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Constitucionalismo: Origem e Evolução

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08/08/2017
1
CONSTITUCIONALISMO
Prof. Me. Ivonaldo da Silva Mesquita
UNIDADE I – Constitucionalismo
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Palavra recente revestida numa ideia remota (BULOS,
2012, p. 64 e ss; NOVELINO, 2011, p. 50 e ss ).
• Compreensão:
• Estado: povo – território – soberania – *finalidade
Constitucionalismo
Estado Direito Constitucional Constituição
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Sentidos do termo (BULOS, 2015, p. 64):
• Sentido amplo: “é o fenômeno relacionado ao fato de
todo Estado possuir uma constituição em qualquer
época da humanidade, independentemente do regime
político adotado ou do perfil jurídico que se lhe
pretende irrogar” – constitucionalismo material.
• Sentido estrito: “é a técnica jurídica de tutela das
liberdades, surgida nos fins do século XVIII, que
possibilitou aos cidadãos exercerem, com base em
constituições escritas, os seus direitos fundamentais,
sem que o Estado lhes pudesse oprimir pelo uso da
força” – constitucionalismo formal.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• “a teoria ou ideologia que ergue o princípio do
governo limitado indispensável à garantia dos
direitos em dimensão estruturante da
organização político-social de uma
comunidade.” (CANOTILHO)
• Para ele, o Constitucionalismo é uma teoria
normativa da política, tal como a teoria da
democracia ou a teoria do liberalismo.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• André Ramos Tavares assinala que o termo
Constitucionalismo pode ter as seguintes acepções:
• limitação do poder arbitrário;
• imposição de que haja Cartas Constitucionais
escritas;
• indicação dos propósitos mais latentes e atuais da
função e posição das Constituições nas mais
diversas sociedades e referência a uma evolução
histórico Constitucional de um determinado Estado.
08/08/2017
2
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Conceituação:
• Da ótica sentido estrito (stricto sensu), o significado de
constitucionalismo advém do movimento
constitucionalista, que o alçou ao posto de técnica
jurídica de tutela das liberdades públicas, significando:
• “movimento jurídico, social, político e ideológico que
concebeu ou aperfeiçoou a ideia de estruturação
racional do Estado e de limitação do exercício de seu
poder, concretizada pela elaboração de um documento
escrito [constituição] destinado a representar sua lei
fundamental e suprema.” (grifos nosso)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Origem do constitucionalismo formal: Estado
moderno: Revolução Francesa – Estado liberal (1789)
• Documentos históricos (origem do constitucionalismo
formal): Constituição Americana de 1787(com 7
artigos) e a Constituição Francesa de 1791(Girondina
de 1793 com 402 artigos), ambas escritas e rígidas.
• Precedente: Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão de 1789
• Inspiração: ideais de racionalidade do Iluminismo e
Individualismo que são as marcas nucleares do
Liberalismo (liberdade formal=laissez faire).
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Por que foi/é um movimento jurídico, social, 
político e ideológico?
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Jurídico → propôs a regulamentação legal ao
exercício do poder por intermédio da adoção
de constituições escritas, cuja superioridade
implica a subordinação de todos os atos de
governo aos seus dispositivos.
• Social → estimulou o povo a lutar contra a
hegemonia do poder absoluto, a fim de dividi-
lo, organizá-lo e discipliná-lo.
(BULOS, 2015, p. 65)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Político → bradou contra a opressão e o arbítrio, em
nome da defesa dos direitos e garantias fundamentais.
• Ideológico → exprimiu a ideologia liberalista, baseada
na implantação de um governo das leis e não dos
homens. Nesse particular aspecto de cunho liberal-
burguês, a concepção de constitucionalismo não se
restringe a limitar o poder e a garantir as liberdades
públicas. Vai mais adiante, abrangendo os diversos
quadrantes da vida econômica, política, cultural etc.
(BULOS, 2015, p. 65)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Evolução:
• Liberalismo (Estado Liberal/ liberdades
negativas) → socialismo (Estado Social/
liberdades positivas)
• Objetivo: limitar o poder despótico, mediante
o estabelecimento de regimes constitucionais.
