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32 Unidade II Unidade II 5 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CONTROLADORIA Figura 13 Observação Antes de abordar o sistema de informação da controladoria, é importante entender quais são os componentes principais de um sistema de comunicação. Fundamentalmente, pode‑se destacar o emissor, a mensagem e o receptor. Cabe ressaltar que o processo de comunicação envolve o fator humano, as dificuldades de emissão e recepção tornam o processo administrativo altamente dependente da eficiência e clareza da mensagem transmitida. O papel da controladoria é responder tanto pelo lucro gerado quanto pela eficácia, ou não, da empresa. Para tanto, o seu funcionamento depende de que todos os departamentos da organização convirjam para o mesmo objetivo, motivo pelo qual o monitoramento realizado pela controladoria precisa ser constante e feito por meio de um sistema de informação ágil, sinergético e confiável. 33 CONTROLADORIA E ORÇAMENTO 5.1 Sistema de informação Lembrete A questão informacional tem grande relevância para a controladoria e o mercado de capitais. Padoveze (2003, p. 43) define o sistema de informação como um conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados, segundo uma sequência lógica, para o processamento dos dados e para a tradução em informações, permitindo às organizações o cumprimento de seus objetivos principais. A classificação dos sistemas de informações que dão suporte às operações e à gestão facilita o dia a dia das empresas, porém a organização deve agir de modo simultâneo. O importante é ter um sistema de informação que atenda, ao mesmo tempo, tanto às áreas de operações quanto à gestão da organização. Enquanto os sistemas de apoio a operações dão suporte às funções operacionais, como: compras, estocagem, produção, vendas, faturamento, pagamento, recebimento, dentre outras; os sistemas de apoio à gestão buscam informações mais detalhadas sobre o desempenho do negócio, tais como: sistema de informação contábil, sistema de custos, de orçamento, de planejamento, de caixa, de centro de custos etc. Em termos gerais, pode‑se afirmar que os sistemas de apoio à gestão tratam de dados quantitativos e qualitativos extraídos dos sistemas de apoio às operações, por exemplo, o valor do faturamento do último trimestre, destacando o tipo do produto, a região para a qual foi vendido, se à vista ou a prazo, se a entrega foi feita por transporte próprio ou terceirizado e assim por diante. 5.2 Sistemas Integrados de Gestão Empresarial (Sige) O avanço tecnológico permitiu que as empresas integrassem suas informações de tal maneira que hoje os Sistemas Integrados de Gestão Empresarial – Sige, o Enterprise Resources Planning – ERP, ou, simplesmente, o planejamento de recursos empresariais fazem parte da gestão empresarial, devido, principalmente, à necessidade de informações ágeis, precisas e confiáveis. Ainda mais em um momento da sociedade em que os acontecimentos ocorridos são acompanhados em tempo real, as empresas que movem a economia mundial não poderiam ficar de fora. E, assim, ao mesmo tempo em que as informações estão sendo geradas, também estão sendo analisadas a partir da integração dos subsistemas de apoio a operações e, consequentemente, à gestão. Padoveze (2003, p. 44) aponta três principais razões que levam as empresas a implantar o Sige: • o movimento de integração mundial das empresas transnacionais, exigindo tratamento único em tempo real das informações; 34 Unidade II • a tendência de substituição de estruturas funcionais por aquelas ancoradas em processos; • a integração viabilizada por avanços na tecnologia da informação, dos vários sistemas de informação em um sistema único. É importante ressaltar que o Sige tem como base a integração horizontal dos dados que primeiro foram gerados em seus respectivos departamentos e, em seguida, alimentam este único banco de dados: o Sige. 5.3 A contabilidade dentro do Sige A contabilidade por si já é um sistema de informação, uma vez que ela existe a partir das operações realizadas por outros departamentos, executando a partir daí o seu papel de mensurar, controlar e avaliar as operações ocorridas ou, em outras palavras, avaliar economicamente a empresa. Porém a contabilidade não poderia ser excluída do Sige, logo, temos um sistema dentro do outro, ou seja, a contabilidade, assim como os outros departamentos, integra um sistema maior, o Sige, e, dessa forma, o seu papel dentro da empresa torna‑se mais presente, pois sua metodologia de classificar e registrar as operações ocorridas na empresa como um todo só reforça a sua atuação: desmesurar, controlar e avaliar a organização. 