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RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL NACIONALIDADE A nacionalidade brasileira decorre da aplicação e utilização de dois critérios, um sanguíneo e um territorial. Nos casos relativos à naturalização deve- se observar que esta decorre de um ato de voluntariedade e independe dos critérios há pouco mencionados. A distinção entre brasileiros natos e naturalizados é necessária devido às distinções existentes entre essas duas condições, todas previstas constitucionalmente tendo em vista que somente a Constituição Federal poderá distinguir brasileiros natos de brasileiros naturalizados. Nacionalidade é a condição de um cidadão que pertence a uma determinada nação com a qual se identifica. Nacionalidade é uma qualidade daquilo que é nacional, que é próprio da nação, da pátria. Já a cidadania refere- se à uma ligação jurídica e política de um indivíduo a um Estado, sendo que essa ligação pressupõe alguns direitos e alguns deveres. Não se deve confundir a cidadania com a nacionalidade. Será considerado cidadão, em um sentido estrito, a pessoa com qualidade para ser eleitora. Já em sentido amplo, será considerado cidadão a pessoa pertencente a uma sociedade e que possui um conjunto de direitos e deveres em relação ao Estado. Entende-se a nação como sendo um Estado nacional composto por um povo que compartilha a mesma origem, história, língua e tradições. Há no conceito de nacionalidade uma divisão das espécies de nacionalidade. A primeira espécie de nacionalidade origina-se com o nascimento e denomina-se nacionalidade primária. Já a segunda espécie de nacionalidade origina-se da própria vontade do indivíduo, após o nascimento deste e o atingimento de sua maioridade. O Estado não pode arbitrariamente privar o indivíduo de sua nacionalidade nem do direito de mudar de nacionalidade (MENDES; BRANCO; 2013). Dessa forma, é de suma importância estabelecer um regramento que encampe os direitos e os deveres relacionados à nacionalidade. Nacionalidade primária Assim como mencionado anteriormente, a nacionalidade primária tem origem com o nascimento, a partir do qual, aplicam-se critérios definidores da nacionalidade. Esses critérios podem ser sanguíneos ou territoriais. A nacionalidade primária decorre do nascimento com vida e obedece aos critérios do jus soli e do jus sanguinis (MOTTA; 2007). O critério sanguíneo (ius sanguinis) determina a nacionalidade de um indivíduo em decorrência da nacionalidade dos seus ascendentes, independente do seu local de nascimento. Assim sendo, para adquirir a nacionalidade basta ser filho de um nacional. Dito em outras palavras, a aquisição da nacionalidade decorre dos laços de consanguinidade, da hereditariedade. Já o critério territorial (ius soli) determina a nacionalidade de um indivíduo em decorrência do local do seu nascimento, independentemente da nacionalidade de seus ascendentes. Dessa forma, a aquisição decorre do local do nascimento de indivíduo. 2.1.1 Hipóteses de aquisição da nacionalidade primária Em conformidade com as alíneas, a, b, c, do artigo 12 da Constituição Federal, constata-se a aplicação dos critérios sanguíneo e territorial. Dessa forma, o mencionado artigo aduz, in verbis: Art. 12. São brasileiros: I – Natos: 1. Os Nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 2. Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 3. Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Dessa forma exposta a diretriz constitucional, depreende-se que a alínea a aplica o critério territorial de aquisição da nacionalidade primária, a alínea b aplica o critério sanguíneo de aquisição da nacionalidade primária. Já a alínea c aplica um critério potestativo de aquisição da nacionalidade primária, segundo o qual, a aquisição da nacionalidade primária dependerá somente da vontade do sujeito. Uma observação que deve ser feita ressalta que a aplicação do critério sanguíneo é cumulada com a alguns outros requisitos, quais sejam, o efetivo exercício dos ascendentes de um serviço à República Federativa do Brasil na alínea b, e o registro na repartição brasileira competente ou a fixação de residência na República Federativa do Brasil na alínea c. Nesse último caso, enquanto o descendente não atingir a maioridade para optar pela nacionalidade brasileira, terá uma nacionalidade primária provisória. 2.2 Nacionalidade secundária A característica marcante dessa espécie de aquisição da nacionalidade brasileira é a voluntariedade do indivíduo para adquiri-la. A naturalização concretiza-se desde que satisfeitos todos os requisitos constitucionais e legais (Lei n.º 6.815/1980). A aquisição secundária da nacionalidade decorre de uma convergência de vontades, assim, de um lado o indivíduo requer ao Estado, de outro lado o Estado defere ou indefere o requerimento (MOTTA; 2007). A naturalização ocorre de forma expressa após o interessado requerê-la. A naturalização expressa subdivide-se em ordinária e naturalização expressa extraordinária. 