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Processo Civil - Procedimentos especiais e Recursos

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PROCESSO CIVIL
 PROCEDIMENTOS ESPECIAIS E RECURSOS
 Prof. Tatiane Kipper
 
 
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
O procedimento nada mais é que a face extrínseca do processo, é seu ritmo, é 
a forma de como são produzidos os atos processuais são encadeados até a 
prolação da sentença. 
Na Jurisdição contenciosa tem-se aquela função que o Estado desempenha na 
pacificação ou composição dos litígios. Pressupõe controvérsia entre as partes 
(lide), a ser solucionada pelo juiz. 
Entende-se que na jurisdição voluntária não existe uma lide, ou seja, não há 
conflito de interesses entre duas pessoas; 
Na jurisdição voluntária não é conveniente falar em partes, mas interessados, 
pois essa denominação deixa transparecer que as pessoas estão em posições 
antagônicas, o que não seria verdade em se tratando de jurisdição voluntária; 
Entende-se que na Jurisdição Voluntária não há lide nem partes, mas apenas 
um negócio jurídico processual, envolvendo o juiz e os interessados. O caráter 
predominante é a atividade negocial, em que a interferência do juiz é de natureza 
constitutiva ou integrativa, com o objetivo de tornar eficaz o negócio desejado pelas 
partes; 
Exemplo no Novo CPC: Seção IV 
Do Divórcio e da Separação Consensuais, da Extinção Consensual de União 
Estável e da Alteração do Regime de Bens do Matrimônio; 
Os procedimentos especiais, que compõe o processo de conhecimento no 
Novo CPC estão distribuídos entre os procedimentos especiais de jurisdição 
contenciosa, nos artigos 539 ao 718, e procedimentos de jurisdição voluntária, nos 
artigos 719 a 770; 
 
1. DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO: 
a. Previsão no CPC: 
 
Previsão artigo 539 a 549 do Novo CPC; 
Da mesma forma que previa o CPC de 1973, o novo CPC também prevê a 
ação de consignação em pagamento judicial e extrajudicial; 
 
 
Extrajudicial → dinheiro; 
 
b. Da Consignação em Pagamento Extrajudicial: 
 
O procedimento da Consignação em pagamento EXTRAJUDICIAL foi 
substancialmente mantido pelo Novo CPC; 
 
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro 
requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa 
devida. 
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado 
em estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do 
pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, 
assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa. 
§ 2º Decorrido o prazo do § 1o, contado do retorno do aviso de 
recebimento, sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor 
liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada. 
§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento 
bancário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, 
instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa. 
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3o, ficará sem efeito o depósito, 
podendo levantá-lo o depositante. 
 
Alterações no novo CPC que se refere à AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO 
EXTRAJUDICIAL: 
O §3º do Artigo 539 modifica o prazo para ingresso da ação de consignação na 
hipótese de recusa do credor de 30 dias para 01 MÊS; 
O §2º do Artigo 539 também inova ao prever que o prazo de 10 dias para o 
credor recusar a consignação em pagamento tem COMO TERMO INICIAL DE 
CONTAGEM O RETORNO DO AVISO DE RECEBIMENTO; 
Assim, se transcorrido o prazo de 10 dias da cientificação do credor do 
depósito efetuado, em não havendo recusa, o devedor é liberado de sua obrigação; 
 
 
Porém, se o credor recusar o recebimento expressamente, para não se perder 
o efeito do depósito, deverá ser ajuizar a ação de consignação em pagamento no 
prazo de um mês. 
 
a. Ação de Consignação em Pagamento na VIA JUDICIAL: 
 
i. Competência: 
 
Prevista no artigo 540 do Novo CPC: 
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando 
para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda 
for julgada improcedente. 
 
Quanto à Competência, o artigo 540 do Novo CPC manteve a regra de 
competência do lugar do pagamento, mas não repetiu a regra do parágrafo único do 
artigo 891: 
Parágrafo único. Quando a coisa devida for corpo que deva ser entregue no lugar 
em que está, poderá o devedor requerer a consignação no foro em que ela se 
encontra. (Parágrafo único do artigo 891 do CPC DE 1973 – REGRA NÃO 
REPETIDA); 
 
O entendimento é de que a omissão, no entanto, não é capaz de afastar a 
regra em razão da previsão do artigo 341 do CC: 
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no 
mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-
la, sob pena de ser depositada. 
 
ii. Da inclusão das prestações periódicas: 
 
Continua a mesma consequência do artigo 892 do CPC de 1973, de acordo 
com o artigo 541 do Novo CPC: 
 
 
 
Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o 
devedor continuar a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que 
se forem vencendo, desde que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do 
respectivo vencimento. 
 
Não chega a ser cópia do artigo 892, porque o Novo CPC altera a expressão 
prestações periódicas por prestações sucessivas; 
 
iii. Da Petição Inicial: 
 
Continua no Novo CPC, de acordo com o artigo 542 que cabe ao juiz a análise 
da regularidade formal da petição inicial, e intimará o Autor para que realize o 
depósito no prazo de 05 dias; 
Ocorrendo a omissão por parte do Autor será caso de extinção do processo 
sem julgamento de mérito; 
 
Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá: 
I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5 
(cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3o; 
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o 
processo será extinto sem resolução do mérito. 
 
O parágrafo único não era previsto no artigo 893 do CPC de 1973; 
 
iv. Coisa indeterminada e escolha pelo Credor: 
 
Previsão no artigo 543 do Novo CPC: 
Art. 543. “Se o objeto da prestação for coisa indeterminada e a escolha 
couber ao credor, será este citado para exercer o direito dentro de 5 (cinco) 
dias, se outro prazo não constar de lei ou do contrato, ou para aceitar que o 
devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a petição inicial, fixar lugar, dia e 
 
 
hora em que se fará a entrega, sob pena de depósito”. 
 
v. Dúvida acerca de quem deve receber: 
 
Previsão no Novo CPC: 
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o 
pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do 
crédito para provarem o seu direito. 
 
CONTESTAÇÃO PELO RÉU 
 
Art. 544. “Na contestação, o réu poderá alegar que: 
 
I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; 
II - foi justa a recusa; 
III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV - o depósito não é integral. 
Parágrafo único. No caso do inciso IV, a alegação somente será admissível se 
o réu indicar o montante que entende devido”. 
 
vi. Do depósito insuficiente: 
 
Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é lícito ao autor completá-lo, 
em 10 (dez) dias, salvo se corresponder a prestação cujo inadimplemento 
acarrete a rescisão do contrato. 
§ 1o No caso do caput, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou a 
coisa depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo 
o processo quanto à parcela controvertida. 
§ 2o A sentença que concluir pela insuficiênciado depósito determinará, 
sempre que possível, o montante devido e valerá como título executivo, 
facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos autos, após 
liquidação, se necessária. 
 
 
 
Assim, se o credor alegar em contestação que o depósito não foi integral 
deverá indicar o valor que entende devido e o devedor poderá completá-lo no prazo 
de dez dias; 
Inovação no que se refere ao § 2o do Art. 545 traz a inserção da regra de que, 
quando necessário, seja procedida a liquidação de sentença antes de iniciada a sua 
execução; 
Medida importante, vez que em muitas decisões prolatadas em consignação 
em pagamento são desprovidas da liquidez necessária ao início da execução; 
Porém, na prática já se tomava tal sistema. 
 
v. Do não oferecimento da Defesa: 
 
Art. 546. Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação 
e condenará o réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios. 
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der 
quitação. 
 
Há modificação no Art. 546 o qual determina que, julgado procedente o pedido 
formulado na consignação, o juiz, além de declarar extinta a obrigação, condenará o 
réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios; 
Muda porque o CPC de 1973 em seu artigo 897 apenas previa a condenação 
nos ônus da sucumbência em caso de revelia 
 
DÚVIDA DE QUEM DEVE RECEBER O PAGAMENTO: 
 
Art. 547. Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o 
pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis titulares do 
crédito para provarem o seu direito. 
Art. 548. No caso do art. 547: 
I - não comparecendo pretendente algum, converter-se-á o depósito em 
arrecadação de coisas vagas; 
 
 
II - comparecendo apenas um, o juiz decidirá de plano; 
III - comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e 
extinta a obrigação, continuando o processo a correr unicamente entre os 
presuntivos credores, observado o procedimento comum. 
 
