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Caso concreto 1:
Após a inauguração de um novo Estádio no Município X, feitos às pressas sob a justificativa de necessidade para ser utilizado durante um grande evento esportivo, o respectivo Prefeito, juntamente com o secretário de administração, resolvem liberar um terreno municipal próximo ao mencionado estádio para a empresa Parece Certo Ltda. a fim de que explore, por um período de 4 anos, serviços de estacionamento para veículos. Embora o mencionado evento esportivo apenas fosse acontecer um ano depois, resolveu o Prefeito acolher uma Resolução exarada pelo secretário de administração informando que em razão da urgência não havia necessidade de realização de licitação. Indignada, Amélia, com o pleno gozo dos seus direitos políticos, resolve contratar um advogado(a) buscando a adoção de medida judicial para conter o referido ato. Elabore a peça processual mais adequada à questão, considerando, ainda, que Amélia havia solicitado cópia do contrato de concessão, assim como da Resolução Administrativa, mas estas lhe foram negadas pelo Secretário. Considere, também, que a liberação do terreno municipal será efetivada nos próximos dias.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DO MUNICÍPIO X, ESTADO X.
AMÉLIA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portadora da cédula de identidade RG nº..., devidamente inscrito no CPF nº..., Título de Eleitor nº..., residente e domiciliada na..., Bairro..., Cidade..., Estado..., por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato incluso) com endereço profissional na..., Bairro..., Cidade..., Estado..., vem perante Vossa Excelência com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIII da Constituição Federal e na Lei 4717/65, propor
AÇÃO POPULAR 
COM PEDIDO LIMINAR
em face do MUNICÍPIO X, pessoa jurídica de direito público interno, com sede na..., Bairro..., Cidade..., Estado..., do PREFEITO DO MUNICÍPIO X, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., portador da cédula de identidade RG nº..., devidamente inscrito no CPF nº..., residente e domiciliado na..., Bairro..., Cidade..., Estado..., do SECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO, nacionalidade, estado civil, profissão..., portador da cédula de identidade RG nº..., devidamente inscrito no CPF nº..., residente e domiciliado na... Bairro..., Cidade... Estado..., e de pessoa jurídica de direito privado, PARECE CERTO LTDA., devidamente inscrita no CNPJ nº..., com sede na..., Bairro..., Cidade..., Estado..., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I – DOS FATOS
O Município X, ora primeiro réu, inaugurou um novo Estádio para ser utilizado durante um grande evento esportivo. Acontece que, embora o mencionado evento esportivo apenas fosse acontecer um ano depois, a inauguração do novo Estádio foi feita às pressas e, logo após este evento, o respectivo Prefeito, juntamente com o secretário de administração, respectivamente segundo réu e terceiro réu, resolveram liberar um terreno municipal próximo ao mencionado estádio para a pessoa jurídica Pare Certo Ltda., em caso, o quarto réu.
A liberação do terreno ocorreu para que a referida empresa viesse a explorar, por um período de 04 (quatro) anos, serviços de estacionamento para veículos. Vale consignar que os referidos acontecimentos se deram em virtude do Prefeito do Município acolher uma resolução exarada pelo Secretário de Administração, informando que, em razão da urgência, não havia necessidade de realização de licitação.
A autora requereu à administração pública cópia do contrato de concessão, assim como da Resolução Administrativa, mas estas lhe foram negadas pelo terceiro réu.
Tendo em vista que a liberação do terreno municipal será efetivada nos próximos dias, não resta alternativa à autora senão o ajuizamento da presente ação popular.
II – DO DIREITO
1. Hipótese de cabimento
O art. 5º, inciso LXXIII, da CRFB, admite a impetração da ação popular, por qualquer cidadão, visando anular ato lesivo ao patrimônio público ou se entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
A Lei 4.717/65 estabelece o rito da presente ação. Conforme redação da CRFB, a celebração de contrato de concessão, sem a devida licitação, é contrato administrativo que ofende a moralidade administrativa, além de ser ato lesivo ao patrimônio (art. 37, XXI).
2. Da legitimidade ativa e passiva
Ativa: A ação popular tem previsão no art. 5º da CRFB, garantindo o seu ajuizamento a todos o cidadão no regular gozo dos seus direitos políticos, o que é o caso da autora, conforme de plano comprovado pelo Título de Eleitoral nº_, e Certidão de Obrigações Eleitorais nº_, em consonância ao art. 1º, § 3º, Lei 4.717/65.
