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Autismo na Educação Infantil: Inclusão e Capacitação

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI
AUTISMO: INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
DANIELA APARECIDA DE SOUZA LEMOS
Franca/SP 
2016
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI
AUTISMO: INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
DANIELA APARECIDA DE SOUZA LEMOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Pós-Graduação em Educação Especial e Inclusiva e Neuropsicopedagogia.
Franca/SP 
2016
AUTISMO: INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Daniela Aparecida de Sousa Lemos
RESUMO:
No contexto da inclusão o autismo é um tema em evidência, principalmente quando relacionado com o ambiente escolar. Neste trabalho o autismo é apresentado com o objetivo de mostrar a importância da inclusão de crianças autistas no ensino regular, e a necessidade de capacitação dos professores para trabalhar com esses alunos. Na metodologia do trabalho foi realizada pesquisa de cunho qualitativo, entrevistas com duas professoras da educação infantil da rede municipal de educação básica da cidade de Franca e estudo de casos de alunos autistas. Ao final da pesquisa percebe-se que toda comunidade escolar e a família, precisam estar preparadas para receber essas crianças, sem preconceito, discriminação e em um ambiente acolhedor que contribua para o desenvolvimento da aprendizagem que se espera alcançar desses alunos.
PALAVRAS-CHAVE: Autismo. Educação infantil. Inclusão.
INTRODUÇÃO: 
Estamos vivendo um tempo de pesquisas educacionais que abordam a inclusão de alunos com necessidades especiais. O artigo 208 da Constituição brasileira especifica que é dever do Estado garantir atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente da rede regular de ensino. E para garantir o acesso adequado á educação, instituições buscam alternativas para que os direitos de acesso e permanência na escola sejam atendidos e que toda criança possam se desenvolver física e psiquicamente. 
O autismo é um distúrbio neurológico que compromete a interação social, relacionada à comunicação verbal e não verbal, a comportamento repetitivo, ás vezes agressivos e falta de afetividade. Por essas especificidades percebemos a necessidade de profissionais capacitados para trabalhar de forma adequada que possa contribuir para o desenvolvimento das crianças que tenham esse distúrbio. O principal objetivo deste trabalho é entender a inclusão de crianças autistas na rede regular de ensino, identificando metodologias que contribuem para a inclusão na educação infantil. E analisar a formação e capacitação dos professores na área da educação especial.
 Para a conclusão da pesquisa foi abordado um breve conceito do que é o autismo e destacados os desafios encontrados pela comunidade escolar em trabalhar com alunos autistas. 
DESENVOLVIMENTO
Educação inclusiva
A educação inclusiva está presente no nosso cotidiano, com o objetivo de que toda criança tem direito à educação de qualidade, direito garantido por lei, baseado na inspiração da igualdade entre as pessoas. A inclusão escolar é receber toda criança sem exceção independente de condição física ou psicológica.
 Neste contexto, a escola ao receber crianças com necessidades especiais, precisa estar preparada para atender esses alunos, adequando-se, oferecendo um ambiente acolhedor e incentivador da aprendizagem. Portanto, uma educação inclusiva se refere a uma educação para todos, tanto no aspecto quantitativo, quanto no qualitativo, possibilitando aos alunos adquirir conhecimento, integração social e garantia de seus direitos.
O desenvolvimento de escolas inclusivas - escolas capazes de educar a todas as crianças- não é, portanto unicamente uma forma de assegurar o respeito dos direitos das crianças com deficiências de forma que tenham acesso a um ou outro tipo de escola, senão que constitui uma estratégia essencial para garantir que uma ampla gama de grupos tenha acesso a qualquer forma de escolaridade. (DYSON, 2001, p.150 apud SÁNCHEZ, 2005, p.13).
A inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais é lei nacional. A LDB, Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), no capítulo V define que “a educação para alunos com deficiência deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, assegurando aos mesmos, currículo, métodos, técnicas, recursos educativos específicos para atender às suas necessidades.”. Baseado no exposto percebe-se que são muitos os desafios a enfrentar para alcançar uma educação como direito de todos. 
Colocar no mesmo espaço demandas tão diferentes e específicas requer preparo e mudança de paradigmas. Fazer com que os alunos com necessidades especiais sejam matriculados em salas de aulas comuns, apenas para estarem matriculados, não é inclusão é integração. Pois eles estariam inseridos em seu contexto, mas não seriam reconhecidos em suas igualdades de direitos.
