Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Planejamento de Unidades de Alimentação e Nutrição Aula 06 : Fluxo de produção e planejamento dos setores das UAN- Parte 1 Profa. M.Sc Cremilda Amaral Roso de Oliveira E-mail: cremilda.oliveira@estacio.br Composição e dimensionamento de áreas Inclui o cálculo da área necessária para cada setor e a definição das dimensões dos diferentes setores, ou áreas. Área maior que necessário: deslocamentos desnecessários, necessidade de manter limpeza e organização em espaços ociosos, elevado investimento financeiro. Área menor que necessário: aumento do risco de acidentes, dificuldade na elaboração de cardápios variados, falta de espaços para equipamentos, bancadas e móveis necessários. Área adequada: conforto a funcionários e clientes, desgaste mínimo dos funcionários, incremento na produtividade. Parâmetros importantes para o dimensionamento de setores da UAN Características específicas do estabelecimento; Tipo de sistema de produção de refeições: sistema tradicional ou cozinha de montagem, sistema cook chill ou cook freeze; Número de refeições diárias; Capacidade máxima de atendimento – Tipos de refeições: diversificação de alimentos utilizados Estilo dos cardápios Parâmetros importantes para o dimensionamento de setores da UAN Sistema e períodos disponíveis para distribuição das refeições Periodicidade de compras e uso de alimentos pré-elaborados (ex: minimamente processados); Número de funcionários – espaço para sanitários leva em conta o maior turno; Disponibilidade de espaço; Disponibilidade financeira Modalidade de distribuição (serviço) Cafeteria fixa: Serviço de porcionamento controlado Esteira rolante (maior desperdício): O comensal recebe sua refeição em bandeja pronta Self-service: O próprio comensal porciona sua refeição À la Carte: A refeição é servida por garçons ou copeiras especializados, já porcionada individualmente ou não Modalidade de distribuição (serviço) SISTEMA DE CAFETERIA Sistema cômodo:favorece a todos, rápido, bem organizado,ótimo atendimento,econômico. •Funcionários da UAN servem as refeições. Para médicos (hospitais): pequeno refeitório à parte (maior rapidez,sem fila, etc.). Seria bom que acompanhantes fizessem refeição no refeitório (menor contaminação, menor risco,menor tensão) independente do refeitório dos funcionários. Modalidade de distribuição (serviço) SELF –SERVICE •Balcão longo(quente/frio)– sem funcionário a servir. •Alimentos já porcionados nas cumbucas ou não;opção ou não. •Bandeja lisa com pratos e travessinhas ou estampada. •Mesas quadradas ou retangulares (4-6lugares). •Copos de vidro ou descartáveis. •Talheres de aço inox. Tipos de bandejas •Lisa c/pratos. •Estampada de inox. •Baixelas descartáveis aluminizadas, mais talheres descartáveis. Sistema de distribuição (hospitais) Sistema centralizado: A refeição é preparada, distribuída, porcionada e identificada na própria cozinha. Necessidade de aumentar a área de expedição, e diminuir as copas Sistema centralizado: VANTAGENS Evita enganos nas dietas para os pacientes e sua montagem; Refeição chega quente e bem apresentada; É manuseada uma vez – Menor risco de contaminação Melhor supervisão e controle da nutricionista; Porcionamento adequado da primeira até a última refeição; Melhor conservação da temperatura dos alimentos Eliminação das copas superdimensionadas e equipadas das unidades de internação DESVANTAGENS •Exige maior área física junto à cozinha. •Alto custo de instalação. Sistema de distribuição (hospitais) Sistema descentralizado: A refeição é preparada na cozinha, os alimentos são acondicinados em carros térmicos, transportados para onde são realizados o porcionamento, identificação e distribuição das refeições Exige:carros térmicos com cubas e com tamanho apropriado para levar o número de refeições que serão porcionadas nas Unidades de Internação. É um sistema onde o alimento é muito manuseado. Sistema descentralizado: MAIOR manipulação do alimento, concorrendo