No que toca a legitimidade passiva para a ação consignatória também não 
inovou o novo Código, repetindo no artigo 547, o disposto no artigo 895 do CPC/73; 
A regra determina que, em havendo dúvida sobre quem deve receber a quantia 
ou a coisa devida, deverá o autor requerer a citação de todos os possíveis titulares, 
formando-se um litisconsórcio passivo. 
Além disso, segundo o artigo 548 também repisando o antigo Art. 898, CPC/73, 
não comparecendo nenhum dos possíveis credores, o valor depositado converter-se-
á em arrecadação de coisas vagas; comparecendo apenas um, o juiz analisará o 
processo e decidirá conforme seu convencimento de forma motivada, ou ainda 
comparecendo mais de um suposto credor, o juiz declarará a extinção da obrigação 
do devedor, continuando o processo apenas para definir os reais credores, 
observando-se, a partir daí, o procedimento comum. 
 
2. DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS: 
 
Previsão do art. 550 do CPC: 
 
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas 
requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo 
de 15 (quinze) dias. 
§ 1o Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões 
pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios 
dessa necessidade, se existirem. 
§ 2o Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, 
prosseguindo-se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro. 
§ 3o A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser 
 
 
fundamentada e específica, com referência expressa ao lançamento 
questionado. 
§ 4o Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 
355. 
§ 5o A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar 
as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar 
as que o autor apresentar. 
§ 6o Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5o, seguir-se-á 
o procedimento do § 2o, caso contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 
(quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se 
necessário. 
 
A ação de prestação de contas regulada no CPC de 1973 nos artigos 914 a 
919 foi convertida pelo novo CPC em ação de exigir contas; 
Doutrina coloca que a ação de exigir contas visa apurar valores inerentes a 
determinada relação jurídica em que se deu atividade de administração de 
recursos de uma pessoa por outra; 
A ação de exigir contas é usada quando o autor quer forçar a outra parte a 
fornecê-las; 
 
Legitimidade: 
A legitimidade no novo CPC difere da legitimidade no CPC de 1973; 
No CPC de 1973, por se referir à ação de prestação de contas, a legitimidade 
era tanto quem tem o direito de exigir quanto quem tem a obrigação de exibir; 
Já no Novo CPC, por ser ação de exibir contas, somente tem legitimidade quem 
tiver direito de exigir; 
Ou seja, o credor pode acionar o devedor que se recusa a prestar as contas; 
Caput do artigo 550: 
Art. 550. “Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas 
requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo 
de 15 (quinze) dias”. 
 
 
 
Procedimento: 
No §1º do artigo 550 do Novo CPC estão dispostos os requisitos da Inicial: 
§ 1o Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões 
pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios 
dessa necessidade, se existirem. 
Conforme o caput do artigo 550 o autor deve requerer a citação do réu para que 
este: 
- PRESTE AS CONTAS, ou 
- OFEREÇA CONTESTAÇÃO; 
- Se forem prestadas as contas pelo réu, o autor deverá se manifestar no 
prazo de 15 dias; 
- Se o autor impugnar as contas, deverá ser feito de forma fundamentada e 
específica; 
- E se o réu não prestar contas e nem contestar? Observa-se o disposto no 
artigo 355 do CPC: 
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença 
com resolução de mérito, quando: 
I - não houver necessidade de produção de outras provas; 
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver 
requerimento de prova, na forma do art. 349 
 
E SE A AÇÃO FOR JULGADA PROCEDENTE? PREVISÃO DO §5º DO 
ARTIGO 550 
Decisão vai condenar o réu a prestar as contas no prazo de 15 dias, se não 
fizer, não poderá impugnar as contas apresentadas pelo autor; 
§ 5o A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar 
as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito 
impugnar as que o autor apresentar. 
 
E se o réu apresentar as contas no prazo de 15 dias se condenado? 
 
 
§ 6o Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5o, seguir-se-á 
o procedimento do § 2o, caso contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 
15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se 
necessário. 
 
Ou seja, o autor poderá se manifestar no prazo de 15 dias, ou se o réu não 
fizer, o autor poderá apresentá-las no prazo de 15 dias, podendo haver exame 
pericial se for necessário; 
 
Apresentação das contas pelo Réu: 
 
Artigo 551 do Novo CPC: 
Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, 
especificando- se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se 
houver. 
§ 1o Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz 
estabelecerá prazo razoável para que o réu apresente os documentos 
justificativos dos lançamentos individualmente impugnados. 
§ 2o As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5o, serão apresentadas 
na forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, 
especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se 
houver, bem como o respectivo saldo.O novo CPC estabelece que as contas do réu deverão ser apresentadas de 
forma adequada, sendo que: 
- As receitas deverão ser especificadas, bem como a aplicação das despesas 
e os investimentos, se houver; 
Por sua vez, o § 1o estabelece que se houver impugnação específica e 
fundamentada pelo autor, deverá ser fixado um prazo razoável pelo juiz para que o 
réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos que foram 
individualmente impugnados; 
 
 
 
Apresentação das contas pelo Autor: 
 
Previsão no §2º do artigo 551: 
§ 2o As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5o, serão apresentadas 
na forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, 
especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se 
houver, bem como o respectivo saldo. 
Também deve trazer os elementos seguros para eventual manifestação da 
outra parte; 
 
SENTENÇA: 
Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial. 
A sentença que por ventura apurar eventual saldo, constituirá título executivo 
judicial; 
 
Das contas pelo inventariante, curador, tutor, depositário: 
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário 
e de qualquer outro administrador serão prestadas em apenso aos autos do 
processo em que tiver sido nomeado. 
Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a 
pagar o saldo e não o fizer no prazo legal, o juiz poderá destituí-lo, sequestrar 
os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a gratificação a que teria direito e 
determinar as medidas executivas necessárias à recomposição do prejuízo. 
 
3. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE: 
 
Conceito: 
 
Ocorre quando um ou alguns dos sócios decidem sair da sociedade; 
A sociedade continua, mas os vínculos em relação a estes sócios se desfazem; 
Tal ação se ampara no princípio da preservação da empresa e de sua função 
 
 
social, visando evitar a dissolução e liquidação da sociedade quando ocorre a 
quebra da affectio societatis; 
Quando ocorre a dissolução parcial, acarreta apenas a resolução da sociedade 
em relação a um ou alguns sócios, desfazendo-se os respectivos vínculos; 
As causas de dissolução parcial da sociedade encontram-se elencadas no 
Código Civil, em seus artigos 1.028, 1.029 e 1.030; 
 
Observa-se que quando for dissolução total da sociedade, não se aplica o 
procedimento especial; 
 
Art. 1.028. No caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota, salvo: I - se 
o contrato dispuser diferentemente; 
II - se os sócios remanescentes optarem pela dissolução da sociedade; 
III - se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio 
falecido. 
 
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio 
pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação 
aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo 
determinado, provando judicialmente justa causa. 
Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os 
demais sócios optar pela dissolução da sociedade. 
 
Art. 1.030. Ressalvado o disposto no art. 1.004 e seu parágrafo único, pode 
o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais 
sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por 
incapacidade superveniente. 
Parágrafo único. Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio 
declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada nos termos do 
parágrafo único do art. 1.026. 
 
Frisa-se que as causas de dissolução não são taxativas, pois conforme 
 
 
previsão do artigo 1.035 do Código Civil, o contrato poderá prever outras causas: 
Art. 1.035. O contrato pode prever outras causas de dissolução, a serem 
verificadas judicialmente quando contestadas. 
 
No que se refere às sociedades anônimas, a dissolução é regulada pela lei 
6.404/76; 
Com a dissolução parcial ocorre a liquidação da quota do sócio retirante, 
excluído ou dos sucessores, que se tornam credores da sociedade; 
Assim, o valor da quota desse sócio ou sucessor será liquidada com base na 
situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço 
especialmente levantado, salvo disposição contratual em contrário; 
Disso decorre que o capital social sofrerá a correspondente redução. Porém, 
podem os demais sócios suprirem o respectivo valor; 
 
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um 
sócio, o valor da sua quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, 
liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário, com base na situação 
patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço 
especialmente levantado. 
§ 1o O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os 
demais sócios suprirem o valor da quota. 
§ 2o A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a 
partir da liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. 
Art. 1.032. A retirada, exclusão ou morte do sócio, não o exime, ou a seus 
herdeiros, da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois 
anos após averbada a resolução da sociedade; nem nos dois primeiros casos, 
pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não se requerer a averbação. 
 
