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• Clausulas gerais e conceitos indeterminados Cláusulas gerais e conceitos jurídicos indeterminados ou vagos, se tratam da flexibilização do sistema jurídico, através da linguagem possibilitando ao juiz a interpretação da lei para a aplicação no caso concreto. • Mudança dos princípios norteadores do direito O código civil de 2002 trabalha com três princípios norteadores básicos são eles os seguintes: princípio da eticidade, princípio da operabilidade, princípio da sociabilidade. Princípio da eticidade: procurou-se superar o apego ao formalismo jurídico, mas conservando as conquistas técnicas jurídicas (normas genéricas ou clausulas gerais), sem a preocupação com rigorismo conceitual, buscando com ênfase proteger a pessoa humana, priorizando a boa- fé, a justa causa, a equidade e outros critérios éticos. Princípio da sociabilidade: buscou afastar o caráter individualista da lei. Princípio da operabilidade: busca soluções simples que se estabeleça de moda a facilitar a interpretação do direito e dar maior efetividade ao seu operador. • Pessoa natural Pessoa natural é o nome que o direito civil atribui ao ser da espécie humana, considerado enquanto sujeito de direito e obrigações. Para ser pessoa natural, basta existir, enquanto ser da espécie humana. • A personalidade jurídica A personalidade civil ou jurídica é a aptidão genérica para ser sujeito de direitos e deveres, aptidão esta que poderá ser exercida a partir do seu nascimento com vida e dura até a sua morte. O simples fato de nascer, constatado pela oxigenação de seus pulmões, é suficiente a lhe garantir a personalidade jurídica. • As teorias relativas ao início da personalidade A teoria natalista ou nativista defende que o ser humano adquire personalidade civil ou jurídica somente a partir do seu nascimento com vida, antes disto o que se tem é mera expectativa de direito. TEORIA CONCEPCIONISTA Para os concepcionistas, é possível o ser humano adquirir a personalidade civil ou jurídica desde a concepção, ou seja, antes de nascer. TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL Para esta teoria, o nascituro é uma “pessoa condicional”, e por este motivo a lei lhe garante expectativas de direitos, que dependem do seu nascimento com vida para que se convalidem. • Capacidade e incapacidade Capacidade Chamamos de capacidade civil, ou capacidade jurídica, a medida ou proporção do exercício da personalidade jurídica de cada pessoa, que pode ser classificada em: a) capacidade de direito; b) capacidade de fato; c) capacidade plena; ou d) capacidade limitada a) Capacidade de direito é a capacidade que todas as pessoas possuem, basta nascer com vida para possuir capacidade de direito. b) Capacidade de fato exige uma aptidão descrita na lei, é aquela que se adquire quando atingida a maioridade civil, aos dezoito anos de idade completos, ou por escritura de emancipação, passando a poder exercer por si mesmo todos os atos da vida civil. c) Capacidade plena se identifica presente quando a pessoa possui tanto a capacidade de direito quanto a de fato ao mesmo tempo. d) Capacidade limitada se dá quando uma pessoa possui a capacidade de direito, mas não possui a capacidade de fato. Incapacidade A incapacidade nada mais é do que a restrição ao exercício dos direitos e obrigações da pessoa, e pode ser classificada em: a) absoluta ou b) relativa. a) Incapacidade absoluta: A prática de um ato por pessoa absolutamente incapaz acarreta a sua nulidade, pois se trata de proibição total. Desse modo, para que o absolutamente incapaz possa praticar algum ato civil, ele deverá ser representado por outra pessoa capaz. São absolutamente incapazes: os menores de 16 anos b) Incapacidade relativa – A lei permite aos relativamente capazes que pratiquem os atos da vida civil, desde que assistidos; se praticarem atos sozinhos, o ato será anulável. São relativamente incapazes: os maiores de 16 anos e os menores de 18 anos; Os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; Aqueles por causa transitória o permanente não poderem exprimir sua vontade; Os pródigos; • Direitos da personalidade Direitos da personalidade são direitos subjetivos conferidos a todas as pessoas naturais (seres humanos) com o intuito de proteger a sua integridade física, moral e intelectual. a) Inatos: todos os seres humanos, ao nascer, já se encontram dotados de direitos da