para um aumento no grau de contaminação Perde na apresentação pelo excesso de manipulação; Alteração ou perda do paladar dos alimentos–excesso de aquecimento e reaquecimento a que são submetidos; Porcionamento pode ser inadequado; Identificação e montagem das bandejas nas copas gera tumulto, trocas e possíveis erros; Dificulta o controle e supervisão da Nutricionista Sistema de distribuição (hospitais) Sistema misto: Parte da distribuição é centralizada e parte é descentralizada Normalmente a dieta geral e as dietas especiais de rotina têm distribuição descentralizada e as dietas especiais (de controle) têm distribuição centralizada (maior supervisão). Exige carros especiais para transporte de bandejas. OUTRA VARIANTE –MISTO •CENTRALIZAÇÃO– das refeições PRINCIPAIS (almoço e jantar). •DESCENTRALIZAÇÃO das refeições INTERMEDIÁRIAS (jejum, colação e lanche noturno). Ou •CENTRALIZAÇÃO da parte quente e •DESCENTRALIZAÇÃO da parte fria (saladas, sucos, sobremesas). Ergonomia Áreas de Unidades de Alimentação e Nutrição As áreas da UAN devem: Seguir uma linha racional de produção Obedecer a um fluxo coerente Na total impossibilidade de áreas separadas para cada gênero, deve-se prever no mínimo um local para preparo de produtos crus e outro para produtos prontos As áreas devem impedir a contaminação cruzada entre alimentos e/ou utensílios limpos e o retorno dos utensílios sujos Recepção e Controle Despensa Unidade refrigerada HigienizaçãoLixo Preparos prévios Cocção Refeitório Copas Aprovisionamento Processamento Distribuição Áreas de Unidades de Alimentação e Nutrição Aprovisionamento Área para recebimento das mercadorias Plataforma de descarga Área de inspeção, pesagem e higienização Áreas de estocagem • Área para armazenagem de alimentos à temperatura ambiente • Área para armazenagem refrigerada Processamento Áreas para preparações prévias Área para cocção Áreas para expedição das preparações Áreas para higienização dos utensílios utilizados no processamento Área para cozinha dietética (hospitais) Distribuição Copa para distribuição das refeições ou de apoio Salão de refeições (refeitório) Área para higienização de bandejas Área para distribuição do cafezinho Copa de distribuição nas unidades de internação (hospital) Cálculo das áreas Que tamanho deve ter minha UAN? Referência 1: Silva Filho, 1996 (Área em função do número de refeições servidas) Nº Refeições Coeficientes 100 0,90 150 0,80 200 0,70 250 0,60 300 0,50 400 0,40 500 0,35 600 0,35 700 0,30 Nº Refeições Coeficientes 800 0,30 900 0,30 1000 0,30 1500 0,28 2000 0,26 3000 0,24 5000 0,20 Número de Refeições X Coeficiente = Área em m² Referência 1: Silva Filho, 1996 (Área em função do número de refeições servidas) Não computados: Bar Área para Monta Carga Casa de gás Casa para compressores Casa para exaustor Nº pessoas m² por pessoa 250 0,80 500 0,80 600 0,75 700 0,72 800 0,70 900 a 1000 0,60 Acima de 1000 0,50 Referência 2: Haydeé Lanzillotti, 1973 De acordo com o padrão do cardápio oferecido, há necessidade de acréscimo de: • 5% para cardápio médio e popular • 10% para cardápio do tipo luxo Setores Percentuais Estoque 10 a 12% Preparo de refeições 16 a 20% Higiene e limpeza 6 a 8% Distribuição de refeições 45 a 48% Administração e segurança 12% A área do refeitóriodeverá ser calculada considerando 1m² por usuário Comportar 1/3 do total de comensais Tomar por base o turno que recebe maior número de comensais As áreas previstas para cozinha e depósito de gêneros deverão ocupar 35% e 20%, respectivamente, da área do refeitório – Exemplo: • 500 comensais • Área do refeitório: 500/3 = 166,7 m2 • Cozinha e depósito de gêneros = 58,4 e 33,4 m2 Referência 3: Legislação (Portaria 3.214, de 08/06/78 e a NR 24) Referência 4: Sant´anna, 2012 (trabalho, hospitalar e restaurante universitário) Índice para cálculo de áreas por setor O dimensionamento dessa forma permite estimar a área necessária para cada setor da unidade. Os índices se aplicam diretamente