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Temporalidade: aqui e agora – Texto 5 Tempo sentido (subjetivo) Tempo percebido (objetivo) O conteúdo da vida do sujeito é captado em um tempo subjetivo Exemplo das notas musicais em uma melodia O passado significativo fica repetido no Aqui e Agora Falta de contato com o presente: Gestalten abertas, pois não podemos atender necessidades no passado ou futuro Como: oposto ao “lá e então” Clínica: explorar o que está sendo vivido Temporalidade para Husserl: a consciência de uma temporalidade que aparece, a exemplo da que surge ao se ouvir uma melodia, não seria possível apenas com a consciência de um presente. Tempo sentido: O tempo sentido não é aquele percebido objetivamente, mas um dado fenomenológico que ele se refere. (Subjetivo) Tempo sentido: como o indivíduo imprime sua subjetividade e sentimentos no tempo presente. Ex.: se o professor estiver ensinando pra 3 alunas e fizer uma piada, cada pode entender conforme sua visão, uma pode achar fora de hora, outra pode rir, outra pode achar que foi indireta. Tempo objetivo: Pertence à conexão da objetividade da experiência, na qual coisas e acontecimentos, corpos e propriedades físicas, psique e seus estados psíquicos têm suas posições determinadas pelo cronômetro; os dados temporais sentidos não são apenas percebidos, mas investidos de caracteres de apreensões a eles relacionados. (Objetivo) Tempo percebido: é o tempo presente de forma objetiva. Ex.: na mesma situação, o professor ensinando faz uma piada, no tempo objetivo de (sei lá) 15:00h o professor fez uma piada para três alunas. É pelas vivências temporais que o temporal, no sentido objetivo, aparece. Ao ouvirmos uma melodia, temos a consciência de um processo sonoro que, sem dúvidas, nos mostra uma sucessão, apreensões do tempo que se fundem. Assim, captar um conteúdo tal como ele é vivido não significa fazê-lo em sentido objetivo. (O conteúdo da vida do sujeito é captado em um tempo subjetivo; Exemplo das notas musicais em uma melodia) Assim, na perspectiva da Gestalt-terapia, o interesse do terapeuta se direciona para o acontecer da presença do paciente, que, em sua essência, contém a dimensão da temporalidade na busca de compreender sai historicidade. Como enfatiza Costa (2004), à pratica clinica interessa como essas retenções e pretensões se manifestam na experiência do paciente aqui e agora, pois o passado significativo é o que aparece retido no agora. Afinal, o passado que tem significância é aquele retido presente. (O passado significativo fica repetido no aqui e agora) A falta de contato com o presente, a não sensação de quem somos, leva à fuga para o passado (pensamento histórico) ou para o futuro (pensamento antecipatório). (Falta de contato com o presente: Gestalten abertas, pois não podemos atender necessidades no passado ou futuro) “Agora engloba tudo que existe. O passado já foi e o futuro ainda não é. Agora inclui o equilíbrio de estar aqui, é o experienciar, o envolvimento, o fenômeno, a consciência” Uma vivência equilibrada, ao não abandonar o ponto zero, considera o passado e o futuro, uma vez que relembrar e antecipar são movimentos esperados no existir humano que se apresentam como precipitações de funções anteriores como memória, arrependimento e tensão corporal ou como processos de planejar, almejar, temer e/ou fantasiar. Passado e futuro são, portanto, presenças ausentes, embora, do ponto de vista da experiência, não exista presente sem referência intrínseca ao passado e ao futuro. Muitas escolas de pensamento concebem o presente como resultado do passado, buscando a “causa primordial”, negligenciando o comportamento que ocorre no “aqui e agora”, ressaltando a cognição “lá e então” do paciente. (Como: oposto de “lá e então”) O experimento no aqui e agora surge, nesse contexto, como um instrumento metodológico dessa abordagem que evita a ênfase nas fixações introjetadas, na memória passada, na busca de causas e/ou nas formas fixadas de idealizações e antecipações futuras – consideradas neuróticas -, favorecendo o contato com possibilidades de vivenciar o presente. Este é considerado o centro da existência humana, no qual se encontram as responsabilidades existenciais. O retorno à experiência presente, favorecida pela atitude fenomenológica, é considerada um antidoto para a pessoa com funcionamento neurótico, que com seu modo de viver anacrônico tem dificuldade de vivenciar o presente, autointerrompendo-se