personalidade. b) Vitalícios: os direitos da personalidade acompanham o ser humano ao longo da vida. c) Absolutos: os direitos da personalidade impõem um dever geral de abstenção a todas as pessoas (sujeição passiva universal); todas as pessoas devem abster-se de praticar qualquer ato que possa prejudicar a integridade de um ser humano. d) Ilimitados: os direitos da personalidade são ilimitados porque não existe um número certo de direitos da personalidade, por esse motivo eles não podem ser quantificados. e) Extrapatrimoniais: é impossível atribuir valor econômico aos direitos da personalidade, pois não integram o patrimônio da pessoa (ou seja, dizem respeito ao ser, e não ao ter). f) Imprescritíveis: os direitos da personalidade são considerados imprescritíveis, pois o não exercício pelo seu titular não acarreta a extinção do direito nem o afastamento da proteção dada pelo ordenamento jurídico. g) Intransmissíveis: os direitos da personalidade estão ligados de tal forma à personalidade jurídica de cada ser humano que não se admite a sua transmissão. h) Relativamente disponíveis: embora não se admita a transmissão dos direitos da personalidade, nada impede que uma pessoa disponha de algum aspecto de sua personalidade de forma relativa e temporária. i) Irrenunciáveis: os titulares dos direitos da personalidade não podem ser renunciados, pois surgem com o ser humano e o acompanham ao longo da vida (vitalícios). j) Inexpropriáveis: por serem inatos e ligados à pessoa, os direitos da personalidade não podem ser retirados da esfera de seu titular. • O fim da personalidade Extingue-se a personalidade jurídica da pessoa natural quando esta vier a morrer. A morte da pessoa natural pode ser real ou presumida. A morte real ocorre quando cessam as atividades cardíacas ou respiratórias da pessoa, ou quando se dá a morte cerebral ou encefálica. A morte presumida pode ser de dois tipos: Morte presumida com decretação de ausência: Vai ocorrer no processo de ausência quando for aberta a sucessão definitiva. Morte presumida sem decretação de ausência: Quando era provável a morte da pessoa que estava correndo risco de vida; Quando a pessoa foi feita prisioneira de guerra ou de campanha e não foi encontrada até dois anos após o termino da guerra; COMORIÊNCIA – Quando dois ou mais indivíduos vierem a falecer ao mesmo tempo, havendo dúvidas quanto a quem tenha morrido primeiro, a legislação civil permite a aplicação da presunção de que tenham morrido ao mesmo tempo. Esta regra afasta a incidência da sucessão entre os comorientes. • Domicilio Art. 70: “O domicilio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com animo definitivo.” É no domicílio que a pessoa se presume presente para dar cumprimento aos seus atos e negócios jurídicos. Quanto ao número, o domicílio pode ser único ou plúrimo. Quanto à existência, é real ou presumido. Quanto à liberdade de escolha, pode ser necessário ou voluntário, sendo que o necessário é aquele descrito por lei, e o voluntário o que pode ser estipulado pelas partes emrelação jurídica. • Bens Bens Imóveis Bens imóveis ou bens de raiz são aqueles que não podem ser transportados, sem destruição, de um lugar para outro. A remoção causaria alteração de sua substância ou de sua forma. a) Por natureza (ou por essência): trata-se do solo e tudo quanto lhe for incorporado de forma natural (p. ex.: árvores, frutos, pedras etc.). b) Por acessão física artificial: são todos os bens que as pessoas incorporam ao solo de forma artificial e permanente – não podem ser retirados, em regra, sem destruição, modificação, fratura ou danos. Exemplo: o deslocamento de uma casa de madeira ou mesmo de alvenaria de um lugar para outro. c) Por acessão intelectual (ou por destinação): são todos os bens móveis que o proprietário mantém empregados de forma duradoura e intencional na exploração industrial, aformoseamento (embelezamento) ou comodidade do bem imóvel. Exemplo: (vasos, estátuas nos jardins, cortinas etc.), máquinas agrícolas, animais e materiais utilizados para plantação, escadas de emergência justapostas nos edifícios, geradores, aquecedores, aparelhos de ar-condicionado. Bens móveis São aqueles que podem ser movidos de um local para outro sem que seja alterada a substância ou a destinação econômico-social. a) Por natureza: compreendem tanto os semoventes (aqueles que se movem por força própria – exemplo: os animais). b) Por