Buscar

TRABALHO FINAL PRONTO


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

LETÍCIA CARDOSO
PSICOLOGIA SOCIAL COM FOCO NA SAÚDE MENTAL RELACIONADA AO TRABALHO
Relatório Final de Estágio em
Psicologia Social Do curso de
Psicologia, sob Supervisão da:
Prof. Elaini Cristina Doratiotto
UNINOVE
São Paulo
2018
RESUMO
Em nossa sociedade atual, houve um aumento significativo de casos de indivíduos que vêm desencadeando doenças mentais e emocionais devido o ambiente de trabalho. Isto se dá em grande parte, devido a organização das instituições de trabalho. Em todas as empresas há uma hierarquia a ser seguida, e o trabalhador final, está ali para seguir as ordens que lhe são impostas. Na maioria das empresas, o trabalhador recebe a sua tarefa, o prazo para entrega e como deve executá-la. Existe uma total falta de autonomia do executor da tarefa, de não poder opinar, nem executar sua tarefa da forma que compreenda ser melhor para o desempenho do seu trabalho. Isto sem contar a pressão que se sofre devido as cobranças para se produzir mais e em menos tempo. Afinal “tempo é dinheiro”. 
O presente estudo foi elaborado com base em um levantamento de pesquisas bibliográficas, e tivemos como base também, filmes e documentários que retratam essa questão do desgaste emocional do trabalhador devido ao estresse causado no ambiente de trabalho. Por meio desde, buscamos exemplificar através dos estudos feitos por meio dos textos e das discussões que tivemos em nossos encontros de estágio, os problemas que algumas formas de organização podem causar na saúde dos funcionários. 
Por fim buscamos demonstrar qual o papel do psicólogo dentro dessas instituições; o psicólogo no campo organizacional busca investigar a organização e as relações interpessoais que ali ocorrem, elaborando propostas de intervenção que visem a promoção da saúde do trabalhador, e o melhor desenvolvimento da empresa.
Palavras-chaves
 Psicologia Organizacional, Saúde Mental, Instituição, Mercado de Trabalho, Estresse Emocional.
Sumário 
Introdução......................................................................................................................................4 Objetivo..........................................................................................................................................6 Justificativa.....................................................................................................................................7 Método............................................................................................................................................9 Discussão.......................................................................................................................................10 ConsideraçõesFinais......................................................................................................................19 Bibliografia....................................................................................................................................20 Anexos...........................................................................................................................................21
�
Introdução 
O mercado de trabalho atual, têm sido muito concorrido. Poucas vagas de emprego e muitos candidatos a estas vagas. A psicologia adentra nesse âmbito através da seleção dos candidatos às vagas de emprego. A psicologia se introduziu nas empresas com uma abordagem de Recursos Humanos, para trabalhar na seleção, recrutamento, treinamento e outras atividades que são relacionadas a força e manutenção do trabalho. Porém ao longo dos anos houve muitas mudanças nessa psicologia, que até o momento só era utilizada para aplicar técnicas para entrevistas, testes etc, e passou a se tornar um campo de pesquisa dentro do ambiente de trabalho. A esta deu-se o nome de Psicologia do Trabalho e Organizacional. 
A Psicologia do Trabalho e Organizacional têm como base a pesquisa e intervenção dentro das instituições. Têm como foco de estudo o mundo do trabalho, as relações interpessoais, os problemas organizacionais e sociais que ali dentro ocorrem; a partir dos dados obtidos busca-se criar intervenções que possam melhorar a organização do trabalho, e os problemas sociais que ocorrem dentro da instituição. 
Em nosso quadro atual, temos visto muitos casos de adoecimento mental devido o ambiente de trabalho, ou a atividade exercida no local de trabalho. Está cada vez maior a quantidade de pessoas que têm buscado ajuda psicológica por algum problema emocional devido ao estresse causado no trabalho, mas o que pode causar este aumento abrupto de casos de adoecimento? 
Algo que explicar isso é a falta de autonomia do indivíduo. Em todas as empresas existe uma hierarquia, e os funcionários seguem as ordens de seus superiores. Geralmente é passada ao empregado sua tarefa, e como ela deve ser executada. A falta de autonomia do indivíduo no exercício de seu trabalho pode causar adoecimento mental, pois ele não pode opinar, nem fazer o seu serviço de uma forma diferente que ele compreenda que seria melhor para chegar ao seu objetivo; a pessoa acaba por se sentir como uma peça de uma máquina, não faz diferença nenhuma sua opinião sobre aquilo, e isso faz o indivíduo se sentir inútil. 
Outra questão que pode desencadear o sofrimento mental é o significado do trabalho para o trabalhador. Muitas vezes a pessoa exerce uma função que não é o que ela desejaria fazer, aceita aquele trabalho somente porque precisa de dinheiro. É enorme o número de pessoas que tem formação em cursos técnicos ou superiores em uma área, e exerce uma profissão que é totalmente diferente daquilo que ela gosta, pelo fato de necessitar de um emprego e não conseguir nenhuma vaga dentro da sua área de formação. Este trabalho acaba se tornando algo “pesado” para o indivíduo, pois ele se vê preso a uma situação que não traz nenhum prazer a ele, se sente obrigado a fazer aquilo, pois não vê outra alternativa para poder trabalhar.
Além dessas questões, atrelado a isso nós temos a falta de tempo de lazer. O indivíduo passa a maior parte do seu dia no local de trabalho, ainda gasta outras tantas horas no transporte público para chegar a sua casa depois do serviço, e após o dia cansativo só se pensa em descansar. Aí pode-se dizer: “Mas ainda temos os finais de semana! Agora coloquemos aqui a situação de uma pessoa que recebe um salário mínimo; como alguém que recebe um salário de R$ 935,00 fora os descontos do salário (pois nunca recebeu esse valor completo), consegue após pagar as contas de casa, ainda ter dinheiro para ter momentos de lazer aos fins de semana? Isto é praticamente impossível. E o trabalhador que gasta todo o seu tempo dentro da empresa, e acaba não vendo os frutos do seu esforço acaba tendo um desgaste emocional. 
Enfim, há muitos fatos que podem desencadear no indivíduo este adoecimento mental, e o papel do psicólogo neste âmbito é buscar táticas que possam melhorar o ambiente de trabalho, e a experiência dos funcionários que contribuem para o andamento e crescimento daquela instituição.
Objetivo 
Este trabalho tem por objetivo, contribuir com o despertar das empresas para um novo olhar à saúde mental do trabalhador e a quebra de paradigmas e preconceitos sobre o tema aqui abordado. 
Conscientizar empregador e empregado sobre importância da estabilidade mental e sua intensa relação com o bem-estar, é fundamental para que o indivíduo tenha a capacidade de executar suas habilidades pessoais e profissionais de forma plena e saudável. Trazendo benefícios para ambas as partes. 
Empregados passam grande parte do dia em seu local de trabalho, portanto é essencial que este local seja propício à sua saúde mental. 
Além de ser determinante para a estabilidade física, a saúde mental está relacionada à qualidade da interação individual e coletiva. Organizações que investem em boas condições para a saúdemental no trabalho, tem colaboradores mais produtivos, e alcançam melhores resultados. 
No cenário atual, buscar alternativas que possibilitem a harmonia nessas relações é uma urgente necessidade.
Justificativa
Relevância Acadêmica 
Justifica-se a realização deste trabalho a quebra de paradigmas e preconceitos sobre a saúde mental do trabalhador, que nos dias de hoje é classificado como tabu. Está cada dia mais evidente a importância do tema e sua estreita relação com a saúde física. Profissionais de alta performance (sejam atletas ou profissionais do mercado financeiro) reconhecem e investem cada vez mais em desenvolver uma estrutura psicológica forte e saudável. 
Apesar de alguns avanços, a saúde mental ainda não é reconhecida da mesma forma que a saúde física, especialmente no ambiente de trabalho. Muitas pessoas ainda têm receio de falar sobre o assunto ou buscar ajuda. Um exemplo: Não trabalhar por estar gripado é socialmente aceitável. Não trabalhar por estar com crise de ansiedade ou estressado é considerado como ‘’frescura’’ e até mesmo ‘’corpo mole’’. Assim, é possível afirmar que a saúde mental consiste em um equilíbrio emocional que permite o indivíduo conviver de maneira saudável em sociedade. Entender a importância da estabilidade mental e sua intensa relação com o bem-estar é fundamental para que o indivíduo tenha a capacidade necessária de executar suas habilidades pessoais e profissionais. 
O ritmo acelerado nas corporações que se tornou marca do novo século precisa ser discutido levando em consideração a importância da saúde mental no trabalho. Muitos indivíduos enfrentam o estigma e a discriminação em todos os aspectos da vida, não somente no ambiente profissional, mas até com os próprios amigos e o meio familiar. No entanto possibilita também, a compreensão da importância de utilizar a capacidade individual para a percepção de valores e virtudes inerentes à construção da coletividade.
