem-Estar Social (com o surgimento do Keynesianismo) e, já no século XXI, em meio a mais uma crise cíclica do capital, a ascensão da política neoliberal e as mudanças ocorridas no âmbito da formulação e gestão das políticas sociais (após a introdução do neoliberalismo na agenda governamental no Brasil). Findamos a o capítulo anterior discutindo a questão da formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas sociais no século XX. Agora, nesse Capítulo 4, convidamos você a embarcar conosco na viagem pelos caminhos da proteção social brasileira, com foco nos desafios atuais para se consolidar essa proteção, sobretudo na esfera da seguridade social, que contempla as três grandes políticas de proteção social: saúde, assistência social e previdência. Essas são as principais políticas de atuação do assistente social. Você conhece o sistema brasileiro de proteção social? Nesse capítulo, vamos terminar a nossa viagem discutindo a atuação do assistente social no âmbito das políticas sociais e os principais desafios encontrados por esse profissional, além de relacionar o trabalho com o projeto dessa profissão, conhecido como Projeto Ético-Político do Serviço Social. Será que o assistente social enfrenta desafios nesse trabalho? Você conhece o Projeto ético-político da profissão? A proposta desse capítulo é trazer elementos que possam contribuir com essa reflexão. Assim, esperamos que este capítulo possibilite o desenvolvimento de determinadas competências, para que você seja capaz de: • Compreender o debate e os desafios atuais da proteção social no Brasil; • Analisar o sistema de seguridade social (e suas principais políticas sociais) e o espaço de trabalho do assistente social; • Articular o trabalho do assistente social (no âmbito das políticas sociais) com os desafios enfrentados pelo profissional e sua relação com o projeto ético-político da profissão. No capítulo 1 da disciplina, você já teve a compreensão do que é e como se configurou a proteção social ao longo da história do capitalismo. Agora, vamos trazer uma discussão mais atual sobre esse sistema. Na contemporaneidade, a proteção social assume outra feição, ou seja, “os modernos sistemas Capítulo 4Proteção Social no Brasil e a atuação do assistente social Introdução 4.1 Padrão atual de proteção social no Brasil 4.2 Proteção social no Brasil: debates e desafios 06 Laureate- International Universities Ebook -Política Social de proteção social não são apenas respostas automáticas e mecânicas às necessidades e carências apresentadas e vivenciadas pelas diferentes sociedades”. Mas, em geral, consideram as diferenças nas sociedades e tentam responder pelo menos as seguintes questões: quem será protegido? Como será protegido? Quanto de proteção? (SILVA; YASBEK; GIOVANNI, 2004 apud JACCOUD, 2009, p.59). Sempre vale a pena reforçar que pensar sobre as políticas de proteção social é considerá-las como um “produto histórico das lutas do trabalho, na medida em que respondem pelo atendimento de necessidades inspiradas em princípios e valores socializados pelos trabalhadores e reconhecidos pelo Estado e pelo patronato” (MOTA, 2007, p.46). Desse modo, a proteção social se constitui em mecanismo utilizado para refrear as expressões da questão social, que tem sua emergência enquanto questão política no século XIX, quando a condição de pauperização dos trabalhadores revela o conflito entre capital e trabalho passível de uma intervenção pública por parte do Estado (MOTA, 2009). Em geral, os sistemas de proteção social são implementados através de ações assistenciais para aqueles impossibilitados de prover o próprio sustento através do trabalho, cobrem os riscos do trabalho (MOTA, 2007). Nesse caso, a proteção social está vinculada ao trabalho e tem sua centralidade no sistema de seguridade social. Por várias décadas no país, a proteção social esteve vinculada ao campo da participação contributiva na segurança social. Nesse sentido, Sposati (2009) chama a atenção para a seguinte reflexão: “ter um modelo brasileiro de proteção social não significa que ele já exista ou esteja pronto, mas que é uma construção que exige muito esforço de mudanças” (SPOSATI, 2009, p.17). No caso do Brasil, os assistidos pelo sistema de proteção são os cidadãos que se encontram em situação de vulnerabilidade social e desfavorecidos economicamente. O sistema de proteção social enfrenta desafios desde a sua constituição. Ele esteve ligado, Figura 1: representação da questão social – desigualdade social. Fonte: https://sociologiaemredemv.wordpress. com/ 07 desde o princípio, ao trabalho ou