5.4 Sistema de informação de controladoria Pelo fato de o sistema de informação contábil estar inserido no de informação da controladoria e ainda ser o único que resume todas as operações realizadas na organização por meio dos lançamentos contábeis, cabe aqui verificar se o papel do controller está sendo cumprido, visto que ele deverá exigir que a contabilidade seja utilizada em toda a sua plenitude, ou seja, tomará como base eventos econômico‑financeiros ocorridos no passado e no presente e os projetará de tal maneira que forneçam um alicerce para a tomada de decisão, seja interna ou externa à organização. Padoveze (2003, p. 46) ilustra a importância da contabilidade na gestão empresarial a partir desta definição: [...] a contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. Os objetivos da contabilidade, pois, devem ser aderentes, de alguma forma explícita ou implícita, àquilo que o usuário considera como elementos importantes para seu processo decisório. 5.5 As informações no sistema de informação contábil Talvez nesse tópico esteja a maior dúvida, afinal, quais as informações que devem integrar um sistema de informação gerencial? Porém, não há uma resposta definitiva a essa pergunta, pois, se a contabilidade 35 CONTROLADORIA E ORÇAMENTO gerencial deve atender às necessidades internas da organização, logo, atenderá diretamente aos anseios da alta direção; portanto, cabe à contabilidade, após definir os objetivos da empresa, solicitar ao controller – conhecedor tanto da contabilidade financeira quanto da gerencial – que auxilie na formação das informações que serão geradas do Sistemas Integrados de Gestão Empresarial – Sige. Ter as respostas para algumas indagações antes de iniciar o processo contribui com o resultado final, por exemplo: elencar a tomada de decisão por área ou departamento e, a partir daí, listar as informações pode contribuir com cada situação. Informação estratégica e gestão sistêmica Case 2: National Semiconductor A National Semiconductor é uma empresa norte‑americana de alta tecnologia, relativamente conservadora, com receita anual de U$S 9,5 bilhões e 15.500 empregados, que está buscando realizar profundas mudanças no seu relacionamento com o mercado no setor de equipamentos móveis de comunicação sem fio. A empresa construiu sua reputação como líder de chips analógicos, com amplificadores e reguladores, bem como componentes nos equipamentos sem fio – por exemplo, telefones celulares. Sua participação nos mercados de DVD, receptores de sinais de TV e câmeras digitais tem crescido. A National também tem se tornado conhecida pelas suas iniciativas na era digital, voltadas para atender melhor seus clientes. Em 1994, ela lançou um site – www.national.com/ design ‑, voltado para engenheiros de projeto, que são os influenciadores chave na decisão sobre os circuitos integrados a serem utilizados nos projetos de equipamentos produzidos em massa, como os telefones móveis. A partir daí,foram incluídas funcionalidades no site para oferecer ferramentas para seus distribuidores, agentes de compra nos sites de clientes executivos de vendas e principais contas. Os clientes da National podem ser categorizados em: 1. Quem influencia na compra dos produtos – engenheiros de projeto; 2. Os compradores – agentes de compra; e 3. Os distribuidores – que vendem também produtos de outros fabricantes. A empresa considera que tem ótimo relacionamento com todos eles, construído, principalmente, por meio de seu site, com os engenheiros de projeto no processo de seleção de produto. O levantamento mais recente demonstra que um número muito elevado de engenheiros de projeto, de todo mundo, visita o site pelo menos uma vez por mês, 58% do tráfego do site é internacional. Os clientes carregam 400.000 planilhas de dados por mês, colocam 21.000 pedidos por mês, utilizam 7 instrumentos de pesquisa diferentes, interagem em 10 idiomas diferentes e 42.000 deles assinam a newsletter técnica semanal. Além disso, seus distribuidores recebem, por mês, 48.000 indicações via Web, provenientes de clientes que não apenas são qualificados, mas que já selecionaram os produtos a serem comprados. 