Relevância Social 
Avaliar as relações entre os seres humanos implica analisar um conjunto de fatores que envolvem laços afetivos, os comportamentos, a família e o ambiente social onde os sujeitos estão inseridos. A concepção que o empregado construiu, personificando a organização, pode levar o mesmo a frustrações que refletirão diretamente em sua saúde psíquica, e consequentemente, poderá desencadear processos somáticos. O ambiente de trabalho é potencialmente estressante, podendo levar os sujeitos a estados de exaustão e, até mesmo, acarretar quadros mais graves como depressão. Essas conclusões foram mediante discussões de artigos em sala de aula, documentários/filmes assistidos e levantamento de dados bibliográficos que tem como foco analisar a qualidade de vida no ambiente corporativo. A maioria dos trabalhadores passam grande parte do dia em seu local de trabalho, portanto é essencial que este local seja propício à sua saúde mental. Além do viés de bem-estar dos funcionários, as organizações deveriam dar atenção às condições de saúde mental no trabalho para ter colaboradores mais produtivos, alcançando assim melhores resultados. Indivíduos menos estressados não só são mais produtivos, como têm menor desejo de mudar de emprego, algo que impacta positivamente na diminuição da rotatividade. Investir em estratégias que possibilitem o equilíbrio das funções mentais é essencial para um convívio social mais saudável. Além de ser determinante para a estabilidade física, a saúde mental está relacionada à qualidade da interação individual e coletiva. No cenário atual, buscar alternativas que possibilitem a harmonia nessas relações é uma urgente necessidade.
Método 
A abordagem metodológica deste trabalho consiste em um debate bibliográfico sobre o tema que originará a realização de fichamentos a partir de leituras de artigos, textos como “O tempo nosso de cada dia roubado” e “A psicologia na área da saúde do trabalhador” e também da utilização de documentários que mostram a vivência de trabalhadores como Carne Osso e o filme Whiplash. Também realizamos dinâmicas de grupos para melhor absorção do tema, além de fazer com que os participantes que são alunos do estágio se conheçam, interajam e criem laços que poderão contribuir com as atividades do grupo.
Discussão 
No presente estudo sobre a saúde mental do trabalhador iniciamos a nossa discussão através de um artigo escrito por Yago Euzébio Bueno de Paiva Junho, é a referência sobre o modo do sistema político e econômico do trabalho nos meados do século XIX e XX até os tempos atuais. Hoje em dia estamos escravos da indústria ideológica, onde cresce ainda mais a pressão gerando a depressão. 
É citado no texto, sobre as organizações, as primeiras lutas pela proibição de crianças com menos de dez anos trabalhando pelas indústrias/fábricas e pelo estabelecimento de uma jornada de trabalho de dez horas. Na época ainda não existia a preocupação com a qualidade do trabalho e com a saúde de modo geral, tanto psicológica quanto física. Também é abordado sobre o Taylorismo que se trata de uma concepção de produção baseada em um método científico de organização do trabalho. 
O Taylorismo enfatiza a eficiência operacional das tarefas realizadas, nas quais se busca extrair o melhor rendimento de cada funcionário. Frederick Taylor (1856-1915), desenvolveu um modelo de administração no qual a empresa é considerada sob olhar científico. 
Assim, com a análise dos processos produtivos, foi possível aperfeiçoar a capacidade de trabalho do operariado. O foco era economizar o máximo em termos de esforço produtivo. Devemos salientar que o Taylorismo não está preocupado com as inovações tecnológicas, mas sim com as possibilidades de controlar a linha de produção. Através de uma padronização continua, pelo estabelecimento de um sistema de supervisão e controle, o homem se transformou em uma peça da máquina. Entretanto foi isto que fez surgir condições de trabalho capazes de aumentar a produtividade e o lucro. 
Com essa organização científica, as tarefas foram cronometradas fazendo a separação do trabalho intelectual do manual e garante à gerência, detentora do conhecimento geral da produção, o controle sobre os trabalhadores. Um dos princípios que o Taylorismo emprega é o fracionamento do trabalho na linha de montagem para singularizar as funções produtivas de cada trabalhador, diminuindo assim sua autonomia. 
Christopher Dejours como médico psicanalista e psicossomático desenvolveu uma pesquisa buscando encontrar no ambiente de trabalho, a existência de psicopatologias. Vê o trabalho não como fundamentalmente enlouquecedor, mas como algo que pode levar o homem ao sofrimento psíquico, dependendo do ambiente de trabalho em que ele se encontra. Para ele, o trabalhador vale-se da ideologia defensiva, que é um mecanismo que anda de mãos dadas ao sentimento coletivo da vergonha. Em meio à miséria operária, estar doente é como se fosse um sinônimo de vagabundagem/corpo mole, esconde-se a doença e o sofrimento até o limite possível. Doença significa tempo longe de fábrica e isso afeta o bolso do operário. Era preciso se defender até da doença para manter a sobrevivência. 
Ou seja, o funcionário que não tem reconhecimento de seu trabalho árduo e maçante de seu superior passa a sofrer mentalmente, isso funcionava como uma estratégia de defesa que afetava apenas a ele mesmo. Exemplo: Negação da realidade em momentos desagradáveis. Durante esses momentos, a estratégia era fingir que algo não estava acontecendo (abstrair). 
Um aspecto significativo: a constante relação dos trabalhadores com o sofrimento. Uma das causas da depressão, oriunda da insatisfação com o trabalho é o fato de que o local trabalhador tem pouquíssima liberdade para improvisar e se libertar das amarras do que foi preestabelecido. 
Também explicita fortes críticas ao taylorismo, através de sua teoria “Organização Científica do Trabalho’’.Segundo Dejours, o taylorismo é responsável por uma tripla divisão: divisão do modo operatório, divisão do organismo entre órgãos de concepção intelectual, enfim, divisão dos homens, compartimentados pela nova hierarquia (contra mestres, chefes de equipe...). 
O taylorismo não é apenas uma realidade do século XX, mas ainda se encontra presente em muitas empresas. Mesmo pregando uma administração participativa e realização pessoal há o abuso constantemente com o que chamamos hoje de sobrecarga de trabalho ou situações de “mobbing” ou “bullying” sobre seus funcionários. 
Dejours (1994) distingue dois tipos de sofrimento: o sofrimento criador e o sofrimento patogênico. Este último surge quando todas as possibilidades de transformação, aperfeiçoamento e gestão da forma de organizar o trabalho já foram tentadas, ou melhor, quando somente pressões fixas, rígidas, repetitivas e frustrantes, configuram uma sensação generalizada de incapacidade. Todavia, quando as ações no trabalho são criativas, possibilitam a modificação do sofrimento, contribuindo para uma estruturação positiva da identidade, aumentando a resistência da pessoa às várias formas de desequilíbrios psíquicos e corporais. Dessa forma, o trabalho pode ser o mediador entre a saúde e a doença e o sofrimento, criador ou patogênico.
Assim, prazer e sofrimento originam-se de uma dinâmica interna das situações e da organização do trabalho. São decorrências das atitudes e dos comportamentos franqueados pelo desenho organizacional, cuja tela de fundo constitui-se de relações subjetivas e de poder. 
Dejours deseja deixar claro em que o objetivo da psicodinâmica do trabalho é o “sentido do trabalho”, ou seja, o seu significado para o sujeito, possibilitando seu crescimento pessoal e o reencontro com sua subjetividade (e criatividade), tão esquecida atualmente no modelo de organização da qual muitos de nós ainda fazemos parte. 
Não se pode, entretanto, apontar para o capitalismo e dizer que ele é o responsável pelo sofrimento psíquico no ambiente de trabalho, ou dar ênfase ao socialismo/populismo, que também não se apresentam como modelos exemplares. Por isso, Christopher faz essas críticas, pesquisando diretamente no meio das empresas, procurando encontrar não em si mesma as psicopatologias, mas sim, entender como os trabalhadores conseguem manter um equilíbrio psíquico e manter-se na normalidade, isto é, saudáveis. 
Para Dejours o sofrimento varia de acordo com a política administrativa de cada empresa, quando o trabalhador é privado da possibilidade de adaptar o seu trabalho às suas necessidades físicas e psicológicas, abre-se a guarda para que o sofrimento se instaure. 
"[...] A vivência depressiva condensa de alguma maneira os sentimentos de indignidade, de inutilidade e de desqualificação, ampliando-os. Esta depressão é dominada pelo cansaço. [...] Executar uma tarefa sem investimento material ou afetivo exige a produção de esforço e de vontade, em outras circunstâncias suportadas como um jogo de motivação e do desejo. A vivência depressiva alimenta-se da sensação de adormecimento intelectual, de anquilose mental, de paralisia da imaginação e marca o triunfo do condicionamento ao comportamento produtivo" (DEJOURS, 1992, p. 49).
Em um documentário chamado ‘’CARNE E OSSO’’, tivemos a oportunidade de observar e fazer uma análise crítica da realidade dos sujeitos que trabalham nos frigoríficos de manipulação de carnes e do alto desgaste físico e mental desenvolvido através do trabalho massivo em que são submetidos. 
Os relatos de sofrimento desses trabalhadores mostram suas necessidades de trabalharem nessas condições e que não tem outras opções, conforme conta um dos entrevistados ‘’não sei fazer outra coisa’’, além disso, se mostram culpados ou com vergonha por não conseguirem trabalhar devido ao seu estado de saúde. Saúde que na qual em inúmeras vezes foram afetadas pelo próprio ambiente que lhe é proporcionado. 
Objetivos traçados dentro dessas empresas são vistos como possibilidades de produzir mais e mais. 