à condição de pobreza da população. Após as conquistas alcançadas pós-Constituição Federal, a proteção social enfrenta dificuldades em manter os princípios norteadores da universalidade e igualdade de acesso para todos, em função da política neoliberal implementada no país, que, conforme vimos anteriormente, reduz o alcance das políticas sociais. O que se presencia nesse contexto é uma reorganização econômica e política, que leva a maioria dos países capitalistas, frente à emergência de novas manifestações e expressões da Questão Social, a alterar seus sistemas de proteção social. Um dos desafios é a perspectiva de redução de sua ação reguladora na esfera social. A intervenção do Estado volta-se para efetivar de forma emergente as denominadas “políticas de inserção”, que obedecem a uma lógica de focalização e de discriminação positiva, focalizando os programas sociais nos segmentos mais empobrecidos da população (YASBEK, 2014). Estas políticas, além de corrigirem as “falhas do mercado” constituem instrumentos estratégicos para a promoção da redistribuição da riqueza social mediante a inclusão social por diversas vias, como a provisão de bens eserviços, provisão de benefícios monetários e cobertura de necessidades sociais, entreoutras, nesse contexto assiste-se também ao ressurgimento da (re)mercantilização de direitos sociais (YASBEK, 2014, p.8). Assim, nesse contexto neoliberal, o que é possível identificar no campo da proteção social é a emergência das políticas de inserção focalizadas e seletivas para as populações mais pobres, em detrimento de políticas universalizadas para todos os cidadãos. Conforme aponta Yasbek (2014, p.27), o maior desafio que a proteção social brasileira enfrenta hoje é manter a perspectiva de universalização da Política Social (Saúde, Educação, entre outrasáreas), de modo a não restringir as políticas sociais à função de combate à pobreza, abandonando suas possibilidades na redução das desigualdades sociais. Assim, convém lembrar que a proteção social no Brasil de hoje é composta por um modelo híbrido contributivo e não contributivo. A previdência social é contributiva, portanto, trata-se de um seguro social. As políticas de saúde e assistência social não são contributivas, portanto, são políticas de seguridade social que visam garantir os direitos e ter acesso universal. No Brasil, o sistema de seguridade social foi uma grande inovação e está contido no Art. 194 da Constituição Federal. Quem tem direito à seguridade social? O que significa seguro social? Pesquise sobre esses pontos. O que chamamos de políticas de inserção? No seu município, você consegue identificar alguma dessas políticas? NÓS QUEREMOS SABER! Figura 2: representação gráfica da seguridade social brasileira. Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com. 08 Laureate- International Universities Ebook -Política Social A seguridade social brasileira contempla três grandes políticas sociais: previdência, assistência social e saúde. Isso significa um avanço? Como são gestadas essas políticas na atualidade? Qual é a ligação dessas políticas com os programas de transferência de renda? É sobre essas políticas que vamos refletir a seguir, com ênfase na política de assistência social, que se materializa nos programas de transferência de renda. A política social garantida pelo governo brasileiro com maior representatividade é composta por um tripé. O sistema de seguridade social supõe que os cidadãos tenham acesso a um conjunto de direitos e seguranças, que cubram, reduzam ou previnam situações de risco e de vulnerabilidades sociais. Veremos um pouco do percurso da política pública de assistência social. Na visão de Jaccoud (2009), a expansão do sistema de proteção social no Brasil significou grandes avanços no país, sobretudo no campo da assistência social. Em 1993, notam-se os avanços significativos na Política de Assistência Social, com a aprovação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS). Essa lei afirma a Política de Assistência Social como direito do cidadão e dever do Estado. É definida no Capítulo I, art. 1º da Lei n.