Precisamos distinguir integração de inclusão: na integração tudo depende do aluno, será necessário ele se adaptar para se integrar ao restante da sala, na inclusão a comunidade escolar é que precisa se adequar para fazer a interação adequada para a aprendizagem esses alunos.
 De acordo com Prieto (2006), a integração escolar tem como objetivo ajudar pessoas com deficiências a estarem inseridas em um ambiente cotidiano para que possam fazer parte de uma existência possível ao normal, disponibilizando padrões de vida comuns, uma proximidade física e a inserção nos espaços públicos como a escola, usufruindo dos mesmos recursos educacionais que os demais alunos.
Quando ocorre somente o processo de integração ao aluno especial possibilita-se a inserção em uma sala de aula onde irá interagir com os demais, participando das aulas, cumprindo seu “dever” de aluno, mas a escola não muda a sua estrutura para que isso aconteça; simplesmente o aluno com necessidades especiais será tratado como igual a todas outras crianças.
A integração, mediante a comunicação, a assimilação, pela participação ativa e reconhecida do excepcional como elemento do grupo de crianças “normais” e, finalmente, a aceitação, refletida na aprovação da criança excepcional como elemento participante e aceito no grupo, mediante relações regulares e espontâneas que fazem com que o excepcional se sinta parte natural do grupo. (MAZZOTA, 1989, p.43-44,).
Outro desafio enfrentado na realidade da inclusão escolar é a dificuldade do ponto de vista econômico, principalmente nos pequenos municípios que analisam o custo benefícios com o custo elevado para o número de crianças com deficiência.
Mesmo citado em lei, que governo federal preste assistência técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para o acesso dos alunos e a formação de professores que garanta capacitação para atendimento especializado, para integração desses educandos em classes comuns, percebemos que isso nem sempre acontece. 
Portanto é fato que a educação é um direito de todos e que a inclusão está em fase de aprimoramento para que possa atender uma quantidade cada vez maior de crianças especiais. São muitos os desafios, mas a escola e toda sociedade precisa aprender a conviver com as diferenças, buscar novas estratégias e traçar caminhos que levem à inclusão e não somente à integração.
Autismo: breve conceito
De origem grega (autós), a palavra autismo significa: em si mesmo. É utilizada para definir o comportamento humano que se baseia no individualismo, permanecendo em si e para si mesmo. Segundo Rodrigues: 
[...] uma “ausência da realidade”, com o mundo exterior, e consequentemente, impedimento ou impossibilidade de comunicar-se com o mundo externo, demonstrando atos de um proceder muito reservado. (2010, p.19). 
Em 1943 o psiquiatra americano Leo Kanner deu inicio aos primeiros estudos sobre o autismo, observando que os primeiros sintomas eram diferentes dos sintomasdas demais síndromes infantis. Notando um comportamento de afastamento social desde o nascimento.
 Kanner, em 1949, refere-se ao quadro com o nome de Autismo Infantil Precoce, evidenciando serias dificuldades de contatos com pessoas, ideia fixa em manter os objetos e as situações sem variá-los, fisionomia inteligente, alterações na linguagem do tipo inversão pronominal, neologismo e metáforas. (Rodrigues, 2010, p.18).
Por estar em constante modificação, o autismo não tem conceito pré-estabelecido. É considerado um transtorno complexo, devido sua variedade de sintomas. Geralmente os primeiros sintomas aparecem nos três primeiros anos de vida, envolvendo três áreas básicas: o comportamento, a interação social e a comunicação. 