Do OBJETO da Ação de Dissolução Parcial da Sociedade: 
 
Previsão no artigo 599 do CPC: 
Art. 599. “A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por objeto: 
 
 
I - a resolução da sociedade empresária contratual ou simples em relação ao 
sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de retirada ou recesso; e 
II - a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou que exerceu o 
direito de retirada ou recesso; ou 
III - somente a resolução ou a apuração de haveres”. 
 
Logo, a ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por objeto: 
 
a) a resolução da sociedade empresária contratual ou simples em relação ao 
sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de retirada (imotivada) ou recesso 
(retirada motivada); 
b) a apuração dos haveres do sócio falecido, excluído ou que exerceu o 
direito de retirada ou recesso; 
c) somente a resolução ou a apuração de haveres; 
 
A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter também por objeto a 
sociedade anônima de capital fechado quando demonstrado que não pode 
preencher o seu fim. 
 
§ 2º. “A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter também por 
objeto a sociedade anônima de capital fechado quando demonstrado, por 
acionista ou acionistas que representem cinco por cento ou mais do capital 
social, que não pode preencher o seu fim”. 
 
Verifica-se que as hipóteses dos incisos I, II e III do artigo 599 do novo Código 
de Processo Civil são as previstas no Código Civil em seus artigos 1.028 a 1.030 do 
Código Civil; 
Já o § 2º do artigo 599 se relaciona a alínea b do inciso II do artigo 206 da lei 
6.404/76, Lei das S.A.; 
Depreende-se que as sociedades abrangidas pelo artigo 599 são as 
sociedades limitadas, simples, anônimas fechadas, em nome coletivo e em 
comandita simples; 
 
 
 
Legitimados para propor a Ação de Dissolução Parcial: 
Previsão no artigo 600 do Novo CPC: 
 
Art. 600. A ação pode ser proposta: 
I - pelo espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores não 
ingressar na sociedade; 
II - pelos sucessores, após concluída a partilha do sócio falecido; 
III - pela sociedade, se os sócios sobreviventes não admitirem o ingresso 
do espólio ou dos sucessores do falecido na sociedade, quando esse direito 
decorrer do contrato social; 
IV - pelo sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, se não tiver 
sido providenciada, pelos demais sócios, aalteração contratual consensual 
formalizando o desligamento, depois de transcorridos 10 (dez) dias do 
exercício do direito; 
V - pela sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão 
extrajudicial; ou 
VI - pelo sócio excluído. 
Parágrafo único. O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casamento, 
união estável ou convivência terminou poderá requerer a apuração de seus 
haveres na sociedade, que serão pagos à conta da quota social titulada por este 
sócio”. 
 
Logo, os legitimados a propor a ação, são: 
a) No caso de falecimento do sócio: em um primeiro momento, não ocorrendo 
o ingresso da totalidade dos sucessores na sociedade, estará legitimado o espólio 
do sócio falecido (I); 
b) realizada a partilha, podem os sucessores buscar o desfazimento do 
vínculo e apuração dos haveres (II) e; 
c) ainda, a própria sociedade se legitima no caso de os sócios remanescentes 
não admitirem o ingresso do espólio ou dos sucessores do falecido, desde que haja 
previsão no contrato social para tanto. 
 
 
d) Ou seja, a sociedade, se os sócios sobreviventes não admitirem o ingresso 
do espólio ou dos sucessores do falecido na sociedade, quando esse direito 
decorrer do contrato social; 
e) o sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso, se não tiver sido 
providenciada, pelos demais sócios, a alteração contratual consensual formalizando 
o desligamento, depois de transcorridos 10 (dez) dias do exercício do direito; 
f) O inciso IV trata da legitimidade ativa do sócio que exerceu o direito de 
retirada ou recesso, desde que tenha ocorrido inércia dos demais sócios em 
proceder à alteração contratual formalizando seu desligamento, em 10 dias do 
exercício do direito. 
g) Tendo havido referida alteração, permanece a legitimidade para a 
apuração de haveres. 
h) a sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão extrajudicial; 
i) o sócio excluído; 
 
Os incisos V e VI tratam da legitimidade ativa para o caso de exclusão de 
sócio: não sendo possível a exclusão extrajudicial do sócio por meio de assembleia 
ou reunião dos sócios, estará legitimada a própria sociedade para promover a ação 
visando sua dissolução parcial (V) e, em havendo a exclusão extrajudicial do sócio, 
estará ele legitimado para pleitear a apuração de seus haveres (VI). 
No caso de discordância do sócio com sua exclusão, deve ele pleitear a 
anulação da deliberação social que votou pela sua exclusão. 
O cônjuge ou companheiro do sócio cujo casamento, união estável ou 
convivência terminou para requerer a apuração de seus haveres na sociedade, que 
serão pagos à conta da quota social titulada por este sócio; 
Ou seja, com a definição da meação ao final do casamento, união estável ou 
convivência e, obviamente, desde que tenha o ex-cônjuge ou ex-companheiro direito 
sobre as quotas sociais tituladas pelo outro, o ex-cônjuge ou ex-companheiro 
possuirá legitimidade ativa para a apuração de haveres. 
 
Do procedimento: 
Observar de início a previsão do §1º do artigo 599 do Novo CPC: 
 
 
§ 1o A petição inicial será necessariamente instruída com o contrato 
social consolidado. 
 
Os réus terão direito a contestar, conforme preceitua o artigo 601 do Novo 
CPC: 
Art. 601. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15 
(quinze) dias, concordar com o pedido ou apresentar contestação. 
Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus sócios o 
forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à coisa julgada. 
 
A doutrina aponta que de acordo com o artigo 601 há um litisconsórcio 
necessário entre a sociedade e todos os sócios; 
Presume-se que a citação da sociedade tenha ocorrido no caso de citação de 
todos os seus sócios, o que certamente deve ocorrer. No caso de ação de apuração 
de haveres, não há necessidade de participação dos sócios, mas apenas da 
sociedade, que responde com seu patrimônio pelo pagamento dos haveres 
apurados. 
Citados, os réus possuem o prazo de 15 dias para concordar com o pedido ou 
contestar a ação; 
Pode haver a possibilidade de apresentação de pedido reconvencional 
Previsão do artigo 602 do Novo CPC: 
Art. 602. “A sociedade poderá formular pedido de indenização 
compensável com o valor dos haveres a apurar”. 
 
Ou seja, havendo pedido de apuração de haveres, a sociedade pode 
apresentar pedido reconvencional de indenização, desde que preenchidos os 
requisitos para a própria compensação; 
Previsão citada pela doutrina: artigo 368 do Código Civil: 
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma 
da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. 
 
Art. 603. Havendo manifestação expressa e unânime pela concordância 
 
 
da dissolução, o juiz a decretará, passando-se imediatamente à fase de 
liquidação. 
§ 1o Na hipótese prevista no caput, não haverá condenação em 
honorários advocatícios de nenhuma das partes, e as custas serão rateadas 
segundo a participação das partes no capital social. 
§ 2o Havendo contestação, observar-se-á o procedimento comum, mas a 
liquidação da sentença seguirá o disposto neste Capítulo. 
 
Se houver concordância não haverá condenação em honorários advocatícios; 
Se houver contestação segue o procedimento comum; 
Havendo a apresentação de contestação ao pedido de dissolução parcial da 
sociedade o feito seguirá pelo procedimento comum e, após julgamento deste, a 
apuração de haveres (e não liquidação de sentença) deverá seguir o procedimento 
especial. 
 
DA APURAÇÃO DOS HAVERES 
 
Previsão no artigo 604 do Novo CPC: 
 
Art. 604. Para apuração dos haveres, o juiz: 
I - fixará a data da resolução da sociedade; 
II - definirá o critério de apuração dos haveres à vista do disposto no 
contrato social; e 
III - nomeará o perito. 
§ 1o O juiz determinará à sociedade ou aos sócios que nela 
permanecerem que depositem em juízo a parte incontroversa dos haveres 
devidos. 
§ 2o O depósito poderá ser, desde logo, levantando pelo ex-sócio, pelo 
espólio ou pelos sucessores. 
§ 3o Se o contrato social estabelecer o pagamento dos haveres, será 
observado o que nele se dispôs no depósito judicial da parte incontroversa. 
 