º 8.742, de 7 de dezembro de 1993, da seguinte forma: A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, são Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas (BRASIL, 1993, p.9). É nesse cenário de evolução da política de assistência que surge o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), reconhecido pelo Ministério de Desenvolvimento e Combate à Fome (MDS) como um “sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do conteúdo específico da assistência social no campo da proteção social brasileira” (2010, p. 42). Tendo sido reconhecida como política pública, a assistência social se constitui hoje no principal pilar de sustentação da proteção social no país, uma vez que são de responsabilidade dessa política as ações de enfrentamento à pobreza materializadas nos programas de transferência de renda. De acordo com a PNAS (2004), a assistência social divide a sua atuação em proteção social básica e proteção social especial de média e alta complexidade. A proteção social básica é materializada através do Programa de Atendimento Integral à Família (PAIF), que tem como porta de entrada o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). 4.3 A política social e os programas de transferência de renda Figura 3: representação da proteção social na PNAS. Fonte: http://200.156.42.162/webassistenciasocial/ 09 A proteção social especial de média e alta complexidade tem como serviço de referência o Centro Especializado de Referência de Assistência Social (CREAS), que atende os cidadãos que tiveram seus direitos violados ou seus vínculos familiares rompidos. Nesse sentido, a assistência social passa a ter como foco de atuação a ação preventiva, protetiva e proativa, reconhecendo a importância de responder às necessidades humanas de forma integral, para além da atenção a situações emergenciais, centradas exclusivamente nas situações de risco social. (BRASIL, 2004). A oferta desses serviços a esse estrato da população possibilita, através de seus espaços de intervenção, fortalecer os cidadãos quanto ao acesso aos seus direitos, na emancipação e fortalecimento da autonomia, mesmo que de forma restrita, garantindo-lhes uma melhor qualidade de vida. Podemos considerar isso como uma grande mudança na perspectiva da proteção social no país. Essa política contempla benefícios, programas e serviços, como: Benefício de Prestação Continuada (BPC); Programa de Atenção Integral às Famílias (PAIF); Serviços Socioeducativos para Adolescentes (Projovem Adolescente) e Erradicação do Trabalho Infantil (PETI); Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes; além da segurança alimentar, através do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), responsável pelo Programa Fome Zero e seus equipamentos, que visam garantir o acesso da população à alimentação e à agua, através de Restaurantes Populares, Banco de Alimentos, Feiras, Mercados Populares, Cozinhas Comunitárias e Cisternas. O principal mecanismo de inclusão social da política de assistência social se dá por meio do Cadastro Único para Programas Sociais, um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das famílias brasileiras de baixa renda, entendidas como aquelas com renda igual ou inferior a meio salário mínimo por pessoa (per capita) ou renda familiar mensal de até três salários mínimos. As informações obtidas nesse cadastro podem ser utilizadas pelos governos federal, estadual e municipal, para o diagnóstico socioeconômico das famílias e análise das suas principais necessidades (MDS, 2015). O cadastro é realizado no CRAS. É através do Cadastro Único (CadUnico) que as famílias têm acesso aos programas de Agora, será mesmo que a assistência social ou as demais políticas que compõem a seguridade social conseguem cumprir o seu papel? Quais condições o Estado dá para que esse sistema garanta direitos de fato? NÓS QUEREMOS SABER! Figura 4: Cadastro Único. http://www.tudoemfoco.com.br/fome-zero.html. 10 Laureate- International Universities Ebook -Política Social transferência de renda, como o Bolsa Família, inserido no Programa Fome Zero. O Bolsa Família é o maior programa de transferência de renda da história do Brasil. Esse programa, criado em 2003 pelo governo federal, é considerado um eixo estratégico para a integração de políticas e ações no enfrentamento à pobreza, no acesso à educação e no combate ao trabalho infantil. Você sabe o que significa um Programa de Transferência de Renda? É uma transferência monetária direta aos indivíduos e famílias. Porém, o acesso e permanência dessas famílias nos programas estão sujeitos a determinadas condicionalidades. Você sabe quais são as condicionalidades do Bolsa Família? Figura 4: Cadastro Único. http://www.tudoemfoco.com.br/fome-zero.html. O Programa Bolsa Família é o resultado da unificação de programas de transferência de renda já existentes, como: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Auxílio Gás, Cartão Alimentação, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e Agente Jovem. VOCÊ SABIA? Os programas pioneiros de transferência de renda surgiram na Europa. Em 1930, foram introduzidos programas para beneficiar crianças, idosos e deficientes. O programa brasileiro de transferência de renda teve como modelo o Programa de Renda Mínima de Inserção (RMI), criado em 1988, naFrança. Para saber mais, leia: SILVA, Maria Ozanira da Silva e; LIMA, Valéria F. Santos de Almada. Avaliando o Bolsa Família: unificação, focalização e impactos. São Paulo: Cortez, 2010. VOCÊ SABIA? 