• Relação de contrariedade:
• Absolutismo x Constitucionalismo
08/08/2017
3
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Característica essencial em todos os tempos:
limitação, pelo Direito, da ingerência do Estado
(Governo) na esfera privada (limitação do poder).
• Ideias básicas (identidade atual): garantia dos
direitos, separação de poderes e princípio do
governo limitado, cuja raiz está nas ideias
desenvolvidas por Kant e Montesquieu como
forma de impedir o uso arbitrário do poder
(NOVELINO, 2011, p. 51-52).
1 CONSTITUCIONALISMO 
• NICOLA MATTEUCCI: “a definição mais conhecida
de constitucionalismo é a que o identifica com a
divisão do poder ou, de acordo com a formulação
jurídica, com a separação dos poderes. [...]
precedente assaz respeitável, a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão de 1789”
(Dicionário de Política, v. 1, p. 248).
• Artigo 16 da Declaração: “Toda a sociedade na
qual não está assegurada a garantia dos direitos,
nem determinada a separação dos Poderes, não
tem constituição.” (grifou-se)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• OBS.: A definição de Constitucionalismo e a própria teoria
constitucional desenvolveram e se desenvolvem já no período
contemporâneo, não obstante para que se possa entender tal
fenômeno, o seu desenvolvimento bem como a conjuntura
político-constitucional atual, faz-se necessário analisar as
diversas experiências jurídicas ocorridas no passado, as quais
podem ser consideradas como movimentos constitucionalistas,
desde que guardadas as devidas proporções dos pontos de vista
político, econômico, social e religioso.
• Destaque a ser observado como ocorreu a evolução das
declarações dos direitos fundamentais desde as manifestações
religiosas do Estado teocrático Hebreu até a sua previsão nas
Constituições contemporâneas.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Evolução ou Desenvolvimento Histórico:
• 6 (seis) etapas (BULOS, 2015, p. 66):
• PrimiƟvo → 30.000 a.C. até 3.000 a.C.;
• AnƟgo → 3.000 a.C. até séc. V;
• Medieval → séc. V até séc. XV;
• Moderno → séc. XV até séc. XVIII;
• Contemporâneo → séc. XVIII aos nossos dias;
• Constitucionalismo do Futuro ou do porvir. 
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Desenvolvimento histórico: (Marcelo Novelino) a
distinção é apenas destacar didaticamente as
características marcantes de certos sistemas jurídicos
em determinadas épocas.
• Constitucionalismo Antigo (Antiguidade e Idade Média)
• Constitucionalismo Moderno (Idade Moderna)
• Constitucionalismo Contemporâneo (Pós-moderno)
• Transconstitucionalismo
• Constitucionalismo do Futuro ou do Porvir
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo Antigo (Antiguidade Primitiva,
Clássica e Idade Média) → “conjunto de princípios
escritos ou consuetudinários alicerçadores da
existência de direitos estamentais perante o monarca e
simultaneamente limitadores de seu poder”
(CANOTILHO apud NOVELINO, 2011, p. 53).
• Constituições consuetudinárias – Estado absolutista –
Poder ilimitado
• Destaque para 4 (quatro) experiências:
• Estado Hebreu (Antiguidade primitiva);
• Grécia e Roma (Antiguidade Clássica);
• Inglaterra (Idade Média)
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1 CONSTITUCIONALISMO 
• Estado Hebreu (Antiguidade
primitiva)
• Estado absolutista com
regime teocrático.
• Limitação do poder pelos
dogmas religiosos, cabendo
aos profetas fiscalizar e
punir os governantes que
ultrapassavam o limites
bíblicos.