No estudo de Marx, o mesmo faz uma crítica contundente da economia política do capitalismo em um dos seus livros chamado ‘’O Capital’’, a obra expõe vários conceitos econômicos completos, como mais-valia, capital constante e capital variável, análise sobre o salário, a acumulação primitiva. Em resumo, aborda todos os aspectos do modo de produção capitalista.
A mais valia é o roubo do tempo de trabalho do operário e existem dois tipos que se encaixam dentro do documentário: A absoluta e a relativa. Sendo, a mais-valia absoluta que fazem com que trabalhem inclusive fazendo horas extras sem remuneração, o que obviamente leva a um aumento de produção. 
E também a relativa, que se mostra quando é introduzida uma esteira rolante fazendo com que aumente a velocidade de produção, ou seja, através de novas, melhores tecnologias e técnicas de administração, o que expande a produção e o trabalho não pago. É a forma por excelência de exploração do capitalismo mais desenvolvido – o mundo atual, etc. 
Os funcionários se encontram totalmente ‘’apagados’’. Passam horas atrás de esteiras, repetindo inúmeras vezes o mesmo movimento em um único minuto. Um verdadeiro processo de robotização, onde não se pode pensar, falar, chorar, reclamar, ir ao banheiro, faltar quando é necessário, etc. 
Além da falta de segurança onde os trabalhadores se encontram rodeados por serras e facas, há uma sobrecarga horária exaustiva e com raras pausas. O documentário traz uma discussão não apenas acerca do ambiente laboral daqueles sujeitos, mas também de seus contextos sociais, políticos e econômicos. Fica muito claro que a saúde e o bem estar do trabalhador não recebe importância. O foco é voltado apenas para a produtividade, independente das condições precárias a que seus profissionais são sujeitos. 
Esses trabalhadores possuem certa consciência de que suas condições de trabalho fogem do que a legislação aponta, no entanto, um jogo de poder e hierarquia dentro das empresas fazem com que os mesmos não se manifestem e continuem presos nesse ciclo de trabalho que os lesiona cada dia mais levando-os ao adoecimento. 
Ainda assim, é necessário que os mesmos reivindiquem por condições dignas de trabalho e tratamento, assim como é importante que as empresas compreendam a importância do profissional em seu espaço e adote medidas para que evite que o seu ‘’recurso’’ seja ‘’massacrado’’. Podemos perceber neste documentário que as insatisfações de modo geral, geram o sofrimento psíquico nos trabalhadores dos frigoríficos através da produtividade excessiva como foco naquele ambiente.
Já em um filme chamado WIPLASH fizemos também a observação e uma análise crítica sobre a história de Andrew Newman, um jovem de 19 anos e estudante de música. O rapaz tinha uma grande ambição: se tornar um dos maiores bateristas de Jazz da história. 
Uma das primeiras cenas do filme mostra Andrew tocando bateria no conservatório de música onde estuda quando recebe a visita do rigoroso maestro Fletcher que está procurando músicos para sua banda e demonstra um singelo interesse na sua maneira de tocar. Em seguida o mestre lhe faz um convite para tocar em sua orquestra principal na melhor escola dos Estados Unidos em Shaffer onde é regida pelo mesmo, reconhecido tanto por sua capacidade como instrutor quanto por seus métodos terríveis. 
Não demorou muito e seus maiores pesadelos começaram. Chegando lá, vê que as coisas são muito mais difíceis do que imaginava: Fletcher é um baita de um carrasco, manipulador, agressivo, usa a tortura psicológica e algumas vezes até mesmo física para com seus músicos. 
Usando uma tática de ‘’aproximação’’, ele primeiro conversa com os novatos fingindo interesse em suas vidas pessoais fazendo perguntas de seus familiares, para fazer um jogo psicológico cruel e doentio quando eles erram. Algo que não é diferente com Neyman, que chega a chorar de nervosismo na bateria, no dia de seu primeiro ensaio. 
Entretanto, a convivênciacom o abusivo maestro fará Neyman transformar seu sonho em obsessão, fazendo de tudo para chegar a um novo nível como músico, mesmo que seus relacionamentos familiares e até mesmo sua saúde física e mental fique em risco. 
Por conta de todo estresse e pressão, Neyman começa a treinar em excesso chegando até a machucar sua mão. Nesse meio tempo, conheceu Nicole, uma garota que trabalhava nos cinemas e por quem ele tinha uma ‘’queda’’ e desde então começaram a sair. Após um tempo depois que entrou em Shaffer, Neyman irá se apresentar para uma competição, porém, desatento, perde a partitura de músicas do baterista principal, o que deixa o mestre Fletcher furioso. 
Por sorte, Neyman conhece a música principal, Wiplash, de cabeça, sem precisar de partitura. A partir desse momento, torna-se baterista principal da banda. 
Fletcher pega um novo baterista para sua banda, (que já havia tocado com Neyman anteriormente) e coloca novamente Neyman como substituto. O mesmo se irrita e vai tirar satisfação com o mestre, mas sem sucesso. 
Irritado com a vida e disposto a se dedicar 100% à sua banda, Neyman decide conversar para terminar com Nicole porque não terá tempo de dar atenção à ela e que a única coisa que ele se importa no momento é seguir seus sonhos. 
Além do filme tratar a motivação de uma pessoa em alcançar a perfeição, acaba também abordando os perigos da obsessão, e o quanto auto cobrança e pressão podem ser destrutivos. Isso fica óbvio em determinado momento quando Fletcher recebeu a informação de que um ex aluno havia cometido suicídio. 
Em seguida, mostra sua música emocionante a todos e após o termino pede para que comecem a tocar as músicas mas se irrita por nenhum dos três bateristas conseguirem o tom certo e por depois de mais de duas horas, Neyman consegue e o mestre o faz ficar tocando insistentemente até que suas mãos começam a sangrar. 
Graças ao seu esforço, ganha novamente o lugar de baterista principal. No dia seguinte, inúmeras coisas começam a dar errado para Neyman: o pneu do ônibus em que estava fura e ele vai correndo até uma loja onde alugam carros, e aluga o primeiro que vê pela frente; quando Neyman finalmente consegue chegar ao local combinado, percebeu que esqueceu suas baquetas na loja de aluguel de carros e volta para pegar, mas na hora de retornar, sofre um acidente: um caminhão bate em seu carro. 
Saiu-se do carro machucado, e ainda consegue andar por dois quarteirões até chegar lá. Chegando com a cabeça ensanguentada e terrivelmente machucado começa a tocar. Infelizmente, Neyman perde as forças e no meio da música ele para de tocá-la. Fletcher extremamente inconformado, diz que Neyman está fora da banda e então, ele retruca e parte para cima de seu instrutor e tem se ser tirado à força. Podemos ver o desenvolvimento de Neyman não apenas como músico, mas como pessoa. Sua obsessão cega em se tornar perfeito o transforma completamente, e é aí que Fletcher percebe que aquele Neyman ‘’compreensível’’ foi embora. Começa um duelo entre aluno e professor, onde o garoto simplesmente já não cai mais em suas agressões psicológicas e o encara de igual para igual. 
Neyman então, é claro, é expulso de Shaffer. O jovem, então, arruma um emprego e, por um tempo, para de tocar bateria. Pouco tempo depois, se depara com um aviso dizendo que Fletcher está tocando com uma nova banda e vai atrás para verificar. Fletcher, é claro, age como se nada tivesse acontecido, conta que foi mandado embora de Shaffer e até convida Neyman para tocar em uma nova banda que ele está ensaiando, além de ainda dar alguns conselhos sobre a vida na música. 
O que Neyman não sabia, porém, que essa era uma armadilha: ao chegarem no palco, Fletcher conta para ele que ele sabe quem denunciou e diz que eles tocarão uma música completamente desconhecida para Neyman. 
Ele fica completamente paralisado e, após um tempo, tenta tocar alguma coisa, mas não consegue encontrar o tom. Quando termina a música, Fletcher diz que ele não é tão bom assim, e ele levanta e vai embora. Abraçou seu pai, resistiu, voltou ao palco e fez o seu excepcional: sentouse e começou a tocar uma das músicas que conhece, pediu para que a banda o acompanhasse e finalizou com um solo de bateria incrível surpreendendo e conquistando inclusive Fletcher, encerrando assim o filme. 
A trajetória dele mostra o quão exaustivo é correr atrás do que se deseja. Este filme pondera o quanto nos disporemos a correr atrás do que acreditamos, do quanto se está disposto a absorver as tensões que nos rasgam de dentro para fora. Com este filme, podemos perceber que o sujeito obtinha fraturas expostas em seu corpo geradas pelos esforços, diferentemente do documentário citado acima sobre o desencadeamento de sofrimentos mentais. Ou seja, apesar de algumas ameaças psicológicas, o garoto conseguiu superar, porém, o trabalho/sonho desejado passou a desencadear ferimentos físicos. 
Além do primeiro artigo apresentado no início da discussão, documentário e filme discutido em sala de aula, cito aqui o segundo artigo que utilizamos bem como mais uma ferramenta para compreender o sofrimento psíquico ocasionado pelo ambiente de trabalho nas corporações. ‘’ A psicologia na área da saúde do trabalhador’’ intenta analisar a área de atuação do profissional diante do cenário das atividades que lesionam a saúde mental do empregador, e também alguns aspectos históricos e conceituais no âmbito da saúde pública.