11 Segundo dados de 2015 da Caixa Econômica Federal, banco do governo que operacionaliza a parte financeira do Programa Bolsa Família em todo o Brasil, mais de 13,9 milhões de famílias são atendidas por esse programa. O alvo são famílias em situação de extrema pobreza, ou seja, aquelas que têm renda de até R$ 77,00 por pessoa, por mês. Já as famílias consideradas pobres são aquelas que possuem renda entre R$ 77,01 e R$ 154,00 por pessoa, por mês. As famílias pobres participam do programa, desde que tenham em sua composição gestantes e crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos. Outro programa de transferência de renda direta ao usuário é o Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC/Loas), criado em 1988. Consiste em uma transferência de renda sem condicionalidades e independente de contribuição prévia para o regime de seguridade social, destinada a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência, não aptas ao trabalho e a uma vida independente. A renda familiar per capita deve ser abaixo de ¼ do salário. O programa é avaliado a cada dez anos e pode ser suspenso, caso a situação da família tenha mudado (MDS, 2015). Como podemos perceber, os programas de transferência de renda no Brasil seguem a receita da política neoliberal. São programas focalizados na pobreza, que ainda não conseguem promover a emancipação das famílias. Segundo Yazbek (2015), dentro da política de assistência, um dos grandes desafios é conseguir fazer a intersetorialidade para articulação das iniciativas públicas, na perspectiva da construção de uma rede protetiva no âmbito dessa política. Na atualidade, como podemos verificar nessa breve análise sobre a política social brasileira, o caminho é longo e difícil, e ainda há muito a ser realizado, uma vez que as políticas sociais, conforme visto ao longo da discussão, possuem poder limitado de ampliação da cobertura. O Assistente Social é quem trabalha diretamente com essas políticas. Como será o trabalho desse profissional? Discutiremos sobre esse tema a seguir. Figura 6: BPC/LOAS. Fonte: http://www.portalterceiraidade.org.br/horizontais/direitos 12 Laureate- International Universities Ebook -Política Social Antes de começar a falar sobre o trabalho do assistente social no âmbito das diferentes políticas sociais, convém situar um pouco o debate acerca da questão social, principal base material instituinte e instituída das práticas profissionais do Assistente Social. Historicamente, o profissional é requisitado para compreender e dar resposta às problemáticas, situações, necessidades e demandas postas e repostas pela questão social. A questão social, como você já viu, aparece na sociedade capitalista como expressão das contradições sociais. Ela revela, sobretudo, o conflito existente entre o capital e o trabalho, que impulsionou o protagonismo político da classe trabalhadora, forjando o Estado a dar respostas às reivindicações dos trabalhadores por meio de políticas sociais públicas. Portanto, falar sobre o trabalho do Assistente Social nas políticas sociais é lembrar que esse trabalho é polarizado pelos interesses distintos entre as classes, sobretudo no que se refere ao enfrentamento das expressões da questão social. O trabalho do assistente social na contemporaneidade se dá na esfera das: Disputas políticas no espaço das políticas sociais, mediações centrais no exercício da profissão. Estamos tratando das disputas política na esfera pública e nas lutas sociais em seus impactos sobre as relações sociais. Estamos tratando da questão de construção de hegemonia, na condução dos serviços sociais e das necessidades que atendem, bem como dos direitos que asseguram, não apenas como questão técnica, mas como questão essencialmente política, lugar de contradições e resistência (YAZBEK, 2014, p. 681). O fato é que o assistente social é um profissional que formula, implementa, gerencia e executa as políticas sociais públicas ou privadas desde a década de 1940, quando o Estado passa a intervir de forma regular nas relações sociais e cria as grandes instituições assistenciais. Nesse momento, é criado oficialmente o mercado de trabalho do