2.2.1 Naturalização expressa ordinária Mister se faz destacar que um estrangeiro, ao aportar no Brasil, pode ser enquadrado em três situações diferentes: permanecer temporariamente e manter sua qualidade de estrangeiro, permanecer definitivamente e manter sua qualidade de estrangeiro ou permanecer definitivamente adquirindo a nacionalidade brasileira. A fundamentação construída nesse sub tópico levará em consideração a terceira situação apresentada. Art. 112. São brasileiros: II – Naturalizados: 1. Os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários dos países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 2. Os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. Sendo assim, em comento às previsões constitucionais supra descritas, nota-se que a alínea a remete à aplicação dos requisitos legais, ressalvando a condição dos estrangeiros oriundos dos países de língua portuguesa, dos quais exige-se somente a fixação de residência por um período de um ano ininterrupto além da idoneidade moral. 3 Tratamento diferenciado entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados A regra constitucional vigente é a de repudiar totalmente a diferenciação entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados. Nesse sentido é a previsão inscrita no § 2º, do artigo 12, da Constituição Federal. Segue o conteúdo in verbis: Art. 12. São brasileiros: § 2º. A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. Em relação à diferenciação decorrente de alguns cargos, a Constituição determina em seu artigo 12, § 3º, os cargos que somente poderão ser ocupados por brasileiros natos, são eles: Presidente e Vice-Presidente da República; Presidente da Câmara dos Deputados; Presidente do Senado Federal; Ministro do Supremo Tribunal Federal; de carreira diplomática; de oficial das Forças Armadas e de Ministro de Estado e de Defesa. Em relação à diferenciação decorrente de algumas funções, a Constituição determina em seuartigo 89, VII, o seguinte: a nomeação de seis brasileiros natos para comporem o Conselho da República. Nessa esteira discriminatória, menciona-se o conteúdo do artigo 5º, inciso LI da Constituição Federal, segundo o qual, nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado quando praticar crime comum antes de sua naturalização ou desde que reste comprovado o seu envolvimento com o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. 4 Perda do direito de nacionalidade A perda do direito de nacionalidade ocorrerá com a concretização de uma das hipóteses previstas no § 4º, do artigo 12 da Constituição Federal. Dessa forma, é o conteúdo in verbis, da referida previsão: § 4º. Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 1. De reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 2. De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Dos Partidos Políticos O artigo 17 da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988 determina que é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa humana. Assegurou também ao partido político autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, bem como manteve a exigência do caráter nacional do partido político, instituída pelo Código Eleitoral, Decreto nº 7.586/1945. Dentre outras coisas, a legislação permite que o próprio partido estabeleça regras para a realização de suas convenções, determine prazos superiores àqueles previstos na lei para que o filiado possa concorrer a eleições e ainda permite criar uma estrutura diferente da existente em outros partidos. Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I - caráter nacional; II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei. § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária. § 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral. § 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação. § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar. § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão. A criação de um partido político depende do seu registro no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas da Capital Federal, por intermédio do qual se adquire personalidade jurídica de direito privado e, após, o registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral-TSE, conforme dicção do art. 17, §2º, da Constituição Federal-CF c/c arts. 7º e 8º da Lei 9.096/1995 (conhecida como Lei dos Partidos Políticos). A liberdade de sua criação está condicionada ao respeito à soberania nacional, ao regime democrático, ao pluripartidarismo e aos direitos fundamentais da pessoa humana e, ainda, ao impedimento do recebimento de recursos financeiros advindos de entidade ou governo estrangeiros, manterem com esta relação de subordinação ou de se utilizarem de organização paramilitar. Ademais, devem ter caráter nacional, prestar contas à Justiça Eleitoral e funcionarem parlamentarmente de acordo com a lei, de acordo com o art. 17, caput e seus incisos, e §4º, da Lex Fundamentalis c/c art. 2º da Lei dos Partidos Políticos. Dessa forma, o partido político criado será dotado de autonomia para definição de sua estrutura interna, organização, funcionamento e para eleger os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, nos termos do art. 17, §1º, da Constituição de 1988. O caráter nacional restará comprovado com o apoiamento de eleitores correspondentes a, ao menos, meio por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, sem computar os votos em branco ou nulos, distribuídos por um terço, no mínimo, dos Estados, com um mínimo de um décimo por cento do eleitorado que haja votado nas urnas (art. 7º, §1º, Lei 9.096/1995). O apoiamento é materializado em listas de assinaturas de eleitores, “levadas à conferência e certificação