 
 
O artigo 604 estabelece os elementos para a apuração dos haveres; 
Ou seja, antes de iniciar a perícia visando à apuração dos haveres, deverá o juiz 
estabelecer quais são os principais elementos desta: 
- A Data da resolução da sociedade; 
- O critério de apuração, respeitando-se o disposto no contrato social acerca 
do tema, os quis devem ser observados pelo perito; 
Daí vai ocorrer a nomeação do perito; 
Além disso, se houver controvérsia relacionada somente à parte dos valores 
dos haveres, a parte incontroversa deve ser depositada em juízo e, desde logo, 
poderá ser levantada pelo credor, respeitando-se o estipulado no contrato social da 
sociedade; 
 
DA DATA DA RESOLUÇÃO DA SOCIEDADE 
 
Conforme se verificou no artigo 604 do Novo CPC, o juiz deve fixar a data de 
resolução da sociedade; 
A data será: 
- No caso de de falecimento do sócio e não aceitação de ingresso do espólio 
ou dos sucessores, a do óbito; 
- No caso de retirada imotivada, o sexagésimo dia ao do recebimento da 
notificação pela sociedade; 
- No caso de recesso, o dia do recebimento da notificação pela sociedade; 
- No caso da exclusão extrajudicial, a data da assembleia ou reunião que a 
tiver deliberado; 
- Entendimento da doutrina é de que para todos esses casos, a sentença 
apenas reconhece a dissolução e produz efeitos ex tunc; 
- Além disso, entendimento segundo o artigo 1029 do Código Civil é de que nos 
casos de retirada por justa causa de sociedade por prazo determinado e de exclusão 
judicial, a data da resolução dasociedade será a data do trânsito em julgado da 
decisão que a dissolver (ex nunc); 
Observar sempre em primeiro lugar a previsão do contrato social. 
 
 
ARTIGO 606 DO NOVO CPC: 
Art. 606. “Em caso de omissão do contrato social, o juiz definirá, como 
critério de apuração de haveres, o valor patrimonial apurado em balanço de 
determinação, tomando-se por referência a data da resolução e avaliando-se 
bens e direitos do ativo, tangíveis e intangíveis, a preço de saída, além do 
passivo também a ser apurado de igual forma. 
Parágrafo único. Em todos os casos em que seja necessária a realização 
de perícia, a nomeação do perito recairá preferencialmente sobre especialista 
em avaliação de sociedades”. 
 
Ou seja, se houver previsão contratual acerca do critério de apuração dos 
haveres e desde que referido critério apresente-se razoável; 
Por exemplo, não pode acarretar enriquecimento sem causa nem da sociedade 
que pagará valor irrisório e nem do ex-sócio que receberá um valor exorbitante em 
detrimento da sociedade, o juiz deve observar o que está disposto no contrato social; 
Porém, se houver omissão do contrato, o juiz deve determinar a elaboração de 
um balanço de determinação que demonstra o valor patrimonial real da sociedade; 
Observar conforme o artigo 607 que os critérios podem ser revisados pelo juiz: 
Art. 607. A data da resolução e o critério de apuração de haveres podem 
ser revistos pelo juiz, a pedido da parte, a qualquer tempo antes do início da 
perícia. 
 
O momento de revisar os critérios é antes do início da perícia; 
O juiz não pode de ofício, e sim a pedido de qualquer das partes; 
Pode ser revista a data da resolução e o critério de apuração; 
Observar os direitos a que fazem jus em razão da resolução: previsão do 
arftigo 608 do novo CPC 
Art. 608. Até a data da resolução, integram o valor devido ao ex-sócio, ao 
espólio ou aos sucessores a participação nos lucros ou os juros sobre o 
capital próprio declarados pela sociedade e, se for o caso, a remuneração 
como administrador. 
Parágrafo único. Após a data da resolução, o ex-sócio, o espólio ou os 
 
 
sucessores terão direito apenas à correção monetária dos valores apurados e 
aos juros contratuais ou legais. 
 
ATÉ A DATA DA RESOLUÇÃO: 
- O ex-sócio, o espólio ou os sucessores fazem jus à participação nos lucros ou 
aos juros sobre o capital próprio declarados pela sociedade; 
DEPOIS DA RESOLUÇÃO: 
- A partir da resolução, uma vez que não são mais sócios, terão direito apenas 
à correção monetária dos valores apurados e aos juros contratuais ou legais; 
 
DO PAGAMENTO DOS HAVERES → PREVISÃO DO ARTIGO 609 DO CPC: 
Art. 609. Uma vez apurados, os haveres do sócio retirante serão pagos 
conforme disciplinar o contrato social e, no silêncio deste, nos termos do 
§ 2o do art. 1.031 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). 
Prevalece a vontade dos sócios estipuladas no contrato; 
Porém devem ser observados os limites legais e os princípios gerais do direito; 
E se não houver previsão? Os haveres devem ser pagos em dinheiro, no prazo 
de 90 dias, a partir da liquidação (CC, art. 1.031, § 2º); 
Deve ser descontado o valor incontroverso já depositado; 
 
4. DOS EMBARGOS DE TERCEIRO 
 
Conceito: 
É via apropriada para quem pretende impedir constrição indevida de bem cuja 
posse ou propriedade lhe pertença; 
Previsão do artigo 674 do Novo CPC: 
Art. 674. “Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou 
ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito 
incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua 
inibição por meio de embargos de terceiro”. 
 
Mantiveram a mesma natureza jurídica do CPC de 1973, ou seja, procedimento 
 
 
especial de jurisdição contenciosa; 
Os embargos constituem-se em ação de conhecimento; 
Partes: 
→ Embargante: quem promove a ação; 
→ Embargado: quem sofre a ação; 
O Embargante tem como objetivo desconstituir a constrição judicial sobre bem 
em processo do qual não é parte; 
Pretende-se com os Embargos, portanto, repelir constrição ilícita ou 
desembaraçar determinado bem de constrição judicial injusta; 
O Caput refere o caráter preventivo e repressivo que os Embargos podem ter; 
 Caráter Preventivo: 
Pretende tutelar não só a ofensa, mas a ameaça ao direito; 
Como exemplo: bem que por indicação do exequente esteja na iminência de 
penhora; 
Ou seja, não é necessário que o bem seja penhorado para que o titular do 
direito possa opor os Embargos a fim de que a medida não ocorra; 
 
Legimados: 
Os embargos de terceiro possuem essa denominação uma vez que são 
opostos justamente por pessoa que não faz parte do processo no qual ocorreu a 
constrição indevida. Ou seja, por terceiro; 
O §1º do art. 674 do Novo CPC elenca quem são os legitimados: 
§ 1º. “Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive 
fiduciário, ou possuidor”. 
No entanto, apesar de não ser parte no processo, o terceiro deve ter algum 
vínculo com a coisa que foi objeto ou será de constrição judicial. Deve ser: 
- Proprietário, incluindo o credor fiduciário; 
- Possuidor; 
 
§ 2º “Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos: 
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios 
ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; 
 
 
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara 
a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; 
III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de 
desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; 
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto 
de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos 
atos expropriatórios respectivos”. 
 
 Hipótese do Inciso I: 
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de 
sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; 
Art. 843. “Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte 
do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da 
alienação do bem”. 
 
O CÔNJUGE OU COMPANHEIRO terão legitimidade para opor os embargos 
para defender a posse de bens próprios ou apenas a meação; 
Porém, o inciso I faz uma ressalva: hipótese do artigo 843 do Novo CPC; 
Ou seja, quando se tratar de bem indivisível, os embargos opostos pelo 
cônjuge ou companheiro não desconstituirão a penhora e nem a alienação do bem 
→ O bem será alienado, sendo reservado do valor arrecadado a parte do cônjuge 
que não é o devedor; 
 
 Hipótese do inciso II: 
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a 
ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; 
Neste caso quem poderá propor é o adquirente de algum bem, sendo que essa 
aquisição foi considerada fraude à execução; 
Assim, esse adquirente que queira provar que o bem não foi adquirido em 
fraude à execução pode se valer dos embargos de terceiro; 
 
 Hipótese do inciso III: 
 
 
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração 
da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; 
O inciso III autoriza a oposição de embargos por aquele que teve constrição 
decorrente de desconsideração da personalidade jurídica decretada sem sua 
intimação; 
É de se considerar que o Novo CPC no artigo 133 e seguintes estabelece a 
instauração de incidente para que se proceda à desconsideração da personalidade 
jurídica, sendo necessária a intimação do sócio para que a medida seja decretada e a 
execução recaia sobre algum de seus bens; 
Dessa forma, se o sócio não foi intimado noincidente de desconsideração, 
poderá opor os embargos para desfazer a referida constrição; 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será 
instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber 
intervir no processo. 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado 
para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
 Inciso IV: 
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de 
direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos 
expropriatórios respectivos”. 
 
