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Sumário 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2 Oesophagostomum sp .......................................................................................... 5 2.1 Introdução ...................................................................................................... 5 2.2 Etiologia e Ciclo .............................................................................................. 5 2.3 Epidemiologia ................................................................................................. 5 2.5 Patogenia ....................................................................................................... 6 2.6 Quadro clínico ................................................................................................ 6 2.7 Diagnóstico..................................................................................................... 7 2.8 Tratamento e Profilaxia .................................................................................. 8 3 Haematophinus suis ............................................................................................. 8 3.1 Introdução ...................................................................................................... 8 3.2 Etiologia e Ciclo .............................................................................................. 8 3.3 Epidemiologia ................................................................................................. 9 3.4 Transmissão ................................................................................................. 10 3.5 Patogenia ..................................................................................................... 10 3.6 Quadro clínico .................................................................................................. 10 3.6 Diagnóstico................................................................................................... 11 3.7 Tratamento e Profilaxia .................................................................................... 11 4 Hyostrongylus rubidus ............................................................................................ 11 4.1 Introdução ........................................................................................................ 11 4.2 Etiologia e Ciclo ............................................................................................... 11 4.3 Epidemiologia .................................................................................................. 12 4.4 Transmissão .................................................................................................... 12 4.5 Patogenia ......................................................................................................... 13 4.6 Quadro clínico .................................................................................................. 13 4.7 Diagnóstico ...................................................................................................... 14 4.8 Tratamento e Profilaxia .................................................................................... 14 5 Sarcorptes scabiei var suis ..................................................................................... 14 5.1 Introdução ........................................................................................................ 14 5.2 Etiologia e Ciclo ............................................................................................... 14 5.3 Epidemiologia .................................................................................................. 15 5.4 Transmissão .................................................................................................... 16 5.5 Patogenia ......................................................................................................... 16 5.6 Quadro clínico .............................................................................................. 16 5.7 Diagnóstico ...................................................................................................... 16 3 5.7 Tratamento e Profilaxia ................................................................................ 17 6 Ascarops strongylina........................................................................................... 17 6.1 Introdução ........................................................................................................ 17 6.2 Etiologia e Ciclo ............................................................................................... 17 6.3 Epidemiologia .................................................................................................. 18 6.4 Transmissão .................................................................................................... 19 6.5 Patogenia ......................................................................................................... 19 6.6 Quadro clínico .................................................................................................. 19 6.7 Diagnóstico ...................................................................................................... 19 6.8 Tratamento e Profilaxia .................................................................................... 