Assim como os demais profissionais nos ambientes de trabalho, o psicólogo tem um papel importante e fundamental em contribuir para a identificação de problemas de saúde e de outros problemas relacionados ao trabalho, proporcionando com isso uma contribuição para a qualidade de vida no trabalho. A área de atuação à saúde dos trabalhadores insere-se no campo das práticas em saúde coletiva, e o psicólogo poderá deparar-se com as questões do processo saúde-doença em sua relação com o trabalho, independentemente do lugar em que esteja atuando.
Nessa perspectiva, a implementação das ações de saúde do trabalhador nos serviços de saúde, a começar pela prevenção, dependem diretamente do estabelecimento do nexo causal entre o trabalho/doença e do registro desses casos. A revisão da abordagem médico-científica, com ênfase nos fenômenos biológicos e uma visão mecanicista do adoecer, que não previa intervenções nos processos produtivos, foi modificada e ampliou os conhecimentos sobre a relação entre saúde e trabalho, privilegiando o olhar sobre o trabalhador.
Para compreender o adoecer e o sofrer dos trabalhadores faz-se necessário considerar a subjetividade do indivíduo, ou seja, o conjunto de valores e significados que os sujeitos atribuem a determinadas situações em um contexto social e crenças.
Torna-se evidente também a necessidade da participação dos trabalhadores nas ações voltadas para a proteção e a promoção da saúde como sujeitos capazes de contribuir com o seu conhecimento para o avanço da compreensão do impacto do trabalho sobre o processo saúde-doença e de intervir para transformar a realidade. Nesse contexto, cabe à Psicologia contribuir com um olhar para cada sujeito, considerando sujeito de um coletivo, resgatar o conhecimento e valorizar a subjetividade dos trabalhadores, para compreender melhor suas práticas de trabalho (SELLIGMANN-SILVA, 1994; SILVA FILHO, 1997).
Propõe-se uma nova forma de compreensão das relações entre trabalho e saúde, novas práticas de atenção à saúde dos trabalhadores e de intervenção nos ambientes de trabalho. É preciso que medidas preventivas sejam tomadas para se evitar os adoecimentos nos ambientes de trabalho, tal como medidas de promoção e prevenção. A evolução dos conceitos e práticas relacionados à área da saúde dos trabalhadores repercutiu na perspectiva do trabalho do psicólogo tanto no âmbito público, no sistema de saúde, quanto privado, nas organizações/empresas.
O cenário de redemocratização no Brasil, novos paradigmas, discussões acerca de um processo de constituição do SUS, da trajetória daspolíticas de saúde, da conformação do sistema de saúde no Brasil e a mobilização do movimento sindical estabeleceram os princípios e diretrizes que conformam essa área. 
A partir de alguns exemplos, podemos analisar a categoria do trabalho como fator de risco para o desenvolvimento dos transtornos mentais e do comportamento (Ministério da saúde, 2001): 
- O trabalho pode ser causa necessária para o adoecimento devido a exposição de substâncias tóxicas. 
- O trabalho como provocador de um distúrbio latente ou agravador de doença já estabelecida como por exemplo no uso crônico e continuado de bebidas alcoólicas.
- O trabalho pode ser fator contributivo, mas não necessário. A vivência de esgotamento profissional em um contexto de estresse laboral prolongado, ritmo de trabalho penoso e ambientes que passam por transformações organizacionais, pode levar à exaustão emocional desencadeando a síndrome de burnout ou de esgotamento profissional, na qual o trabalho pode ser considerado fator de risco no conjunto de fatores de risco associados a etiologia da doença. 
Conclui-se, com base nessas informações, que é preciso um constante trabalho de investigação para se evitar a demanda do adoecimento no trabalho bem como da causalidade dos acidentes de trabalho, é preciso, na área de saúde do trabalhador ter um olhar sobre o ser humano na relação com a sua atividade. 
O psicólogo, além de outros profissionais da área da saúde, através sua escuta, apresenta condições de ouvir o trabalhador falar sobre as suas práticas, seus sentimentos em relação ao trabalho como um todo, as reações de seu corpo referentes ao trabalho e fora dele. Mas somente ao psicólogo, é atribuída a formação de ‘’escutar o que não é dito’’. A ausência de qualidade de vida no trabalho pode trazer ao indivíduo uma série de consequências como: o aumento de comportamentos como absenteísmo, alcoolismo, diminuição da produtividade, depressão, entre outros. 
É possível dizer que a saúde não é apenas atuar sobre o controle de doenças e propiciar uma maior expectativa de vida do profissional que adoece, mas visa preservar a integridade física, mental e social do ser humano. A qualidade de vida é a sensação de bem estar do indivíduo, quando proporcionado pela satisfação de condições objetivas (trabalho, renda, moradia) e também de condições subjetivas (segurança, afeto, reconhecimento).
Diante de todos estes cenários de sofrimento no mundo do trabalho, o papel do psicólogo nas organizações frente esses possíveis danos é a prevenção e promoção da saúde dos 20 colaboradores que fazem parte de uma organização. Para tanto, é necessário compreender o cenário atual das organizações, buscando compreender o trabalho de forma saudável tanto para o empregador como para a empresa, oferecendo condições de trabalho benéficas que gerem prazer ao ser humano, caso contrário o trabalhador pode adoecer, inclusive desenvolvendo uma doença psicossomática.
O trabalho do psicólogo nas organizações pode ser um grande diferencial quando o foco é a qualidade de vida no trabalho, pois através de seu conhecimento aliado ao de outros profissionais é possível desenvolver organizações produtivas e saudáveis, com foco tanto na humanização das relações de trabalho como nos resultados. Assim, promover uma melhora do contexto profissional, a partir de um ambiente acolhedor que possibilite o desenvolvimento do empregador, a satisfação e saúde no trabalho poderão ser potencializados. 
Portanto, é importante a compreensão das doenças psicossomáticas e o reconhecimento do adoecimento que o trabalho pode causar no empregador para que sejam possíveis estratégias de intervenção tanto para a promoção da saúde bem como para prevenção do adoecimento. 
O psicólogo que propiciar qualidade de trabalho na gestão em saúde deve se utilizar de ferramentas que regem a gestão de pessoas, a fim de evidenciar dentro do contexto laboral o conhecimento positivo e negativo do perfil de cada colaborador, podendo assim, auxiliar na procura de melhorias para o indivíduo como capital humano da organização, e também para a equipe como um todo. Podendo também propiciar as suas equipes oportunidades de escutas em grupo, ou outras ferramentas que a gestão de pessoas oferece a profissionais da psicologia que voltam seu trabalho para a gestão.
Considerações Finais
Com esta etapa de estágio concluída, considera-se um grande êxito, pois uma nova carga de conhecimento foi adquirida.
Do ponto de vista acadêmico, é de fundamental importância enfatizar a atuação do profissional no âmbito da saúde mental do trabalhador nas organizações, tendo como principal objetivo a emancipação e autonomia do indivíduo no acesso aos seus direitos além da promoção do bem estar e saúde psíquica. 
A qualidade de vida no trabalho, é sem dúvida uma grande preocupação que vem crescendo a cada dia no ambiente corporativo, fazendo com que empresas se mantenham com alto índice de desempenho. Essas considerações se propuseram descrever a importância de como as ações sobre qualidade de vida no ambiente profissional podem acarretar melhorias no lado profissional e pessoal dos colaboradores. 
Do ponto de vista social, a dissertação pode contribuir para a socialização e a reformulação de estratégias de intervenção do psicólogo do trabalho em prol da qualidade de vida e do bem-estar dos trabalhadores, ampliando e consolidando os espaços de atuação dos profissionais no campo de atenção à saúde do trabalhador. 
Espero que esse trabalho possa contribuir para futuros estudos e ações voltadas para que o cenário desta instituição seja de, maior satisfação, motivação, valorização, gerador de bem-estar, trazendo impacto positivo, tanto para a organização como para os colaboradores da mesma.
A luta contra esse tabu está apenas começando. O primeiro passo é termos consciência de que é fundamental dar a devida importância para a saúde mental no ambiente profissional. Além do bem-estar dos funcionários, tem grandes impactos na produtividade e consequentemente nos resultados da empresa.
Referências Bibliográficas 
Edward Goulart Jr., Luiz Carlos Caneo, Maria Cristina F. Lunardelli, (2006). Contribuições do Psicólogo para a Promoção da Saúde, Qualidade de Vida do Trabalhador e Desenvolvimento das Organizações. 
JUNHO, Yago Euzébio Bueno de Paiva, O tempo nosso de cada dia roubado. Revista sociologia, n 56 , 2015. 
SATO,Leny.Psicologia,saúde e trabalho:distintas construções dos objetos “trabalho” e “organizações”. In. Psicologia e saúde: um campo em construção [S.I:s.n.], 2003. 
WHIPLASH: Em busca da perfeição. Direção: Damien Chazelle. Produção: David Lancaster. USA (US): Sony Pictures Classics, 2014. Título Original: Whiplash.
Anexos
Relatórios Semanais
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Apresentação da proposta de estágio e formas de trabalho.