antecipação: são aqueles mobilizados (transformados em bens móveis) pelos seres humanos em atenção a sua finalidade econômica (p. ex.: fruta colhida, madeira cortada, pedra extraída, casa vendida para ser demolida etc.). c) Por determinação legal: são: I. as energias que têm valor econômico: elétrica, térmica, solar, nuclear, eólica, radioativa, radiante, sonora, da água represada etc.; II. os direitos reais sobre bens móveis (direito de propriedade, usufruto, penhor e propriedade fiduciária) e as ações correspondentes; III. os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações: direitos obrigacionais, também denominados de crédito; IV. os direitos autorais: V. A propriedade industrial: Bens fungíveis São os móveis passíveis de substituição por outros da mesma espécie (gênero), qualidade e quantidade. Como exemplo de bens fungíveis, podemos citar dinheiro, milho, água etc. Bens infungíveis São os bens que não podem ser substituídos por outros em razão de determinadas qualidades individuais e específicas. Exemplo: uma obra de arte, um livro autografado, etc. Bens consumíveis Bens consumíveis são os destinados à satisfação de necessidades e interesses das pessoas. a) Consumíveis de fato: são os bens cujo uso importa na destruição imediata da própria substância ou na sua extinção – a consuntibilidade é natural – p. ex.: frutas, verduras etc.; b) Consumíveis de direito: são os bens destinados à alienação – a consuntibilidade (característica dos bens consumíveis) é jurídica – ex.: livros e automóveis à venda em uma loja. Bens inconsumíveis São os que podem ser usados de forma contínua e reiterada, sem que isso importe na sua destruição imediata. (p. ex.: o empréstimo de uma garrafa de vinho para exposição, roupa). Bens divisíveis Os bens divisíveis são os que podem ser fracionados em partes homogêneas e distintas, sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor ou prejuízo para o uso a que se destinam. Exemplo: um saco de feijão é divisível, pois pode ser fracionado em duas ou mais partes, mantendo as suas características originais. • Bens indivisíveis Não podem ser fracionados. A indivisibilidade de um bem pode ser de três espécies: a) Por sua natureza: São os bens que não podem ser divididos sob pena de alterarem sua substância, perderem sua utilidade ou reduzirem consideravelmente o seu valor. Exemplos: touro reprodutor, automóvel, obra de arte etc. b) Por determinação legal: são os bens considerados indivisíveis por força de dispositivo legal expresso. Exemplos: o direito à sucessão aberta/herança, que é considerado indivisível até o momento da partilha. c) Por vontade das partes: são os bens divisíveis transformados em indivisíveis por força da vontade manifestada em contrato (exercício da autonomia privada), deixando seu aspecto de divisibilidade para trás. Bens materiais (res corporalis) Também denominados bens corpóreos ou tangíveis, são aqueles que têm existência material, podendo ser percebidos por nossos sentidos. Exemplos: armários, lâmpadas, telefones celulares, livros etc. Bens imateriais (res incorporalis) Também denominados bens incorpóreos ou intangíveis, são todos os bens que possuem existência abstrata, não podendo ser sentidos/toca dos fisicamente pelos seres humanos. Exemplo: direitos autorais de quem escreveu um livro, direitos de crédito, direito à herança, invenções, direitos reais, direitos obrigacionais etc. • Bens singulares Bens singulares ou individuais são aqueles que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. a) Bens singulares simples: são os bens cujas partes formam um todo homogêneo e estão agrupadas em razão da sua própria natureza (a coesão é natural). Podem ser materiais (p. ex.: árvore) ou imateriais (p. ex.: crédito). b) Bens singulares compostos: são aqueles bens que, reunidos, formam um só todo, mas sem desaparecer a condição jurídica de cada parte (a coesão é artificial – p. ex.: navios, materiais utilizados na construção de uma casa etc.). • Bens coletivos Bens coletivos ou universais são aqueles formados por vários bens singulares que, reunidos, passam a formar uma coisa só (individualidade incomum), mas sem que desapareça a condição jurídica de cada parte (autonomia funcional). Dessa forma, o titular dos bens pode contratar sobre a coletividade dos bens (p. ex.: vender uma biblioteca) ou sobre um dos bens de forma individualizada (p. ex.: alienar apenas um livro de