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Resenha MORGENTHAU, Hans J A Política entre as nações_ a luta pelo poder e pela paz capítulo 3

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Resenha 
MORGENTHAU, Hans J. A Política entre as nações: a luta pelo poder e pela paz. 
 
O capítulo 3 inicia com a seguinte pergunta: O que é poder político? ​O poder político é um 
meio para alcançar os objetivos de uma nação. A política internacional, como toda 
política, consiste em uma luta pelo poder que constitui sempre o objetivo imediato, 
independente de quais forem os fins dessa política internacional (liberdade, 
segurança, prosperidade ou o poder em si mesmo). O poder político consiste em uma 
relação entre os que o exercitam e aqueles sobre os quais ele é exercido, este último 
pela a expectativa de benefícios, o receio de desvantagens, e o respeito ou amor por 
indivíduos ou instituições (mais aplicável às políticas nacionais que externas). 
 
Do conceito de política internacional decorrem duas conclusões: que nem toda ação 
que um país desenvolva com respeito a um outro será de natureza política. O 
envolvimento de uma nação no campo da política internacional constitui somente um 
dos tipos de atividade com que uma nação pode participar da cena internacional; e 
que nem todas as nações estão, o tempo todo, em maior (EUA, China) ou menor grau 
(Áustria, Suíça, Espanha), engajadas em atividades de política internacional. 
 
​A relação das nações com a política internacional apresenta uma qualidade 
dinâmica, que se modifica como decorrência das alternâncias do poder, e que pode 
trazer uma nação para a frente da ribalta da luta pelo poder, ou arrancar de uma outra 
nação a capacidade de participar ativamente. 
 
Segundo ele, ​o poder assume as seguintes variantes: entre poder e influência, entre 
poder e amor (carisma), entre poder utilizável(força militar) e não utilizável (armas 
nucleares), entre poder legítimo (autoridade moral ou legal) e poder ilegítimo. 
 
Morgenthau refere-se à depreciação do poder político cujo fato é freqüentemente negado 
pela convicção de que a luta pelo poder pode ser eliminada do cenário internacional, seja 
no pensamento liberal ou socialista, e que essa ideia esteve associada às importantes 
tentativas de organizar o mundo, tais como a Liga das Nações e as Nações Unidas. Para 
ele, as duas raízes para a depreciação dos poder político são ​a filosofia do século XIX​, 
relacionada à mudança de um governo autocrático por um sistema de dominação indireta 
que mascarava as relações de poder​, e a experiência americana ​relacionada ao 
distanciamento em relação aos centros do conflito mundial durante o século XIX, com a 
ideologia política nacionalista pacifista e o antiimperialista, e seu envolvimento na Guerra 
Hispano-Americana, que sedimentou a crença de que o envolvimento na política do poder 
não era algo inevitável, mas somente um acidente histórico, e que as nações têm liberdade 
para escolher entre a política do poder e outras modalidades de política externa não 
maculada pelo desejo do poder. 
Morgenthau alertou para expectativas utópicas de uma "​ciência da paz moderna" ​que parte do 
pressuposto de que o mundo é totalmente acessível à ciência e à razão e ​que pretendia 
conter em si todos os elementos necessários para obtenção da cooperação harmoniosa de toda 
humanidade. ​A abolição da guerra constitui obviamente o problema fundamental com que se 
defronta o pensamento internacional, porém a substituição de avaliações políticas genuínas 
por padrões supostamente científicos, pode impedir ou destruir a capacidade de tomar 
quaisquer decisões políticas inteligentes. Tanto a busca do poder como a sua defesa 
tornam-se aberrações da atitude científica, que busca causas e remédios. Essencialmente, 
não há coisa alguma pela qual se deva combater; há sempre algo a ser analisado, 
compreendido e reformado.

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