O credor que possui garantia real mas que não foi intimado de que sua garantia 
foi penhorada por outra dívida do devedor e que o bem assim será alienado; 
Poderá embargar para impedir a alienação; 
Entendimento que o rol é exemplificativo, de forma que qualquer terceiro que 
teve um bem sujeito à constrição judicial poderá embargar para liberar seu bem; 
 
Procedimento: 
Art. 675. “Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo 
 
 
de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no 
cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias 
depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da 
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. 
Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de 
interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente”. 
 
 QUANTO AO PRAZO: 
Estabelece não o termo inicial, mas o limite para que os Embargos sejam 
opostos; 
1) Até o trânsito em julgado da sentença → QUANDO O PROCESSO FOR 
DE CONHECIMENTO; 
2) No cumprimento de sentença ou no processo de execução → até 5 (cinco) 
dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, 
mas sempre antes da assinatura da respectiva carta; 
Além disso, o parágrafo único do artigo 675 estabelece que o juiz mande 
intimar pessoalmente terceiro hábil a opor os embargos, sempre que verifique a 
existência desse terceiro; 
Art. 676. “Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que 
ordenou a constrição e autuados em apartado. 
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os 
embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo 
deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta”. 
 
No caso dos embargos ocorre conexão com o processo no qual houve a 
constrição; 
Isso porque os embargos e a ação na qual houve constrição acabam 
abarcando o mesmo objeto, devendo haver a reunião das duas; 
No entanto, como a ação onde houve a constrição foi distribuída primeiro, há a 
prevenção do juízo, de forma que os embargos deverão ser distribuídos por 
dependência naquele juízo; 
Serão autuados em apartado; 
 
 
No caso de constrição realizada por carta  se a constrição do bem foi 
realizada por meio de carta ou a indicação do bem foi feita no próprio juízo 
deprecado → é este o competente para julgar os embargos, sendo que ali deverão 
ser distribuídos os embargos de terceiro; 
OBS: Se a indicação do bem foi feita pelo juízo deprecante ou se a carta já foi 
devolvida → a competência é do juízo deprecante; 
Quanto à petição inicial, observa-se o artigo 677 do Novo CPC: 
Art. 677. “Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua 
posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e 
rol de testemunhas. 
§ 1o É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo 
juiz. 
§ 2o O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio. 
§ 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador 
constituído nos autos da ação principal. 
§ 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição 
aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for 
sua a indicação do bem para a constrição judicial”. 
 
Na petição inicial o Embargante deverá trazer todos os documentos para 
comprovar a sua legitimidade; 
De acordo com a previsão do §1º poderá requerer ainda a designação de 
audiência preliminar, ou seja, de justificação a fim de demonstrar o seu direito caso 
não tenha conseguido por meio dos documentos; 
 
§ 2o O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio. 
O que o §2º estabelece é a hipótese de legitimação extraordinária, na qual o 
Embargante poderá alegar e defender como causa de pedir o domínio alheio; 
Exemplo: o condômino a defender todo o bem, ainda que o outro condômino 
não o faça. Ou seja, no que se refere à sua fração ideal o condômino exercendo 
legitimação ordinária e quanto à fração ideal do outro condômino estará a exercer a 
 
 
legitimação extraordinária; 
 
§ 3o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador 
constituído nos autos da ação principal. 
Se o Embargado não tiver procurador nos autos → citação pessoal; 
Se o Embargado tiver procurador no processo em que foi realizada a 
constrição objeto dos embargos → a citação vai ocorrer por intermédio do advogado; 
 
Art. 678. “A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou 
a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens 
litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração 
provisória da posse, se o embargante a houver requerido. 
Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de 
reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, 
ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente”. 
 
Demonstrado o direito pelo Embargante caberá ao Juiz decidir acerca de 
eventual pedido de antecipação de tutela a fim de determinar a suspensão das 
medidas constritivas sobre os bens, bem como a manutenção ou reintegração da 
posse que o Embargante assim requereu; 
Isso pode ser determinado antes mesmo da citação do embargado; 
Consoante previsão do Parágrafo único, o juiz poderá condicionar a ordem de 
manutenção ou reintegração de possa, ao exigir contracautela do Embargado, 
salvo se o mesmo for hipossuficiente → isso com o objetivo de prevenir eventuais 
danos que a parte contrária poderá vir a sofrer; 
E há contestação? Previsão do artigo 679 do Novo CPC: 
 
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) 
dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum. 
Prazo de 15 dias; 
Uma vez que houve contestação → segue o procedimento comum; 
 
 
 
Art. 680. “Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado 
somente poderá alegar que: 
I - o devedor comum é insolvente; 
II - o título é nulo ou não obriga a terceiro; III - outra é a coisa dada em 
garantia”. 
O artigo 680 trata da defesa no caso dos Embargos opostos pelo credor com 
garantia real; 
O inciso I tem cabimento porque o Embargante poderá demonstrar que o 
devedor, ou seja, o proprietário do bem sobre o qual caiu a constrição, é solvente, 
de maneira que possui outros bens passíveis de penhora e assim liberar o bem que 
serve de garantia real para ele; 
Portanto, o Embargado deverá rebater tal argumento para manter o bem; 
Pois se o Embargado comprovar que o devedor é insolvente não há outro bem 
passível de constrição; 
A outra alegação do Embargante poderá ser a do seu direito como credor com 
garantia real, ou seja, com direito de preferência decorrente da garantia gerada pelo 
bem; 
Sendo assim, se não for impedida essa constrição e o bem for vendido, o 
produto dessa alienação será em primeiro lugar destinado ao Embargante; 
Portanto, o Embargado poderá alegar que o título que confere essa garantia 
real é nulo; 
Ainda, segundo o inciso II poderá demonstrar oEmbargado que o referido título 
não vincula terceiro, como no caso de não ter se aperfeiçoado os requisitos para ter 
força erga omnes; 
Por fim, o Embargado poderá alegar e demonstrar que a constrição não se deu 
em objeto com garantia real; 
Assim, se a coisa dada em garantia é diversa daquela judicialmente constrita, os 
embargos não terão fundamento; 
 
Artigo 681. “Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida 
será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse 
ou da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante”. 
 
 
Se os Embargos forem julgados procedentes a constrição judicial estará 
cancelada, com o consequente reconhecimento do domínio, manutenção da posse 
ou reintegração definitiva do bem ao embargante; 
 
1. DA OPOSIÇÃO: 
Conceito: 
A intervenção de terceiros foi reformulada novo CPC; 
Não existem mais como intervenção de terceiro, a oposição e a nomeação à 
autoria; 
O novo CPC continuou mantendo a Assistência, a Denunciação a Lide, o 
Chamamento ao Processo e acrescentou o Incidente de Desconsideração da 
Personalidade Jurídica e o Amicus Curiae; 
A Oposição que era tratada no CPC de 1973 como modalidade de intervenção 
de terceiro, vem regulada no Novo CPC como procedimento especial; 
A Oposição tem cabimento quando alguém pretender, no todo ou em parte, a 
coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu, até ser proferida a sentença, 
devendo ser a ação dirigida a ambas as partes, e terá como seus requisitos os 
exigidos para a respectiva demanda; 
 
Procedimento: 
Previsão no artigo 682 do Novo CPC: 
Art. 682. “Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre 
que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer 
oposição contra ambos”. 
Portanto, quanto aos requisitos para a propositura da Oposição, devem ser 
observados os da ação em curso entre o autor e réu: 
 
Art. 683. “O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos 
exigidos para propositura da ação”. 
Passa a ser distribuída por dependência, sendo as partes citadas para 
contestar no prazo COMUM de 15 dias; 
Não há prazo em dobro, mesmo sendo advogados distintos; 
 
 
Previsão do parágrafo único do artigo 683: 
 
Parágrafo único. “Distribuída a oposição por dependência, serão os 
opostos citados, na pessoa de seus respectivos advogados, para contestar o 
pedido no prazo comum de 15 (quinze) dias”. 
E se uma das partes reconhecer a procedência do pedido? A oposição 
continua contra a outra; 
Previsão do artigo 684 do Novo CPC: 
 
Art. 684. “Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra 
o outro prosseguirá o opoente”. 
A oposição ficará em apenso à ação originária sendo julgada juntamente com 
esta; 
Previsão do artigo 685 do Novo CPC: 
Art. 685. “Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos 
e tramitará simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela 
mesma sentença”. 
Além disso, se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, 
o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se 
concluir que a unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável 
do processo; 
Previsão do parágrafo único do artigo 685: 
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de 
instrução, o juiz suspenderá o curso do processo ao fim da produção das 
provas, salvo se concluir que a unidade da instrução atende melhor ao 
princípio da duração razoável do processo. 
 
