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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E ENGENHARIAS - CCAE DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA LEONARDO NOVAES CAJAIBA PROJETO APÍCOLA Alegre 2019 LEONARDO NOVAES CAJAIBA PROJETO APÍCOLA Projeto Apícola apresentado ao Departa- mento de Zootecnia, como parte dos requi- sitos necessários à obtenção do título de concluinte da disciplina de Apicultura . Orientador: Mariana Duran Cordeiro Alegre 2019 SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO.........................................................................................4 2.0 DESENVOLVIMENTO.............................................................................6 2.1 Produção do Apiário...................................................................................... 2.2 Produção da Colmeia/Ano............................................................................ 2.3 Número de Caixas........................................................................................ 2.4 Local de Implantação e Características......................................................... 2.5 Disposição das Colméias.............................................................................. 2.6 Florada Disponível........................................................................................ 2.7 Área de Ocupação do Apiário e da Florada................................................... 2.8 Equipamentos Necessários para o Beneficiamento Apícola......................... 2.9 Etapas do Beneficiamento............................................................................ 2.10 Orçamentos dos Materiais e Equipamentos............................................... 2.11 Comercialização dos Produtos................................................................... 2.12 Produção de Entressafra............................................................................ 2.13 Retorno Econômico Alcançado................................................................... 3.0 CONCLUSÃO....................................................................................................11 4.0 REFERÊNCIAS.................................................................................................12 4 1. INTRODUÇÃO Acredita-se que a atividade apícola teve início em 1839, quando o Padre Antônio Carneiro trouxe algumas colônias de abelhas da espécie Apis Mellifera da região do Porto, em Portugal, para o Rio de Janeiro. Outras raças da mesma espécie foram introduzidas posteriormente, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, por imigrantes europeus. Historicamente, tem-se dados que atribuem como os primeiros criadores de abelhas, os egípcios, onde as abelhas eram colocadas em potes de barro. Apesar de que os egípcios foram os primeiros criadores racionais, foram os gregos que colocaram o nome de colmeia, pois os gregos colocavam seus enxames em recipientes com formato de sino feitos de palha trançada, chamados de colmo. Na Idade Média, as colmeias eram registradas pelo cartório e isso virava bens de herança para aquelas famílias que tinhas suas colmeias registradas, e se houvesse rouba o crime era tratado como imperdoável, podendo assim ser condenado à morte. Desta forma, a história da apicultura brasileira pode ser resumida em três etapas: • Primeira etapa ou período de implantação da apicultura no país – entre 1839 a 1955. • Segunda etapa ou período de africanização dos apiários e das colônias na natureza – iniciou-se intensamente a partir dos primeiros enxames africanos, importados em 1956, continuando ao longo dos anos, com menos intensidade. • Terceira etapa ou período de recuperação e expansão da apicultura brasileira – muito marcante, teve início em 1970, quando ocorreu o Primeiro Congresso Brasileiro de Apicultura. Com a introdução da abelha africana (Apis Mellifera scutellata) em 1956, a apicultura brasileira tomou um novo rumo, de forma acidental: essas abelhas escaparam do apiário experimental e passaram a se acasalar com as abelhas 5 de raça europeia, formando um híbrido natural chamado de abelha africanizada. A agressividade dessas abelhas causou, inicialmente, um grande problema no manejo dos apiários e muitos apicultores abandonaram a atividade. Somente após o desenvolvimento de técnicas adequadas, nos anos 70, a apicultura passou a crescer e se expandiu para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O objetivo do presente trabalho é a demonstração de como realizar a instalação de um apiário em uma propriedade, onde tenha floradas disponíveis e todo uma série de requisitos para que ocorra uma boa implementação e com isso, o produtor tenha uma lucratividade tanto para pagar os custos que ocorreram com a instalação do apiário e para os custos pessoais. 