uma biblioteca). a) Universalidade de fato (universitas rerum): é a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Exemplos: rebanho, biblioteca, pinacoteca, frota, floresta, cardume etc. b) Universalidade de direito (universitas iuri): complexo de relações jurídicas de uma mesma pessoa, dotadas de valor econômico. Exemplo: herança, patrimônio, massa falida. Bens principais Considera-se bem principal todo aquele que tem sua existência independente de qualquer outro. Bens acessórios ligado ao bem principal ❖ Naturais: arvore e frutos ❖ Civis: lei: aluguel, juros ❖ Industrial: engenho humano • Negócios jurídicos: Negócios jurídicos são atos humanos que demonstram a intenção (vontade) de produzir efeitos jurídicos: a) Adquirir direitos; b) Extinguir direitos; c) Modificar direitos; d) Conservar direitos; Classificação Quanto ao número de declarantes: Unilaterais: são os negócios jurídicos formados pela declaração de vontade de apenas uma pessoa (p. ex.: testamento, renúncia de crédito, promessa de recompensa). Subdividem-se em: a) receptícios: aqueles em que a declaração de vontade deve ser levada ao conhecimento do destinatário para que produza efeitos (p. ex.: promessa de recompensa); b) não receptícios: aqueles em que o conhecimento do destinatário é irrelevante (p. ex.: testamento). Bilaterais: aqueles em que há duas manifestações de vontade. Os contratos, por exemplo, exigem, ao menos, dois contratantes, duas manifestaçõesde vontade. Plurilaterais: são os negócios jurídicos em que há mais de duas pessoas com interesses coincidentes. Essa situação é comumente verificada em alguns contratos, como o de incorporação imobiliária. Quantas às vantagens patrimoniais: Gratuitos: são os negócios jurídicos representados por atos de liberalidade, isto é, atos que outorgam vantagens sem exigir uma contraprestação. Exemplos: contrato de doação pura, contrato de comodato, testamento etc. Onerosos: são aqueles negócios que envolvem sacrifícios e vantagens patrimoniais para todos os envolvidos. Exemplos: contrato de compra e venda, contrato de locação etc. Bifrontes: são os negócios jurídicos que, de acordo com a vontade das partes, podem ser gratuitos ou onerosos. Exemplos: contrato de depósito, contrato de mútuo, contrato de mandato etc. Neutros: são aqueles que não podem ser enquadrados na categoria de gratuitos nem de onerosos. Os negócios jurídicos neutros caracterizam-se pela ausência de atribuição patrimonial. Exemplos: instituição de bem de família (Código Civil, arts. 1.711 a 1.722), cláusula de inalienabilidade, incomunicabilidade ou impenhorabilidade, etc. Classificação quanto ao momento da produção dos efeitos Inter vivos: são os negócios jurídicos que têm por objetivo a produção de efeitos durante a vida dos participantes. Como exemplos de negócios inter vivos: podem ser citados os contratos, a promessa de recompensa, o pacto antenupcial. Obs.: Eventualmente, podem continuar produzindo efeitos após a morte, como ocorre com alguns contratos. Mortis causa: são aqueles que somente produzem efeitos após a morte da pessoa que manifestou à vontade. A morte é considerada requisito de eficácia do negócio jurídico. Exemplos: testamento e codicilo (ato simplificado de última vontade, para as disposições de pequena monta). Classificação quanto à forma: Solenes ou formais: são os negócios jurídicos que devem seguir uma solenidade ou formalidade imposta pela lei para que sejam válidos. Exemplos: testamentos, contrato de compra e venda ou doação de imóvel com valor superior a trinta salários mínimos. Não solenes ou informais: são os negócios jurídicos que têm forma livre Exemplos: os contratos de comodato (contrato unilateral e gratuito, pelo qual alguém (comodante) entrega a outrem (comodatário) coisa infungível, para ser usada temporariamente e restituída no tempo combinado) e de locação podem ser celebrados verbalmente. Classificação quanto à independência ou autonomia: Principais (ou independentes): são os negócios jurídicos que têm existência própria, não dependendo de qualquer outro para que tenham validade ou eficácia. Exemplo: A locação é um exemplo clássico de contrato principal. Acessórios (ou dependentes): são aqueles cuja existência está subordinada a outro negócio jurídico. Exemplos: a cláusula penal e os contratos de fiança, hipoteca, penhor e anticrese. Classificação quanto às condições pessoais dos negociantes: Impessoais: são os negócios jurídicos que independem da condição pessoal dos envolvidos. Se uma das partes não cumprir a obrigação assumida, outra pessoa poderá cumpri-la. Exemplo: compra e venda Pessoais: também conhecidos como personalíssimos ou intuitu personae, são os negócios jurídicos que dependem de condição pessoal dos negociantes, havendo obrigação infungível (insubstituível). Exemplo: contrato de prestação de serviço e contrato de fiança. Classificação quanto à causa determinante: Causais (ou materiais): são os negócios jurídicos em que o motivo consta expressamente do seu conteúdo. Exemplo: termo de separação ou divórcio. Abstratos (ou formais): são aqueles em que a razão não está inserida no conteúdo. Exemplo: termo de transmissão da propriedade; simples emissão de título de crédito etc. Classificação quanto ao momento da eficácia: Consensuais: são os negócios jurídicos que se consideram formados a partir do momento em que há acordo de vontades. Exemplo: compra e venda pura. Reais: são os negócios que somente se aperfeiçoam após a entrega do objeto. Exemplos: contrato de comodato, contrato de depósito e contrato estimatório. Classificação quanto à extensão dos efeitos: Constitutivos: são os negócios jurídicos que geram efeitos ex nunc (não retroativos), a partir de sua celebração para o futuro. Em geral os contratos têm eficácia constitutiva. Declarativos: são aqueles que produzem efeitos ex tunc (retroativos), a partir do momento em que ocorreu o fato que constitui seu objeto. Como exemplo de negócio declarativo, temos a partilha de bens na sucessão de uma pessoa, que retroage ao momento da morte. Plano de existência do negócio jurídico: Elementos substantivos se não estão presentes o negócio jurídico é inexistente. Obs.: poderá ser proposta ação declaratória de inexistência. Plano de validade: Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - Agente capaz; II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - Forma prescrita ou não defesa em lei. Defeitos nos negócios jurídicos • Erro substancial Erro substancial (error in substantia) ou erro essencial é aquele que recai sobre aspecto determinante (relevante) do negócio, incidindo sobre o núcleo essencial da declaração. Obs.: Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. O erro é substancial quando: I - Interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades a ele essenciais; Exemplo quanto a natureza (error in negotio): a pessoa aluga uma casa, mas achava que a estava emprestando. Agente Objeto Vontade Forma Exemplo quanto ao objeto principal da declaração (error in corpore):– a pessoa acredita que está comprando um determinado carro e na verdade adquire outro. Exemplo quanto a alguma das qualidades a ele essenciais (error in qualitate ou in substantia): a pessoa compra um relógio de latão, achando que é de ouro II - Concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; Exemplo: a pessoa acha que está contratando uma banda famosa, mas acaba contratando uma homônima (mesmo nome). III - Sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. • Erro acidental É aquele que recai sobre aspecto secundário, não é anulável. Exemplo: qualidade acessória, medida, peso ou quantidade. • Erro obstativo O erro obstativo, obstáculo ou impróprio é aquele de exagerada importância, constituindo uma profunda divergência entre as partes contratantes de tal modo que não haveria vontade negocial. No direito brasileiro o legislador não fez distinção entre o erro obstativo e o erro substancial, acolhendo todas as hipóteses como erro substancial e, portanto, anuláveis. • Escusabilidade ou recognoscibilidade Para a doutrina majoritária, o dispositivo não exige mais a escusabilidade como um requisito para a anulação do negócio jurídico, mas, sim, a recognoscibilidade ou cognoscibilidade. • DOlO É o artifício (manobra, maquinação) utilizado com o propósito de enganar uma pessoa para que ela celebre determinado negócio. Para que o negócio seja anulável, não se exige a demonstração de efetivo prejuízo, sendo suficiente a intenção de prejudicar. Erro: equivoco espontâneo Dolo: equivocoinduzido Consequências do dolo Anulável Ação anulatória prazo decadência 4 anos • Classificação Dolo essencial: contamina o negócio jurídico Dolo acidental: não acarreta anulação, mas apenas satisfação em perdas e danos. Quanto a conduta: Positivo: ação voltada para enganar. Permite a anulação. Negativo: omissão (silencio) acerca de aspecto relevante para a realização do negócio. Permite a anulação. Dolo bilateral ou reciproco: quando ambos agem com dolo, não permite a anulação, nem reparação em danos. O dolo de uma parte compensa o da outra, mesmos essencial ou acidental. Quanto a conteúdo: Dolo mau: manobras para enganar. Para prejudicar alguém. Dolo bom: 1) Comportamento licito e tolerado no comercio. Havendo abuso o negócio poderá ser anulado. 