19 7 Stephanurus dentatus ......................................................................................... 20 7.1 Introdução .................................................................................................... 20 7.2 Etiologia e ciclo ............................................................................................ 20 7.3 Epidemiologia ............................................................................................... 21 7.4 Transmissão ................................................................................................. 21 7.5 Patogenia ..................................................................................................... 21 7.6 Quadro clinico .............................................................................................. 22 7.7 Diagnóstico................................................................................................... 22 7.8 Tratamento e profilaxia ................................................................................. 23 8 Ascaris suum ...................................................................................................... 23 8.1 Introdução .................................................................................................... 23 8.2 Etiologia e Ciclo ............................................................................................ 24 8.3 Epidemiologia ............................................................................................... 24 8.4 Transmissão ................................................................................................. 25 8.5 Patogenia ..................................................................................................... 25 8.6 Quadro Clinico.............................................................................................. 26 8.7 Diagnóstico................................................................................................... 26 9 Fasciola hepática ................................................................................................ 26 9.1 Introdução .................................................................................................... 26 9.2 Etiologia e Ciclo ............................................................................................ 27 9.3 Epidemiologia ...............................................................................................27 9.4 Transmissão ................................................................................................. 27 9.5 Patogenia ..................................................................................................... 28 9.6 Sinais Clínicos .............................................................................................. 28 9.7 Diagnóstico................................................................................................... 28 9.8 Tratamento ................................................................................................... 29 10 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 29 4 1. INTRODUÇÃO A suinocultura brasileira, assim como as outras atividades do agronegócio, vem crescendo significativamente nos últimos anos. Ocupando a quarta posição entre os maiores produtores de carne suína, os produtores vêm buscando várias formas de se manterem no mercado. Vários fatores estão associados com esse crescimento, como o aumento no volume de exportação de carne suína, a intensificação da produção, a busca pela alta produção e sustentabilidade, o melhoramento genético dos animais, evolução em dietas. A intensificação da produção, associada ao melhoramento genético vem proporcionando maiores desafios à criação dos suínos, cada vez mais sensíveis ao ambiente, interferindo no seu ganho produtivo. Dentre os desafios enfrentados pela suinocultura brasileira, podemos destacar os custos com alimentação e a grande intensidade e variedade de parasitos que acometem os suínos. Os parasitos de suínos podem variar desde ectoparasitos, como a Sarna sarcóptica suína, a endoparasitos, como os nematóides da família Strongylidae e vários ouros. Os parasitos representam um desafio na atividade suinícola, por serem inúmeros os tipos de parasitoses e os seus mecanismos de agressão ao hospedeiro, que variam de acordo com temperatura, umidade, susceptibilidade individual e imunológica, idade e fase de criação. O nível de contaminação ambiental e infecção animal são afetados pelo sistema de produção, higiene e práticas de manejo. Quando ocorrem altas infecções parasitárias, os animais se encontram mais propícios a adquirirem outras doenças oportunistas, com a queda da imunidade, acarretando em maiores perdas produtivas e econômicas. Podendo acometer um determinado sistema, de acordo com seu ciclo de vida, os parasitos podem acometer o sistema gastrintestinal, hepático, renal, respiratório e reprodutor. Conhecer quais as principais espécies que acometem sua região é de fundamental importância, se fazendo necessário um maior conhecimento da epidemiologia das principais espécies que acometem os animais, de acordo com a região, tipo de atividade desenvolvida, raças e tipo de manejo empregado em cada propriedade, a fim de promover um melhor controle das parasitoses, melhor saúde dos animais e qualidade do produto final. 