36 Unidade II Pioneirismo no relacionamento com cliente O ambiente disponibilizado facilitava o processo de decisão, teste, download, simulação etc. A National lançou, em 1999, um conjunto de ferramentas que permitiam aos engenheiros projetar fontes de energia para os produtos que estavam construindo. O resultado esperado era um projeto completo que funcionasse para uma aplicação específica em um contexto específico. Estes projetistas são tipicamente pressionados pelo tempo e não tem interesse em possuir softwares caros para sistemas técnicos de difícil e cara manutenção. Além disso, sem software de simulação, este tipo de projeto levaria três meses. Para criar este serviço, a primeira atividade foi contratar, no mercado, vários especialistas de várias áreas e reuni‑los com os clientes, identificando assim as tarefas que eram necessárias para o projeto de fontes de energia. Feito isso, eles criaram as ferramentas necessárias para o projeto on‑line, incluindo‑as no site da National, que possuía orientação passo a passo e parâmetros. Os engenheiros então poderiam desenvolver seus projetos, inclusive com informações sobre seus custos, e submeter simulações on‑line. Estas simulações poderiam ser enviadas a outras pessoas e arquivadas em pastas específicas por usuário. Num primeiro momento, a National decidiu cobrar pela utilização do simulador, visando cobrir os custos do software. Porém, rapidamente descobriu‑se que os engenheiros utilizavam o site até o instante da efetivação do pagamento, desistindo neste ponto. A National decidiu então liberar a utilização de forma gratuita, percebendo que era mais vantajoso obter a simulação no seu ambiente. Desta forma, alavancava as vendas de suas peças que eram necessárias para o equipamento, uma vez que os engenheiros realizavam os pedidos com bastante frequência. A aplicação oferecia uma lista completa de peças da National e de outros fabricantes, assim como links para distribuidores que poderiam oferecer estas peças e suas listas de preços atuais. O site estava integrado diretamente com os estoques e listas de preços, com funções muito mais fáceis para efetuar pedidos para distribuidores. A National não parou neste estágio. Ela continuou perguntando a seus clientes quais eram as suas necessidades que ainda não tinham sido atendidas. Com base nesta interação, o próximo passo foi prover a função de simulação térmica – para cálculo de sistemas de resfriamento – e projeto para equipamentos sem fio. Assim como no caso do simulador, a simulação térmica foi viabilizada por meio de um software licenciado de uma empresa indicada pelos próprios clientes, o qual oferecia funções bastante complexas e permitia a realização de pedidos. 37 CONTROLADORIA E ORÇAMENTO Melhoria de processos para o cliente A National começou a analisar o perfil da utilização que seus clientes faziam no site, por meio de acompanhamento de clicks e análise de padrões. Desta forma, realizou mudanças significativas no site, eliminando mais de 50% dos clicks desnecessários. A empresa continuava a medir e monitorar o que realmente interessava aos seus clientes, com base nos 200 termos mais pesquisados diariamente. O objetivo era identificar o que deveria ser alterado no site para facilitar a procura dos clientes. Uma informação adicional obtida foi o interesse dos clientes pelas peças oferecidas pelos concorrentes. Com base nas simulações realizadas pelos clientes, a National podia fazer uma boa previsão da quantidade que ela precisava produzir. A National, por meio de seu site, construiu um relacionamento bastante próximo com seus clientes diretos e indiretos, que permitiu a elaboração de seus perfis de forma individual e corporativa, atingindo mais de 200.000 perfis. Além desses, ela também mantém informações de mais de 500.000 visitantes anônimos por mês. No final de 2000, o tráfego do site consistia em aproximadamente 31.000 visitantes diferentes por dia, com 3.000 pedidos, o que representava um grande ganho no total de pedidos mesmo que, individualmente, representassem pequenos valores. Atualmente, o tráfego consiste em aproximadamente 59.000 visitantes diferentes por dia, com 15.000 pedidos, o que representa um grande crescimento no total de pedidos (quase 100%), e diferentemente agora representam expressivos valores. Uma preocupação constante, neste caso, foi assumir o papel do cliente e pensar como ele para descobrir o que de fato aumenta o valor oferecido, aumentando a produtividade na parte mais valiosa de seu processo. Desta forma, pode‑se descobrir como se tornar indispensável aos clientes. Com esta interação, a National sabia o que seus clientes desejavam e implementava. Ações da empresa se valorizavam na medida em que a demanda fora criada e atendida, as inovações em peças e projetos acompanhadas e realizadas junto aos clientes, assertiva maior nas decisões estratégicas refletindo na expansão da linha de produtos e aquisições, fusões e incorporações de concorrentes inevitavelmente ocorreram e levaram a National a liderança do segmento e mercado, em um ritmo crescente e contínuo. Adaptado de: Santos (s.d.). 