assistente social no Brasil. Vale ressaltar que, nessa época, o assistente social era somente o “executor terminal das políticas sociais” (NETTO,1996), dadas as possibilidades históricas de reconhecimento dos direitos sociais. Desde a década de 1940, quando se deu a institucionalização e a profissionalização do Serviço Social no Brasil, que o assistente social ocupa um espaço no processo de trabalho das políticas sociais que compõem o tripé da seguridade social. Segundo Costa (2007), a saúde tem sido, historicamente, o maior espaço no mercado de trabalho para o assistente social. Segundo Sposati (2013), a presença do assistente social foi uma constante na questão da previdência social. Centrada na lógica do seguro social ligado ao trabalho, ela exige uma série 4.4 O trabalho do assistente social no âmbito das políticas sociais Para saber mais sobre a questão social na sociedade capitalista, não deixe de ler: PASTORINI, Alejandra. A questão social em debate. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção Questões de Nossa Época; v.109). NÃO DEIXE DE LER... 4.5 Dimensões do trabalho do assistente social 13 de critérios “como forma de benefício, pensão e aposentadoria, cujo acesso é vinculado a regras de tempo de contribuição, idade, grau de agravo, entre outros requisitos” (SPOSATI, 2013, p. 663). A presença do assistente social na previdência data ainda da década de 1940, no governo de Vargas, quando o sistema previdenciário se materializava através dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS). Nesse período o Serviço Social era concebido como uma “assistência complementar” e os profissionais trabalhavam com orientações, encaminhamentos e estudos individuais de desajustamento dos segurados (SILVA, 2008). Essa condição de assistência complementar vai perdurar durante muitos anos. Somente na década de 1990, com os avanços constitucionais, é que o Serviço Social passa a ter como competência “esclarecer junto aos beneficiários seus direitos e os meios de exercê-los”. O trabalho do assistente social se desenvolve no âmbito interno e externo (SILVA, 2008, p.31). No âmbito interno, o profissional realiza ações de: prestação e socialização das informações previdenciárias; articulação com os setores dentro da própria instituição; emissão de laudos sobre a situação do beneficiário. No âmbito externo, realiza um trabalho de articulação com entidades de classe, como associações, sindicatos, empresas, entre outros, difundindo a política previdenciária. (SILVA, 2008). Hoje, o profissional de Serviço Social na previdência é denominado de Analista de Seguro Social. O que mudou com essa nova denominação? Por que mudou? Pesquise sobre essa mudança. Segundo Sposati (2013) no campo da previdência social, a ação do assistente social constrói e reconstrói suas “possibilidades de exercício da prática, que é, ao mesmo tempo, um contínuo confronto com as reduções que se processam no caminho da igualdade e uma ação que busca estender o máximo possível o alcance do direito” (SPOSATI, 2013, p. 665). Figura 7: Serviço Social na previdência social. Fonte: http://www.cygnuscosmeticos.com.br A partir dessas mudanças engendradas na previdência social, em relação ao Serviço Social, o que mudou na atuação do profissional? Hoje, quais são as suas atribuições como analista de seguro social? Elas estão em conformidade com a Lei de Regulamentação da Profissão? NÓS QUEREMOS SABER! 14 Laureate- InternationalUniversities Ebook -Política Social Na política de saúde, outra área de inserção do assistente social no sistema de seguridade social, Sposati (2013) afirma que, desde 1948, se tem registro da inserção desse profissional em hospitais. Nessa época, a saúde não era tida como um direito e a atuação do assistente social era atribuída à gestão da triagem socioeconômica dos demandatários. Ainda segundo Sposati (2013), na política de saúde: A entrada do profissional pode ser vertical ou horizontal. Em a ç õ e s programáticas, horizontais, o assistente social compõe equipes interprofissionais direcionadas para a saúde da mulher, a saúde da família. É de se dar relevância a inserção do Serviço Social nos NASF — Núcleos de Apoio à Saúde da Família e na Residência Multiprofissional em Saúde. Na atenção hospitalar, a depender do volume e tipos de especialidades dos leitos, o profissional de Serviço Social pode ter inserção porespecialidades, clínicas e/ou cirúrgicas, ou manter a atenção genérica voltada para relações entre o paciente e sua família e/ou suas condições externas para manutenção de seus cuidados de saúde. É de se referir