com situações inacabadas do passado, embora seus problemas existam no aqui e agora. A prática gestáltica da vivência no aqui e agora, portanto, visa instigar e integrar situações inacabadas, não assimiladas, que não se tornaram parte de nós. Estas são consideradas uma Gestalt incompleta, que pode evidenciar aspectos do passado e do futuro que permanecem como figuras de interesse no contexto atual. Afinal, “não é pela inercia, mas pela função que uma forma persiste, e não é pela passagem do tempo, mas pela falta de função que uma forma é esquecida” AQUI E AGORA NO CONTEXTO TEÓRICO E CLÍNICO DA GESTALT-TERAPIA Na Gestalt-terapia, a contemporaneidade é definida em termos da fenomenologia de uma pessoa, do seu experienciar no aqui e agora, o que justifica a investigação a respeito do que está sendo percebido e vivido no momento, por meio da interrogações como: “O que você está fazendo?”, “para que você faz isso?”, “a serviço de que você faz isso?”, “o que você espera?” também se solicita ao paciente que permaneça com o que está acontecendo, explorando o que se faz presente, pedindo-lhe que perceba o que pode aprender no agora. (Clínica: explorar o que está sendo vivido) No processo terapêutico, portanto, é fundamental colocar a pessoa, o tempo todo, diante de sua experiência imediata, uma vez que ela é aquilo que está sendo naquele momento e, assim, qualquer focalização que realce aquilo que está acontecendo fornece uma base para a mudança, favorecendo o contato com o seu processo autorregulador e a percepção de si mesma e do mundo. Somos feitos de ontem, de hoje e de amanhã; somos feitos de tempo e de espaço; portanto, o fundamento básico da existência é a temporalidade. Como projeto existencial, apenas o homem é capaz de cuidar, modificar ou interrompê-lo. Ele, como aqui e agora, existe como antecipação de si mesmo. RESUMO BRUNA PERMANHANE Aqui e agora Aqui – lugar Agora – tempo (Os dois nunca se separam, sempre estamos em algum lugar, em algum momento) O agora é o presente, ponto 0, momento percebido, carregado pelas memórias do passado e pelas projeções do futuro. É a consciência. A falta de contato com o presente e a não sensação de quem somos, leva a fuga ao passado (pensamento histórico), ou para o futuro (pensamento antecipatório) Estar estagnado no passado ou no futuro causa “desordens”. Outras abordagens buscam a causa do sofrimento no passado, a gesalt busca quem nos tornamos a partir do que foi vivido, assumindo a responsabilidade pela sua existência, o que favorece seu amadurecimento, favorecendo a possibilidade de vivenciar o presente. (Objetivo da gestalt) “Evitar assumir responsabilidades, culpando forças externas, os pais, a genética e etc., provoca o autoengano. A gestalt convida o paciente a aprender e experimentar e a observar para descobrir e perceber seus próprios objetivos de modo ativo e responsável.” Falar do passado ou do futuro na terapia é importante quando esses tempos se faz presente no agora. Na clínica da gestalt o terapeuta busca sempre presentificar. (O que está sentindo agora? Como você se percebe agora?) O aqui e agora tem empregabilidade tanto no paciente quanto no terapeuta. Não podemos viver em outro lugar que não seja o presente AQUI E AGORA, só nesse campo temos o poder da transformação. Setting e contrato terapêutico – Texto 6 Contrato terapêutico Em comum acordo Regular o trabalho Engajamento (o estabelecimento da psicoterapia depende do contrato) Paradoxo: objetivo/subjetivo Setting: respeito/acolhimento/escuta Dimensão temporal (tempo, encontros,férias, faltas, atrasos...) Dimensão espacial (local) Dimensão relacional (sigilo, dinheiro, reajuste) Exposição e investigação: conhecer Exposição da compreensão dialógica: comunicar Acordo terapêutico: perder/ganhar Contrato terapêutico: formaliza CONTRATO E CONTRATO PSICOTERÁPICO Contrato terapêutico – é também “um acordo entre duas [terapeuta e cliente] ou mais pessoas [grupo, casal, família etc.], para execução de alguma coisa [psicoterapia], sob determinadas condições [cláusulas do contrato]”. Sua intenção é regular os direitos e deveres de uma relação de trabalho – no caso, a psicoterapêutica. Nesse sentido, acredita-se que o aspecto diferencial entre contratos na abordagem gestáltica nas demais é a ênfase no fazer com o cliente, “em comum acordo”. Verifica-se que sua intenção é regular os direitos e deveres de uma relação de trabalho – no caso, a psicoterapêutica. O contrato terapêutico tem