38 Unidade II 5.6 O sistema de informação contábil: controladoria no processo de gestão Se cabe à controladoria monitorar todo o processo de gestão, do planejamento estratégico ao operacional, envolvendo programação, execução e controle, Padoveze (2003, p. 54) ilustra todo o processo de gestão por meio da figura a seguir: Sistema de programação operacional Sistema de apoio às operações Sistemas de cursos Sistemas de contabilidade por responsabilidade Sistemas de contabilidade Controle Execução Sistema de orçamento Alternativas avaliadas e aprovadas Sistema de pré‑ orçamento Sistema de simulação Projeções Sistema de informação de variáveis ambientais Sistema de acompanhamento de negócio Sistema de informação contábil Planejamento estratégico Pré‑ planejamento Planejamento operacional Programação Execução Controle Processo de gestão Figura 14 Observação Os fatores que são levados em conta pelos gestores no cálculo do retorno que pode ser esperado pelos acionistas durante o período de planejamento são: • o índice de retorno passado; • o índice de retorno que os acionistas podem obter em outros investimentos; • os efeitos inflacionários; • os efeitos das mudanças nas políticas governamentais em relação a impostos; 39 CONTROLADORIA E ORÇAMENTO • os efeitos das mudanças nos procedimentos gerenciais; • o tipo de política de dividendos adotado pela empresa.Exemplo de aplicação Leia o estudo de caso a seguir. Antônio é administrador de carteiras de ações, trabalhando para um conjunto de clientes. Ele aplica o dinheiro dos clientes em ações e recebe deles em função dos resultados que obtiver. Quanto mais rentáveis forem suas operações, melhor. Ao investir é ele quem determina quanto vai aplicar e em que ações vai aplicar, fazendo uso de um software que ele mesmo criou. O software 70% das vezes dá ordens corretas de operação, isto é: 70% das vezes as ações são compradas a um preço e vendidas a um preço maior. Obviamente 30% das vezes ocorre o contrário. Mas Antônio considera o software eficiente, pois o lucro das operações certas é bem superior ao prejuízo das erradas. Certo dia ele comentou com a sua secretária que a ação Paranapanema, que ele tinha em carteira, iria cair. Ele tinha muita experiência com a ação e conhecia bem quando ela iria subir ou cair. Mas era uma intuição, um feeling, uma percepção. A secretária respondeu: — Por que não vende, então? — O sistema não disse para vender. — Mas você não acha que a Paranapanema vai cair de preço? — Acho. Mas o software não me avisou que devo vender. — Mas você não acha que ela vai cair? — Acho. Mas o sistema não deu a informação para vender a Paranapanema. — Não acredito no que estou ouvindo: se você acha que ela vai cair de preço, para que ficar esperando ordem do sistema? Antônio não vendeu a Paranapanema. Esperou a ordem de venda do sistema – que veio três dias depois – quando a ação já tinha caído de R$12,10 para R$9,80. Adaptado de: Meireles, (2004). Considerando os conceitos da cultura da informação, comente a ação de Antônio. 40 Unidade II 6 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE RESULTADOS E O PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO Observação Antes de seguir para o próximo tópico – Planejamento – saiba a diferença entre planejamento estratégico, controle gerencial e controle operacional. O planejamento estratégico está envolvido com a determinação dos objetivos e metas corporativas, baseia‑se fortemente em informações a respeito do meio ambiente. O controle gerencial se ocupa da implementação do plano estratégico e da obtenção dos recursos necessários para o sucesso corporativo, bem como do seu uso eficiente. O controle operacional é o processo que assegura o desempenho eficaz e efetivo de tarefas específicas. Welsch (1983, p. 19) entende que é a eficácia com que o empreendimento for conduzido que o levará ao sucesso e que, se a administração for traduzida pelos esforços humanos, logo, serão estes, quando bem conduzidos, que darão ou não sobrevivência à organização. Em outras palavras, é o planejamento e o controle de lucros, em termos amplos, por meio de conceitos e técnicas de planejamento e controle de resultados, que sustentarão toda a organização, tanto em médio quanto em longo prazo. Embora a administração atenda às empresas públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, esse estudo de Welsch (1983) pauta‑se sobre as empresas privadas com fins lucrativos. Welsch (1983, p. 21) define em termos amplos a expressão “planejamento e controle de resultados” como um enfoque sistemático e formal à execução das responsabilidades de planejamento, coordenação e controle da administração. Especificamente, o planejamento e o controle de resultados envolvem a preparação e a utilização de: • objetivos globais e de longo prazo da empresa; • um plano de resultados em longo prazo, desenvolvido em termos gerais; • um plano de resultados em curto prazo, detalhado de acordo com diferentes níveis relevantes de responsabilidade – divisões, produtos, projeções etc.; • um sistema de relatórios periódicos de desempenho, mais uma vez para os vários níveis de responsabilidade. O conceito de planejamento e controle de resultados implica senso de realidade, flexibilidade e atenção permanente às funções de planejamento e controle da administração. Conforme defende Welsch (1983, p. 21), para que se possa adquirir uma compreensão apropriada do conceito genérico de 41 CONTROLADORIA E ORÇAMENTO planejamento e controle de resultados, é preciso reconhecer que ele se aproxima do conceito de sistema que integra todos os aspectos funcionais e operacionais de uma empresa, ou seja, é a integração da administração com a controladoria. Welsch (1983, p. 22) esclarece ainda que a contribuição da contabilidade na formação do planejamento e controle de resultados, embora seja de vital importância, precisa ser adaptada a fim de atender às necessidades geradas pelo planejamento e controle de resultado, ou seja: • contabilidade por níveis e áreas de responsabilidade; • contabilidade por margem de contribuição – custeio direto; • custeio padrão – orçamento para a produção; • orçamentos variáveis de despesas; • relatórios de desempenho operacional. Para Welsch (1983, p. 28‑29), as funções básicas da administração que devem integrar permanentemente o planejamento e controle de resultados são as seguintes: • planejar: — desenvolver de maneira imaginativa novas potencialidades e lucros e melhorar as atividades já existentes que os geram, estabelecer sistematicamente os objetivos relevantes da empresa e formular estratégias e planos realistas para alcançá‑los a curto e longo prazo; • organizar: — estruturar – subdividir – as tarefas a serem executadas para alcançar os objetivos da empresa; atribuí‑las a indivíduos específicos por meio da designação de autoridade e responsabilidade; • formar a equipe de pessoal da organização: — avaliar e definir as necessidades de recursos humanos compatíveis com os objetivos e planos da empresa, — empregar indivíduos competentes e desenvolver programas para aumentar suas competências; • dirigir: — exercer liderança dinâmica na implantação e execução de planos e estratégias; — desenvolver condições de trabalho que ofereçam motivação positiva para os indivíduos e grupos; 42 Unidade II • controlar: — exercer continuamente um controle dinâmico, agressivo e flexível das operações para assegurar conformidade realista com os planos e objetivos; — aperfeiçoar permanentemente o processo de administração, por meio de avaliações objetivas do feedback obtido e através da introspecção e de uma disposição construtiva no sentido de fazer novas experiências e aceitar mudanças. Para Welsch (1983, p. 39), um planejamento e controle de resultados devem conter os itens apresentados na figura a seguir: Objetos gerais Econômicos Clientes Empregados Proprietários Objetos específicos Linhas de produtos Linhas de serviços Áreas geográficas Participação de mercado Estratégia Como agir — Métodos de ação para atingir os objetivos gerais e específicos Planejamento detalhado Políticas Projetos Planos formais de resultado Resultado esperado Planos de projeto Plano de resultados a longo prazo Plano de resultados a curto prazo Administração de capital Retorno sobre investimento Margem de lucro Rotação dos ativos Decisões específicas para a implantação de estratégias Uma hierarquia de objetivos Figura 15 Welsch (1983, p. 39) adverte que os relatórios devem ser elaborados periodicamente, por áreas ou centros de responsabilidade e distribuídos para seus respectivos responsáveis, a fim de comparar o desempenho real com o planejado. 