a presença nada trivial de assistentes sociais em cargos de direção na gestão da saúde básica ou preventiva (Sposati, 2013, p. 667-668). Nesses espaços, o assistente social trabalha na perspectiva da garantia do direito, com as contradições do sistema, visto que os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) de universalidade de acesso e integralidade das ações não são cumpridos, bem como há pouca efetividade das ações, em função da reconfiguração da política pós-neoliberalismo. Frente a esse cenário, Sodré (2010) afirma que, ao assistente social que atua no campo da saúde, torna-se importante trazer à tona que talvez a saúde seja uma das políticas sociais que manifestam uma diversidade enorme de demandas e necessidades da vida humana. Não é possível realizar ações estanques e padronizadas em políticas públicas que atuam diretamente sobre a vida (Sodré, 2010, p. 473). Na política de assistência social, a participação do assistente social é histórica e, cada vez mais, tem se constituído em espaço ocupacional privilegiado, com maior inserção na área do serviço público municipal. Isso se deu, principalmente, a partir da implantação da Lei Orgânica de Assistência Social (Loas), por meio do sistema descentralizado. Com a lei, os municípios passaram a assumir a carga mais pesada, isto é, a execução e formulação dos programas e projetos sociais, levando a uma maior contratação desse profissional pelas prefeituras. Na área da Assistência Social, devido à sua particularidade, a profissional efetiva serviços que buscam atender às necessidades sociais dos usuários. A política tem por princípio a efetivação dos direitos socioassistenciais. Sabemos que, cada vez mais, o assistente social se depara com o critério de seletividade nos programas prestados pela assistência social à população pauperizada. Mesmo enfrentando essa realidade de exclusão e focalização no âmbito da política, o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) orienta, nos Parâmetros para atuação dos assistentes sociais na Política de Assistência Social, que a intervenção orientada por uma perspectiva crítica pressupõe: (...) leitura crítica da realidade; capacidade de identificação das condições materiais de vida e identificação das respostas existentes no âmbito do Estado e da sociedade civil, reconhecimento e fortalecimento dos espaços e formas de luta e organização dos NÃO DEIXE DE VER... Quer saber mais sobre o debate contemporâneo do Serviço Social na Saúde? Assista ao vídeo “Serviço Social na Saúde: dilemas e desafios”: https://www.youtube.com/watch?v=N7JEj2jnnPY 15 trabalhadores em defesa de seus direitos; formulação e construção coletiva, em conjunto com os trabalhadores, de estratégias políticas e técnicas para modificação da realidade e formulação de formas de pressão sobre o Estado, com vistas a garantir os recursos financeiros, materiais, técnicos e humanos necessários à garantia e ampliação dos direitos (2010, p. 17). Ainda com base no documento do CFESS (2010), o trabalho do assistente social abrange diversas dimensões interventivas, complementares e indissociáveis: 1 – dimensão que engloba as abordagens individuais, familiares ou grupais na perspectiva de atendimento às necessidades básicas e acesso aos direitos, bens e equipamentos públicos (...); 2 – dimensão de intervenção coletiva junto aos movimentos sociais, na perspectiva da socialização da informação (...); 3 – dimensão de intervenção profissional voltada para a inserção nos espaços democráticos de controle social e construção de estratégias pra fomentar a participação (...); 4 – dimensão de gerenciamento, planejamento e execução direta de bens e serviços a indivíduos, famílias, grupos e coletividade (...); 5 – dimensão que se materializa na realização sistemática de estudos e pesquisas que revelem as reais condições de vida e demandas da classe trabalhadora; 6 – dimensão pedagógico-interpretativa e socializadora de informações no campo dos direitos, da legislação social e das políticas públicas (CFESS, 2010, p. 18-19). De modo geral, observa-se que a Assistência Social vem se constituindo em um dos campos da prestação de serviços sociais governamentais, e o trabalho do assistente social se inscreve, também, no campo da defesa e/ou realização dos direitos sociais de cidadania, na gestão da coisa pública, podendo contribuir para o partilhamento do poder e sua democratização. Todavia, conforme análise de Sposati (2013), o “campo da assistência social, assim como o da saúde, não distingue os cidadãos como inseridos ou não em trabalho formal ou informal. Para