duplo dimensionamento, atendendo ao mesmo tempo: A necessidade de regulações objetivas do trabalho terapêutico, em que devem ser contempladas as necessidades do terapeuta; As necessidades de engajamento tanto de trabalho quanto emocional do paciente. Dessa forma, questões referentes à adesão e ao sucesso do tratamento dependem da habilidade no estabelecimento e no manejo do contrato por parte do psicoterapeuta, especificamente por sua construção ser perpassada pela formulação do chamado vinculo (relação entre terapeuta e cliente). (O estabelecimento da psicoterapia depende do contrato) Paradoxo: objetivo/subjetivo - Tais paradoxos, em que a tensão entre a dimensão objetiva e subjetiva exige integração equilibrada por parte do psicoterapeuta, fazem do contrato terapêutico outro elemento de integração paradoxal. Ele deve ter a objetividade pertinente ao método psicoterápico e ao treinamento do terapeuta, ao mesmo tempo que deve considerar as necessidades e ansiedades do humano, colocando o terapeuta como um “outro” que se posta diante do abismo desnudo da existência humano apresentada pelo paciente – que o remete, quer queira, quer não, quer identifique, que não, ao abismo colossal de sua própria existência. A missão do contrato terapêutico é integrar e manter a objetividade que justifica sua execução, ao mesmo tempo que considera todos os elementos subjetivos que também o justificam, permeiam e constituem, imiscuído nas diversas necessidades e possibilidades de aceitação, confirmação, refutação e também sabotagem de sua própria celebração e do processo terapêutico intencionado. Fazem parte de sua constituição –explícita para o psicoterapeuta - todos os aspectos subjetivos que podem contribuir para seu sucesso ou insucesso, os quais devem ser considerados e integrados no processo terapêutico. ELEMENTOS NORTEADORES DO CONTRATO TERAPÊUTICO Tendo como função gerar a compreensão consciente do momento em que terapeuta e paciente decidem se e como ocorrerá o processo terapêutico, eles são apresentados ao cliente na forma de contrato terapêutico. Principais elementos do contrato: Dimensão temporal – São os elementos que dizem respeito ao tempo cronológico: início, duração e termino do processo terapêutico e periodicidade e duração dos encontros, assim como as diversas formas de interrupção que podem ocorrer durante o tratamento. Dimensão espacial – diz respeito ao local e suas características, que devem ser relativamente estáveis ou fixas – as sessões ocorrem sempre no mesmo local geográfico e na mesma sala. Dimensão relacional – sigilo, valor dos honorários, forma de pagamento e sua periodicidade, reajustes e funcionamento do processo terapêutico. A exposição dessas dimensões permite compreender a necessidade de celebração do contrato terapêutico e de seu sentido, assim como a necessidade de manejo dele ao longo da psicoterapia. Quando não há contrato ou quando este não é suficientemente esclarecido, surgem implicações negativas, como ausência e/ou abandono da psicoterapia e confusões sobre papéis e funções, além da dificuldade de utilizar manifestações sobre elementos contratuais para promover a ampliação da awareness do paciente. No momento de realização do contrato, este tem uma dimensão mais objetiva e norteadora da relação, devendo assim ser tratado. No entanto, ao longo do processo terapêutico, a grande maioria das manifestações sobre o contrato estará carregada da dimensão relacional, ou seja, do padrão relacional do paciente e da forma como ele estabelece relação com o mundo e, em consequência, com o terapeuta. Em relação ao início do processo terapêutico, cabe perguntar quando ele começa e, portanto, quando deve ser celebrado o contrato terapêutico, visto que ele não pode ser firmado de maneira imediata, como se fosse um item automático ao surgimento do paciente. Ao contrário, demando condições suficientes para sua ocorrência. O início do processo psicoterapêutico é constituído por vários momentos a que não se pode submetê-lo rigidamente, mas passiveis de ser identificados: Exposição e investigação – exposição e conhecimento mútuos. O terapeuta verifica se o contato é suficientemente positivo para dar início a um processo terapêutico e se as demandas apresentadas inserem-se em sua competência clínica. (Conhecer) Exposição da compreensão psicodiagnóstica – Tradução para o paciente de sua condição em linguagem clara e acessível. (Comunicar) Acordo terapêutico – Declaração do terapeuta