nos Cartórios Eleitorais respectivos, para posteriormente serem somadas no TRE” para verificação do número total. Este Tribunal Superior pode determinar o cancelamento do registro civil e do estatuto após o trânsito em julgado de decisão em desfavor de partido político contra o qual reste provado o recebimento de recursos financeiros de procedência estrangeira; subordinação a entidade ou governo estrangeiro; e falta de prestação de contas à Justiça Eleitoral (art. 28, Lei 9.096/1995). Recorrendo-se, novamente, às lições de Carlos Mário da Silva Velloso e Walber de Moura Agra, os partidos políticos: são organismos sociais estruturados com a finalidade de organizar as forças em torno de um ideário político para disputar o poder na sociedade. Difundem sua ideologia política para conseguir adeptos e tentam contribuir para o direcionamento das políticas públicas. Direitos Políticos O estudo dos direitos políticos é importante porque esses direitos são vistos como garantias reconhecidas aos brasileiros para que possam participar da vida política do país. Nesse sentido, Gomes (2011) entende que direitos políticos ou cívicos equivalem às prerrogativas e aos deveres inerentes à cidadania e englobam o direito de participar direta ou indiretamente do governo, da organização e do funcionamento do Estado. Conforme dispõe a Constituição Federal, os direitos políticos disciplinam as diversas formas de o cidadão se manifestar, dentre as quais é possível citar a soberania popular, que se concretiza pelo sufrágio universal, pelo voto direto e secreto e por outrosinstrumentos2. Em regra, tais direitos não são conferidos a todos aqueles que habitam o território nacional, mas apenas aos nacionais que preencham os requisitos determinados pelo próprio texto constitucional. Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: · Ver art. 1º parágrafo único da CF. · Lei nº 9265, de 12.2.1996, que regulamenta o inciso LXXVII do art. 5º da Constituição, dispondo sobre a gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania. I - plebiscito; · Lei nº 9709, de 18.11.1998, que regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do art. 14 da Constituição Federal. II - referendo; · Lei nº 9709, de 18.11.1998, que regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do art. 14 da Constituição Federal. III - iniciativa popular. · Ver arts. 27, § 4º, 29, XIII e 61, § 2º da CF. · Lei nº 9709, de 18.11.1998, que regulamenta a execução do disposto nos incisos I, II e III do art. 14 da Constituição Federal. § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são: I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. § 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; Além da Constituição Federal, normas infraconstitucionais também dispõem sobre direitos políticos e seus diversos campos de incidência e limites. Mas o núcleo dos direitos políticos pode ser concebido, sem dúvida, como o direito de votar e ser votado, aquele que pressupõe o direito-dever de alistamento eleitoral e está previsto expressamente no preceito constitucional3. O direito de votar é inerente e obrigatório para algumas pessoas – os maiores de dezoito anos; facultativo para outras – os analfabetos, os maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos; e, ainda, proibido para outras – os estrangeiros e os conscritos (desde que estejam cumprindo serviço militar obrigatório). Para ter direito de ser votado, além de serem eleitores, os interessados devem obedecer a condições expressas na norma constitucional, tais como: nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, filiação partidária e idade mínima4. Os direitos políticos podem ser positivos, os quais correspondem ao direito de votar e ser votado e visam garantir a participação do povo no poder mediante o sufrágio ativo, no primeiro caso, ou passivo, no segundo. E podem ser também negativos, o que ocorre quando o cidadão fica privado do gozo desses direitos devido a uma perda definitiva ou temporária5. No que se refere aos direitos políticos negativos, é importante ressaltar que não existe a possibilidade de cassação, mas apenas a de perda e a de suspensão. A perda dos direitos políticos está ligada à ideia de definitividade e é sempre permanente, enquanto a suspensão corresponde à interrupção temporária dos direitos em uso e é cessada quando terminam os efeitos do ato ou medida que a ensejou6. Com base no rol previsto no artigo 15 da Constituição Federal, a doutrina considera que a única hipótese de perda dos direitos políticos é o cancelamento da naturalização por sentença judicial transitada em julgado. Mas ainda há o entendimento de que o cancelamento da naturalização pela aquisição de outra nacionalidade também constitui meio de perda dos citados direitos. Já os casos de suspensão são diversos e, segundo dispõe a Carta Magna, envolvem: incapacidade civil absoluta, condenação criminal transitada em julgado7, recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, e improbidade administrativa. É evidente a importância dos direitos políticos, afinal, falar neles é falar em democracia, a qual prevê que o poder nasce do povo e pode ser exercido indiretamente por meio de representantes eleitos – democracia representativa – ou mesmo diretamente por meio de plebiscito, referendo e iniciativa popular – democracia direta. Remédios constitucionais