6 2. DESENVOLVIMENTO O apiário será instalado nesse planejamento na região extremo norte do estado do Espírito Santo, mais precisamente na cidade de Montanha, latitude: 18° 7' 35'' Sul, Longitude: 40° 21' 58'' Oeste, onde se encontra uma flora diversificada, as mais utilizadas nessa produção de mel será as de eucalipto que ocorre nos messes de abril a setembro, angico nos meses de setembro a outubro e a florada do café ocorre em março, setembro e novembro, além de flores da fruticultura local que varia durante os meses do ano na localidade. A região do extremo norte capixaba apresenta um clima tropical, com a temperatura média anual entre 23,8°C. Os meses mais chuvosos estão entre os meses de verão em relação aos de inverno. O local da instalação do apiário é uma área de aproximadamente 4,7 hectares em uma planície com uma taxa de declividade variando de 0,3 a 0,5% com uma área comercial de eucalipto com uma dimensão de 40 hectares, a florada de café apresenta aproximadamente 1 hectare e as demais frutícolas não apresenta valores concretos de seu dimensionamento. A área é de fácil acesso a estradas para um manejo ideal. A caixa Langstroth estará disponível em círculos com os alvados todos virados para leste, onde o sol nasce, pois é o principal guia das abelhas. A água é proveniente de um reservatório que é abastecido por um poço artesiano, a aproximadamente 100 m do voo de higiene das abelhas, para que não ocorra contaminação. A produção média da colmeia é de 20 kg/ano, com isso, tendo em vista uma produção de 400 kg/ano de mel. Com isso, serão necessárias um total de 20 caixas, com 10% de reposição passará a ser 24 caixas com produção média do apiário será de 480 kg/ano. A reposição serve para caso ocorra alguma desestabilidade ou perda nas colmeias, isto é, a porcentagem de reserva poderá repor a produção dessas que por algum fator inesperado não produziu o que era esperado. Nas entressafras que serão de dezembro a fevereiro e depois de abril a junho será produzido a própolis. Serão utilizados 24 caixas para a produção de mel, mas também serão utilizadas desse total, 9 caixas para a produção de própolis na entressafra citadas antes, onde a produção média da colmeia é de 7 3,6 kg/ano, como serão usadas 9 caixas para a produção da própolis, no final teremos retirado 32,4kg/ano de própolis neste apiário. Para a implantação do presente apiário é necessário a aquisição de equipamentos para um ideal manejo das colmeias, pois, necessita de ter manutenções para que não haja invasores, entre outros que façam as abelhas gaste tempo tentando manter a colmeia em ordem e deixem de produzir a quantidade esperada, além disso equipamentos para a colheita do mel e própolis.Por isso serão citados os seguintes equipamentos necessários para o manejo do apiário: • Garfo Desoperculador: liberação do mel dos favos; • Fumigador: para que diminua de forma temporária a agressividade das abelhas pelo uso da fumaça; • O pó de serra: será o produto para a combustão do fumigador; • Formão do apicultor: soltar os quadros das melgueiras e para a limpeza das colmeias; • Martelo, alicate, arame e esticador de arame: para fazer a manutenção dos quadros ou outras partes da caixa; • Carretilha de apicultor: utilizado para fixação da cera alveolada no arame. • Alimentador Boardman: para o controle da quantidade de alimentos de casa colmeia e evitar saques entre as colmeias; • Placas de madeira de 9,5 x 24 cm: utilizado para os coletores de janela aberta; • Roupão do apicultor: composta por macacão, máscara, chapéu, luvas e botas, para o manuseio das colmeias. • Tela excluidora de rainha e alvado: para que a rainha não passe para a melgueira e para que o enxame não saia da colméia. • Garrafas pets com graxa: para a prevenção de formigas; • Suportes de madeira: para colocar as caixas em cima para ficar longe do chão; Com a produção do mel e da própolis, sendo um na safra e outro na entressafra, tais produtos são retirados e levados para a casa do mel, onde serão 8 processados e comercializados. A casa do mel é onde ocorre o processamento e se preciso armazenamento do mel e da própolis. Segundo PEREIRA et al. (2003), a estrutura física da casa do mel apresenta construção e disposição simples, constando de área de recepção do material do campo (melgueiras) separada da área de manipulação, área de processamento do mel (podendo ser subdividida, conforme a etapa de processamento), área de envase, local de armazenagem do produto final e banheiro em área isolada (externa ao prédio). A construção deve obedecer às normas sanitárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (portaria nº 006/986). A alimentação artificial será disponibilizada aos enxames durante a entressafra para que evite a perda dos enxames e para que ocorra a produção da própolis. Um fator muito importante é que o apicultor deve sempre realizar a inspeção das colmeias e dos suportes das caixas, assim como da flora disponível, recuperando a mesma caso haja perda. De certa forma essa inspeção tem a finalidade de observar futuras desvantagens que interfiram nas colméias para evitar perdas na produção de mel e da própolis. O apicultor realizará as revisões em cada colméia de seu apiário em três épocas: I. Na véspera da florada, que será a revisão de manutenção; II. Durante a florada e colheita do mel, que será a revisão de produção; III. Início do inverno, que será outra revisão de manutenção. Os equipamentos são para determinadas etapas da produção apícola mel puro, por exemplo, ao se fazer a retirada da melgueira e a retirada das caixas, o mel vem com impurezas, então esses serão as etapas com seus equipamentos para a limpeza e estocagem para a comercialização. 