5 2 Oesophagostomum sp 2.1 Introdução A esofagostomíase é um importante parasita que se localiza no intestino grosso dos suínos, que tem como agente etiológico parasitas pertencentes ao gênero Oesophagostomum. Nos casos dos suínos, a espécie patogênica é a O. dentatum. Este verme causa nódulos mineralizados subserosos que são patognomônicos da afecção. Os nódulos formados pelas larvas encapsuladas tendem a se calcificar e interferem mecanicamente no bom funcionamento do intestino. Deste modo, o animal pode ter a conversão alimentar diminuída por todo o seu crescimento. Ocasionalmente, são associados como causa de intussuscepções intestinais (MCGAVIN e ZACHARY, 2009). 2.2 Etiologia e Ciclo Uma vez fora do hospedeiro, os ovos eclodem em larvas fase 1 nas fezes. Uma semana depois aparecem na sua forma infecciosa na fase de larva 3. Uma vez ingerido com a grama pelo hospedeiro final penetrar a parede intestinal e assim formando nódulos que prejudicam o desenvolvimento animal. Após cerca de uma semana deixam a circulação linfática e migram para o cólon onde eles completam o ciclo de vida e estão aptos a se reproduzirem (TAYLOR; et al. 2017). O período pré-patente é de 5 a 6 semanas. Os ovos são sensíveis à seca e temperaturas baixas ou elevadas, mas podem sobreviver por até 2 ou 3 meses no pasto, e pode suportar invernos suaves (TAYLOR; et al. 2017). 2.3 Epidemiologia A infecção é mais prevalente em suínos mais velhos, os quais são menos suscetíveis aos efeitos patogênicos, em comparação com suínos mais jovem. As larvas L3 de vida livre sobrevivem na pastagem e L4 hipobióticas no hospedeiro, durante o outono e o inverno; as larvas hipobioticas completam seu desenvolvimento na primavera, com frequência coincidindo com a época do parto. O verme também pode ser transmitido pelas moscas, que podem transportar L3 em suas pernas 6 2.4 Transmissão Uma vez no meio ambiente e com temperaturas entre 10 e 24 ºC e umidade de 75 a 100% as L1 eclodem dos ovos de Oesophagostomum spp. sendo que sob estas condições, 1 a 2 dias mais tarde alcançam o estádio de L3 (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO, 2002). As L3 formas infectantes, são ingeridas pelos porcos que se alimentam em pastagens contaminadas (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO. 2002). 2.5 Patogenia Os ovos do helminto são excretados pelas fezes nas pastagens, onde sofrem a eclosão das larvas, que vão maturando e viram larvas de terceiro estádio (forma infectante), ficando na pastagem que quando ingeridas, penetram profundamente na parede do intestino delgado, encistam-se e passam por muda, alcançando o quarto estádio evolutivo, o qual sofre maturação no cólon (MCGAVIN; ZACHARY, 2009). 2.6 Quadro clínico A elevada presença de larvas na mucosa pode desencadear uma enterite severa, com hemorragias e formações nodulares típicas (1 a 20 mm de diâmetro) na mucosa e submucosa do cego e cólon, em redor das quais pode aparecer, um círculo hemorrágico, edema, e espessamento da mucosa. No seu interior existem L3 em fase de muda ou L4, juntamente com restos de tecidos, leucócitos, células gigantes, eosinófilos reativos, macrófagos e fibroblastos. Quando a larva abandona o nódulo, o seu interior é ocupado por eosinófilos e neutrófilos formando-se uma massa caseosa (REINA et. al 2005). 7 Figura 1- (A) Intestino delgado; observam-se numerosos nódulos multifocais salientes na serosa. (B) Superfície de corte do ceco, demonstrando múltiplas formações nodulares presentes na serosa, camada muscular e submucosa. (C) Superfície de corte de dois linfonodos mesentéricos; observe que o parênquima nodal está obliterado pela presença de diminutos nódulos amarelados a amarronzados. Nos reprodutores e porcos em crescimento, quando a infecção é grave há perda de condição corporal e diarreia. Nas porcas em lactação, esse quadro clínico denomina-se Síndrome da Porca Magra, muitas vezes os animais têm apetite normal, mas encontram-se emaciados e podem não ter diarreia. As ninhadas podem ser mais pequenas tal como o peso dos animais ao desmame. Nos porcos em crescimento, a infecção subclínica leva à redução do crescimento e do índice de conversão alimentar (MURRELL, 1986). 2.7 Diagnóstico O diagnóstico ante-mortem é baseado na presença de ovos de tipo estrongilideo nas fezes recorrendo aos métodos coprológicos de flutuação. Apresentam uma parede fina e medem entre 40 e 75 µm. É aconselhável a realização de coprocultura de forma a obter larvas L3 para posterior diagnóstico diferencial com os outros nemátodes. Em infecções agudas, a diarreia ocorre antes do aparecimento dos ovosnas fezes. Há ovos de ácaros que também se podem confundir com estes ovos (Reina et. al 2005). No diagnóstico post-mortem é possível observar as lesões inflamatórias nodulares na mucosa do intestino grosso. Podem também identificar-se adultos ou larvas L4 enquistadas (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO, 2002). Deve fazer-se diagnóstico diferencial com hiostrongilose, uma vez que também causa emaciação em porcas lactantes, no entanto está só ocorre em criações outdoors (RADOSTITIS, et al. 2007). 