Como a ação originária e a oposição devem ser julgadas de forma conjunta 
(mesma sentença), deverá o juiz conhecer a oposição em primeiro lugar, tendo em 
vista que a sua solução interfere diretamente no resultado que terá a primeira ação; 
Previsão do artigo 686 do CPC: 
Art. 686. “Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a 
 
 
oposição, desta conhecerá em primeiro lugar”. 
 
2. DA HABILITAÇÃO: 
 
Conceito: 
Ocorre nos casos de falecimento em meio ao processo judicial; 
Ocorre a habilitação de sucessores e herdeiros no processo que teve seu 
andamento interrompido em razão de uma das partes ter falecido; 
Previsão no artigo 687 do Novo CPC: 
Artigo 687. “A habilitação ocorre quando, por falecimento de qualquer das 
partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo.” 
Trata-se de um procedimento especial que visa trazer os sucessores da parte 
que faleceu ao processo, com o objetivo de dar prosseguimento ao mesmo; 
O procedimento se justifica porque ocorre a quebra do elo de um dos lados da 
relação jurídica, não sendo possível, assim, a continuidade do processo; 
 
Legitimidade: 
Previsão no artigo 688 do Novo CPC: 
Art. 688. A habilitação pode ser requerida: 
I - pela parte, em relação aos sucessores do falecido; II - pelos 
sucessores do falecido, em relação à parte. 
 
Poderá ser promovida pela parte no processo, em relação aos sucessores da 
outra que faleceu; 
Poderá ser requerida pelos próprios sucessores do falecido, em relação à outra 
parte; 
 
Procedimento: 
Previsão do artigo 689 do Novo CPC: 
Art. 689. “Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na 
instância em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo”. 
A habilitação vai se dar nos autos do processo principal, no qual faleceu a 
 
 
parte, ficando suspenso o referido processo principal; 
A habilitação deve ocorrer na instância onde estiver tramitando o processo; 
 
Art. 690. Recebida a petição, o juiz ordenará a citação dos requeridos para 
se pronunciarem no prazo de 5 (cinco) dias. 
Parágrafo único. A citação será pessoal, se a parte não tiver procurador 
constituído nos autos. 
Os requeridos (seja o autor ou réu) serão citados para se pronunciarem acerca 
da habilitação no prazo de 05 dias; 
Se a parte ainda não tiver procurador constituído, a citação deverá ocorrer de 
forma pessoal; 
 
Do julgamento pelo juiz: 
 
Art. 691. “O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se 
este for impugnado e houver necessidade de dilação probatória diversa da 
documental, caso em que determinará que o pedido seja autuado em apartado 
e disporá sobre a instrução”. 
A ideia é que a habilitação seja julgada de forma imediata pelo juiz, justamente 
para dar prosseguimento ao processo principal; 
No entanto, se houver impugnação ou necessidade de dilação probatória 
diversa da prova documental, o juiz deve determinar que corra de forma apartado e 
decidirá sobre a instrução; 
Então, o juiz pode duas providências conforme o caso: ou julgará; ou 
determinará autuação em apartado, decidindo sobre a instrução que se fizer 
necessária para finalmente julgar; 
 
Art. 692. “Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo 
principal retomará o seu curso, e cópia da sentença será juntada aos autos 
respectivos”. 
Uma vez transitada a habilitação, o processo principal continuará sendo 
juntada cópia da sentença; 
 
 
 
3. AÇÃO MONITÓRIA: 
 
Conceito: 
Ação que tem por objetivo conferir força executiva a títulos e documentos que 
não a possuem; 
Possui rito especial. Na verdade, abrevia o caminho do credor desde que tenha 
um título hábil para comprovar o seu direito; 
O credor poderá propor a ação monitória, através de prova documental, 
objetivando o pagamento de quantia em dinheiro, a entrega de coisa fungível ou 
infungível ou de bem móvel ou imóvel, bem como o adimplemento de obrigação de 
fazer ou de não fazer; 
Acaba sendo um meio termo entre o processo de execução e o processo de 
conhecimento, pois na monitória se busca imprimir maior celeridade, desde que 
embasada em prova da obrigação;Mais rápido que a ação de cobrança, mas não possui um título capaz de 
ensejar a execução; 
 Assim, ajuizada a ação baseada em prova literal da dívida, o juiz deve expedir 
mandado de pagamento ou entrega de coisa, para que, se não cumprido, se forme o 
título executivo judicial a ser executado através de ação executiva; 
Difere do CPC de 1973, porque no anterior, a ação monitória só era cabível 
para o recebimento de quantia, entrega de bem móvel e bens fungíveis; 
Houve assim uma ampliação das possibilidades de utilizar a referida ação; 
Além disso, algumas alterações em relação ao CPC de 1973 podem ser 
apontadas: 
a. Possibilidade da citação por edital, pois agora é possível a citação por 
qualquer meio admitido, o que já vinha sendo aceito pela Súmula 282 do STJ: “Cabe 
a citação por edital em ação monitória”. 
b. O novo CPC passa a admitir a ação monitório em face da Fazenda Pública, 
o que também já estava sendo permitido através da Súmula 339 do STJ: 
“É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública”. 
c. Além disso, o novo CPC permite na ação monitória a possibilidade de 
 
 
prolação de sentença com efeitos imediatos, não sujeita ao efeito suspensivo; 
 
Cabimento: 
 
Art. 700. “A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com 
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do 
devedor capaz: 
I - o pagamento de quantia em dinheiro; 
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; 
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer”. 
§ 1o A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, 
produzida antecipadamente nos termos do art. 381. 
(...) 
 
O artigo 700 do Novo CPC inicia o tratamento da ação monitória trazendo as 
hipóteses de seu cabimento; 
Inova no inciso III porque passa a permitir a ação monitória para adimplemento 
de obrigação de fazer ou não fazer; 
Verifica-se que é possível que a prova escrita, o que é indispensável na 
monitória, seja proveniente de prova oral que foi produzida antecipadamente; Ou 
seja, se produz uma prova oral com finalidade de servir de arrimo à propositura da 
monitória; 
Ex: produzir prova oral para comprovar um contrato verbal; 
 
Da petição inicial: 
Previsão no §2º do artigo 700 do Novo CPC: 
Art. 700. “A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com 
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do 
devedor capaz: 
I - o pagamento de quantia em dinheiro; 
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; 
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer”. 
 
 
§ 2o Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: I - a 
importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; 
II - o valor atual da coisa reclamada; 
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico 
perseguido. 
§ 3o O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 
2o, incisos I a III. 
§ 4o Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida 
quando não atendido o disposto no § 2o deste artigo. 
§ 5o Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental 
apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição 
inicial, adaptando-a ao procedimento comum. 
§ 6o É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública. 
§ 7o Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios 
permitidos para o procedimento comum”. 
 
Os incisos do §2º do art. 700, estabelece o que o autor deve explicitar: 
a. a soma devida, trazendo a memória de cálculo; 
b. o valor atualizado da coisa reclamada e o conteúdo patrimonial em 
discussão ou proveito econômico perseguido, conforme for o caso de obrigação de 
pagar quantia em dinheiro, de entrega de coisa, bem móvel ou imóvel ou nos casos 
das obrigações de fazer ou não fazer; 
Conforme preceitua o §3º o valor da causa deve corresponder justamente aos 
valores referidos no §2º; 
O §4º amplia as causas de indeferimento da inicial quando não forem 
cumpridas as exigências do parágrafo segundo; 
O §5º permite que o autor emende a inicial quando a prova documental que 
instrui o feito apresentar dúvida razoável sobre sua idoneidade, momento no qual o 
autor poderá adaptar a petição para o procedimento comum; 
 
 
 
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de 
mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação 
de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o 
cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do 
valor atribuído à causa. 
§ 1o O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o 
mandado no prazo. 
§ 2o Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, 
independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e 
não apresentados os embargos previstos no art. 702, observando-se, no que 
couber, o Título II do Livro I da Parte Especial. 
§ 3o É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando 
ocorrer a hipótese do § 2o. 
§ 4o Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos 
previstos no art. 702, aplicar-se-á o disposto no art. 496, observando-se, a 
seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial. 
§ 5o Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916. 
 