	Data: 24/08/2018
Descrição da Atividade Realizada: 
Apresentação propostas/Divisão Grupos entre os supervisores/Normas e proposta ementa estágio básico. Tivemos uma breve apresentação com a professora Eliani que explicou o que seria estudado durante o semestre referente a saúde mental do trabalhador nas corporações. A mesma trouxe alguns relatos cotidianos mostrando como as empresas funcionam, como se dá a relação entre o empregador e o empregado e também os inúmeros casos de exploração que existem nas organizações. Salientou alguns pontos que veremos na próxima aula após a leitura do artigo da Leny Sato que ela nos enviará por e-mail.
Impressões pessoais do estagiário: 
Ainda que o tema seja pouco comentado talvez por alguns estigmas,acredito que hoje em dia é um grande desafio para os psicólogos enfrentarem, até porque deve haver o equilíbrio entre o lucro da organização e o bem estar físico e mental do colaborador.
São Paulo, 23 de Setembro de 2018.
				
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Dinâmica de grupo e término da discussão do artigo da Leny Sato.
	Data: 14/09/2018
Descrição da Atividade Realizada: 
Foi aplicada em sala de aula uma dinâmica onde os alunos tinham que executar a tarefa com uma bola (pequena) seguindo as regras, no menor tempo possível. Tendo como objetivo passar a bola um para o outro na sequência definida, passando pelas mãos de todos e terminando na mão de quem começou. Após tentativas em um curto espaço de tempo para realizar o que se pedia, foi feita uma pausa na dinâmica para que todos conversem entre si planejando a melhor maneira de solucionar o ‘’problema’’ que veio a surgir (tempo). Após o planejamento puderam atingir o objetivo principal: Realizar a tarefa em alguns segundos, podendo assim mostrar a importância da melhoria contínua. 
Impressões pessoais do estagiário: Ausente.
São Paulo, 19 de Setembro de 2018.
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203 
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Discussão do texto ‘’O tempo nosso de cada dia roubado’’ e orientações gerais sobre a documentação de estágio.
	Data: 21/09/2018
Descrição da Atividade Realizada: 
Começamos a discussão do texto com a separação de alguns temas do artigo ‘’O tempo nosso de cada dia roubado’’ escrito em um papel pela professora. Conforme os alunos chegavam, a mesma entregaria para que fizéssemos comentários em duplas e em seguida realizar a discussão em sala de aula expondo principais pontos referente ao tema. A primeira dupla abordou a questão sobre o tempo. Podemos dizer que a técnica superou a capacidade física do ser humano. Com isso, temos diversas atividades para realizar ao mesmo tempo. Não há mais o espaço de ler jornal, acessar e-mails, tomar café e ver o computador por exemplo, tudo isso é feito ao mesmo tempo. No ambiente de trabalho, o tempo é contado, cumprimento de metas e efetividade já deixou de ser para agora e se tornou para ontem. Cada vez mais temos menos tempo para o descanso/lazer com a família e tempo longo para chegar ao trabalho como diz no próprio texto. Cabe apenas a cada um de nós definir como prioridade o pouco tempo que temos para finalmente descansar uma mente totalmente agitada que o próprio trabalho proporciona de graça. 
A segunda dupla abordou a questão sobre o trabalho em diferentes contextos. Iniciaram a discussão comentando sobre a exploração de um trabalhador rural, que é mantido em condições análogas à escravidão. 
Por muitas vezes submetidos a longas jornadas de trabalho em troca de salários insignificantes, além de não ter os seus direitos trabalhistas respeitados tornando-se uma mão de obra barata se encaixando nos dois tipos de mais-valia no estudo de Marx, que seria a absoluta e a relativa. A mais-valia absoluta ocorre quando aumenta a jornada de trabalho sem aumentar proporcionalmente, o salário. Já a mais-valia relativa é quando a tecnologia substitui a mão de obra. 
Neste encontro, também foi feita uma breve explicação sobre os documentos que devemos entregar no relatório final do nosso estágio.
Impressões pessoais do estagiário: 
Discussão enriquecedora em sala de aula, temos liberdade de explorar temas voltados a saúde mental relacionada ao trabalho com o nosso meio social além de adquirir e absorver conhecimentos de extrema importância atualmente. 
São Paulo, 05 de Outubro de 2018.
			
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A 
	Ênfase: ( X ) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Evento externo (Instituto de Psiquiatria HCFMUSP)
	Data: 28/09/2018
Descrição da Atividade Realizada: 
Tivemos a oportunidade de assistir palestras com profissionais e especialistas da própria instituição à disposição da sociedade para prestar informações atuais, corretas e com base científica. 
Amor e ciúmes – Drª. Monica (psiquiatra)
Iniciamos a palestra com uma problematização: ‘’Problemas no relacionamento amoroso’’, na mesma existe;
- Amor Patológico;
- Dependência do vínculo amoroso;
- Mada;
- Ciúme excessivo/obsessivo.
O amor patológico é uma doença que causa dependência como se fosse uma droga, só que no caso, a droga não é um produto químico ou álcool, é o parceiro ou a parceira. ‘’Chega a um ponto que o amor fica obcecado e a pessoa deixa a sua vida para viver a do outro ou não permite que o seu companheiro tenha vida própria’’, tornando assim a dependência do vínculo amoroso. 
Segundo dados Sócio Demográficos, a doença atinge 75% das mulheres entre 40 anos de idade, mas, existindo também uma pouca porcentagem de homens que sofrem desse mal da mesma forma.
Tivemos o conhecimento de um programa chamado MADA (Mulheres que amam demais anônimas), é um programa de recuperação para mulheres que têm como objetivo se recuperar da dependência de relacionamentos destrutivos, aprendendo a se relacionar de forma saudável consigo mesma e com os outros. O grupo foi criado baseado no livro ‘’Mulheres que Amam Demais’’, de 1985, da autora Robin Norwood (psicóloga e terapeuta familiar).
Teoria do Apego – (Bowby, 1969)
Características inatas, 3 tipos básicos:
- Apego Seguro (Consciência na disponibilidade afetiva);
- Parental (Confiança e segurança);
- Evitativo (Constante rejeição, falta de confiança, ‘’evita estar na mão de um indivíduo’’).
Neuroimagem da Paixão
Sistema límbico é ativado onde a ‘’droga’’ atua, ou seja, quanto mais apaixonada, mais ativa e a dopamina ficaria num circuito de abstinência.
Neurobiologia da Paixão (Fisher, 2004)
Noradrenalina – excitação, ativação.
Serotonina – descontrole, obsessão.
Ocitocina – Influência do apego, contribui para a formação do vínculo (macho/fêmea, mãe/filho).
Sinais e Sintomas
- Necessidade extrema de controle das atividades e pensamentos do parceiro;
- Insatisfação e insegurança;
- Idealização do relacionamento.
Diagnóstico Psiquiátrico
- Depressão		48%;
- Ansiedade 		42%;
- Ideação Suicida 	28%
Assim como o amor, o ciúme é um sentimento que está presente em qualquer relacionamento. É um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos de algum tipo de ameaça à estabilidade ou qualidade de um relacionamento íntimo valorizado. 
Pode ocorrer também onde se existe uma relação afetiva intensa como por exemplo, entre pais e filhos, irmãos, amigos etc., e não somente na relação entre um homem e uma mulher. A Drª Monica cita 2 tipos de ciúmes, sendo eles: Ciúme normal, que Segundo Geraldo José Ballone (Médico psiquiatra e escritor), é transitório e tem como base, fatos, (ameaça real). Não limita as atividades do parceiro, nem interfere nelas – de quem sente ou é alvo de ciúme e tende a desaparecer diante das evidências. O maior desejo é preservar o relacionamento.
Já o ciúme excessivo (não psicótico) é um ‘’traço’’ frequente de outro quadro: o amor patológico, comcaracterísticas semelhantes à dependência química. Ele ocorre quando o comportamento saudável de atenção e cuidado para com o parceiro, característico do amor, começa a ocorrer de maneira repetitiva e frequente. O indivíduo se ocupa do outro mais do que gostaria e abandona interesses e atividades que antes valorizava.
Características: Assim como o amor patológico, o ciúme excessivo compreende o medo intenso de perda, impulsividade, baixa autoestima, insegurança emocional, histórico de traumas na infância, desejo obsessivo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do outro, controlador, cercador da liberdade outro, suspeita influenciada e tende a fazer certas distorções constantes da realidade.
Impressões pessoais do estagiário: 
A palestra foi de extrema importância para trazer o conhecimento a quem acredita que principalmente o ciúme é uma prova de amor, nem sempre. Pelo contrário, o excesso de sentimentos pode fazer mal não somente entre os casais, mas sim em casa, no trabalho ou com as nossas amizades, já que o amor e o ciúme excessivo pode estar presente em nossas relações sociais. Mais do que ‘’simples’’ palestras, reflexões e muitos conhecimentos adquiridos tendo como principal objetivo combater o estigma e preconceito.
São Paulo, 28 de Setembro de 2018.
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Discussão sobre as palestras assistidas no HC e continuação do texto ‘’O tempo nosso de cada dia roubado’’.
	Data: 05/10/2018
Descrição da Atividade Realizada: 
Neste encontro, foi realizada uma discussão sobre as diversas palestras assistidas no HC. Também demos uma breve continuidade na discussão do texto ‘’O tempo nosso de cada dia roubado’’ com as duplas que estavam com o papel do tema sorteado para fazer comentários a respeito.