• Marco histórico do
nascimento do
constitucionalismo (Karl
LOEWENSTEIN)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Características:
• I) existência de leis não escritas ao lado dos costumes
(opinio juris et necessitatis), principal fonte dos
direitos; II) forte influência da religião, com a crença de
que os líderes eram representantes dos deuses na
terra; III) predomíniodos meios de constrangimento
para assegurar o respeito aos padrões de conduta da
comunidade (ordálias) e manter a coesão do grupo; e,
IV) tendência de julgar os litígios de acordo com as
soluções dadas a conflitos semelhantes (verdadeiros
precedentes judiciários).
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Grécia Antiga: experiência
institucional extremamente
variada e um teorizar
idôneo e desenvolvido.
Estado Político plenamente
constitucional (Democracia
constitucional).
• A Cidade-Estado de Atenas,
com sua “Constituição de
Sólon”, é um exemplo
clássico daquilo que
representou o início da
racionalização do poder.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Os gregos consideravam como constitucional as formas
de governo nas quais “o poder não estivesse legibus
solutus, mas fosse limitado pela lei” (MATTEUCCI apud
NOVELINO, p. 54).
• Atenas já se praticavam ideias e institutos que se
conservam até hoje “como a divisão das funções
estatais por órgãos diversos, a separação entre o poder
secular e a religião, a existência de um sistema judicial
e, sobretudo, a supremacia da lei, criada por um
processo formal adequado e válida para todos.”
(BARROSO, 2009)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Características → I) a inexistência de Constituições escritas; II)
prevalência da supremacia do parlamento; III) a possibilidade de
modificação das proclamações constitucionais por atos legislativos
ordinários; e IV) a irresponsabilidade governamental dos detentores
de poder. (NOVELINO, 2011).
• Limitação do poder → participação direta das pessoas (cidadãos)
nas decisões sobre assuntos de interesse comum (Democracia).
Inocorria neste modelo decisões impostas de forma arbitrária sem a
concordância dos cidadãos.
• Filosofia de Aristóteles e Platão → o ser humano como centro da
sociedade política, a valorização da legalidade com garantia dos
governados, a separação de poderes e a utilização do bem comum
para a definição das formas puras de governo.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Roma Antiga: o termo
“constituição”- constitutio
já era utilizado em Roma
desde a época do
imperador Adriano, mas
com sentido bem diverso
do moderno (designava
normas feitas pelos
imperadores romanos
com valor de lei).
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5
1 CONSTITUCIONALISMO 
• A experiência ocorrida na República Romana (séculos V a II
a.C), posterior à grega, pode ser considerada como similar a
esta, porém com alguns aperfeiçoamentos.
• Nesta Democracia, primava-se o direito da Liberdade como
um objetivo estatal e não simplesmente como direito
individual.
• O arbítrio era limitado por meio de normas, emitidas pelos
imperadores romanos, as quais possuíam força de lei e
garantiam os direitos individuais das pessoas (constitutio).
1 CONSTITUCIONALISMO 
• A Democracia romana (regime político) → retrospecto da
ocorrida na Grécia, com uma sequência diferente e diversas
ampliações, fornecendo modelos conceituais como
“principado” e “res publica” (forma de governo)
(SALDANHA apud NOVELINO, 2011)
• “as normas de regência estabeleciam formas de controle
recíproco dos poderes dos órgãos políticos na elaboração
das leis. ” (BARRETO, 2013)
• Eficientes controles interórgãos, tal qual a participação do
Senado na nomeação dos funcionários públicos e a
avançada previsão de governo para tempos de crises,
mediante a institucionalização da ditadura constitucional
com determinados fins e por períodos limitados.
(BERNARDES)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Alguns antecedentes formais das declarações de direitos
foram sendo elaborados, como o veto do tribuno da plebe
contra ações injustas dos patrícios em Roma, a Lei de
Valério Publícola proibindo penas corporais contra cidadãos
em certas situações até culminar com o Interdicto in
Homine Libero Exhibendo, remoto antecedente do Habeas
Corpus moderno, que o Direito Romano instituiu como
proteção jurídica da liberdade.