Passiva: Os réus apontados nesta peça vestibular são efetivamente os responsáveis pela produção do ato ilegal, lesivo ao patrimônio público, conforme art. 6º da Lei 4.717/65: 
A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
3. Do ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade pública (Mérito)
A argumentação dos réus é no sentido de que a ausência da licitação se justifica pelo fato da urgência. Como se verifica, tais fatos afrontam diretamente os dispositivos legais art. 1º, Alínea A, C e E, da Lei 4.717/65 e art. 2º, II da Lei 8.987/95.
Veja-se o que diz a Lei n 8.987, pois não é outra dicção, ao considerar a necessidade de prévio procedimento licitatório, inclusive, para as concessões de serviços públicos. Senão vejamos:
Art. 2.º Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
II – concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado;
Assim, em se tratando de concessão de serviços públicos, sua formalização se dará mediante contrato com precedente licitação pública. Tem-se então que a referida contratação sem o devido procedimento licitatório, ato lesivo ao patrimônio municipal, pois não houve escolha da proposta mais vantajosa para a Administração, bem como atentatório aos princípios da moralidade, probidade e legalidade.
Por tudo isso, é nulo o ato praticado, nos termos do art. 2º, alínea a, c e e da Lei 4.717/65, “litteris”:
Art. 2.º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
incompetência;
vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas:
a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou;
(...)
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo;
É aplicável também o art. 4º, inciso III, alínea a, da mesma lei, que considera nula “a empreitada, a tarefa e concessão do serviço público, quando o respectivo contrato houver sido celebrado sem prévia concorrência pública ou administrativa, sem que essa condição seja estabelecida em lei, regulamento ou norma geral”. (não há necessidade de citá-lo, mas já que a lei referencia sobre ato semelhante, cabe o reforço!)
Requer-se, portanto, desde já, a nulidade do contrato de concessão celebrado pelo quarto réu com o município.
4. Da requisição de documentos
A autora requereu ao terceiro réu, a cópia dos documentos necessários para a propositura da presente ação; esse pedido, no entanto, foi negado.
Requer-se com base no art. 1º, § 6º e § 7º, e art. 7º, inciso I, alínea a e b, todos da Lei n. 4.717/65, que este juízo requisite a documentação necessária ao ser despachadaa inicial.
III – DO PEDIDO DE LIMINAR
A relevância do fundamento invocado reside nos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, mormente nos documentos colacionados à presente, os quais dão conta de que existe o bom direito ora vindicado, notadamente em face das violações às normas e aos princípios supramencionados (direitos difusos acima).
O “periculum in mora”, por sua vez, afigura-se patente uma vez que a natural demora do processo causará lesão à municipalidade, ante a realização da concessão sem a escolha da proposta mais vantajosa para a Administração e sua iminente atividade.
Requer-se a concessão de liminar para suspensão dos efeitos do contrato prorrogado e que seja determinada imediata instauração de procedimento licitatório para escolha do concessionário, nos termos do art. 5º, § 4º, da Lei n. 4.717/65.
IV – DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer a Vossa Excelência:
a) a citação dos réus, Prefeito e Secretário de Administração, para, querendo, contestar a presente ação, no prazo de 20 dias, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia, conforme art. 7º, § 2º, IV, da Lei 4.717/65;
b) a citação do Município X em separado, na forma do art. 6º, § 3º da Lei 4.717/65;
c) a citação da empresa Parece Certo Ltda, para apresentar informações sobre o ato em comento; 
d) a intimação do ilustre representante do Ministério Público, conforme Art. 6º, § 4º, Lei 4.717/65;
e) que se determine a apresentação dos documentos ora solicitados e negados à parte autora pela Administração municipal, com o fim de instruir o presente processo, conforme art. 1º, § 6º e § 7º, e art. 7º, inciso I, alínea a e b;
f) a concessão da liminar, nos termos em que foi requerida;
g) a confirmação do mérito em sentença a ser exarada e a procedência dos pedidos para decretar a nulidade do ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade, condenando o Réu no pagamento das perdas e danos;
h) a condenação dos réus no pagamento das custas e demais despesas judiciais e extrajudiciais, bem como nos honorários de advogado;
i) a produção de todas as provas em direito admitidas;
j) a juntada dos documentos em anexo.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins procedimentais 
Termos em que,
pede deferimento.
Município X, data...
Assinatura do Advogado
OAB/... Nº...

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