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escuta psi na era da visualidade

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Notas sobre o texto: 
A era da iconofagia: Reflexões sobre imagem, comunicação, mídia e cultura 
De Norval Baitello Junior 
 
Argumente como é possível uma escuta psicológica numa sociedade da visualidade. 
Ref.: 
TEXTO – A Sociedade da Imagem (Norval Baitello Junior) 
Argumentação defendida por Elizabeth B Bispo 
 
Numa sociedade da visualidade, a escuta psicológica sem dúvida se depara com o 
desafio ainda mais aprofundado de ouvir a palavra não dita. Porém não estamos falando 
de um silêncio conforme entendido tradicionalmente porque, em verdade, a expressão 
humana continua clamando atenção e grita através das imagens, porém formulando um 
discurso perecível e descartável. Justamente estas características de perecibilidade e 
descartabilidade da época contemporânea são destacadas por Baitello Junior que as 
explica pela valorização da imagem/visibilidade em detrimento da fala/audição. Sendo o 
tempo da visibilidade naturalmente muito mais curto e veloz que o fluxo do ouvir, Baitello 
Júnior chama atenção para o fato de que tudo que é visível morre mais rápido. 
 
Deste modo, dois aspectos desta problemática são particularmente importantes 
para o psicólogo. O primeiro é que com a hipertrofia do visual, ocorre o cansaço e a 
saturação da visualidade e nós acabamos por nos tornar cegos. Além disto, o que 
conseguimos ver é fugaz, perecível, descartável. O segundo aspecto é que poderíamos 
supor que o desuso da fala acaba por provocar um empobrecimento do discurso do sujeito, 
então que há para ser ouvido? A escuta psicológica, para tornar-se possível, precisa então 
saber “ouvir” as imagens que se apresentam, dizemos “ouvir as imagens” porque é 
necessário vê-las e enxergar seus nexos, relações e sentidos e, além disto, e mais do que 
isto, a escuta psicológica precisa abrir-se às novas subjetividades que se formam nesta 
sociedade que é marcada pelas imagens como principal forma de expressão. 
 
A oralidade não foi perdida, embora desvalorizada, como observa Baitello Junior; 
assim, a escuta psicológica, é possível ao conservar a qualidade do ouvir com os ouvidos, 
enquanto é exigida também quanto a capacidade de “ouvir” com os olhos. Desta forma 
aquele que se dispõe a fazer a escuta psicológica, sendo também sujeito nesta sociedade 
da visualidade, é duplamente desafiado.

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