8 2.8 Tratamento e Profilaxia Os adultos são sensíveis aos anti-helmínticos e podem ser usados para o tratamento benzimidazóis, levamisol e lactonas macrocíclicas (TAYLOR, et al; 2016). Para as larvas, principalmente as hipobióticas, recomenda-se a utilização de anti- helmínticos de largo espectro e, se possível, com mais de uma aplicação. Podem ser administrados pirantel (12,5 mg/kg) e febantel(10mg/kg), ambos administrados juntamente com alimentação duas vezes ao dia com intervalo de cinco dias. Este tratamento apresenta 100% de eficácia. Podem ser ainda utilizados ivermectina (2mg/kg, juntamente com alimentação durante 7 dias) e doramectina (1ml/33kg, IM) (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO, 2002). Preventivamente recomenda-se o tratamento preventivo de reprodutoras de modo a reduzir a probabilidade de infecção de leitões e implementação de planos de higiene com remoção de fezes, mudança de camas e limpeza e desinfecção das instalações (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO, 2002). 3 Haematophinus suis 3.1 Introdução O piolho dos suínos, Haematopinus suis, mede cerca de 6 mm de comprimento e vive na superfície da pele dos suínos. Os piolhos encontram-se normalmente em locais onde a pele á sensível como seja garganta, zonas articulares e dobras da pele. As patas dos piolhos estão equipadas com garras terminais para que se possam agarrar aos pelos dos hospedeiros. As fêmeas depositam diariamente 2 a 6 ovos de cor branca a amarelada, com aproximadamente 1 mm de comprimento na base do pelo, cobrindo-os com uma substância adesiva e resistente à água. 12 a 18 dias depois, eclode a primeira fase larvar, completando-se o ciclo de vida em 20 a 29 dias. 3.2 Etiologia e Ciclo Durante a vida de cerca de um mês, as fêmeas depositam 1 a 6 ovos por dia, um de cada vez, que grudam nos pelos das partes inferiores do corpo, nas pregas cutâneas do pescoço, bem como nas orelhas ou sobre elas, onde podem ser vistos 9 a olho nu. A eclosão dá-se em 13-15 dias. As ninfas que emergem lembram os piolhos adultos exceto no tamanho. Em cerca de 12 dias, as ninfas amadurecem, tornam-se adultos e, em 4 dias, após se alimentar e copular, as fêmeas começam a pôr os ovos. O ciclo completo, de ovo à fase adulta, tem lugar no hospedeiro e é concluído em 2-3 semanas. Adultos podem viver até 40 dias, mas não podem sobreviver mais de alguns dias fora do hospedeiro. Entre 6 e 15 gerações podem ser completadas por ano, dependendo das condições do ambiente (TAYLOR, et al, 2007). Figura 2- Ciclo de vida do Haematopinus suis Fonte: Google Imagens 3.3 Epidemiologia A epidemiologia ocorre por infecção primaria por contato físico entre suínos, particularmente em animais confinados sob regime de engorda e porcas lactantes confinadas com suas ninhadas. No entanto, os piolhos também podem ser adquiridos quando animais são colocados em acomodações sujas recém- esvaziadas. São cosmopolitas, ou seja, estão presentes em todos os ambientes, e são importantes vetores de doenças como vetor de transmissão da febre suína. 10 3.4 Transmissão A transferência em geral é por contato, mas o Haematopinus suis pode sobreviver até por 3 dias fora do hospedeiro, de maneira que a transferência pode também ocorrer quando animais são colocados em acomodações sujas recém- esvaziadas, como já citado. 3.5 Patogenia O mecanismo de patogenia é a infestação do animal pelo Haematopinus suis em regiões do pescoço do animal e orelhas, devido a sua característica de ser hematófago ele lesiona a pele do hospedeiro ativamente, tanto a epiderme como o cório podem ser acometidos por lesões inflamatórias nos locais de punção por picadas. Inicialmente, prevalece infiltração de neutrófilos com necrose de células epiteliais, seguida por proliferação capilar com multiplicação de angioblastos e fibroblastos e secundariamente ainda pode ser vetor de doenças como a varíola suína. 3.6 Quadro clínico Os piolhos dos suínos sugam sangue cerca de 6 vezes por dia, alimentando-se em locais diferentes em cada refeição. As numerosas dentadas e o movimento dos piolhos provocam prurido intenso. Na tentativa de se coçarem, os suínos podem provocar lesões na pele. O prurido e a inquietação podem interferir com o consumo e conversão alimentar, o que conduz a um crescimento reduzido e a uma menor produtividade (TAYLOR, et al, 2007). Figura 3- (A) Suino debilitado com lesões no rosto por ectoparasitas (B) Imagem microscópica do parasito Haematopinus suis. A B 11 Fonte: Google imagens. 3.6 Diagnóstico O diagnóstico das pediculoses baseia-se na sintomatologia apresentada pelos indivíduos e na observação direta da existência de parasitos adultos e lêndeas nos lugares acometidos. O Haematopinus suis é o único piolho encontrado em suínos. Os adultos são vistos com facilidade na pele e podem ser removidos e identificados por microscopia óptica (TAYLOR, et al, 2007). 3.7 Tratamento e Profilaxia O tratamento é feito com Ivermectinas® administradas por via parenteral sendo aplicado por injeção subcutânea na dose de 1 mL para cada 33 kg de peso vivo, podendo ser repetida a dose a cada 28 dias ou o organosfosforado em formas de pour-on que se mostraram altamente efetivos como tratamento único. O amitraz e a deltametrina também são efetivos para pulverização em ambientes contaminados. Assim que o diagnóstico de pediculose é estabelecido, é fundamental tratar todo o plantel. 4 Hyostrongylus rubidus 4.1 Introdução A Hiostrongilose causada pelo helminto hyostrongylus rubidus, o qual, é encontrado no estômago de suínos, mais acometidos em porcas novas, conhecido popularmente por verme vermelho do estômago. São helmintos cilíndricos finos de 4 a 9 mm de comprimento, possuem o ciclo de vida direto, nutrem-se de sangue no lúmem gástrico, podendo causar perda de apetite, emagrecimento, gastrites catarral, e em casos mais crônicos causam ulcerações e hemorragias. 