2) Quando uma pessoa engana com o objetivo de beneficiar a pessoa enganada. Dolo a terceiro: quando uma terceira pessoa fora do negócio quer se aproveitar da ação enganosa. Dolo do representante: Representação convencional: solidariedade Representação legal: há maior proteção do representado. Obs.: ambos são negócios anuláveis. • Coação Ameaça (física ou moral) Objetivo: força uma pessoa a fazer algo que é contra a vontade. Coator: quem exerce a coação Coato: quem sofre a ação • Espécies: Absoluta: A coação absoluta, também denominada física ou vis absoluta, é o constrangimento corporal que retira toda a capacidade de manifestação de vontade, implicando ausência total de consentimento. Relativa: coação moral, psicológica ou vis compulsiva. • Requisitos da coação: A ameaça deve ser grave; Iminente; Injusta; Recair sobre a pessoa, seus familiares ou bens; A ameaça deve ser causa da celebração do negócio. Consequências: Anulável: ação anulatória Decadência: 4 anos Legitimidade: pessoa coagida Obs.: Poderá preitar perdas e danos e reparação por danos morais. Coação a terceiro Se outra pessoa realizar a coação em vez do contratante, o negócio será anulável desde que o contratante beneficiado tivesse ou devesse ter conhecimento da coação realizada. Estado de perigo O estado de perigo consiste na celebração de um negócio jurídico com onerosidade excessiva porque o agente estava premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte. Requisitos de estado de perigo Onerosidade Situação de perigo Dolo de aproveitamento Consequência Anulabilidade Ação anulatória Prazo decadência de 4 anos, contados da celebração do negócio. • Lesão negócio jurídico com onerosidade excessiva porque o agente se encontrava em uma situação de premente necessidade ou de inexperiência (Art.157). Exemplo: qualquer contrato bilateral Requisitos: Onerosidade excessiva Premente necessidade ou inexperiência Fraude contra credores O ato do devedor insolvente ou próximo da insolvência alienar (vender ou desfazer-se de algum outro modo) de um bem com o objetivo de prejudicar o credor, em virtude da diminuição do seu patrimônio. Exemplo: uma pessoa está devendo cem mil reais e, sem quitar a dívida, doa para um amigo o único bem que poderia ser utilizado para pagá-la Simulação uma declaração enganosa da vontade com o objetivo de provocar uma ilusão no público, seja por não existir negócio de fato, seja por existir um negócio diferente daquele que se aparenta. Há, portanto, um desacordo intencional entre a vontade interna (intenção) e a vontade externa (manifestação), com o objetivo de iludir terceiro. Prescrição a prescrição pode ser definida como a perda da pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia de seu titular, no prazo previsto em lei. Pretensão é o poder de exigir de outrem, coercitivamente, o cumprimento de um dever jurídico previsto em lei ou em contrato. A pretensão é, portanto, o poder de exigir o cumprimento de um direito subjetivo patrimonial em juízo. Prescrição Extintiva: é tratada na Parte Geral do Código Civil de 2002 e se refere à perda de um direito. Prescrição Aquisitiva: também denominada usucapião, se refere à aquisição de um direito e vem regulada na Parte Especial do Código. Decadência Decadência é a perda efetiva de um direito potestativo, pela falta de seu exercício, no período previsto na lei (decadência legal), ou pela vontade das partes (decadência convencional). Art. 1º Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Art. 8° Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - Agente capaz; II - Objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - Forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa. Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes. Lei 9434 de 4 de fevereiro de 1997 Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências. Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea.
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