à UAN com Nº total de refeições (TR ) entre 2000 e 2500 refeições. Os índices devem ser multiplicados pelo TR ou CMA Os índices são apresentados em faixas: •inferior - cardápios simples •intermediários - cardápios médios •superior - cardápios de luxo Áreas de armazenamento: TR Áreas de pré-preparo, preparo, cocção e higienização: CMA Cálculo das áreas UAN hospitalares Segundo Mezomo, para dimensionar a UAN hospitalar Tipo de distribuição Dimensionamento Descentralizada 1,8 m² por leito 20% - recepção 50% - preparo e cocção 30% - demais dependências Centralizada 2 m² por leito 20% - recepção 45% - distribuição 35% - demais UAN Hospitalar (Serviço de Nutrição e Dietética): número de leitos do hospital – subestimação da área ( pacientes, acompanhantes, funcionários e visitantes) Passos dimensiona a área da UAN partindo do número de leitos do hospital: No de leitos Dimensionamento Até 60 1m² por leito 61 a 150 0,75 a 0,90 m² por leito Mais de 150 Estudo especial A autora não faz qualquer relacionamento entre seu dimensionamento específico e a área calculada O Ministério da Saúde recomenda: Nº de leitos Dimensionamento Até 50 1,50 m² por leito 51 a 150 1,2 m² por leito, com área mínima de 75 m² Mais de 150 1 m² por leito, com área mínima de 180 m² RDC 50/2002 complementada pela RDC 307/2002 até 200 refeições/turno - 0,45 m2/refeição; 201 a 400 refeições/turno - 0,3 m2/refeição; 401 a 800 refeições/turno – 0,18 m2/refeição; Acima de 800 refeições/turno – 0,16m2/refeição. Prever: Recepção e inspeção de alimentos e utensílios; Armazenamento de alimentos; Guarda de utensílios; Pré-preparo de alimentos; Cocção de dietas normais; Preparo de desjejum e lanches; Cocção de dietas especiais; Distribuição de dietas normais e especiais. Setorização Através de meia-parede (1 a 1,2 m) Definir espaços Instalar equipamentos Permitir supervisão das atividades Maior integração das áreas Conforto térmico Setores que necessitam de climatização (pré- preparo de carnes, lanches, sobremesas e outras): utilização de parede de vidro Setores de higienização: paredes integrais Setores de recepção, apoio e estocagem As matérias-primas devem ser recebidas e estocadas de acordo com a qualidade e quantidades planejadas Plataforma de recepção de matérias-primas Receber de forma adequada as matérias-primas. Localização deve propiciar comunicação direta com o setor de inspeção e o setor de armazenagem Deve possuir rampas Escada lateral para acesso de pessoal Marquise Não deve cruzar com acondicionamento de lixo Espaço suficiente para higienização e troca dos recipientes dos fornecedores Iluminação: descarregamento noturno 1,2 m em relação a rua de acesso Separação por paredes: refeições transportadas e saída de lixo Higienização e armazenamento de recipientes e estrados Entrega da mercadoria: transferência para recipientes e estrados limpos Possuir comunicação direta com a plataforma de recepção e o setor de inspeção Separação entre as áreas de higienização e armazenamento por meia-parede Construção de elevação de piso para armazenamento de recipientes e estrados limpos Canaletas e ralos para coleta da água de higienização Inspeção Setor de conferência da quantidade e qualidade das matérias- primas recebidas. Conferência das notas ficais Localização deve permitir comunicação com a plataforma de recepção e setores de estocagem seca e fria Pia exclusiva para lavagem das mãos Descarte de embalagens Embalagens retornáveis Pré-higienização de frutas e hortaliças Retirada de sujidades de produtos hortículas Localização deve ser próxima ao setor de inspeção e de higienização e armazenamento de recipientes e estrados Indicada para UAN que recebam hortifruti diariamente ou a cada dois dias Maior que isso: rigor quanto a escolha de fornecedores e maior inspeção no ato da entrega Sanitários para fornecedores e funcionários UAN de grande e extraporte Externo a unidade, próximo a área de recepção Bacias sanitárias e pia com completo sistema de higienização