1. Retirada do mel dos opérculos: 1.1. Centrifugador manual: retira o mel dos alvéolos; 1.2. Peneira: filtragem do mel centrifugado. 2. Filtragens e armazenamento: 2.1. Decantador tipo faca: após a filtragem o mel é armazenado; 2.2. Homogeneizador: para manter o mel homogêneo; 2.3. Descristalizador: serve para evitar a formação de cristais no mel por meio de aquecimento controlado. 9 3. Engarrafamento do mel 3.1. Tanque decantador: utilizado também após o processo de decantação para embalar. 3.2. Embalagens: utilizados para o envasamento do mel para sua comercialização. O processo de retirada dos quadros das colmeias, o apicultor deverá beneficiar o mel para a retirada das abelhas mortas ou até as impurezas presentes. Tal processo é realizado para obtenção de um produto certificado e de boa qualidade. Dessa forma, a casa do mel tem a funcionalidade de processamento do mel. O produto precisará primeiro ser centrifugado para retirada do produto dos favos, depois desse processo o mel será filtrado para que ocorra a retirada otimizada de impurezas. Após isso, o mel filtrado é destinado aos tanques homogeneizadores para obtenção de um produto mais contínuo na qualidade, se necessário após esses processos o mel deve ser destinado para o sistema de banho maria para evitar a cristalização do mel, se também apresentar necessidade nos produtos armazenados o mesmo processo é feito. Logo serão envasados pelo próprio tanque de decantação para que não necessite de novos gastos com os envasadores automáticos. A tabela a seguir demostra o orçamento realizado em várias empresas on-line para ter um fator de contabilidade importante que é a valor de despesa para a implantação do apiário: 10 11 3. CONCLUSÃO A forma da comercialização dos produtos será considerada de modo autônomo, e valor de venda dos produtos para lucro seguirá a seguinte caracterização: A. Mel pote contendo 500g: R$ 18,00; B. Mel pote contendo 1 kg: R$ 20,00; C. Própolis pote contendo 1kg: R$96,00; Com isso o produtor arrecadará R$12.730,40 ao ano. Sendo assim, anualmente 340 kg de mel serão vendidos em potes contendo 500g (Arrecadando R$6.120,00), 140 kg de mel serão vendidos em potes contendo 1kg (Arrecadando R$3.500,00), e por sua vez 32,4 kg da própolis em potes de 1kg (Arrecadando R$3.110,40). Ao final de três anos, serão arrecadados R$38.191,20, com isso paga-se a quantia gasta para a implantação do sistema e com isso teremos um valor lucrativo de R$2.895,51. Portanto a partir do próximo ano da implementação do apiário o produtor terá apenas lucros com a sua venda de mel e ter condições de pagar os custos de manutenção do seu apiário. Portanto, chega se à conclusão de que o apicultor precisará de no mínimo 3 anos para poder pagar todo o seu investimento e começar a lucrar realmente com o seu planejamento de apiário de 400 Kg de mel/ano. 12 4. REFERENCIAS SEBRAE NACIONAL. Conheça o histórico da apicultura no Brasil. Portal Sebrae Nacional, 2015. Dispinível em: http://www.sebrae.com.br/sites/Portal Sebrae/artigos/conheca-o-historico-da-apicultura-nobrasil,c078fa2da4c72410V gnVCM1000 00b272010aRCRD. Acesso em: 11 de novembro de 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDO DAS ABELHAS. Apicultura mel, Apicultura no Brasil. A.B.E.L.H.A (Associação Brasileira de Estudo das Abelhas), 2015. Disponível em: https://abelha.org.br/apicultura-no-brasil/. Acesso em: 11 de novembro de 2019. CASA DO APICULTOR. Produtos e materiais apícolas. Portal Casa do apicultor Campinas. Disponível em: http://www.hostside.com.br/baldoni/loja/. Acesso em: 11 de novembro de 2019. DR. MEL, HISTÓRIA DA APICULTURA. História da apicultura no mundo. Dr. Mel, 2017. Disponível em: https://www.mel.com.br/historia-da-apicultura-no- mundo/. Acesso em: 14 de novembro de 2019. COLUNISTA PORTAL - EDUCAÇÃO. História da Apicultura. Portal da Educação Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/ veterinaria/ historia-da-apicultura/22900. Acesso em: 14 de novembro de 2019. APICOLA PRODUÇÃO DAS ABELHAS. Apícola Produtos das Abelhas e Materiais para Apicultura e Meliponicultura. Portal loja apícola. Disponível em: https://www.apicola.com.br/index.php. Acesso em: 14 de novembro de 2019. PEREIRA et al., COLHEITA E PÓS COLHEITA. Atividades econômicas, criação de abelhas, colheita e pós-colheita. Portal EMBRAPA. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/territorio_sisal/arvore/CONT000fckg3dhb02wx5eo0a2ndxyauspqau.html. Acesso em: 14 de novembro de 2019. ABELHA RAINHA FECUNDADA, VALE DO ROSMANINHO. Aquisição de abelhas rainhas fecundadas. Disponível em: http://www.valedorosmaninho .com/produto /abelha-rainha-fecundada/. Acesso em: 14 de novembro de 2019. APIÁRIOS GOBOR, MEL GABOR. Tabela de preços comerciais Disponível em: http://www.apiariosgobor.com.br/tabela-de-precos/. Acesso em: 14 de novembro de 2019.
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