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X V I S I M P Ó S I O N A C I O N A L D E EN S I N O D E F Í S I C A 1 A IMPORTÂNCIA DE AULAS EXPERIMENTAIS NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM EM FÍSICA: “ELETRICIDADE”. Vagner Camarini Alvesa [vcalves@unoeste.br] Marilei Stachaka [vcalves@apecnt.unoeste.br] a Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE – Presidente Prudente / SP RESUMO Neste trabalho é discutido o ensino experimental nas escolas de ensino médio, examinando as contribuições teóricas no ensino-aprendizagem de física, o que é a própria natureza do conhecimento em Física. A proposta foi aplicada em escolas públicas na cidade de Palmas-To, como ferramenta de apoio no ensino experimental de Física, na tentativa de despertar o interesse dos alunos do Ensino Médio. Como sustentação da proposta foi realizado um levantamento diagnóstico, prévio, para determinar o nível de conhecimento espontâneo dos alunos em relação ao conteúdo a ser trabalhado. O trabalho se desenvolveu com as turmas do terceiro ano do Ensino Médio. O diagnóstico comprovou que os alunos apresentavam deficiências tais como: desinteresse, baixo-estima, dificuldades em compreender a Física e relacioná-la com as atividades de seu cotidiano. Na tentativa de melhorar esta situação, propôs-se para os mesmos, realizarem uma pesquisa em grupo sobre temas de Eletricidade, onde cada grupo desenvolveu seu trabalho, fundamentado em atividades experimentais, pesquisando em livros, revistas, jornais e, principalmente, nas atividades do seu dia-a- dia onde achavam que a Física mais estava presente. Além da pesquisa em grupo os alunos construíram vários experimentos proporcionando aulas práticas com materiais de baixo custo. Com isso encontraram mais facilidade em sanar suas dúvidas e reconhecer a física como uma ciência importante e necessária no desenvolvimento científico e tecnológico do homem. INTRODUÇÃO É comum nas escolas de Ensino Médio nos depararmos com professores de física enfrentando grandes dificuldades em construir o conhecimento junto com seus alunos de maneira prazerosa, contextualizada e funcional. Tradicionalmente a física é vista pelos professores como uma disciplina difícil de ser ensinada e com isso os alunos apresentam desinteresse e dificuldades de aprendizagem dos conteúdos. A sociedade hoje se nega a aceitar um procedimento com aulas exclusivamente expositivas e exigem do professor aulas dinâmicas e criativas que despertem o interesse dos educandos. O ato de experimentar no ensino de Física é de fundamental importância no processo ensino-aprendizagem e tem sido enfatizado por muitos autores. Esta ênfase por um ensino experimental adicionam-se importantes contribuições da teoria da aprendizagem em busca da contribuição do conhecimento. X V I S I M P Ó S I O N A C I O N A L D E EN S I N O D E F Í S I C A 2 Atualmente, o ensino é visto como um objeto abstrato, longe da realidade dos alunos, o qual gera um desinteresse total pelo trabalho escolar. Os alunos preocupam-se apenas com a nota e com a promoção, os assuntos estudados são logo esquecidos e aumentam os problemas de disciplina. Isso agrava também aos professores refletindo-se diretamente no aumento da problemática que se enfrenta no ensino médio. Alunos cada vez mais desinteressados estão bloqueados, o raciocínio lógico não foi desenvolvido de uma maneira satisfatória, e aí o problema se agrava. O presente trabalho trata-se de uma proposta, procura experimentos que despertem o interesse e a atenção ao fenômeno e a explanação do professor, para minimizar os problemas enfrentados nas escolas de ensino médio, por professores e alunos no processo ensino- aprendizagem de Física. TEORIAS DA APRENDIZAGEM E A EXPERIMENTAÇÃO O desenvolvimento intelectual da criança e seus estágios da construção do conhecimento e da aprendizagem definidos por Piaget (1982), tornaram-se conhecido no ensino de física não estrutura a diferença entre as operações concretas e operações formais, e a importância da teoria de Piaget no processo ensino-aprendizagem em Física. Diante disto, justifica-se a experimentação no ensino de Física como ferramenta auxiliar ao processo ensino-aprendizagem ou como sendo o próprio processo da construção do conhecimento científico, na contribuição positiva no processo de formação do cidadão. A experimentação em si, dissociada de uma estratégia de ensino mais abrangente, não é suficiente que o aluno apenas manipule “coisas”, isto seria uma apenas contribuição ao seu desenvolvimento intelectual. Por outro lado, tais contribuições não devem ser superestimadas e nem subestimada demasiadamente e sim associada a uma boa didática, antes da construção do conhecimento científico, propiciando que os alunos aprofundem seus conhecimentos em física e estimulem a buscar soluções. Como nem sempre os experimentos confirmam uma hipótese na forma de generalização ou lei, em muitas escolas não existem laboratórios específicos para o ensino de Física, o que aumentam as possibilidades de um experimento não atingir seus objetivos, então, cabe ao professor encontrar atividades que limitam a demostrar aos alunos, fenômenos com a finalidade de motiva-los e ilustrar sua exposição e buscar alternativas para desenvolver as habilidades e competências. PROPOSTA Com uma pesquisa realizada durante um ano letivo observou-se que a carência maior era nas duas turmas da terceira série do ensino médio do período noturno, onde o percentual de reprovação chegava a noventa e três pôr cento (93 %) em cada turma. Viram-se daí a urgência de realizar um trabalho diferenciado nas duas séries com a finalidade de resgatar o interesse e a motivação dos alunos em