4.2 Etiologia e Ciclo Os ovos dos hyostrongylus são expulsos junto às fezes, eclodem L1 entre 24 a 48 horas, em condições favoráveis de temperatura e umidade as larvas se desenvolvem sofrendo duas mudas em aproximadamente sete dias, alcançando o estádio infectante, L3. A infecção ocorre por ingestão da L3 juntamente com 12 alimentos, água ou solo contaminado. No estômago, a forma infectante penetra nas glândulas gástricas e passam para o quarto estádio larval, L4, após 4 a 5 dias da infecção. Em menos de duas semanas ocorre uma nova muda, passando ao estádio L5. As larvas retornam ao lume gástrico, passam ao estado adulto, sofrem diferenciação sexual e depois da cópula as fêmeas iniciam a ovo postura. Contudo, algumas L4 podem ficar retidas em hipobiose nas glândulas gástricas, originando nódulos. Possuem o ciclo evolutivo direto, com o período pré-patente de 18-21 dias. Figura 4- Ciclo do parasito. Fonte: Google Imagens 4.3 Epidemiologia O H. rubidus é um helminto com distribuiçãocosmopolita, mas sua atuação apresenta variações conforme as condições climáticas. As larvas são muito sensíveis à luz solar e humidade baixa. Regiões de climas tropicais onde proporcionam ambientes quente e húmido favorecem o desenvolvimento das larvas. Em contrapartida, ambientes com temperaturas baixas favorecem a hipobiose larval no lúmen gástrico. 4.4 Transmissão A infecção se dá principalmente pelo contato direto/ingestão do estádio larval infectante L3 presente no ambiente, que pode ser ingerida junto a alimentação, ingestão de água ou pelo solo contaminado. 13 4.5 Patogenia Pode-se encontrar dois estágios da infecção, uma inicial ou aguda onde pode causar perda de apetite, baixo conversão alimentar, emagrecimento, anemia e gastrite catarral, em seguida uma infecção crônica, causando ulcerações, nódulos na superfície da mucosa gástrica, pH alcalinizado e Hemorragia gástrica. Figura 5- Úlcera gástrica em suínos Fonte: Google imagens 4.6 Quadro clínico Os animais infectados apresentam, mais comumente, os seguintes sinais clínicos: perda de peso, Inapetência, anemia, debilidade, melena. Figura 6- Suíno com melena. Fonte: Google imagens. 14 4.7 Diagnóstico Fazer anamnese do animal, em conjunto da avaliação dos sinais clínicos, é de grande importância para o direcionamento do diagnóstico. Ao realizar exame de fezes analisa-se ovos por grama de fezes (O.P.G) e faz-se uma coprocultura para fechar o diagnóstico. 4.8 Tratamento e Profilaxia Pode-se utilizar medicamentos à base de: Benzimidazóis, Avermectina, Milbemicinas. Administração via oral, dose única. Administrar misturada na ração, na dosagem de 100 mcg/kg de peso de Ivermectina Premix Vansil 0,6% ou o tiabendazol, sob a forma de pasta, aplicada na dose de 50mg/kg de peso vivo, via oral com dosagem única. Após 20 dias realizar O.P.G e coprocultura, de modo a confirmar a necessidade de uma segunda dose de antiparasitário. Para animais de criação extensiva, os mais acometidos, realizar rotação dos piquetes em que vivem, ou a criação em parcerias com animais de outras espécies, medicações preventivas. A forma mais segura, é realizar as três formas citadas de forma simultânea. Controle da introdução de animais de outros rebanhos. Controle da sanidade do criatório. 5 Sarcorptes scabiei var suis 5.1 Introdução A sarna sarcóptica ou escabiose, causada pelo ácaro Sarcorptes scabiei var. suis, é comum em produções intensivas e extensivas de suínos com más condições higiênicas. Um ectoparitose de proporções pequena, medindo 0,3 a 0,6 mm, mas gera grande impacto econômico na produção de suínos. Pelo fato de provocar uma diminuição nas performaces da produção, além da desvalorização das carcaças nos frigorífios, oriundos da dermatite crônica e estress. 5.2 Etiologia e Ciclo O ciclo de vida inteiro ocorre no hospedeiro. A postura dos ovos é feita em parcelas, de modo simultâneo com a escavação do “túnel” na pele do hospedeiro, de 15 forma a criar galerias onde os ovos vão ser incubados de 3 a 5 dias. Após esse período os ovos eclodem originando as larvas hexápodas, essas se desenvolvem e passam ao estágio protonifa, 2 a 3 dias depois, e se abrigam nos folículos pilosos. Alguns dias depois ela se torna uma tritoninfa e depois um adulto. Após a fertilização são considerados adultos, o acasalamento ocorre na superfície da pele onde podem permanecer algum tempo para aumentar sua capacidade de transmissão. O macho morre em seguida a cópula. O ciclo dura em torno de 17 a 21 dias. Cada fêmea ovipõe 1 a 3 ovos por dia, em uma vida reprodutiva de cerca de 2 meses. A postura dos ovos em parcelas e a diferença do período de incubação, possibilitam em uma infestação, originar larvas de uma mesma fêmea por até dois meses. Os túneis podem atingir até 1 cm e crescer 5 mm por dia, e cada túnel possui uma fêmea, ovos e fezes. Figura 7- Ciclo de vida do Sarcorptes scabiei var suis. Fonte: Google imagens. 5.3 Epidemiologia O ácaro da sarna sarcóptica é bastante adaptado aos respectivos hospedeiros e com alta especificidade parasitária. Sua distribuição é cosmopolita. Em condições favoráveis, locais quentes e úmidos, os ácaros conseguem sobreviver algumas semanas fora do hospedeiro. Prevalência em climas tropicais. 