sobre sua intenção de ajudar o paciente e indagação ao paciente sobre o interesse de continuar a psicoterapia. Caso os dois concordem acontece o contrato terapêutico. (Perder/ganhar) Contrato terapêutico – É a fase final do início da psicoterapia e à inicial do processo psicoterápico. (Formalizar) Compreensão clínica em Gestalt-terapia: pensamento diagnóstico processual e ajustamento criativos funcionais e disfuncionais – Texto 7 Não utiliza rótulos Diagnostica formas de existir Reduz o sujeito/insuficiente Compreender ajustamento criativos Funcionais: contato e Awereness Atender necessidades Relação com o meio Disfuncionais: necessidade x meio Para não me separar do meio não atendo as necessidades Atende uma demanda Não apenas no passado Acreditam não ter outra possibilidade Pensamento diagnóstico processual Acompanhar a terapia História da pessoa Diagnóstico em Gestalt-terapia: Em Gestalt-terapia, pensar diagnosticamente demanda uma atitude de investigação inicial e também ao longo de todo o processo psicoterapêutico, comungando investigação e tratamento – que devem caminhas lado a lado. Além disso, conforme investigação e tratamento se desenvolvem ao longo do processo psicoterapêutico, reconfiguram o diagnóstico, de forma que pensar diagnosticamente em Gestalt-terapia implica um processo dinâmico e continuo de formação e destruição de gestalten. Não pensamos em diagnóstico como algo fixo nem como um perigoso “rótulo”. Acreditava-se que o diagnóstico reduzia as pessoas a conceitos e as categorizava, tornando-se assim antiterapêutico e politicamente repressivo. (Não utilizar rótulos) No campo da psicoterapia, o diagnóstico deve ser entendido como a descrição e a compreensão de cada cliente em sua singularidade existencial, ou seja, é preciso compreender o que cada sintoma e queixa significam no contexto especifico em que surgiram e no conjunto da vida da pessoa, bem como a que propósito serviram. (Diagnostica formas de existir) AJUSTAMENTOS CRIATIVOS FUNCIONAIS A experiência é fruto da interação do indivíduo com o meio ambiente. O que possibilita a experiência em tal interação é contato e awareness. Awereness é a capacidade de perceber o que se passa dentro e fora de si (corporal, mental, emocional), por meio de recursos perceptivos e emocionais. Para que acontece a awereness é necessário que haja contato, porém, pode acontecer contato sem awereness. Contato se dá por meio das funções de contato: visão, audição, tato, fala e movimento. É pelas funções de contato que nossa percepção se organiza e nossos sentimentos adquiremsignificados. Contato com awereness empobrecida resulta em contato que carece de qualidade. É o processo de contato de boa qualidade que propicia que a interação indivíduo/ambiente seja nutritiva e que ocorram mudanças no campo relacional pessoa-ambiente, isto é, crescimento e desenvolvimento. O atendimento de necessidades ocorre por intermédio do ajustamento criativo, que é a capacidade de satisfazer às nossas necessidades de acordo, simultaneamente, com nossa hierarquia de necessidades e com as possibilidades no campo organismo/meio. Ou seja: é a capacidade de interagir de modo ativo com o ambiente na fronteira de contato, adaptando, quando necessário, a demanda das necessidades às possibilidades de atendimento do ambiente. (Atender necessidades) Ajustamento criativo saudável implica awareness de nossas necessidades, bem como ser capaz de priorizá-las, de acordo com a hierarquia das necessidades: quando diferentes necessidades ocorrem ao mesmo tempo, a pessoa atende à necessidade dominante primeiro. No caso do ajustamento criativo, sempre varia, uma vez que a todo momento nossas necessidades mudam. À medida que a pessoa possa experienciar, ao longo do seu desenvolvimento, uma relação amorosa e respeitosa, em que possa expressar suas necessidades (sejam elas de que natureza forem) e exercer seu potencial, poderá se desenvolver como indivíduo único e singular, interagindo com o ambiente por meio do ajustamento criativo, de acordo com sua hierarquia de valores. (Relação com o meio) Sintetizando: considero o ajustamento criativo funcional um fenômeno interativo que ocorre na fronteira de contato e se refere à habilidade de se relacionar criativamente com o ambiente como indivíduo único, com vistas à expressão e ao atendimento de necessidades – mantendo, ao mesmo tempo, uma relação respeitosa com o outro em sua unicidade. AJUSTAMENTO CRIATIVO DISFUNCIONAL Ao longo do