• Com Constitucionalismo romano encerra-se o período
republicano e início do período imperial romano.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Inglaterra (Idade Média):
Apesar da existência de
instituições sociais tais como o
Feudalismo e as castas sociais,
serem, aparentemente,
contraditórias com a existência
de um Constitucionalismo, no
sentido de limitação de poder,
na Idade Média, após alguns
séculos de regimes
absolutistas, surgiram normas
garantidoras de direitos
individuais bem como uma
função judiciária bastante
atuante e independente.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Podem ser destacados os seguintes escritos garantidores de
direitos individuais: os pactos e os forais.
• Os pactos: pressupunham um acordo de vontades entre
governantes e governados .
• Os forais: permitiam a participação dos governados na
Administração Local.
• Pactos importantes (reconhece a primazia das liberdades
públicas contra o abuso do poder): Magna Charta
Libertatum (1215) firmado com os súditos (Barões); a
Petition of Rigths (1628) firmado com o Parlamento e o Rei
Carlos I; outros documentos: Habeas corpus Act (1679) o
Bill of Rights (declaração de direitos/1689) e o Act of
Settlement (1701/ato de acordo).
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Pacto mais importante → Magna Charta Libertatum,
de 15 de junho de 1215, tornada definitiva em 1225,
outorgada pelo Rei João, mais conhecido como João
Sem Terra, na Inglaterra.
• Marcou o ressurgimento do Constitucionalismo,
reconhecendo diversos direitos limitadores do poder
estatal, dentre eles citam-se o habeas corpus, a
limitação ao direito de tributar, o direito de petição, a
instituição do júri, o devido processo legal, o princípio
do livre acesso à justiça, a liberdade de religião, a
aplicação proporcional das penas, direito de
propriedade, entre outras.
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1 CONSTITUCIONALISMO 
• Fato histórico importante: Revolução Gloriosa
(1688) pretendia manter e reforçar direitos e
privilégios (manter a supremacia do parlamento
sem alterar o regime).
• A Bill of Rights → documento importantíssimo,
que decorreu da Revolução Inglesa (Glorious
Revolution), que durou do ano de 1688 a 1689.
Ela elenca uma declaração de direitos e afirma a
supremacia do parlamento.
1 CONSTITUCIONALISMO 
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Ganhos para o constitucionalismo – Rule of Law
(princípio da primazia da lei – todo poder político deve
ser legalmente limitado), cuja subordinação do
governo ao direito só foi possível graças à
independência dos juízes em relação ao poder político
e pelas particularidades do direito inglês de considerar
ao lado das normas os precedentes judiciais e os
princípios de direito contido no common law (um
direito em que os juízes são os conservadores e
depositários).
• Valorizava-se sobremaneira o direito natural, sendo
tolhida, pelos juízes, toda e qualquer forma arbitrária
de cerceamento destes direitos.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Características (constitucionalismo da idade
média): supremacia do Parlamento; a monarquia
parlamentar; responsabilidade parlamentar do
governo; necessidade de afirmar a igualdade dos
cidadãos perante o Estado, excluindo todo o
poder arbitrário; primado da função judiciária
carência de um sistema formal de direito
administrativo; existência de documentos
garantidores de liberdades públicas (pactos) e
florescimento da ideia de que a autoridade dos
governantes se fundava num contrato com os
súditos.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• OBS.: A perda de poder do monarca ocorreu em razão da
instauração de um governo misto, composto pelo monarca,
pela Câmara dos Lordes e pela Câmara dos Comuns, no
qual cada membro deste trio governava com
preponderância de prerrogativas em determinada época. A
Câmara dos Comuns, que representava o povo, adquiriu
muita força e este modelo de divisão acabou por inspirar a
teoria de Montesquieu.
• O Constitucionalismo Inglês marca o início da cultura de
elaboração de declarações de direitos, limitando o poder,
dando garantias aos governados e preparando as condições
para a implantaçãode um Estado de Direito.
Até a próxima aula!!!!