16 5.4 Transmissão A insfestação se da através do contato direto com outros animais, ambientes e objetos, infestados pelo ácaro. A doença é altamente contagiosa através do contato físico. 5.5 Patogenia A escabiose afeta principalmente orelhas, focinho, cabeça, pescoço. As escavações dos ácaros provocam reações inflamatórias, prurido, espessamento da pele, alopecia, aumento da descamação da pele. O prurido intenso pode levar a escoriações, hemorragias, infecções secundárias. Figura 8- (A) Animal com sarna e aspecto crostoso da pele. (B) Suíno debilitado com áreas alopecicas. Fonte: Google imagens. 5.6 Quadro clínico Os animais infestados apresentam estressados, agitados por causa do prurido da sarna, diante a isso, perdem o apetite e emagrecem. Apresentam a pele espessa, alopecia e escamosas, podendo estar avermelhada ou até com hemorragias. 5.7 Diagnóstico O histórico do animal juntamente com um raspado profundo de pele analisado em microscópio é suficiente para um diagnostico preciso. A B 17 5.7 Tratamento e Profilaxia Administração via oral, dose única. Administrar misturada na ração, na dosagem de 100 mcg/kg de peso de Ivermectina Premix Vansil 0,6%. Deve haver boas condições higiênicas da granja, cuidado com a introdução de animais de outros rebanhos, separar os animais infestados, neste caso, por ser altamente contagiosa, deve-se tratar todos os animais com acaricida, Camas de palha e o excesso de moscas nas instalações proporcionam aparecimento do ácaro, assim como lotação por baias. Cuidado com uso errôneo de acaricida, favorecendo a não eliminação completa do parasita. 6 Ascarops strongylina 6.1 Introdução Ascaropsiose é a doença causada pelo Ascarops strongylina, um helminto gastrointestinal que acomete suínos e que pode causar quadros de gastrite, tem como hospedeiro intermediário os coleópteros coprófagos (escaravelhos). 6.2 Etiologia e Ciclo O ciclo evolutivo é indireto. O hospedeiro intermediário são os coleópteros coprófagos (escaravelhos) dos géneros Aphodius, Onthophagus, Scarabeus, Phanaeus, Geotrupes, Gymnopleurus e Passalus os quais ingerem fezes com ovos embrionados. É neles que se desenvolvem as formas larvares, L1, L2 e a forma infectante, L3. Figura 9- Ciclo de vida do ascarops strongylina 18 Fonte: Google imagens. Os suínos infectam-se por ingestão dos escaravelhos, ou por ingestão de hospedeiros paraténicos tais como as aves ou pequenos, mamíferos que os tenham ingerido anteriormente. Nestes hospedeiros as larvas podem se encapsular. A L3 cai no estômago do suíno e se implantam na mucosa gástrica até completarem o seu desenvolvimento. Os adultos vivem sob uma camada de muco na parede do estômago. O período pré patente (p.p.p.) é de 4 semanas (DOMÍNGUEZALPÍZAR, et al., 2005). 6.3 Epidemiologia O parasita tem uma distribuição mundial, afetando tanto os suínos que habitam nos climas tropicais e subtropicais como aqueles que habitam as regiões temperadas da América do Norte e Europa (Roepstorff & Nansen, 1998). A existência deste parasita está quase sempre relacionada como sistema de exploração em extensivo, uma vez que o seu ciclo biológico é heteróxeno. Também por razões que se prendem com o seu ciclo biológico, estes parasitas são muito frequentes nos javalis (CORDERO DEL CAMPILLO & ARGÜELLO, 2002). 19 6.4 Transmissão Os suínos se infectam pela via oral ingerindo o hospedeiro intermediário ou os paratenicos e em criações extensivas a probabilidade da contaminação é maior. 6.5 Patogenia Os processos parasitários causados por este parasita podem ser subclínicas, no entanto sintomas como, perda de apetite e anorexia, vómitos, sede intensa, atrasos no desenvolvimento e emagrecimento podem ser observados. 6.6 Quadro clínico As lesões ligeiras consistem numa gastrite catarral difusa com a superfície gástrica coberta de muco e muitas vezes com depósitos de pseudomembranas, úlceras e espessamento da mucosa. Em infecções massivas pode haver gastrite hemorrágica (CORDERO DEL CAMPILLO & ARGÜELLO, 2002a). 6.7 Diagnóstico O diagnóstico é mediante análise coprologia com recurso a técnicas de flutuação utilizando soluções saturadas, e coproculturas. Pode ser de difícil diagnóstico recorrendo apenas às técnicas de flutuação, mas a presença de pequenos ovos alongados nas fezes dos animais com sintomatologia de gastrite oferece uma indicação presuntiva da presença destes nemátodes gástricos. Os ovos medem cerca de 34-35 µm x 18-24 µm, têm uma superfície lisa, a parede relativamente grossa e as duas extremidades ligeiramente aplanadas. Também é útil a pesquisa de adultos no estômago durante a necrópsia (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO, 2002). 6.8 Tratamento e Profilaxia O tratamento pode ser feito com Ivermectina® (0,1 a 0,2 mg/kg administrado juntamente com a ração durante sete dias) este é o tratamento de eleição. A profilaxia deve ser feita através do uso de anti-helmínticos como prevenção (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO,2002). 20 7 Stephanurus dentatus 7.1 Introdução A estefanurose é a doença causada pelo Stephanurus dentatus que é um nematóide robusto que apresenta coloração acinzentada. Seu tegumento muito fino permite distinguir os órgãos internos, o intestino muito longo com uma série de circunvoluções, os ovos são elípticos por ocasião da postura. Os adultos vivem em cistos que se comunicam os ureteres. Os ovos são eliminados ao exterior com a urina do hospedeiro. 