ambas as políticas, o direito a ter uma necessidade atendida é primordial, independentemente de sua situação de emprego” (SPOSATI, 2013, p. 610). Na verdade, o trabalho realizado pelo assistente social nos diferentes espaços, com as diferentes políticas públicas, requer a apreensão de como as esferas pública e privada se relacionam hoje, frente à reconfiguração do sistema de proteção social. Ao operar a política de assistência, o profissional se insere em espaços do terceiro setor, como instituições filantrópicas e ONGs, já que a operacionalidade da política frente às mudanças não se limita apenas à esfera do Estado. É preciso reafirmar que o assistente social trabalha também com as políticas educacionais, sociojurídicas, habitacionais, entre outras áreas onde se desenvolvem programas, atividades ou projetos voltados à garantia de direitos. Ressalta-se que o trabalho do assistente social no âmbito das políticas públicas ou privadas se depara com o predomínio de políticas focalizadas na extrema pobreza, em detrimento de políticas sociais universais: ênfase nas condicionalidades ou contrapartidas como mecanismos de controle seletivo do acesso a benefícios; substituição de análises socioeconômicas dos determinantes da pobreza por argumentos morais com base em comportamentos desviantes como causadores da pobreza; culpabilização dos pobres pela situação de privação; revalorização da família como principal canal de absorção dos “novos riscos sociais” (RAICHELIS, 2013, p. 631). As cartilhas “Parâmetros para a Atuação do Assistente Social na Política de Assistência Social e na Política de Saúde” e o “Trabalho do Assistente Social no SUAS” estão disponíveis online no site do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS): http://www.cfess.org.br NÃO DEIXE DE LER... 16 Laureate- International Universities Ebook -Política Social Na atual conjuntura, os desafios para os assistentes sociais são inúmeros. Que tipo de impacto esses desafios causam no fazer profissional e no projeto ético-político? É sobre a relação entre o projeto profissionale o cenário atual das políticas sociais que trataremos a seguir. Você conhece ou já ouviu falar sobre o projeto ético-político do Serviço Social? Nesse último tópico, vamos falar um pouco sobre esse projeto e qual a sua relação com as políticas sociais. Segundo Netto (2007), o projeto profissional do Serviço Social representa: A autoimagem de uma profissão, elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam seus objetivos e funções, formulam os requisitos (teóricos, práticos e institucionais) para o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos profissionais e estabelecem as bases das suas relações com os usuários de seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e instituições sociais privadas e públicas (inclusive o Estado, a que cabe o reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais) (NETTO, 2007, p.144). Nesse sentido, trata-se de um projeto coletivo, construído pela categoria profissional em defesa de determinadas escolhas, valores e posicionamentos que imprimem uma direção social a ser seguida. O documento tem uma dimensão política muito clara em defesa dos direitos, da justiça social e da democracia. Figura 8: Trabalho coletivo. Fonte: http://www.toldosglobo.com.br/ 4.6 Projeto ético-político do Serviço Social e política social 17 O projeto ético-político do Serviço Social (PEP) tem representatividade na área do trabalho profissional, com a Lei de Regulamentação da Profissão (1993) e o Código de Ética Profissional (1993), e no campo da formação profissional, através das Diretrizes Curriculares da ABEPSS (1996). Os princípios fundamentais do Código de Ética Profissional do Assistente Social são: I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais; II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo; III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras; IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida; V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática; VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças; VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual; VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero; IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios Figura 9: representação do PEP. Fonte: http://blogdoassistentesocial.spaceblog.com.br 18 Laureate- International Universities Ebook -Política Social deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as; X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. (BRASIL, 2012, p.23). O documento traz, de forma muito