43 CONTROLADORIA E ORÇAMENTO Resumo Na controladoria, o sistema de informação dá suporte a diversos fatores, como: humanos, materiais, tecnológicos e financeiros. Os sistemas de informações em apoio às operações e à gestão facilitam o dia a dia das empresas, porém a organização deve agir de modo simultâneo. O importante é ter um sistema de informação que atenda, ao mesmo tempo, tanto às áreas de operações quanto à gestão da organização. O avanço tecnológico permitiu que as empresas integrassemsuas informações de tal maneira que hoje os sistemas integrados fazem parte da gestão empresarial. A contabilidade por si já é um sistema de informação, uma vez que existe a partir das operações realizadas por outros departamentos, executando. A partir daí, o seu papel de mensurar, controlar e avaliar as operações ocorridas ou, em outras palavras, avaliar economicamente a empresa, pelo fato de o sistema de informação contábil estar inserido no de informação da controladoria e, ainda, ser o único que resume todas as operações realizadas na organização por meio dos lançamentos contábeis. Exercícios Questão 1. “O papel do administrador moderno não é apenas gerenciar uma determinada área ou setor da empresa (seja ela pública ou privada). Esse profissional precisa entender grande parte do funcionamento da organização, compreendendo a funcionalidade de cada setor, assim como das operações da companhia. Basicamente, ele deve possuir e desenvolver sua habilidade conceitual sobre o negócio. Para a administração geral, conceitualmente falando, a função do administrador compreende um processo de quatro etapas principais que são:” (Disponível em: <http://www.portal‑administracao.com/2013/10/administracao‑geral‑especial.html>. Acesso em: 10 jun. 2019). Baseado no trecho anterior, aponte a alternativa que traz cada uma das quatro etapas na ordem que são propostas: A) Missão, organização, direção e controle. B) Planejamento, direção, organização e controle. C) Planejamento, organização, direção e controle. 44 Unidade II D) Planejamento, organização, controle e direção. E) Organização, planejamento, controle e direção. Resposta correta: alternativa C. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: apesar de organização, direção e controle estarem em seus devidos lugares, a missão não se enquadra neste contexto. B) Alternativa incorreta. Justificativa: a direção, encarregada de liderar e motivar, não pode vir antes da organização, que diz o que, como e por quem será feito. C) Alternativa correta. Justificativa: planejar objetivos e estratégias; organizar o que, como e quem fará; dirigir a liderança e a motivação e controlar a monitoração do desempenho. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o ato de liderar não pode ser realizado após o processo de monitoração. E) Alternativa incorreta. Justificativa: o processo de organização não se encaixa no desdobramento dos demais conceitos. Questão 2. “A implantação de programas de melhoria da gestão dos gastos públicos, conforme Tripadalli, Fernandes e Machado (2011), é normalmente viabilizada por meio da TI e deve vir acompanhada de ações voltadas à melhoria das compras e gestão de outros processos da cadeia de suprimentos do serviço público, possibilitando uma maior integração das informações geradas. Além disso, as empresas podem obter vantagens competitivas com o uso de TI; no entanto, é necessário que haja coerência entre as estratégias dessa implementação e do negócio (Villas, Fonseca e Macedo‑Soares, 2006). Os ERPs são sistemas transacionais no que se refere ao armazenamento de dados e processamento das tarefas rotineiras da empresa (Arozo, 2003). Um sistema ERP é considerado uma solução de software baseada na visão de gestão por processos de uma organização, a qual pressupõe que existe interação entre várias áreas e tem a finalidade de integrar de forma estreita todas as áreas e funções (Cavalcanti, 2001).” (Disponível em: <https://bit.ly/2wMgouU>. Acesso em: 10 jun. 2019). 45 CONTROLADORIA E ORÇAMENTO Analisando o livro e o trecho anterior, aponte o porquê da necessidade de implantação do ERP também no setor público brasileiro: A) A implantação de sistemas ERP no setor público se fez/faz necessária para modernizar as plataformas governamentais, apenas. B) A implantação destes modelos de gestão integrada por meio do ERP é demandada por tecnocratas que apontam o aumento de produtividade como principal fator para este tipo de demanda. C) Os modelos de gestão integrada não são indispensáveis ao setor público, uma vez que a lógica maximização de lucro não está presente. D) O setor público demanda sistemas ERP apenas para melhorar a comunicação do Estado com empresas fornecedoras de recursos. E) A implantação do ERP no setor público vem da necessidade de controlar recursos cada vez mais escassos, dar respostas mais ágeis e maior transparência ao modo de funcionamento do Estado. Resolução desta questão na plataforma.
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