7.2 Etiologia e ciclo O Stephanurus dentatus, causador da estefanurose, é o verme renal de suínos, responsável por danos principalmente no fígado, rins e pulmões. A insuficiência hepática é a principal consequência clínica dessa verminose, trazendo prejuízos na ocasião do abate, por causar condenação de carcaças devida lesões nos órgãos e tecidos afetados pelas larvas migratórias do parasita (MONCOL et al, 1996). No ciclo pode existir a presença de hospedeiros paratenicos, a infecção pode ser pela ingestão de larvas infectantes, minhocas contaminadas, penetração de L3 na pele e infecção durante a gestação, os adultos estão encistados na região perineal e os são ovos liberados na urina, no ambiente os ovos sofrem o desenvolvimento embrionária e as mudas, os ovos são ingeridos por anelídeos, a larva l3 infectante penetra na pele ou o animal ingere os anelídeos, pela circulação a larva chega até o coração, vai para o pulmão e depois chega até o fígado, onde a larva cai na cavidade abdominal e migra para o rim. Figura 10- Ciclo de vida do Stephanurus dentatus. 21 Fonte: Google imagens. 7.3 Epidemiologia A estefanurose ocorre em regiões de clima quente, ou seja, está presente na maioria das regiões brasileiras.Os ovos são eliminados na urina sendo assim a doença pode estar associada a solos úmidos e locais onde com a higienização precária. 7.4 Transmissão A transmissão pode acontecer pela ingestão de larvas infectantes, Ingestão de anelídeos contaminados com a larva, ou larva penetrando ativamente a pele do animal, ainda existe a possibilidade de animais gestantes, infectar os filhotes pela placenta. 7.5 Patogenia Podem causar lesões cutâneas, edemas e aumento de volume dos linfonodos locais. No fígado pode causar lesões do parênquima, inflamação, eosinofilia e fibrose, no rim pode formar abscessos na região perineal também pode causar lesões em outras vísceras pela migração do parasita. Ao penetrarem nos vasos sanguíneos podem formar trombos. 22 7.6 Quadro clinico Não existem lesões, mas os suínos podem apresentar paralisia(posição de cão sentado) e ascite, e em leitões acometidos se observa o retardo do crescimento. Internamente, no exame pós-morte observar-se lesões nos órgãos devido a migração da larva, e na região perineal pode existir a presença de abscessos. 7.7 Diagnóstico O diagnóstico pode ser feito com a sedimentação da urina procurando os ovos, durante a necropsia buscando encontrar a larva no fígado ou cistos na região perirenal e na pelve renal. 23 7.8 Tratamento e profilaxia O tratamento pode ser feito com ivermectina e doramectina, a profilaxia é com a boa higienização das baias. A ivermectina deve ser administrado por via subcutânea na dose de 1 ml para cada 33 kg de peso vivo, nos leitões abaixo de 16 kg se recomenda o uso de seringas calibradas a 0,1 ml. A dose indicada proporciona 300 ug/kg de peso vivo de ivermectina. A doramectina deve ser administrada por via intramuscular, em dose única de 1 ml para cada 33 kg que equivale a 300 mcg/kg de peso corporal. Em leitões com peso igual ou inferior a 16kg deve se seguir as seguintes recomendações: Peso corporal (kg) Dose (ml) Inferior a 4 kg 0,1 ml 5-7 kg 0,2 ml 8-10 kg 0,3 ml 11-13 kg 0,4 ml 14-16 kg 0,5 ml 8 Ascaris suum 8.1 Introdução Ascaridíase (lombriga) É uma verminose causada por um parasita chamado Ascaris suum. A contaminação acontece ocorre quando há ingestão dos ovos infectados do parasita, que podem ser encontrados no solo, água ou alimentos contaminados por fezes suínas. A. suum é considerado o helminto mais importante em suínos, causando perda de peso e atraso no crescimento destes animais. 24 8.2 Etiologia e Ciclo O ciclo biológico de Ascaris suum é direto. As fêmeas, extremamente prolíficas (posturas de até 200.000 ovos diários) depositam os ovos não embrionados no intestino delgado. Estes saem nas fezes e dispersam-se pelo meio ambiente. Aí, e na presença de temperaturas entre os 15 ºC e os 33 ºC e uma humidade relativa elevada (80%) os ovos começam a embrionar. A larva eclode raramente no meio ambiente e normalmente os suínos infectam-se pela ingestão de ovos contendo a forma larvar infectante L3 (FRONTERA, ALCAIDE, REINA e NAVARRETE, 2005). As L3 que emergem dos ovos penetram no intestino delgado, na parede do ceco e na parte superior do intestino grosso. Após atravessar a parede intestinal iniciam uma migração orgânica, que começa cerca de 6 horas após a eclosão das larvas, que na sua maioria, alcançam o fígado em cerca de 24 horas (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO, 2002). Daí passam via sanguínea, ao coração e atingem o tecido pulmonar 5 a 6 dias mais tarde (8 a 11 d.p.i.). Ascendem pelos brônquios e traqueia até à faringe (12 d.p.i) onde são deglutidas, e alcançam novamente o intestino delgado 14 a 21 d.p.i. (FRONTERA, et al. 2005), onde sofrem maturação e se desenvolvem até à forma adulta. O p.p.p. é de aproximadamente 6 a 8 semanas (RADOSTITS, et al. 2007), contudo, está dependente da idade dos animais afetados, querdo fato de se tratar de uma primo-infecção ou reinfecção. Algumas larvas, utilizando a circulação pulmonar regressam ao coração, e redistribuem-se por diversos órgãos formando granulomas nos quais acabam por morrer (CORDERO DEL CAMPILLO e ARGÜELLO, 2002). 