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1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo Moderno (Idade
Moderna)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo Moderno (Idade
Moderna) ↔ Constitucionalismo Formal
• Subdivide-se em 2 (dois) estágios:
• Constitucionalismo Clássico ou Liberal
• Constitucionalismo Social
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo Clássico ou Liberal
• Fins do séc. XVIII → Estado liberal
• Primeira Geração de DF’s (liberdades negativas):
direitos civis e direitos políticos → liberdade.
• A Constituição alcança a formalização e conteúdo
teórico-científicos com a Constituição Americana de
1787 e a Francesa de 1791 (ambas escritas e rígidas).
• Influenciadores: Locke, Montesquieu, Rousseau,
inspiradores das revoluções francesa e norte-
americana, bem como por Thomas Jefferson e pelos
federalistas.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Duas grandes matrizes do Constitucionalismo 
clássico ou liberal:
• Constitucionalismo norte-americano
• Constitucionalismo francês
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo norte-americano
1 CONSTITUCIONALISMO 
• As treze colônias inglesas→ declarando
sua independência, por meio da
(i)Declaração de Direitos do Bom Povo
da Virgínia (Virginia Bill of Rights), de
12 de junho de 1776 (primeira
declaração de direitos fundamentais em
sentido moderno); e da (ii) Constituição
da Virgínia (Constitution of Virgínia),
em 29 de junho de 1776.
• Após, os Articles of Confederation and
Perpetual Union, de 1777 → a união
dos treze estados independentes, num
Estado Federal, os Estados Unidos da
América. Posteriormente, estes artigos
foram substituídos pela CONSTITUIÇÃO
NORTE-AMERICANA, aprovada pela
Convenção da Filadélfia, em 17 de
setembro de 1787.
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1 CONSTITUCIONALISMO 
• Inspiradores do Constitucionalismo norte-
americano: J. Locke (individualismo e
liberalismo) e do pensador político francês
Charles de Secondat, o barão de Montesquieu
(limitação do poder) e, sobretudo, por Thomas
Jefferson e pelos federalistas (John Jay,
Alexander Hamilton e James Madison)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Ideias de supremacia da Constituição e
garantia jurisdicional: a Constituição se
encontra, por uma questão de lógica, em um
plano juridicamente superior aos do que dele
participam (Legislativo, Executivo e Judiciário),
determinando quem manda, como manda e
até em que parte pode mandar, cuja garantia
da sua supremacia é atribuída ao Poder
Judiciário em razão de sua neutralidade
(Judicial Review).
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Características e principais inovações: criação da
primeira Constituição escrita e rígida; ideia de
supremacia da constituição; distinção entre
poderes constituinte e constituídos; instituição
do controle judicial de constitucionalidade
(1803); forma federativa de Estado; sistema
presidencialista (regime de governo); forma
republicana de governo; regime político
democrático; a rígida separação e o equilíbrio
entre os poderes estatais (check and balances), o
fortalecimento do Poder Judiciário; Bill of Rigths
(Declaração de direitos da pessoa humana).
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo francês
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo francês → Revolução
Francesa (1789): objetivo destruir o regime
existente (ancien régime).
1 CONSTITUCIONALISMO 
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1 CONSTITUCIONALISMO 
• Características da Declaração Universal dos Direitos do Homem
e do Cidadão de 1789 (Jacques Robert):
• a) intelectualismo → a afirmação de direitos imprescritíveis do
homem e a restauração de um poder legítimo, baseado no
consentimento popular, foi uma operação de ordem puramente
intelectual que se desenrolaria no plano unicamente das ideias;
é que, para os homens de 1789, a declaração de direitos era
antes de tudo um documento filosófico e jurídico que devia
anunciar a chegada de uma sociedade ideal;
• b) mundialismo → os princípios enunciados no texto da
Declaração pretendem um valor geral que ultrapassa os
indivíduos do país, para alcançar valor universal;
• c) individualismo → as liberdades dos indivíduos, não menciona
a liberdade de associação nem a liberdade de reunião;
preocupa-se com defender o indivíduo contra o Estado.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Ideias básicas: garantia dos direitos e a separação dos
poderes, contido no art. 16 da Declaração Universal dos
Direitos do Homem e do Cidadão (1789).