A ação monitória possui um procedimento que se encontra no meio do caminho 
entre a ação de conhecimento e o processo executivo que, mas não possui 
ampliação da fase instrutória para além do que estabelece seu regramento; 
Assim, o novo CPC não aumenta a possibilidade de cognição da prova no juízo 
instrutório. O que traz de novo é a possibilidade da prova escrita consistir em prova 
oral documentada; 
De acordo com o rito da Monitória, sendo evidente o direito do autor, ou seja, a 
inicial estiver devidamente instruída, o juiz deve expedir o mandado conforme a 
obrigação para o cumprimento no prazo de 15 dias; 
Não há a audiência de conciliação e/ou medicação; 
A monitória possibilita, assim, que o credor não utilize o rito comum 
antecipando a cobrança dos seus créditos, não realizando a audiência conciliatória e 
forçando o judiciário a citar o requerido para este cumprir a obrigação, porque está 
 
 
comprovada através de prova escrita; 
O novo CPC prevê o tarifamento dos honorários advocatícios; 
Assim, o juiz deve determinar o pagamento de honorários advocatícios de 
cinco por cento do valor da causa; 
Conforme preceitua o §1º do artigo 701 o devedor estará isento de custas se 
cumprir o mandado no prazo legalmente assinado; 
A defesa na ação monitória é através de embargos, sendo que há quem 
critique, em razão de o correto ser chamada de impugnação, haja vista ser realizada 
de forma incidente e não de forma autônoma; 
 
Dos Embargos: 
Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá 
opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação 
monitória. 
§ 1o Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação 
como defesa no procedimento comum. 
§ 2o Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, 
cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando 
demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. 
§ 3o Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, 
os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único 
fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, 
mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso. 
§ 4o A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida 
no caput do art. 701 até o julgamento emprimeiro grau. 
§ 5o O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 
(quinze) dias. 
§ 6o Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o 
oferecimento de reconvenção à reconvenção. 
§ 7o A critério do juiz, os embargos serão autuados em apartado, se 
parciais, constituindo-se de pleno direito o título executivo judicial em relação 
 
 
à parcela incontroversa. 
§ 8o Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título 
executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no 
Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível. 
§ 9o Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos. 
§ 10. O juiz condenará o autor de ação monitória proposta indevidamente 
e de má-fé ao pagamento, em favor do réu, de multa de até dez por cento sobre 
o valor da causa. 
§ 11. O juiz condenará o réu que de má-fé opuser embargos à ação 
monitória ao pagamento de multa de até dez por cento sobre o valor atribuído 
à causa, em favor do autor. 
 
Considera-se que a alteração mais objetiva e perspicaz no rito da monitória, à 
luz do novo CPC, constitui-se na possibilidade de provimento jurisdicional com 
eficácia imediata, visto que não cabe mais recurso com efeito suspensivo da decisão 
que julgar improcedentes os embargos; 
Neste sentido prescreve o artigo 700, § 4º do novo diploma processual cível 
que “os embargos monitórios somente suspendem a ação monitória até o 
julgamento de primeiro grau”; 
Assim, uma vez julgados improcedentes os embargos monitórios, o título 
executivo estará formado, podendo a monitória prosseguir desde já com os atos de 
constrição do patrimônio do devedor, ainda que pendente apelação do embargante. 
O efeito suspensivo dos embargos é, portanto, uma exceção à regra geral; 
Observar ainda que o tribunal ad quem poder atribuir efeito suspensivo ao 
apelo, conforme preceitua o artigo 1009, §3º do novo diploma processual. 
É de se apontar que de acordo com o novo diploma, uma vez rejeitados os 
embargos monitórios, resta formado o título executivo (artigo 700, § 8º do novo 
CPC), prosseguindo-se desde logo a monitória, prestigiando-se o credor que, já 
tendo prova escrita de seu crédito, e ainda tendo vencido em primeira instância os 
embargos, poderá iniciar os atos coercitivos de tomada de patrimônio; 
 
 
 
 
4. DA RESTAURAÇÃO DE AUTOS: 
 
Ocorre quando ocorrer o desaparecimento dos autos; 
Hoje com o novo CPC é possível também a restauração dos autos eletrônicos, 
em razão da utilização deste meio; 
A ideia é devolver às partes o processo no estado em que se encontrava até o 
momento do extravio ou perda; 
Dos autos eletrônicos não era previsto no CPC de 1973; 
Há quem refira que o procedimento cairia em desuso com o processo 
eletrônico; 
Porém, sua utilização ocorreria em caso de corromper-se total ou parcialmente 
o sistema que abriga o processo; 
Previsão no caput do artigo 712 do Novo CPC: 
Art. 712. “Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, 
pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o 
caso, promover-lhes a restauração”. 
De acordo com a previsão do parágrafo único do Novo CPC, o procedimento é 
dispensado quando houver autos suplementares: 
Parágrafo único. Havendo autos suplementares, nesses prosseguirá o 
processo. 
Isso porque o processo vai continuar naquele que é suplementar; 
 
Legitimidade: 
 
O Novo CPC amplia a legitimidade para a propositura da Ação de Restauração 
de Autos  agora o Juiz e o MP também podem requerer a instauração: 
Art. 712. “Verificado o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não, 
pode o juiz, de ofício, qualquer das partes ou o Ministério Público, se for o 
caso, promover-lhes a restauração”. 
Então: 
• Juiz, de ofício; 
• Ministério Público; 
 
 
• Qualquer das Partes; 
 
Processamento: 
 
Artigo 713 do Novo CPC: 
Art. 713. Na petição inicial, declarará a parte o estado do processo ao 
tempo do desaparecimento dos autos, oferecendo: 
I - certidões dos atos constantes do protocolo de audiências do cartório 
por onde haja corrido o processo; 
II - cópia das peças que tenha em seu poder; 
III - qualquer outro documento que facilite a restauração. 
 
Após ingresso com a Inicial, a parte contrária será citada para contestar o 
pedido no prazo de 05 dias; 
Art. 714. “A parte contrária será citada para contestar o pedido no prazo de 
5 (cinco) dias, cabendo-lhe exibir as cópias, as contrafés e as reproduções dos 
atos e dos documentos que estiverem em seu poder. 
§ 1o Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que, 
assinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo 
desaparecido. 
§ 2o Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, observar-
se- á o procedimento comum”. 
 
Citada, a parte Ré será citada para oferecer contestação e apresentar todos os 
documentos à disposição com o objetivo de auxiliar na restauração dos autos; 
O que a parte pode alegar na contestação? 
A Contestação deve se referir à restauração ou não, bem como se referir se os 
documentos juntados guardam ou não relação com o processo que está sendo 
restaurado; 
Portanto, neste processo autor e réu poderão discutir somente sobre a 
necessidade de restaurar os autos ou não; 
Da mesma forma, o juiz também não poderá fazer nenhuma avaliação sobre a 
 
 
causa principal do processo que está sendo restaurado; 
PRAZO DA CONTESTAÇÃO: 05 DIAS; 
Na contestação a parte deverá: 
• Juntar todos os documentos que tiver, sob pena de preclusão; 
• Manifestar concordância ou não, e de forma parcial ou total com aquilo que 
se pretende restaurar; 
Na contestação, a parte ré não poderá se defender em relação ao processo 
principal; a matéria de defesa se limita à necessidade ou não da restauração; 
Poderá contestar de forma parcial, ou seja, concorda com a restauração, mas 
rebate com aquilo que foi juntado pelo autor ou com o conteúdo; 
Assim, neste caso, deverá impugnar os documentos juntados, para que o juiz 
decida sobre sua permanência ou não no processo; 
Se a discordância na Contestação for integral  entendimento que o o juiz 
decidirá no caso concreto julgando antecipadamente a lide; 
Se houver concordância, o processo chega ao seu fim, e a sentença cinge-se a 
homologar o ato, seguindo o processo nos autos reconstituídos; 
§ 1o Se a parte concordar com a restauração, lavrar-se-á o auto que, 
assinado pelas partes e homologado pelo juiz, suprirá o processo 
desaparecido. 
Sentença homologatória; 
Observar se a parte não contestar ou se a concordância for parcial → 
procedimento comum: 
§ 2o Se a parte não contestar ou se a concordância for parcial, observar-
se-á o procedimento comum”. 
 