Segundo Orntz apud Costa e Nunesmaia (1998, p. 25), o desenvolvimento da criança com autismo apresenta as seguintes características clínicas evolutivas, detectadas por período:
Quando recém-nascido se parece diferente de outros bebês, raramente chora, torna-se rígido quando é pego no colo. Primeiro ano, não pede nada, não nota sua mãe, sorrisos, resmungos, demonstra falta de interesse por jogos, é muito reativo aos sons, não é afetuoso à ausência de comunicação verbal ou não verbal, é hipo ou hiper-reativo aos estímulos, há aversão pela alimentação sólida, etapas do desenvolvimento motor são irregulares ou retardadas. Segundo e o terceiro anos, é indiferente aos contatos sociais, comunica-se mexendo a mão do adulto, o interesse pelos brinquedos, consiste em alinhá-los, procura estimulações sensoriais como ranger os dentes, esfregar e arranhar superfícies, fitar fixamente detalhes visuais, olhar mãos em movimento ou objetos com movimentos circulares. Quarto e quinto anos, possui ausência do contato visual, linguagem limitada ou ausente – ecolalia- inversão pronominal, anomalias do ritmo do discurso, do tom e das inflexões e resistência às mudanças no ambiente e nas rotinas.
Alguns discretos sintomas do autismo nas crianças podem se manifestar quando a criança: escuta ou ouve algumas coisas e outras não; não abre nem estica os braços para que os seus pais a levem no braço; não sorri ao ver a outras pessoas nem consegue olhá-las diretamente; não tenta se comunicar nem mesmo com as mãos ou apontando com os dedos; não chora nem reage quando se arranha ou se cai; não sabe brincar com os seus brinquedos; prefere estar sozinha; repete movimentos como balanceio, etc.
Mesmo com muitos estudos e pesquisas no assunto, ainda não há um diagnóstico da causa real do autismo, mas suas consequências são claras: quem possui esse transtorno tende a fechar-se em si mesmo, isolando-se do mundo mas, por outro lado muitas vezes desenvolvem incríveis habilidades motoras, musicais, de memória e outras, apresentando-se bem mais adiantados do que deveriam estar, de acordo com sua idade cronológica. 
No campo da linguagem, existem crianças autistas sem expressão verbal e com dificuldades de comunicação, também há autistas que apresentam linguagem verbal, porém repetitiva e não comunicativa. Muitas das crianças que possuem linguagem verbal repetem somente o que lhes foi dito, esse fenômeno é conhecido como ecolalia imediata. Peeters (1998, p.40) revela que estudos mostram que a maioria dos autistas possui ecolalia, mas não se constitui como um sintoma essencial de autismo. No desenvolvimento da linguagem normal todas as crianças apresentam ecolalia.
A ecolalia somente poderá ser considerada como uma característica de autismo quando presente ao lado de uma idade mental superior a trinta e seis meses. Para uma criança com autismo e idade mental de cinco anos, ser ecolálico não pode ser considerado normal. E sim como um déficit qualitativo. (PEETERS,1998, p.40).
O autista tem grande dificuldade com a comunicação e interação. Assim, a educação de crianças autistas torna-se um grande desafio para as escolas e para a sociedade. Para a escolarização desses alunos é preciso que a escola faça adaptações curriculares e qualifique o seu corpo docente.
Formação dos Educadores
Na LDB 96, art. 58, III, são previstos “professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns”. O que chama a atenção nesta lei é que se admite formação em nível médio, mas o magistério exige formação superior. Segundo Souza e Prieto (2002, p. 131), “tal constatação causa estranheza quando se trata de formação de um profissional que, para além do domínio de habilidades exigidas para o exercício profissional no ensino comum, deverá ter qualificação para concretizar o „especial‟ da educação”. 
Acompanhando o que está posto no documento, nota-se uma definição mais detalhada dos termos: professores capacitados e professores especializados e as competências de cada um. Aparece uma diferenciação entre professores com especialização para os atendimentos especializados e professores capacitados para atuarem nas classes comuns das escolas regulares. Os professores com título de capacitados precisam ter uma disciplina na sua formação inicial a respeito da educação especial e educação inclusiva, e adquirir competências para perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e adequar a ação pedagógica para atender as suas necessidades. Os professores especializados, que vão atender diretamente as especificidades dos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação deve acontecer em cursos específicos.
Esses profissionais também podem complementar essa formação, participando de reuniões, encontros e cursos, visto que a demanda de alunos com necessidades especiais vêm crescendo nas classes comuns, nas quais é necessário ter um investimento maior de diversas naturezas para que haja possibilidade de assegurar sua permanência. Neste sentido, Xavier (2002, p. 19) considera que:
A construção da competência do professor para responder com qualidade às necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva, pela mediação da ética, responde à necessidade social e histórica de superação das práticas pedagógicas que discriminam, segregam e excluem,e, ao mesmo tempo, configura, na ação educativa, o vetor de transformação social para a equidade, a solidariedade, a cidadania.