aprender física. X V I S I M P Ó S I O N A C I O N A L D E EN S I N O D E F Í S I C A 3 Em virtude das grandes dificuldades apresentadas pelos alunos nas duas turmas de terceiro ano do ensino médio, desenvolveu-se um trabalho diferenciado para com as turmas. Acreditando-se que a física tem grande ligação aos procedimentos e práticas experimentais, procurou-se desenvolver com os alunos um trabalho envolvendo experimentos de física ligados ao cotidiano de cada aluno. O trabalho desenvolveu-se em três etapas no decorrer dos quatro bimestres: pesquisa feita com os alunos em forma de questionários, pesquisas e experimentos feitos pelos grupos de alunos, explanação das pesquisas e experimentos realizados pelos alunos. É importante que o professor insista na idéia de que a ciência é muito mais que mera descrição dos fenômenos observados. É uma tentativa de descobrir a ordem e a relação entre os diversos fenômenos. O estudante deve estar ciente de que o progresso do conhecimento científico depende da organização das informações e da procura das regularidades ocorridas. No primeiro momento aplicou-se nos alunos uma pesquisa a fim de fazer uma análise melhor do grau de deficiência que eles apresentavam e também para se fazer uma comparação da situação ates e depois do trabalho. Em seguida, no decorrer de cada bimestre foram selecionadas algumas questões do conteúdo programático de física do terceiro ano e levando-os para a sala de aula fez-se uma breve introdução sobre o que cada tema se tratava. As aulas decorriam fazendo-se uma discussão sobre cada questão, sem comentar as fórmulas – que era o “terror” dos alunos. Ao final de cada aula, as quais eram duas aulas geminadas por semana os alunos levavam para suas casas questões sobre um determinado conteúdo para pesquisarem onde o conteúdo estava presente em suas atividades diárias. As pesquisas eram trazidas, demonstradas e discutidas com todos os alunos na aula seguinte. RESULTADOS E DISCUSSÕES No decorrer do primeiro bimestre já pode-se observar uma pequena, porém significativa mudança de comportamento com relação a maioria dos alunos, a baixa freqüência sereduziu e a participação dos alunos aumentou durante o período em que as aulas foram ministradas com atividades experimentais, manuseando equipamentos elétricos. Com as pesquisas realizadas no segundo bimestre observou-se que os próprios grupos entravam em debates sobre os experimentos e já conseguiam relacioná-los com várias atividades que estavam costumados a fazer no seu dia-a-dia, com isso iam familiarizando-se cada vez mais com a física. Muitos grupos não tiveram dificuldade alguma para montar o experimento e até enriqueciam suas pesquisas com experiências vividas no cotidiano. Durante as pesquisas e atividades experimentais explanadas no terceiro e quarto bimestre, procurou-se colocar o aluno na condição de “ator”, permitindo que ele construísse seu material experimental – construção de motores, eletroimãs, circuitos simples, etc. –, realizasse seus experimentos, elaborasse e testasse suas hipóteses. As atividades foram planejadas de forma que o aluno dispusesse de autonomia na busca de respostas e soluções. Nesse período os grupos expuseram suas pesquisas, demonstraram e montaram seus experimentos dando abertura a grandes X V I S I M P Ó S I O N A C I O N A L D E EN S I N O D E F Í S I C A 4 debates e discussões com a classe durante as explanações das pesquisas. Ao final de cada apresentação o grupo aplicava à classe atividades referentes ao experimento e à pesquisa. CONCLUSÃO No decorrer desse trabalho observou-se nos alunos um grande interesse em participar de praticamente todas as atividades desenvolvidas. No inicio percebia-se um pouco de “medo” nos alunos no momento de tomar as iniciativas de apresentarem para seus colegas suas pesquisas e seus experimentos mas durante o processo a maioria dos alunos foi familiarizando-se com a disciplina, demonstrando curiosidade em aprender o conteúdo sem se preocupar com as fórmulas matemáticas. Conclui-se então que este trabalho foi de grande valia para a maioria dos alunos das duas turmas, pois, obteve-se um resultado positivo e significativo, que pode-se observar no rendimento e participação dos alunos durante as aulas. Com esta metodologia utilizada resgatou-se nos alunos a motivação, o interesse e acima de tudo a auto-estima de cada um pois enquanto iam desenvolvendo suas práticas e seus experimentos grande parte dos alunos descobriram que a Física está presente nas principais atividades que eles costumam fazer no dia-a-dia, e que as fórmulas de que tanto tinham medo e receio também faz parte de cada atividade. Assim, sem dificuldades, pode-se trabalhar com os alunos exercícios envolvendo várias fórmulas, pois eles mesmos criavam situações problemas em que as fórmulas matemáticas eram indispensáveis. Espera-se, que este trabalho sirva de auxílio aos professores que enfrentam dificuldades em trabalhar a física de forma dinâmica e ligada a vida dos educandos. BIBLIOGRAFIA ALVARENGA, Jenner Procópio de et al. Ciências Integradas. v.4. Belo Horizonte: Dimensão. 2000. FROTA, P. R. de O.; ALVES, V. C. Conversando com quem ensina, mas pretende ensinar diferente .... Florianópolis: Metrópole/UNOESTE, 2000. FERNANDES, Napoleão Lima; CARVALHO, Odair B. Estudando a Energia. 2.ed. São Paulo:IBEP, 1986. KRASILCHIK, Myrian. Uma visão panorâmica do ensino de ciências nas escolas. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.2, n.2.1980. LUZ, Antonio Máximo Ribeiro da; ÁLVARES, Beatriz Alvarenga. Física. 1.ed. São Paulo:Scipione, 1999. PCN – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS.
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