• A Constituição francesa não se limitava a fixar as regras do
jogo, como na experiência norte-americana, mas a um
projeto político destinado a promover uma transformação
política e social, condicionando futuras decisões coletivas
em numerosas matérias (saúde, educação, relações
trabalhistas), cuja violação aos direitos naturais inerentes
ao homem, que na constituição norte-americana é apelada
aos juízes, é substituída pela apelação ao povo mediante
um direito de censura das leis ordinárias e variadas formas
de reforma constitucional (fortalecimento do Poder
Legislativo)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Características: manutenção da monarquia
constitucional; a limitação dos poderes do rei;
a consagração do princípio da separação dos
poderes, mesmo que sem o rigor como foi
adotado nos EUA; a distinção entre poder
constituinte originário e derivado (de
Emmanuel Josheph Sieyés – “O que é o
Terceiro Estado?”)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo Social
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo
moderno social – 1º
pós-guerra/ 1918): esta
versão decorre do
esgotamento fático da
visão liberal, impotente
diante das demandas
sociais que então
abalam o séc. XIX.
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Modelo de Estado: Estado Social/ Estado do Bem-Estar
Social ou Welfare State
• O Estado abandona sua postura abstencionista para
assumir um papel decisivo (intervencionista) nas fases
de produção e distribuição de bens, passando a intervir
nas ralações sociais, econômicas e laborais/Liberdades
positivas.
• Origem: Constituição do México de 1917 e na de
Constituição Weimar de 1919 (República alemã). No
entanto, emerge definitivamente como consequência
geral das políticas definidas a partir das grandes
guerras e das crises da década de 1930.
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1 CONSTITUCIONALISMO 
• Segunda geração dos DF’s: direitos sociais,
econômicos e culturais, ligados ao primado
da igualdade (igualdade material).
• A busca da superação do antagonismo
existente entre igualdade política e a
desigualdade social faz surgir a noção de
Estado Social (Estado prestador de serviços) .
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Particularidade →Europa,
tem-se início modelos
divergentes (Década de
1930):
• grande parte dos países
da Europa ocidental (fiel à
democracia clássica);
• Alemanha nacional-
socialista e Itália fascista
(modelo autoritário –
constituições autoritárias)
1 CONSTITUCIONALISMO 1 CONSTITUCIONALISMO 
• Constitucionalismo
contemporâneo ou
Neoconstitucionalismo
(2º pós-guerra 1945):
teoria particular
avançada aplicável a um
modelo específico de
organização político-
jurídica: o Estado
Constitucional (Estado
Democrático de Direito)
1 CONSTITUCIONALISMO 
• O Neoconstitucionalismo,
fundado na filosofia
neopositivista (pós-positivista)
foi um movimento de
transformação do Estado e do
Direito, em especial da
Constituição, que surge, na
Europa, na segunda metade
do século XX, tendo como um
dos principais marcos o
julgamento ocorrido na
cidade de Nüremberg,
Alemanha, no período
compreendido entre 1945 e
1949.
• Modelo de Estado:
Estado Constitucional
(Estado democrático de
Direito) → núcleo
central a dignidade da
pessoa humana e a
Constituição com força
normativa.
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• Há uma rematerialização constitucional, advinda da
incorporação de valores, opções políticas e diretrizes aos
poderes públicos, bem como a ampliação do rol dos
direitos fundamentaiscom o surgimento de novas
geraçõesde direitos ligados a fraternidade:
• 3ª Geração (direitos difusos) – direito ao desenvolvimento,
direito à paz, meio ambiente, comunicação, patrimônio
comum da humanidade e posteriormente à pluralidade
(VASAK);
• 4ª Geração – direito à democracia, a informação e ao
pluralismo, biodireito (BONAVIDES);
• 5ª Geração – direito à paz/ democracia participativa
(BONAVIDES).