Impressões pessoais do estagiário: 
Muito interessante a exposição dos meus colegas de classe sobre as mais variadas palestras que tiveram a oportunidade assistir. Assim, tivemos o conhecimento de outros temas que não conseguimos presenciar.
São Paulo, 28 de Novembro de 2018.
			
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Término da discussão do texto ‘’O tempo nosso de cada dia roubado’’ e Documentário ‘’Carne e Osso’’ da Globonews – relacionados às condições físicas do trabalho.
	Data: 19/10/2018
Descrição da Atividade Realizada: 
Tivemos em sala de aula a continuação/término da discussão sobre os textos que estamos estudando neste estágio.
Impressões pessoais do estagiário: 
Neste dia abrimos mais uma discussão para que pudéssemos entender o adoecimento mental em decorrência do trabalho como principal motivo ocasionado. Podemos observar que na atualidade têm aumentado o número de trabalhadores que adoecem mentalmente devido ao estresse excessivo ou até mesmo pela pressão que é dada pelos superiores. É um grande dilema conseguir estabelecer um nexo causal que consiga provar que o sujeito adoeceu por conta de suas atividades desenvolvidas no ambiente corporativo. Além de ser prejudicial ao indivíduo, porque além de adoecer e precisar se afastar é necessário provar que adoeceu por conta de sua função, na maioria das vezes a empresa acaba optando o desligamento do empregado por precisar ficar muito tempo afastado.
São Paulo, 22 de Outubro de 2018.
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Dinâmica das vendas – relacionados à organização do trabalho e discussão do filme Wiplash.
	Data: 26/10/2018
Descrição da Atividade Realizada:
De início fizemos uma breve discussão sobre o filme Wiplash destacando as partes que mais nos impressionaram, podendo assim, relacionar com a dinâmica que foi aplicada em seguida. A dinâmica realizada em sala de aula iniciava-se em grupos de três pessoas compostos por um executador de tarefa (‘’operário’’) onde ele deveria montar um desenho/palavra usando palitos de fósforos com os olhos vendados sob a orientação verbal de um instrutor (‘’líder’’) que deverá orientar o operativo-cego na construção de uma ‘’fogueira’’ (quatro palitos empilhados sobre outros quatro, cruzados e assim, sucessivamente até terem se esgotado os palitos ou o tempo de execução).
Um observador que garantiria que tudo estava sendo feito dentro das regras e que, caso contrário, eles deveriam reiniciar a atividade. Pelo mesmo, é feito uma análise de tudo que está sendo executado, tanto na relação entre operário e o líder quanto nos resultados atingidos. Cada grupo teve 3 minutos para finalizar a atividade demandada, em seguida, trocavam-se os papéis. Aquele que era observador passa a ser operário, o líder observador e vice versa até passarem por todas as funções repetindo os procedimentos. O trio que finalizar a tarefa antes mesmo dos 3 minutos irão apenas observar os que ainda não terminaram.
Ao final, é realizada uma discussão em que os participantes respondem perguntas como:
- Quais as dificuldades encontradas?
- Com qual papel vocês mais se identificaram?
- Quais aspectos da comunicação influenciaram na realização da atividade? O que facilitou e dificultou?
- Como nos sentimos enquanto operários/líder/observador?
Na medida em que todos expressem os seus sentimentos, encerramos a atividade questionando sobre: quais as atitudes que cada um pode tomar para se tornar um líder melhor?
E assim exploramos o desenvolvimento da dinâmica como um todo.
Impressões pessoais do estagiário:
Essa dinâmica é fundamental para que se coloque no lugar da sua equipe. Após isso, o gestor irá pensar duas vezes antes de simplesmente jogar demandas no colo dos colaboradores sem entender a lista de atividades, prioridades e a mão de obra. É importante dizer que as falhas na comunicação podem resultar na desmotivação de uma equipe, em alto índice de retrabalho, baixo desempenho e, consequentemente, alguns prejuízos.
São Paulo, 08 de Novembro de 2018.
			
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Orientações Gerais sobre entrega do Relatório final do estágio.
	Data: 09/11/2018
Descrição da Atividade Realizada: 
No presente dia, a professora Elaini dedicou a aula para nos dar orientações sobre como desenvolver o trabalho final do estágio dando espaço para opinarmos e assim tirar possíveis dúvidas sobre.
Impressões pessoais do estagiário: 
Ótima professora/orientadora. Apesar da complexidade do trabalho, é enriquecedor todo o conteúdo do estágio que absorvi ao longo desse semestre.
São Paulo, 21 de Novembro de 2018.			
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X)Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4° A
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Discussão do texto ‘’A psicologia na saúde do trabalhador’’.
	Data: 23/11/2018
Descrição da Atividade Realizada:
O artigo escrito tem como objetivo contribuir com o debate acerca da prática profissional do psicólogo na área da saúde do empregador. Assim como os demais profissionais nos ambientes de trabalho, o psicólogo tem um papel importante e fundamental em contribuir para a identificação de problemas de saúde e de outros problemas relacionados ao trabalho, proporcionando com isso uma contribuição para a qualidade de vida no trabalho.  A área de atuação à saúde dos trabalhadores insere-se no campo das práticas em saúde coletiva, e o psicólogo poderá deparar-se com as questões do processo saúde-doença em sua relação com o trabalho, independentemente do lugar em que esteja atuando. 
 Impressões pessoais do estagiário: 
Com base nessas informações, que é preciso um constante trabalho de investigação para se evitar a demanda do adoecimento no trabalho bem como da causalidade dos acidentes de trabalho, é preciso, na área de saúde do trabalhador ter um olhar sobre o ser humano na relação com a sua atividade. Ótimo debate em sala de aula.
São Paulo, 28 de Novembro de 2018.
			
	Estagiário/a: Letícia Cardoso
	R.A.: 3017100203
	Estágio: ( ) EBI ( ) EBII ( ) EBIII (X) Psicologia Social (Módulo)
	Turma: 4º A 
	Ênfase: (X) Psicologia Social
	Título do Estágio: Psicologia Social com foco na Saúde Mental Relacionada ao Trabalho.
	Supervisor/a: Profa. Elaini Cristina Doratiotto
	CRP: 06/59936
	Etapa do Projeto: Correção de fichas de estágio e Relatório final do estágio.
	Data: 30/11/2018
Descrição da Atividade Realizada: 
Nesta etapa final, a prof.ª Elaini fez a correção de todas as fichas do relatório semanal e também tirou possíveis dúvidas sobre o trabalho final do estágio.
Impressões pessoais do estagiário: 
O estágio ficou com ar de ‘’quero mais’’, muito bom.
São Paulo, 01 de Dezembro de 2018.
Nome: Letícia Cardoso		RA:3017100203
FICHAMENTO
‘’ O tempo nosso de cada dia roubado ‘’
O artigo escrito pelo Yago Euzébio Bueno de Paiva Junho é a referência sobre o modo do sistema político e econômico do trabalho nos meados do século XIX e XX até os tempos atuais. Mostrando a visão antes e depois da I Guerra mundial, visualizando o cotidiano, mudanças, adequações com o passar dos anos e fatos, reajustando para melhoria do trabalho para o empregador e empregado. Colocando em ênfase, a forma prejudicial do trabalho na vida das pessoas onde ocorriam dois tipos de valias, a relativa e absoluta. 
O autor Yago mencionou o estudo do Marx ‘’O Capital’’, que hoje é considerado o marco do pensamento socialista marxista e as adequações que Frederick W. Taylor se propôs na fragmentação as atividades de trabalho. Hoje em dia estamos escravos da indústria ideológica, onde cresce ainda mais a pressão gerando a depressão. Escravos do sistema capitalista em todos os aspectos. Enfatizou no seu artigo que o ser humano perdeu a sua essência, princípios morais e sociais. Ou seja, mostra que o ser humano se desgasta muito, mas não só fisicamente e sim com maior intensidade na energia mental em seus trabalhos árduos. 
No texto é citado sobre as organizações, as primeiras lutas foram pela proibição de crianças com menos de dez anos trabalhando pelas indústrias/fábricas e pelo estabelecimento de uma jornada de trabalho de dez horas. Na época ainda não existia a preocupação com a qualidade do trabalho e com a saúde. Em seguida, também é abordado sobre o Taylorismo que é uma concepção de produção baseada em um método científico de organização do trabalho. Com essa organização científica, sua rigidez de funções, individualizou os trabalhadores na linha de produção, sendo fragmentada e funções cronometradas fazendo a separação do trabalho intelectual do manual. 
O trabalhador se ‘’transforma’’ em uma máquina programada para a realização de uma só tarefa, ou seja uma função específica no sistema industrial segundo os princípios da administração por Frederick W. Taylor engenheiro norte-americano (1856-1915), a organização foi hierarquizada, sistematizada e o tempo de produção passou a ser cronometrado. 
Segundo Christopher Dejours, o trabalhador vale-se da ideologia defensiva, que é um mecanismo que anda de mãos dadas ao sentimento coletivo da vergonha. Em meio à miséria operária, estar doente é como se fosse um sinônimo de vagabundagem/corpo mole, esconde-se a doença e o sofrimento até o limite possível. Doença significa tempo longe de fábrica e isso afeta o bolso do operário. Era preciso se defender até da doença para manter a sobrevivência. 