das mãos Estocagem Tipo de serviço prestado Estratégia de abastecimento da UAN Altura e modelos das prateleiras Política de compras da UAN: forma e frequência da entrega, tipo dos alimentos Recomendado menor tempo possível da entrega Localização: próximo a area de recepção e acessível a area de processamento Movimentação de carga: carros de transporte Estocagem seca Despensa ou almoxarifado Área destinada a armazenamento de alimentos não-perecíveis (ex: farináceos, enlatados, massas, cereais, etc) Área bem arejada, com boa ventilação, sem incidência direta do sol Janelas protegidas com telas milimétricas Porta única, com molas e borracha de vedação na parte inferior Temperatura até 26C Umidade relativa entre 50 e 60% Prateleiras de aço inox, vazadas, afastadas das paredes, a 25 cm do piso Estrados de polietileno de alta resistência da cor branca para sacarias Ausência de freezers ou outros equipamentos Ausência de materiais descartáveis e produtos de limpeza Material descartável Estocados em ambiente preferencialmente distintos dos gêneros alimentícios UAN pequeno e médio porte: utilização de prateleiras e estrado específicos na área de alimentos Material de limpeza: estocado em ambiente distinto das áreas de estocagem de gêneros alimentícios Depósito diário Estocagem de matérias-primas para utilização do cardápio do dia Localizado entre os setores de estocagem geral e áreas de pré-preparo preparo UAN de grande e extraporte: planejar câmara fria diária para controle de expedição de alimentos refrigerados Estocagem fria Alimentos perecíveis UAN pequeno porte com cardápio padrão: utilização de refrigeradores e freezers industriais - modelos verticais UAN médio a extraporte: construção de câmaras frias, dividida por unades Antecâmara: espaço que serve de transição térmica entre o ambiente externo às câmaras frias e às próprias câmaras Câmara para carnes resfriadas, degelo de carnes e carnes pré- preparadas Câmara para hortaliças e frutas Câmara para laticínios e ovos Câmara para alimentos preparados e pré-preparados Câmara para congelados Alimentos Temperatura requerida Carnes resfriadas, descongelamento de carne e carnes pré-preparadas -2oC a 2oC Laticínios e ovos 4oC a 6oC Frutas e hortaliças 6oC a 8oC Alimentos pré-preparados e preparados 2oC a 4oC Congelados -18oC Câmaras Nível do piso igual a área externa Ausência de ralos e canaletas – canaletas próximas a porta de saída) Termômetros com mostradores externos Ruptores de segurança Estrados de polietileno Porta hermética de aço inoxidável Permitir abertura por dentro Isolamento térmico (isopor, fibra de vidro ou espuma de poliuretano) – piso, teto e paredes externas com 10 cm Degelo automático e sistema de captação daágua Identificação por tipo de alimento Iluminação interna Alarme para acusar portas abertas Painel ou quadro de comando elétrico de fácil acesso Área para compressores e condensadores Índices (setores de recepção, estocagem e apoio) Plataforma de recepção de matérias-primas: 0,0045 a 0,005m² x TR Setor de inspeção: 0,01 a 0,015m² x TR Higienização de recipientes e estrados: 0,004 a 0,006m² x TR Armazenamento de recipientes e estrados: 0,008 a 0,01m² x TR Pré-higienização de vegetais: 0,005 a 0,008m² x TR Abastecimento mensal: Armazenagem seca: 0,04 a 0,06m² x TR Depósito de material de limpeza: 0,005 a 0,006m² x TR Depósito de material descartável: 0,006 a 0,008m² x TR ENTREGA QUINZENAL: 60 a 65 % da área obtida no cálculo ENTREGA SEMANAL: 35 a 40 % da área obtida Índices (setores de recepção, estocagem e apoio) Câmaras frias : 0,04 a 0,06m² x TR Câmara para carnes resfriadas, degelo de carnes e carnes pré- preparadas: 20 a 30% da câmara fria Câmara para hortaliças e frutas: 25% Câmara para laticínios e ovos: 15% Câmara para alimentos preparados e pré-preparados: 15% Câmara para congelados: 10 a 15 % Antecâmara: 8 a 12% Geladeiras e freezers: 0,015 a 0,02m² x TR Área para compressores e condensadores: 3m² para cada câmara
Compartilhar