Das provas e do momento: 
 
Previsão do artigo 715 do Novo CPC: 
Art. 715. “Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das 
provas em audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las. 
§ 1o Serão reinquiridas as mesmas testemunhas, que, em caso de 
 
 
impossibilidade, poderão ser substituídas de ofício ou a requerimento. 
§ 2o Não havendo certidão ou cópia do laudo, far-se-á nova perícia, 
sempre que possível pelo mesmo perito. 
§ 3o Não havendo certidão de documentos, esses serão reconstituídos 
mediante cópias ou, na falta dessas, pelos meios ordinários de prova. 
§ 4o Os serventuários e os auxiliares da justiça não podem eximir-se de 
depor como testemunhas a respeito de atos que tenham praticado ou 
assistido. 
§ 5o Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o escrivão 
possua cópia, esta será juntada aos autos e terá a mesma autoridade da 
original.” 
 
Se refere ao momento em que ocorreu o extravio ouperda dos autos; 
O artigo 715 determina que se a perda dos autos tiver ocorrido após a 
produção da prova em audiência, o juiz, se necessário, mandará repeti-las. É 
importante sublinhar que a prova deverá ser repetida tão somente nos casos que o 
juiz avaliar necessário; 
Assim, quando o extravio ou perda OCORRER APÓS A AUDIÊNCIA, todas as 
provas produzidas até então deverão, se possível for, ser repetidas; 
Testemunhas. Quais que devem ser reinquiridas? 
Se for possível devem ser reinquiridas as mesmas testemunhas; 
Se não for possível a oitiva da mesma testemunha, esta poderá ser substituída 
por requerimento da parte ou de ofício pelo juiz; 
No entanto, deverá ser visto a pertinência quanto à nova testemunha; 
Observar ainda que é permitida a substituição de ofício pelo juiz; 
Porém, há quem critique justamente pelo fato do próprio magistrado decidir de 
ofício substituir uma testemunha ou não; seria mais correto a parte interessada; 
O § 2º fala da realização de NOVA PERÍCIA; 
Se houve prova pericial no processo extraviado, e esta tenha se perdido (não 
havendo cópia da certidão ou laudo), deverá a prova pericial ser realizada 
novamente; 
 
 
A ideia é de que se for possível a perícia seja realizada pelo MESMO PERITO; 
Sendo assim, as partes novamente serão intimidas para apresentar quesitos e 
nomear eventual assistente técnico; 
Observar que se já houve sentença no processo principal, a cópia que o 
escrivão ou o juiz por ventura tenha, será juntada aos autos e valerá como a original; 
§ 5o Se o juiz houver proferido sentença da qual ele próprio ou o escrivão 
possua cópia, esta será juntada aos autos e terá a mesma autoridade da 
original. 
Observar que o Novo CPC inova por permitir que a cópia seja fornecida pelo 
escrivão também; 
 
Do julgamento da Restauração: 
 
Previsão no artigo 716 do Novo CPC: 
Art. 716. “Julgada a restauração, seguirá o processo os seus termos. 
Parágrafo único. Aparecendo os autos originais, neles se prosseguirá, sendo-
lhes apensados os autos da restauração”. 
A Sentença coloca fim ao procedimento; 
No entanto, tal decisão se refere tão somente à necessidade ou não da 
restauração; 
O juiz não poderá nesta sentença fazer qualquer referência a outro conflito que 
não seja à necessidade da restauração; 
Isso porque ao Réu também não é possível debate que não seja acerca da 
restauração; 
Portanto, não poderá o magistrado, quando da sentença, valorar, qualquer 
documento admitido como restaurado ao processo, senão sob o aspecto de já haver 
pertencido a este ou não; 
Continuidade do processo principal; 
Terminado o procedimento de restauração  o processo principal terá 
continuidade no procedimento de restauração; 
E se aparecerem os autos originais? Neste prosseguirá o procedimento, 
devendo os autos restaurados ser a eles apensado; 
 
 
 
Desaparecimento dos autos no Tribunal: 
 
Art. 717. “Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribunal, o 
processo de restauração será distribuído, sempre que possível, ao relator do 
processo. 
§ 1o A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos nele 
realizados. 
§ 2o Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restauração e 
proceder-se-á ao julgamento”. 
 
Quando o desaparecimento ou extravio ocorrer no Tribunal, quem será 
competente para a restauração será o relator do processo, sempre que possível; 
Observar a previsão do parágrafo primeiro: 
§ 1o A restauração far-se-á no juízo de origem quanto aos atos nele 
realizados. 
Assim, atos que dependem de instrução, como aqueles realizados em 
audiência deverão acarretar a remessa do procedimento ao juízo de origem para a 
coleta das provas; 
Depois de realizadas as diligências necessárias, aplica-se a previsão do 
§2º com a remessa do procedimento ao Tribunal para que o relator continue 
com o procedimento de restauração: 
§ 2o Remetidos os autos ao tribunal, nele completar-se-á a restauração e 
proceder-se-á ao julgamento”. 
 
Da culpa e Responsabilidade: 
 
Art. 718. “Quem houver dado causa ao desaparecimento dos autos 
responderá pelas custas da restauração e pelos honorários de advogado, sem 
prejuízo da responsabilidade civil ou penal em que incorrer”. 
Se não for possível estabelecer a culpa de quem foi responsável pelo extravio 
 
 
ou desaparecimento, inexiste qualquer responsabilidade; 
 
5. HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL: 
 
Tal procedimento ocorre por interesse do Requerente em chancelar o penhor 
legal, haja vista este se tratar de ato extrajudicial; 
O penhor é um direito real de garantia; 
Há diferenças entre o penhor: fala-se em penhor convencional ou penhor legal; 
O penhor convencional é aquele que se dá por vontade das partes; 
Já o penhor legal é aquele que decorre de determinação da lei; 
O penhor legal é previsto no Código Civil, nos artigos 1467 a 1.472; 
Art. 1.467. “São credores pignoratícios, independentemente de 
convenção: 
I - os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento, sobre as 
bagagens, móveis, jóias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses 
tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas 
ou consumo que aí tiverem feito; 
II - o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis que o 
rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o mesmo prédio, pelos aluguéis ou 
rendas”. 
Art. 1.468. “A conta das dívidas enumeradas no inciso I do artigo 
antecedente será extraída conforme a tabela impressa, prévia e 
ostensivamente exposta na casa, dos preços de hospedagem, da pensão ou 
dos gêneros fornecidos, sob pena de nulidade do penhor”. 
Art. 1.469. “Em cada um dos casos do art. 1.467, o credor poderá tomar em 
garantia um ou mais objetos até o valor da dívida”. 
Art. 1.470. Os credores, compreendidos no art. 1.467, podem fazer efetivo 
o penhor, antes de recorrerem à autoridade judiciária, sempre que haja perigo 
na demora, dando aos devedores comprovante dos bens de que se 
apossarem. 
Art. 1.471. Tomado o penhor, requererá o credor, ato contínuo, a sua 
homologação judicial. 
 
 
Art. 1.472. “Pode o locatário impedir a constituição do penhor mediante 
caução idônea”. 
 
Nestes casos, o credor de hospedagem e o locador ou arrendador de prédio 
rústico ou urbano possuem o direito de reter a bagagem do hóspede ou os móveis e 
utensílios do locatário ou arrendatário; 
De acordo com o CC, podem os hotéis e hospedarias reterem a bagagem dos 
hóspedes se estes não efetuarem o pagamento; 
Já de acordo com o II do artigo 1467 do CC, o dono do prédio rústico ou urbano 
poderá penhorar os móveis pelo valor dos aluguéis e rendas; 
Outra situação, artigo 31 da Lei 6.533/78 → Dispõe sobre a regulamentação das 
profissões de Artistas e de técnico em Espetáculos de Diversões, e dá outras 
providências. 
Art. 31 “Os profissionais de que trata esta Lei têm penhor legal sobre o 
equipamento e todo o material de propriedade do empregador, utilizado na 
realização de programa, espetáculo ou produção, pelo valor das obrigações 
não cumpridas pelo empregador”. 
 
Ou seja, a referida lei concede o direito desses artistas e técnicos de reterem o 
equipamento até receberem o seu crédito. Nestes casos, reter os equipamentos 
constitui garantia legal para receberem; 
OBSERVA-SE, ASSIM, QUE A FINALIDADE DE RETENÇÃO EM AMBOS OS 
CASOS É A GARANTIA DE PAGAMENTO; 
Assim o bem objeto de penhor legal deve ter conteúdo econômico para servir 
para posterior alienação; 
Observar ainda que de acordo com o artigo 1469 do CC há um limite para o 
penhor, qual seja, o limite da dívida; 
Assim o credor somente poderá tomar os bens em garantia até o valor da dívida; 
Se ultrapassar será considerado excesso;

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