Um aspecto significativo: a constante relação dos trabalhadores com o sofrimento. Uma das causas da depressão, oriunda da insatisfação com o trabalho, é o fato de que o trabalhador tem pouquíssima liberdade para improvisar e se libertar das amarras do que foi preestabelecido. O tempo no trabalho que não serve para atingir as aspirações pessoais. Fica o sentimento de inutilidade. Finda a motivação, sucumbe o desejo, forçando ao limite seu trágico desinteresse. Para completar, as horas fora da fábrica não aliviam se quer o sentimento de fracasso.
Ludovico Silva diz que o problema não é a pressão, pois a todo instante sofremos todo instante em nossas vidas, a questão é que está cada vez mais difícil recarregar nossas energias, o lazer, o descanso estão se tornando um prolongamento do trabalho. Mostrou sua relevância do assunto onde ele argumenta a pressão que a mais-valia não se encontra somente em ambientes de trabalho e sim no cotidiano identificando-se valia ideológica como alienação de massas, usadas essas, nos meios de lazer pela grande massa, identificando que cada ser precisa ter amadurecimento de sua essência, para não ser escravo da valia ideológica e ter sua própria ideologia, discutida no artigo pelo pensador venezuelano Ludovico Silva. 
Também explicita fortes críticas ao taylorismo, através de sua teoria “Organização Científica do Trabalho’’. Segundo Dejours, o taylorismo é responsável por uma tripla divisão: divisão do modo operatório, divisão do organismo entre órgãos de concepção intelectual, enfim, divisão dos homens, compartimentados pela nova hierarquia (contra mestres, chefes de equipe...).
O taylorismo não é apenas uma realidade do século XX, mas ainda se encontra presente em muitas empresas. Mesmo pregando uma administração participativa e realização pessoal há o abuso constantemente com o que chamamos hoje de sobrecarga de trabalho ou situações de “mobbing” ou “bullying” sobre seus funcionários.
O Taylorismo enfatiza a eficiência operacional das tarefas realizadas, nas quais se busca extrair o melhor rendimento de cada funcionário. Frederick Taylor (1856-1915), desenvolveu um modelo de administração no qual a empresa é considerada sob olhar científico. Assim, com a análise dos processos produtivos, foi possível aperfeiçoar a capacidade de trabalho do operariado. O foco era economizar o máximo em termos de esforço produtivo. Devemos salientar que o Taylorismo não está preocupado com as inovações tecnológicas, mas sim com as possibilidades de controlar a linha de produção. Através de uma padronização continua, pelo estabelecimento de um sistema de supervisão e controle, o homem se transformou em uma peça da máquina. Entretanto foi isto que fez surgir condições de trabalho capazes de aumentar a produtividade e o lucro.
Com essa organização científica, as tarefas foram cronometradas fazendo a separação do trabalho intelectual do manual e garante à gerência, detentora do conhecimento geral da produção, o controle sobre os trabalhadores. Um dos princípios que oTaylorismo emprega é o fracionamento do trabalho na linha de montagem para singularizar as funções produtivas de cada trabalhador, diminuindo assim sua autonomia.
Christopher Dejours como médico psicanalista e psicossomático desenvolveu uma pesquisa buscando encontrar no ambiente de trabalho, a existência de psicopatologias. Vê o trabalho não como fundamentalmente enlouquecedor, mas como algo que pode levar o homem ao sofrimento psíquico, dependendo do ambiente de trabalho em que ele se encontra. Para ele, o trabalhador vale-se da ideologia defensiva, que é um mecanismo que anda de mãos dadas ao sentimento coletivo da vergonha.
 Em meio à miséria operária, estar doente é como se fosse um sinônimo de vagabundagem/corpo mole, esconde-se a doença e o sofrimento até o limite possível. Doença significa tempo longe de fábrica e isso afeta o bolso do operário. Era preciso se defender até da doença para manter a sobrevivência. Ou seja, o funcionário que não tem reconhecimento de seu trabalho árduo e maçante de seu superior passa a sofrer mentalmente, isso funcionava como uma estratégia de defesa que afetava apenas a ele mesmo. Exemplo: Negação da realidade em momentos desagradáveis. Durante esses momentos, a estratégia era fingir que algo não estava acontecendo (abstrair).
Um aspecto significativo: a constante relação dos trabalhadores com o sofrimento. Uma das causadas da depressão, oriunda da insatisfação com o trabalho é o fato de que o trabalhador tem pouquíssima liberdade para improvisar e se libertar das amarras do que foi preestabelecido.
 Dejours (1994) distingue dois tipos de sofrimento: o sofrimento criador e o sofrimento patogênico. Este último surge quando todas as possibilidades de transformação, aperfeiçoamento e gestão da forma de organizar o trabalho já foram tentadas, ou melhor, quando somente pressões fixas, rígidas, repetitivas e frustrantes, configuram uma sensação generalizada de incapacidade. Todavia, quando as ações no trabalho são criativas, possibilitam a modificação do sofrimento, contribuindo para uma estruturação positiva da identidade, aumentando a resistência da pessoa às várias formas de desequilíbrios psíquicos e corporais. Dessa forma, o trabalho pode ser o mediador entre a saúde e a doença e o sofrimento, criador ou patogênico.
Assim, prazer e sofrimento originam-se de uma dinâmica interna das situações e da organização do trabalho. São decorrências das atitudes e dos comportamentos franqueados pelo desenho organizacional, cuja tela de fundo constitui-se de relações subjetivas e de poder. Dejours deseja deixar claro que o objetivo da psicodinâmica do trabalho é o “sentido do trabalho”, ou seja, o seu significado para o sujeito, possibilitando seu crescimento pessoal e o reencontro com sua subjetividade (e criatividade), tão esquecida atualmente no modelo de organização da qual muitos de nós ainda fazemos parte.
Não se pode, entretanto, apontar para o capitalismo e dizer que ele é o responsável pelo sofrimento psíquico no ambiente de trabalho, ou dar ênfase ao socialismo/populismo, que também não se apresentam como modelos exemplares. Por isso, Christopher faz essas críticas, pesquisando diretamente no meio das empresas, procurando encontrar não em si mesma as psicopatologias, mas sim, entender como os trabalhadores conseguem manter um equilíbrio psíquico e manter-se na normalidade, isto é, saudáveis. Para Dejours o sofrimento varia de acordo com a política administrativa de cada empresa, quando o trabalhador é privado da possibilidade de adaptar o seu trabalho às suas necessidades físicas e psicológicas, abre-se a guarda para que o sofrimento se instaure.
"[...] A vivência depressiva condensa de alguma maneira os sentimentos de indignidade, de inutilidade e de desqualificação, ampliando-os. Esta depressão é dominada pelo cansaço. [...] Executar uma tarefa sem investimento material ou afetivo exige a produção de esforço e de vontade, em outras circunstâncias suportadas como um jogo de motivação e do desejo. A vivência depressiva alimenta-se da sensação de adormecimento intelectual, de anquilose mental, de paralisia da imaginação e marca o triunfo do condicionamento ao comportamento produtivo" (DEJOURS, 1992, p. 49).
Por fim, o artigo fala sobre a poranduba, que é uma prática dos índios brasileiros, na qual eles se reuniam no final da tarde para narrar os feitos do dia com conversas, brincadeiras e lazer, como se fosse um Happy hour. Vale ressaltar que focamos apenas no trabalho e acabamos esquecendo ou deixando de lado outras dimensões da existência, que devem coabitar com as obrigações e
responsabilidades cotidianas. Cada vez mais o diálogo se torna mínimo e não nos damos conta da importância e a falta que isso faz. 
Referências
JUNIOR, Yago Euzébio de Paiva. O tempo nosso de cada dia roubado. Sociologia ciências e vida. São Paulo, Editora Escala, edição 56, janeiro de 2015.
Nome: Letícia Cardoso		RA: 3017100203
Resenha Crítica – ‘’ Carne e Osso’’
O documentário ‘’Carne e osso’’ conta a realidade dos indivíduos que trabalham nos frigoríficos de manipulação de carnes e do alto desgaste físico e mental desenvolvido através do trabalho massivo em que são submetidos. No decorrer do documentário, os trabalhadores relatam experiências dolorosas ligadas ao ambiente de trabalho, enquanto alguns especialistas contam um pouco mais sobre a realidade absurda relacionada ao sistema de produção e o trabalho como um todo. As palavras dos trabalhadores atravessam uma realidade pautada em problemas estruturais, a falta de consideração em relação ao descanso, a falta de cuidado e atenção com cada um deles. 
O trabalho se torna meramente um lugar onde só é possível estar pelo fato de que é extremamente preciso e necessário. Muitos profissionais deste campo não possuem boas condições de vida e necessitam do emprego para que possam sustentar a si e as suas famílias. É relatada por uma médica durante o documentário como uma síndrome de sobrevivência, onde não se enxerga uma saída. Os relatos de sofrimento desses trabalhadores mostram suas necessidades de trabalharem nessas condições e que não tem outras opções, conforme conta um dos entrevistados ‘’não sei fazer outra coisa’’, além disso, se mostram culpados ou com vergonha por não conseguirem trabalhar devido ao seu estado de saúde. Saúde que na qual em inúmeras vezes foram afetadas pelo próprio ambiente que lhe é proporcionado.