O professor necessita incluir os alunos, de forma que proporcione oportunidades da mesma maneira dos demais, para que as crianças com autismo sejam aceitas pela a turma e por toda a sociedade. Entretanto, não é apenas a inserção nas escolas regulares, mas a busca da valorização desses alunos mesmos com suas limitações e respeitando suas diferenças. Por isso é importante que as escolas desenvolvam atividades pedagógicas adequadas às necessidades dos alunos. A aplicação dos métodos e procedimentos, para a acessibilidade do aluno com deficiência, requer planejamento prévio, é necessária a participação dos educadores no planejamento e aplicação de práticas curriculares inclusivas favorecendo condições de transformar a cultura escolar propondo práticas individualizadas que o aluno dê conta de realizar.
As adaptações no currículo devem ser feitas de modo a responder às necessidades de cada aluno, ampliando as condições necessárias para o seu desenvolvimento. Deverão ser consideradas características particulares e elaborados métodos de apoio eficiente para atendimento de cada um. No caso de atendimento às crianças autistas é importante trabalhar por períodos curtos, de cinco a dez minutos, em atividades de complexidade crescente, incorporando gradativamente mais materiais, pessoas ou objetivos, desenvolver rotinas que a criança possa predizer ou antecipar e motivar a interação e a comunicação para que ela queira interagir e aprender novas habilidades.
Nos dias de hoje, temos a plena consciência que para uma criança autista desenvolver suas habilidades e aprendizagem na sociedade, é indispensável que esteja inserida na escola e alcançando a educação inclusiva.Mas devido a formação do professor como já foi citado acima, não sendo uma formação específica, este encontra dificuldades ao se trabalhar com alunos autistas.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa foi realizada com embasamento teórico através de livros e artigos sobre o tema. Para discussão e argumentação, foi realizada entrevista com duas professoras da educação infantil da rede municipal de educação básica da cidade de Franca, que tem alunos autistas em suas turmas da rede regular de ensino. No trabalho de campo, foi realizada, durante uma semana, observação do comportamento de uma criança autista no processo de aprendizagem em sala de aula, da turma do segundo ano do ensino fundamental I.
Discussão dos resultados
Na entrevista com as professoras, foi relatado que são formadas em curso superior em Pedagogia, no entanto sem especialização em educação inclusiva. Também não recebem formação continuada adequada as necessidades especiais dos alunos com autismo. Disseram que possuem certo entendimento sobre a síndrome, o que se refere ao comportamento e a comunicação, porém o mínimo para prepararem atividades com crianças autistas. Argumentaram que tal fato faz com que elas sintam-se inseguras e preocupadas, porque sabem da importância do seu papel para o desenvolvimento das habilidades da criança.
Para o trabalho em sala de aula, procura adequar-se a realidade do aluno e contam com o apoio das famílias das crianças autistas. Pois compreendem que o desenvolvimento efetivo depende do trabalho em conjunto com toda comunidade.
[...] a participação da família é de suma importância no movimento da inclusão. Seja de forma individualizada ou por meio de suas organizações, é imprescindível a sua participação para que a continuidade da luta por sociedades mais justas para seus filhos seja garantida. É importante sua participação, pois a família irá exercer sua cidadania e funcionará como veículo por meio do qual seus filhos possam aprender a ser. (SANTOS, 1999, p.78).
As professoras destacaram a importância de um trabalho acompanhado dos diversos tipos de profissionais especializados, no qual ajudam a criança autista no seu desenvolvimento emocional, social e na linguagem. 
Em sala de aula cada professora apresentou diferentes métodos para ajudar no desenvolvimento da criança, mostrando que todas as tentativas são importantes.
No início das aulas pedem um relatório dos interesses, preferências e coisas que causam desagrado, a partir deste utilizam as preferências e materiais de incentivo para a criança tentando conhecer suas capacidades. 
No comportamento da criança autista, durante a observação, foi notado que nas atividades lúdicas é possível trabalhar interação social e explorar sentimento. Como aconteceu na aula de educação física e na aula de artes com a mediação dos professores. Outro ponto importante é destacar que ele tem seu tempo de ficar sozinho e que isso deve ser respeitado, e tentar conhecer suas linguagens de gestos e olhares, para conseguir melhor interação professor/aluno.