Os remédios constitucionais que é importante sabermos são eles: o Habeas Corpus, Habeas Data, o Mandado de Segurança, o Mandado de Injunção e por fim não menos importante a Ação Popular. O Habeas corpus, que apesar do nome latino, é originário da Inglaterra. Esse remédio constitucional que pode ser utilizado em favor de qualquer um, sendo ele nacional ou estrangeiro, mas para que serve o Habeas corpus?, está pergunta é muito simples, resumidamente em poucas palavras podemos dizer que o habeas corpus seja um instrumento para garantir o seu direito de locomoção, ou seja, seu direito de ir e vir, evitando-se assim a prisão abusiva ou arbitrária, o abuso do poder. É importante ressaltar aqui, que esse direito fundamental que é a liberdade de locomoção, em casos de flagrante delito ou por ordem judicial, não cabe o habeas corpus. Outro remédio constitucional muito conhecido é o mandado de segurança, que é uma criação brasileira, criado pela constituição de 1934. Conforme o artigo 5º, inciso LXIX, diz: " conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público", ou seja, este remédio constitucional é contra a violação pelo poder público de direito, líquido e certo. O que pode-se entender por direito líquido e certo, de forma clara, é um direito onde não a dúvidas, por estar expresso em lei e não precisando ser discutido. É importante dizer que o mandando de segurança não se confunde com o habeas corpus ou habeas data, pois o último trata-se do direito de ter acesso a suas informações e o direito do sigilo das informações pessoais, e o habeas corpus de garantir o direito de locomoção. Mandado de segurança é um tema muito complexo e difícil de se entender, através de um exemplo pode facilitar a compreensão, vamos supor hipoteticamente, que num concurso público qualquer, tenham dez vagas para os melhores classificados. Sendo assim estamos diante de um direito líquido e certo, expressamente na lei onde não à dúvidas que os dez primeiros colocados deverão ocupar o cargo, só que por um equívoco ou de forma arbitraria eles colocam no lugar do décimo colocado que legalmente deveria entrar no tal concurso, uma pessoa que tenha se classificado em vigésimo lugar, cabe ao candidato que ficou em décimo lugar impetrar o mandado de segurança para garantir o seu direito liquido e certo. O habeas data, é um remédio constitucional que garante ao cidadão o direito ao acesso às suas informações pessoais e retificação de dados, sendo este o principal objetivo do habeas data. O artigo 5º em seu inciso XII, prevê a inviolabilidade do sigilo de dados, comunicações telefônicas, ou seja, se o indivíduo tiver seus dados expostos, por exemplo quanto que ele movimento na sua conta, conter informações pessoais na internet, cabe ao indivíduo que teve o seu direito violado impetrar o remédio constitucional ou garantia constitucional. A inviolabilidade de comunicação telefônica, será permitida apenas, por ordem judicial,nas hipóteses que a lei estabelecer para nós, por exemplo no caso de ser instrumento de investigação criminal e entre outros casos. Ação popular, outro remédio constitucional importante e simples, não tendo muita dificuldade para compreensão, em poucas palavras, essa garantia constitucional faz do cidadão um fiscal do bem comum. Um exemplo claro, para esclarecer é no caso de alguns atos lesivos ao patrimônio público, ou seja, parques públicos, lugares artísticos, lugares históricos, quando percebermos que algo está lesando o patrimônio público, devemos impetrar a ação popular para resolvermos este problema o mais rápido possível e preservar o patrimônio público que pertence a todos nós. Por fim, mas não menos importante temos o mandado de injunção. De fácil compreensão por não ser muito complexo, quanto aos primeiros remédios constitucionais mencionados acima. O mandado de injunção, é um remédio constitucional importantíssimo, este nós devemos ter um conhecimento lato sensu - sentido amplo. Através desse instrumento nós temos como recorrer, caso não tivermos como gozar de um direito fundamental, por falta de uma norma regulamentadora, ou seja, quando à lei for omissa. O artigo 37, inciso VII da Constituição Federal de 1988, garante o direito de greve, mas nos termos da lei, acontece que não tem essa lei para regulamentar o direito de greve. Inclusive, nós tivemos um caso em que foram enviados três mandados de injunção, chegando ao Supremo Tribunal Federal, por falta dessa norma regulamentadora onde prejudicaria o agente público por não poder entrar em greve pela lei ser omissa. A decisão chegou ao Supremo Tribunal Federal, que decidiram que em quanto não tiver esta lei para regulamentar o direito de greve do agente público, eles irão utilizar a lei que regulamenta o direito de greve no setor privado provisória mente no que couber, até que façam uma lei que regulamente a parte do setor público. Sendo assim, podemos concluir que quando a lei for omissa e o cidadão não poder gozar de um direito fundamental, cabe ao cidadão impetrar o mandado de injunção. REFERÊNCIAS https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/9475/Remedios-constitucionais http://www.tse.jus.br/o-tse/escola-judiciaria-eleitoral/publicacoes/revistas-da- eje/artigos/revista-eletronica-eje-n.-2-ano-4/a-importancia-dos-direitos-politicos
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