Objetivos traçados dentro dessas empresas são vistos como possibilidades de produzir mais e mais. No estudo de Marx, o mesmo faz uma crítica contundente da economia política do capitalismo em um dos seus livros chamado ‘’O Capital’’, a obra expõe vários conceitos econômicos completos, como mais-valia, capital constante e capital variável, análise sobre o salário, a acumulação primitiva. Em resumo, aborda todos os aspectos do modo de produção capitalista. A mais valia é o roubo do tempo de trabalho do operário e existem dois tipos que se encaixam dentro do documentário: A absoluta e a relativa. Sendo, a mais-valia absoluta que fazem com que trabalhem inclusive fazendo horas extras sem remuneração, o que obviamente leva a um aumento de produção. 
E também a relativa, que se mostra quando é introduzida uma esteira rolante fazendo com que aumente a velocidade de produção, ou seja, através de novas, melhores tecnologias e técnicas de
administração, o que expande a produção e o trabalho não pago. É a forma por excelência de exploração do capitalismo mais desenvolvido – o mundo atual, etc. Uma estrutura hierárquica que apenas adoece e pensa em produção dentro de um ambiente complexo e extremamente agressivo. Todos indivíduos naquele ambiente sabem o quão adoecido ele é, entretanto, trabalhadores não conseguem e não podem reivindicar, aqueles que ocupam um lugar mais alto na hierarquia apenas tentam mascarar (algumas vezes, nem tentam) que se trata de um lugar saudável para trabalhar.
Isto podeser visto em momentos em que ocorrem as auditorias e a produção é reduzida, bem como é aumentado o número de funcionários no setor. Um ato que só mascara o real adoecimento que ali acontece. Os funcionários se encontram totalmente ‘’apagados’’. Passam horas atrás de esteiras, repetindo inúmeras vezes o mesmo movimento em um único minuto. Um verdadeiro processo de robotização, onde não se pode pensar, falar, chorar, reclamar, ir ao banheiro, faltar quando é necessário, etc.
Além da falta de segurança onde os trabalhadores se encontram rodeados por serras e facas, há uma sobrecarga horária exaustiva e com raras pausas. O documentário traz uma discussão não apenas acerca do ambiente laboral daqueles sujeitos, mas também de seus contextos sociais, políticos e econômicos. Fica muito claro que a saúde e o bem estar do trabalhador não recebe importância. O foco é voltado apenas para a produtividade, independente das condições precárias em que seus profissionais são assujeitados. 
Esses trabalhadores possuem certa consciência de que suas condições de trabalho fogem do que a legislação aponta, no entanto, um jogo de poder e hierarquia dentro das empresas fazem com que os mesmos não se manifestem e continuem presos nesse ciclo de trabalho que os lesiona cada dia mais levando-os ao adoecimento. Ainda assim, é necessário que os mesmos reivindiquem por condições dignas de trabalho e tratamento, assim como é importante que as empresas compreendam a importância do profissional em seu espaço e adote medidas para que evite que o seu ‘’recurso’’ seja ‘’massacrado’’.
Algumas opções para essa questão foram apontadas no documentário, são elas: rotação de tarefas, intervalos de descanso e diminuição do ritmo de produção assim como da jornada de trabalho diária. A saúde do profissional é de extrema importância para as empresas, uma vez que não havendo trabalhador, também não há produto. Diante do exposto fica a reflexão qual seria o papel do psicólogo nessa instituição? Penso que esse é um problema de interesse da sociedade,
não é só de um setor, no qual o Estado tem que se posicionar, não se pode fazer de forma tão vaga e impune em relação as ações em que levam ao adoecimento e a incapacidade de tantos trabalhadores. Basicamente, é conscientizar essas empresas para planejarem e projetar melhor essas tarefas, adequando as condições do trabalho nesses frigoríficos. 
A partir de experiências como essa, pensar uma prática do psicólogo organizacional e do trabalho que seja crítica, empática e que busca lutar contra o abuso físico e psicológico no ambiente de trabalho. O documentário traz uma discussão não apenas acerca do ambiente laboral daqueles sujeitos, mas também de seus contextos sociais, políticos e econômicos. 
O psicólogo organizacional deve ser um mediador dos fenômenos apresentados na instituição e após analisar, compreender e contextualizar as situações, compete a ele intervir nas relações entre o trabalhador e a empresa. Cabe a ele buscar a dignidade e a integridade do ser humano através de estratégias que possam reestabelecer a existência emancipatória do trabalhador. Entendo assim, que esse processo será marcado pelos conflitos e diálogos, uma vez que a ética do psicólogo social contrapõe com a ética do capitalismo, entretanto o objetivo é construir uma dialética em que ambos trabalhador/empresa sejam atendidos em suas necessidades.
Referências
JUNHO, Yago Euzébio Bueno de Paiva, O tempo nosso de cada dia roubado. Revista sociologia, n 56, 2015. 
CARNE E OSSO. Direção: Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. Roteiro e edição: Caio Cavechini. Fotografia: Lucas Barreto. Pesquisa: André Campos e Carlos Juliano Barros. Produção Executiva: Maurício Hashizume. Duração: 65 min. Realizações: Repórter Brasil, 2011.
Nome: Letícia Cardoso		RA: 3017100203
Resenha Crítica - ‘’Whiplash: Em busca da perfeição’’
O filme conta a história de Andrew Newman, um jovem de 19 anos e estudante de música com uma grande ambição: se tornar um dos maiores bateristas de Jazz da história. Para isso, ele conta com uma bolsa de estudos numa das mais conceituadas escolas de música do país e uma rotina árdua de estudo e prática em seu instrumento para se tornar o maior músico dessa geração.
Uma das primeiras cenas do filme mostra Andrew tocando bateria no conservatório de música onde estuda quando recebe a visita do rigoroso maestro Fletcher que está procurando músicos para sua banda e demonstra um singelo interesse na sua maneira de tocar. Então o convida para tocar em sua orquestra principal na melhor escola dos Estados Unidos em Shaffer onde é regida pelo mesmo, reconhecido tanto por sua capacidade como instrutor quanto por seus métodos terríveis.
Não demorou muito e seus maiores pesadelos começaram. Chegando lá, vê que as coisas são muito mais difíceis do que imaginava: Fletcher é um baita de um carrasco, manipulador, agressivo, usa a tortura psicológica e algumas vezes até mesmo física para com seus músicos. Usando uma tática de ‘’aproximação’’, ele primeiro conversa com os novatos fingindo interesse em suas vidas pessoais fazendo perguntas de seus familiares, para fazer um jogo psicológico cruel e doentio quando eles erram. Algo que não é diferente com Neyman, que chega a chorar de nervosismo na bateria, no dia de seu primeiro ensaio.
Entretanto, a convivência com o abusivo maestro fará Neyman transformar seu sonho em obsessão, fazendo de tudo para chegar a um novo nível como músico, mesmo que seus relacionamentos familiares e até mesmo sua saúde física e mental fique em risco.
Por conta de todo estresse e pressão, Neyman começa a treinar em excesso chegando até a machucar sua mão. Nesse meio tempo, conheceu Nicole, uma garota que trabalhava nos cinemas e por quem ele tinha uma ‘’queda’’ e desde então começaram a sair. Após um tempo depois que entrou em Shaffer, Neyman irá se apresentar para uma competição, porém, desatento, perde a partitura de músicas do baterista principal, o que deixa o mestre Fletcher furioso. 
Por sorte, Neyman conhece a música principal, Wiplash, de cabeça, sem precisar de partitura. A partir desse momento, torna-se baterista principal da banda.
Em um jantar com familiares, perguntam como que vai sua vida na banda e o que está fazendo, mas quando Neyman fala, não tem a atenção de seus pais e prestam atenção somente nos dois outros garotos, um jogador de futebol americano e um que fará um projeto com a ONU. Até que se irrita por não darem importância para o seu grande sonho e começa a discutir com seus familiares: ‘’Não me importo em ter amigos’’.
O que ele realmente quer é ficar marcado na história e menospreza a carreira dos dois meninos, também. Fletcher pega um novo baterista para sua banda, (que já havia tocado com Neyman anteriormente) e coloca novamente Neyman como substituto. O mesmo se irrita e vai tirar satisfação com o mestre, mas sem sucesso.
Irritado com a vida e disposto a se dedicar 100% à sua banda, Neyman decide conversar para terminar com Nicole porque não terá tempo de dar atenção à ela e que a única coisa que ele se importa no momento é seguir seus sonhos.
Além do filme tratar a motivação de uma pessoa em alcançar a perfeição, acaba também abordando os perigos da obsessão, e o quanto auto cobrança e pressão podem ser destrutivos. Isso fica óbvio em determinado momento quando Fletcher recebeu a informação de que um ex aluno havia cometido suicídio.
Em seguida, mostra sua música emocionante a todos e após o termino pede para que comecem a tocar as músicas mas se irrita por nenhum dos três bateristas conseguirem o tom certo e por depois de mais de duas horas, Neyman consegue e o mestre o faz ficar tocando insistentemente até que suas mãos começam a sangrar.
Graças ao seu esforço, ganha novamente o lugar de baterista principal. No dia seguinte, inúmeras coisas começam a dar errado para Neyman: o pneu do ônibus em que estava fura e ele vai correndo até uma loja