Mesmo com tantas dificuldades, as professoras mostraram-se interessadas em planejar atividades que contribuam na educação da criança autista, pesquisando em livros, internet e trocas de experiências com educadores que também tem aluno autista em sua turma, buscando desenvolver atividades pedagógicas úteis e adequadas a cada criança em sua especificidade autista.
[...] para que a criança autista participe mais ativamente das interações que permeiam a rotina escolar, é preciso que a professora antes de tudo observe, para assim adotar estratégias que favoreçam a interação social e, sobretudo, os comportamentos de iniciativa. (LEMOS;SALOMÃO;RAMOS, 1997).
 
Frente ao exposto, percebe-se que a educação inclusiva não será apenas um serviço profissional do professor, mas também o contato com toda a comunidade escolar e a família, pois através da troca o ensino-aprendizagem é significativo.
Os métodos adotados com os alunos autistas são individualizados, desde em manter a organização da sala até as atividades dirigidas. Apresentam técnicas que possibilitam compreender o conteúdo abordado pela professora.
Portanto é necessário que o professor esteja disposto para trabalhar com quaisquer dificuldades. Sua prática educacional deve estar adequada e preparada para receber alunos e suas necessidades. O professor precisa sempre estar atualizando, não ficando apenas com os conteúdos estudados na graduação, mas buscar através de leituras e de especializações novos conhecimentos.
CONCLUSÃO
Ficou claro que as professoras entrevistadas sabem da importância da inclusão escolar dos alunos autistas e tentam fazer o melhor. Aplicam atividades concretas, visual e auditiva, com coordenação motora, exercícios de concentração e com significado, buscando auxílio em livros e internet. No entanto sentem dificuldades para lidar com a inclusão escolar autista, pois não tem formação continuada que aborde o assunto de forma mais ampla e específica. 
Conclui-se que para se alcançar efetivamente a inclusão da criança autista é necessário interesse de buscar novos métodos educacionais para despertar interesse no aluno e conseguir sua interação com o restante da turma e que o contato com a família é fundamental para criar maneiras de transmitir novas informações e melhorar a prática pedagógica. A aprendizagem do autista deve ser sempre acompanhada pelo professor e compartilhada com a família
REFERÊNCIAS
BRASIL, MEC. Política Nacional de Educação na perspectiva inclusiva, Brasília, 2008.
DYSON, A. apud SÁNCHES, P. A. A educação inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. In: Inclusão: Revista da Educação Especial. Sec. da Ed.Especial, v.1, n.1. Brasília: Sec. da Ed. Especial, 2005, p. 7-18.
LEMOS, Emellyne Lima; SALOMÃO, Nádia Ribeiro; RAMOS; Sibele Agripino. Inclusão de crianças autistas no contexto escolar. Revista Brasileira de Educação Especial, ed. 20,2014.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér e PRIETO, Rosangela Gavioli. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. In: Atendimento escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: um olhar sobre as políticas públicas de educação no Brasil. São Paulo: Summus, 2006, p. 31-69.
MAZZOTTA, Marcos José da S. Fundamentos de educação especial. São Paulo: Pioneira, 1982.
PEETERS, Theo. Autismo: entendimento teórico e intervenção educacional/ Theo Peeters, tradutores Viviane Costa de Leon [et al]. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1988.
PRIETO, Rosângela Gavioli. Política educacional do município de São Paulo: estudo sobre o atendimento de alunos com necessidades educativas especiais, no período de 1986 a 1996. 2000. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo,SP.
RODRIGUES, David (org). inclusão e Educação: doze olhares sobre educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006, p. 162-179.
SÁNCHEZ, Piar Arnalz. A educação inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. Revista da Educação Especial. Inclusão. Secretaria de Educação Especial. Ano I, nº 1, out. 2005.
SANTOS, Boaventura de Souza. O todo é igual a cada uma das partes. In: Revista Crítica de Ciências Sociais, 1999, p. 52-53.
XAVIER, Alexandre Guedes Pereira. Ética, técnica e política:a competência docente na proposta inclusiva. In: Revista integração, ano 14, nº 24. Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de Educação Especial, 2002.

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