desenvolvimento, a satisfação de certas necessidades pode rivalizar com a manutenção da relação com o outro. Quando isso ocorre, a pessoa, por meio do ajustamento criativo, busca formas diferentes de expressar suas necessidades, mantendo, ao mesmo tempo, a relação com o outro. No entanto, se essas tentativas falharem, haverá conflito. (Para não me separar do meio não atendo as necessidades) Se a tentativa de expressar as necessidades de forma diferente falhar repetidamente, a fim de diminuir o conflito e manter a relação, dada a hierarquia de valores, a expressão de necessidades poderá ser distorcida ou até suprimida. O ajustamento, em vez de funcional, tornar-se-á disfuncional. O ajustamento criativo disfuncional implicará algum grau de desorganização ou distorção do universo das percepções e dos sentimentos – o que, por sua vez, interferirá nos processos de awareness. Trata-se de Gestalten abertas, que demandam e buscam fechamento. Quanto mais grave, significativa e essencial for essa situação, mais os processos de ajustamento criativo perderão sua natureza e se tornarão Gestalten abertas, fixas ou cristalizadas. Enfim, cabe afirmar que considero ajustamento criativo disfuncional um fenômeno interativo que ocorre na fronteira de contato e se refere à inabilidade e/ou impossibilidade de se relacionar criativamente com o ambiente. Ao contrário, a pessoa se relaciona por meio de padrões cristalizados e repetitivos, pelos quais a expressão de necessidades e sentimentos é distorcida ou suprimida a fim de manter a relação com o outro, por mais artificial ou inautêntica que uma relação desse tipo possa parecer. Quanto mais intensa a necessidade e maior a dificuldade de expressá-la e satisfazê-la, e quanto mais precocemente ela ocorrer, tanto mais provável depararmos com sintomas graves (físicos ou psíquicos). PENSAMENTO DIAGNÓSTICO PROCESSUAL No pensamento diagnóstico processual, além de identificarmos os ajustamentos disfuncionais – que por tenderem a ser padronizados e repetitivos perderam sua natureza criativa -, devemos identificar os ajustamentos criativos funcionais, que nos remetem às possibilidades e potencialidades de nossos pacientes. Esse diagnóstico deve acompanhar o processo terapêutico levando em consideração o crescimento do paciente e suas mudanças ao longo do tempo e na sua relação consigo e com o outro. É por isso que, em lugar de diagnóstico, prefiro falar em pensamento diagnóstico processual. (Acompanhar a psicoterapia) O pensamento diagnóstico processual não precisa ser despersonalizado nem tem relação com um rótulo limitante. Não se refere ao que a pessoa é, mas a como ela está a cada momento do processo terapêutico. Aquilo que o cliente nos traz no aqui e agora não é apenas seu presente imediato, a-histórico. O aqui e agora inclui o passado – que surge na forma de lembranças e experiências – e o futuro – que se apresenta na forma de projetos, anseios, planos. O que aparece no relato do paciente é uma figura que se insere num fundo, e por fundo entendo a história de vida do cliente, suas experiências, seus relacionamentos passados (em especial as relações primárias significativas), seus sucessos e insucessos nas mais diferentes áreas (profissional, afetiva, social e etc.), suas potencialidades e seus limites. É preciso compreender a relação entre aqui e agora e lá e então: do passado com o presente; entre a figura/queixa e o fundo, pois a relação figura/fundo que dá sentido à figura. (História da pessoa) Assim, o pensamento diagnóstico processual implica compreender a relação da pessoa com sua história passada e presente, pois a configuração presente está relacionada a como a pessoa viveu suas experiências e a como elas a afetaram e ainda a afetam. O pensamento diagnóstico processual envolve uma descrição e compreensão do funcionamento psíquico de cada indivíduo singular, bem como seu desenvolvimento e mudança ao longo do processo psicoterapêutico. O pensamento diagnóstico processual com cada cliente é tão singular quanto cada cliente é único. Psicoterapia diagnóstica – Texto 8 Buber: eu-tu (PESSOA) / eu-isso (OBJETO) Vereda: se manter no presente / conhecer o outro é um caminho difícil / porém é o único que leva ao crescimento Terapia: no entre contato Confirmar: confirmar sua singularidade – falta de confirmação neurose Aceitar: somente aceitar em um determinado momento Palavrório: diálogo técnico, diálogo genuíno
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