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Escola de Chicago

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Escola de chicago
Contexto Histórico:
No final do século XIX, os Estados Unidos dariam início a um enorme desenvolvimento industrial, econômico e financeiro. Através do modelo econômico liberalista, houve expansão das indústrias de petróleo, ferro, aço, energia; e a criação do modelo de produção em massa, revolucionando o modelo de trabalho e a sociedade da época.
Na passagem do século seguinte, os Estados Unidos haviam se tornado a principal potência industrial do mundo.De tal modo que, para o desenvolvimento econômico e industrial americano, não havia um modelo igual na Europa.
Os pensamentos europeus positivistas de Lombroso, Ferri e Garófalo deram lugar a um novo movimento sociológico nascido em Chicago, no início do século XX, embasado nos fenômenos da expansão das cidades, (quando as pessoas deixam o campo para viver nas cidades em busca de empregos em fábricas) e no aumento gradativo da classe trabalhadora. Esse movimento de expansão culminou em um grande fluxo de imigrantes da Europa vindo em busca de oportunidades no Novo Mundo.
A partir dessa evolução histórica do crescimento das grandes cidades, um problema especial surge com a expansão da urbe: o crescimento da criminalidade, da delinquência juvenil, o aparecimento de gangues de marginais, os bolsões de pobreza e desemprego, a imigração e, com ela, a formação de várias comunidades segregadas (os guetos),. Daí advém a necessidade de a sociologia e a criminologia entenderem esse fenômeno; para tanto, conta-se com um novo campo de estudo: a cidade. E um novo paradigma entra em vigor: a mudança da ideia de criminoso nato para o conceito de processo de criminalização.
O surgimento da Escola de Chicago.
O nome “Escola de Chicago” está estritamente ligado às pesquisas do Departamento de Sociologia da Universidade de Chicago, criado junto à universidade em 1890. A universidade é uma fundação batista, erguida a partir da contribuição filantrópica de John D. Rockefeller (dono da maior empresa petrolífera do mundo na época, a Standard Oil). Com forte aporte financeiro, a universidade conseguiu atrair os melhores professores, além de oferecer salários que equivaliam ao dobro das outras universidades.
Além da excelência na pesquisa, a Universidade de Chicago possibilitou aos professores que lecionassem um ano ininterrupto, bem como a possibilidade de pagamento extra para a pesquisa; concedia também afastamento remunerado, além de verba para pesquisa. De 1890 a 1950, grandes nomes da sociologia foram atraídos pela universidade, como William Thomas, Robert Park, Ernest Burgess, Roderick McKenzie , entre outros
Ecologia humana 
Robert Ezra Park, considerado o grande ícone e precursor dos estudos urbanos, Ernest Watson Burgess e Roderick Duncan McKenzie elaboraram o conceito de "ecologia humana", a fim de sustentar teoricamente os estudos de sociologia urbana. O conceito de ecologia humana serviu de base para o estudo do comportamento humano, tendo como referência a posição dos indivíduos no meio social urbano. A abordagem ecológica questiona se o habitat social (ou seja, o espaço físico e as relações sociais) determina ou influencia o modo e o estilo de vida dos indivíduos. Em outras palavras, a questão central é saber até que ponto os comportamentos desviantes (por exemplo, as vár ias formas de criminalidade) são produtos do meio social em que o indivíduo está inserido. 
O conceito de ecologia humana e a concepção ecológica da sociedade foram muito influenciados pelas abordagens teóricas do "evolucionismo social" - marcante na sociologia em seu estágio inicial de desenvolvimento -, ao sustentarem uma analogia entre os mundos vegetal e animal, de um lado, e o meio social integrado pelos seres humanos (neste caso, a cidade), de outro. Considerando, então, a cidade como um amplo e complexo "laboratório social", as pesquisas sociológicas foram marcadas pelo uso sistemático dos métodos empíricos (para coleta de dados e informações sobre as condições e os modos de vida urbanos
DESORGANIZAÇÃO SOCIAL
Para os sociólogos Horton e Hunt, a desorganização social é uma perturbação da cultura resultante de uma mudança social, reflexo de falha dos controles sociais tradicionais, confusões de papel, códigos morais conflitantes e pouca confiança nas instituições. Trata-se de uma perda de influência das regras sociais de conduta sobre os membros do grupo. Nessas comunidades, o controle social informal é quase nulo.
A desorganização social de Chicago incidia nos bairros pobres, onde residia a maior parte dos imigrantes. Nesses bairros, as condições de vida eram péssimas, as pessoas viviam próximas às indústrias, convivendo com mau cheiro, lixo e degradação, o que gerava condições favoráveis para o cometimento de atos delituosos. 
ÁREAS DE DELINQUÊNCIA – GRADIENT TENDENCY
Segundo esse conceito, uma cidade se desenvolve em diferentes áreas, de acordo com as classes sociais que as ocupam. Em cada área da cidade há um padrão homogêneo de situações socioeconômicas. Para Park, Burgess e McKenzie, as grandes cidades se desenvolvem por meio de um conjunto de zonas, ou anéis, a partir do centro, na chamada teoria dos círculos concêntricos, conforme o seguinte gráfico:
 