clara, a defesa e compromisso da profissão com a democracia, com os direitos e, portanto, com políticas sociais públicas de qualidade e de acesso universal. No entanto, cotidianamente, nos deparamos nos espaços de trabalho do assistente social com um grande desafio, que é conseguir materializar esses princípios contidos no Código de Ética Profissional. A impossibilidade de cumprir as determinações do PEP pela categoria torna o trabalho, segundo Raichelis (2013), complexo, social e, ao mesmo tempo, coletivo, visto que é preciso que o profissional tenha competência para propor, negociar com os empregadores privados ou públicos, defender projetos que ampliem direitos das classes subalternas, seu campo de trabalho e sua autonomia relativa, atribuições e prerrogativas profissionais. Isso porque a direção estratégica do projeto vai de encontro ao Estado neoliberal, que defende a redução de direitos, o sucateamento dos serviços públicos e política sociais focalizadas, descentralizadas e privadas. Hoje, trabalhar com políticas reducionistas exige do profissional um conhecimento mais amplo sobre os processos de trabalho, sobre os meios que dispõe para realizar as suas atividades, sobre a matéria onde recai a sua intervenção e, também, um conhecimento mais profundo sobre o sujeito vivo responsável por esse trabalho, que é o próprio profissional assistente social (RAICHELIS, 2013, p.31). No campo da proteção social, a atuação do assistente social exige a recusa do conservadorismo, do assistencialismo e das práticas funcionalistas, como parte de uma construção histórica, humana, intencional e criativa capaz de possibilitar uma reflexão crítica, voltada para a construção do pacto democrático no Brasil. Com a ampliação da cidadania, por meio da implementação de políticas sociais de direito, esse talvez seja o grande desafio colocado hoje para o profissional nas políticas sociais em curso no Brasil. Por fim, ressalta-se que, frente à complexidade da sociedade atual, é preciso um repensar contínuo do saber teórico e metodológico da profissão, além da ampliação da pesquisa no conhecimento da realidade social, da produção do conhecimento sobre a organização da vida social e da busca pela consolidação do projeto ético-político. Você considera que o Projeto Ético-político do Serviço Social é hegemônico na categoria profissional? Por quê? NÓS QUEREMOS SABER! 19 Olá, chegamos ao fim de mais um encontro! Agora, é hora de recapitular o que estudamos neste quarto capítulo, em que nos propusemos a discutir e conhecer um pouco mais sobre o sistema de proteção social brasileiro. Iniciamos debatendo o padrão de proteção social na atualidade no Brasil, focando nos desafios enfrentados para a construção e consolidação de uma política eficaz. Como pudemos perceber ao longo do texto, o Brasil avança em alguns momentos, mas, em outros, retrocede, sobretudo porque a política de direção neoliberal reflete na proteção social, tornando-a mais fragilizada. • Ao tratarmos das políticas sociais e da proteção social, evidenciamos os programas de transferência de renda, criados pelo governo em substituição das políticas sociais de caráter mais amplo. Os programas de transferência de renda têm caráter seletivo e reducionista. São fragmentados e focalizados nas situações de extrema pobreza, além de não conseguirem promover a emancipação das famílias atendidas. • Trocamos ideias sobre o trabalho do assistente social no âmbito das políticas sociais, especialmente com as políticas que compõem o sistema brasileiro de seguridade social. Vimos quantos desafios o profissional enfrenta, mas também o quanto seu trabalho é necessário na luta pela garantia dos direitos sociais da população menos favorecida economicamente, usuária dos serviços sociais públicos. • Por fim, tecemos algumas reflexões a respeito do trabalho do assistente social no campo das políticas sociais e a sua relação com o Projeto Ético-Político do Serviço Social. Nessas reflexões, ficou claro o embate entre o que o projeto profissional defende e o que, de fato, o profissional enfrenta em seu cotidiano,ao operar com políticas escassas, reduzidas, seletivas, privatistas e focalizadas. Descobrimos que vivemos um tempo de grandes desafios para a profissão e que, cada vez mais, precisamos repensar o trabalho na sociedade do capital. SínteseSíntese 20 Laureate- International Universities Ebook -Política Social ALMEIDA, Nei Luiz Teixeira de; ALENCAR, Mônica Maria Torres de. Serviço Social, trabalho e políticas públicas. São Paulo: Saraiva 2011. 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