• O Neoconstitucionalismo marca uma transição de
um Estado Legislativo de Direito, influenciado
pela doutrina inglesa de supremacia do
Parlamento e da francesa com enfoque na lei,
como expressão do povo, para um Estado
Constitucional de Direito, influenciado pela
supremacia da Constituição do modelo
americano, tendo como referências europeias a
Constituição da Itália (1947), da Alemanha
(1949), de Portugal (1976) e da Espanha (1978) e
na América do Sul, a Constituição Brasileira de
1988.
• Características: mais constituição do que leis; mais
princípios que regras; mais ponderação que subsunção;
onipresença da Constituição em todas as áreas jurídicas e
conflitos minimamente relevantes, em lugar de espaços
isentos em favor da opção legislativa ou regulamentária;
mais juízes do que legisladores; coexistência de uma
constelação plural de valores, às vezes tendencialmente
contraditórios, em lugar de uma homogeneidade ideológica
em torno de um punhado de princípios; inovações
hermenêuticas; mais concretização do que interpretação;
densificação da força normativa do Estado;
desenvolvimento da justiça distributiva; positivação e
concretização de um catálogo de direitos fundamentais.
• Obs.:
• No Brasil, o movimento neoconstitucionalista
chegou tardiamente, algumas décadas após o
seu início na Europa, e teve como marco a
promulgação da Constituição da República de
1988 → sofreu fortes influências do jurista
português Gomes Canotilho e do jusfilósofo
socialista espanhol Elias Diaz.
• Transconstitucionalismo
1 CONSTITUCIONALISMO 
• Transconstitucionalismo → é o fenômeno
pelo qual diversas ordens jurídicas de um
mesmo Estado, ou de Estado diferentes, se
entrelaçam para resolver problemas
constitucionais.
• A origem mais remota está no conceito
moderno de ordem mundial surgido em 1648
com o Tratado de Westfalia, que pôs fim à
Guerra dos Trinta Anos.
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• Modalidades:
• Transconstitucionalismo stricto sensu ou
propriamente dito*;
• Transconstitucionalismo lato sensu.
• Transconstitucionalismo stricto sensu ou
propriamente dito: opera entre ordens jurídicas
de Estado diferentes.
• Orgiem: fins do século XX, quando o Direito
Constitucional doméstico de alguns países
começou a ultrapassar as fronteiras locais,
adentrando as ordens jurídicas de outros Estados,
p. ex., Comunidade Europeia (Tratado de
Maastricht, de 1992); Mercosul (Tratado de
Assunção, de 1992).
• Transconstitucionalismo lato sensu: ocorre
entre duas ordens jurídicas de um mesmo
ordenamento/Estado.
• Transconstitucionalismo jurídico, verificado
nas Federações. Há um diálogo entre os entes
federativos para trocarem ideias, experiências,
conhecimentos etc., próprio das federações
(CF, art. 1º).
• Constitucionalismo do futuro ou do porvir
• Constitucionalismo do futuro ou do porvir:
(argentino José Roberto Dromi) – equilíbrio
entre as concepções dominantes do
constitucionalismo moderno e os excessos
praticados no constitucionalismo
contemporâneo, sendo as constituições
influenciadas pela verdade, solidariedade, o
consenso, a continuidade, a participação, a
integração e a universalização.
• verdade: as futuras constituições não deverão
consagrar promessas impossíveis;
• consenso: elas serão fruto de um consenso
democrático e mais próxima de uma nova ideia
de igualdade;
• solidariedade: entre os povos no tratamento
digno ao ser humano e na justiça social;
• continuidade: da Constituição, sem modificações
que destruam sua identidade ou causem ruptura
lógica do sistema;
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• participação: a democracia participativa impõe
uma ativa e responsável participação do povo na
vida política do Estado, afastando a indiferença
social;
• integração: entre os povos dos diversos Estados é
uma realidade, mas cabe às constituições futuras
propiciar mecanismos de integração
supranacional;
• universalização: dos direitos humanos como
decorrência da dignidade da pessoa humana.
Até a próxima aula!!!!

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