Os pesquisadores fizeram uma divisão da metrópole em cinco zonas, para ilustrar o processo de crescimento e expansão da cidade: desenho semelhante aos anéis que se formam quando arremessamos uma pedra na água. Como forma de ilustração, usaremos a cidade de São Paulo como exemplo do funcionamento da teoria dos círculos concêntricos. 
CONSEQUÊNCIAS DA DIVISÃO
Na Zona II de Chicago, os índices de criminalidade são mais altos. Essa zona de trânsito é altamente deteriorada, com péssimas condições de vida e infraestrutura; e é onde residem as classes sociais que mais entram em conflito com a lei. Em 1926 em Chicago, 37% dos crimes praticados por jovens foram cometidos próximos às áreas da Zona II. 
Em um estudo de 1928 ficou evidente que os crimes tinham motivação socioeconômica, pois as péssimas condições de vida levavam à desorganização social, descaracterizando o que poderia ser atribuído ao determinismo biológico da teoria de Lombroso.
Um dos fatores também levado em consideração foi o tipo de relações humanas das cidades grandes, muito diverso daquele das cidades menores. Park, Burgess e McKenzie argumentam que um dos motivos para as cidades menores terem menores índices de criminalidade é a solidariedade e os valores morais que se estabelecem entre as pessoas, ou seja, a força do controle social informal. Diferentemente do que ocorre na urbe, onde o anonimato “cria uma impessoalidade nas relações humanas, um culto à liberdade exacerbada, traduzindo-se em uma vida de aparências como meio de incremento de desviações nas normas de condutas éticas e na prática das atitudes sociais”.
APORTES E PROPOSTAS PARA AS ÁREAS DE CRIMINALIDADE
Em decorrência desse estudo, Shaw e McKay desenvolveram um estudo que analisa os pormenores da ecologia criminal e procura entender a delinquência juvenil nas grandes cidades. Segundo os autores, nenhuma redução contra a criminalidade é possível se não houver mudanças significativas nas condições sociais e econômicas das crianças e dos adolescentes. 
Nos anos 20, a Escola de Chicago já propunha a prevenção da criminalidade por meio de:
a) Intervenção social do Estado –construção de escolas, creches, hospitais, parques, áreas de lazer etc. – nas comunidades degradadas;
b) Incentivo a maior influência das instituições locais como igreja, escola, associações de bairro, grupos de jovens, com o objetivo de reconstruir a solidariedade social, aproximar as pessoas umas das outras e funcionar como freio à criminalidade;
c) Criação de comitês e entidades de bairro: para envolver desempregados nas atividades comunitárias e promover a redução do desemprego;
d) Criação de atividades comunitárias para os jovens: efetivação de grupos de escoteiros (para os jovens que migraram do campo para a cidade, como forma de resgatar as atividades do campo e os valoresda natureza); fóruns artesanais, viagens culturais e excursões (para os jovens de classe baixa poder adquirir conhecimento e cultura por meio das viagens e do lazer); esporte (fomento as várias praticas de esporte para os jovens). A ideia era ocupar os mais jovens comlazer, cultura, conhecimento e educação, dando a eles oportunidades de emancipação. e) Melhoria das moradias e da infraestrutura: assim como melhores moradias, a qualidade de vida do bairro também refletiria na organização social da comunidade, tornando uma comunidade mais digna.

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