8.3 Epidemiologia O ambiente também exerce um importante papel na transmissão de Ascaris sp., uma vez que seus ovos são eliminados junto com as fezes e ainda não apresentam capacidade de infecção, que só é adquirida após o processo evolutivo que dura cerca de três semanas, necessitando para isso locais úmidos, quentes e sombreados, pela qual a água e alimentos podem ser contaminados, e, se ingeridos pode acarretar na infecção (CAMPOS, et al. 2002).Ocorrência em áreas temperadas nos meses quentes do verão. 25 8.4 Transmissão A forma de transmissão é por via oral pela ingestão de ovos do parasita. 8.5 Patogenia Macroscopicamente, na mucosa do intestino delgado podem observar-se petéquias causadas pelas larvas e, histologicamente há aumento das vilosidades (por infiltração celular na lâmina própria e hiperplasia das células caliciformes) bem como edema submucoso (FRONTERA, et al. 2005). Figura 11- Áreas de petéquias no intestino de suíno. Fonte: Google imagens. Muitas formas larvares ficam retidas no fígado, durante a sua migração por este órgão, onde por ação irritativa dão origem a focos de hepatite intersticial crónica. Figura 12- Fígado de suíno com larvas. Fonte: Google imagens. 26 8.6 Quadro Clinico As maiores perdas provocadas por esta parasitose são devidas a diminuição de ganho de peso, fraca conversão alimentar causando uma extensão do período de engorda de seis a oito semanas. As infecções ligeiras em leitões mais de quatro meses de idade são assintomáticas, mas verifica-se atrasos no crescimento. 8.7 Diagnóstico O diagnóstico pode ser realizado através dos sinais clínicos, historial de patologias e pelo diagnóstico laboratorial através da visualização de ovos castanhos/amarelados ovais com cápsula grossa e mamilada em certos casos pela observação macroscópica da presença de for- mas adultas nas fezes. Os ovos podem ser visualizados através de analise coprológica, com recurso a técnica de flutuação. Uma vez que os ovos são menos densos, flutuam mais facilmente nas soluções saturadas. 8.8 Tratamento As formas adultas de A. suum são facilmente elimináveis com piperazina, tartarato de pirantel ou cambendazol no entanto o tartarato de pirantel é o único princípio ativo aprovado e que tem ação sobre as larvas infectantes imediatamente depois da sua eclosão no intestino delgado. 9 Fasciola hepática 9.1 Introdução A Fascíola hepática é um trematódeo de corpo foliáceo, que tem ampla distribuição geográfica. Parasita de animais de sangue quente, ocorrendo em ovinos, caprinos, bovinos, búfalos, suínos e em seres humanos. Animais parasitados por F. hepatica apresentam retardo no desenvolvimento, redução no ganho de peso e na produção de leite, e problemas de reprodução. 27 9.2 Etiologia e Ciclo Os vermes adultos medem 20 a 30 mm de comprimento por 8 a 13 mm de largura, com 2 a 3 mm de espessura. O parasita, vive em geral nas vias biliares, alvéolos pulmonares e demais localizações, sendo que apresenta um ciclo evolutivo do tipo heteroxênico (mais de um hospedeiro de espécie diferente para completar seu ciclo de vida), seguindo a seguinte ordem: 1- Os ovos são lançados à bile e eliminados pelas fezes 2- Após, originam miracídeos em condições favoráveis (principalmente temperatura e iluminação) e estes são atraidos até o caramujo 3- Cada miracídeo forma um esporocisto, que por sua vez origina em torno de 8 rédias 4- As rédeas podem originar novas cercárias ou se multiplicarem novamente 5- As cercárias formadas nadam até o solo ou superficie da água e perdem a cauda, encistando-se logo em seguida (metacercária) 6- A metacercária infecta o hospedeiro quando este bebe água contaminada ou come alimentos contaminados 7- Desencista no Intestino Delgado, perfura sua parede e migra pelo parênquima hepático 8- A metacercária chega aos ductos biliares após dois meses 9- No fígado, a metacercária completa a maturação. 9.3 Epidemiologia Os estados brasileiros com maior número de casos de fasciolose são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás. Na época do verão a eclosão ocorre em aproximadamente 21 dias. No inverno, esse período pode chegar a mais de 90 dias. 9.4 Transmissão A eclosão libera do ovo uma larva denominada de miracídio, que é extremamente ágil em meio aquoso. O miracídio passa a buscar o hospedeiro intermediário, que neste caso é um molusco do gênero Lymnaea. A larva, após penetrar no molusco, sofre algumas alterações. Transforma-se em esporocisto e logo a seguir em rédias. No interior das rédias formam-se as cercárias, formas infectantes do parasita. As cercárias abandonam o molusco e nadam até se prenderem nas folhas da vegetação aquática, onde encistam formando as metacercárias, que são formas de resistência ao ambiente, onde podem sobreviver por muitas semanas. Sua viabilidade é maior em temperaturas abaixo de 20° C. O 28 ciclo no molusco pode durar de dois a três meses, conforme as condições ambientais. 9.5 Patogenia A doença pode ocorrer de forma aguda, provocando a morte súbita dos hospedeiros com um quadro de hemorragia intensa no fígado e geralmente acontece quando o animal ingere grande quantidade de metacercárias em pouco tempo. A forma crônica é a responsável pela manutenção das infestações dos pastos e transmissão da parasitose. Figura 13- Fígado de suíno lesionado por Fascíola hepática. Fonte: Google imagens. 9.6 Sinais Clínicos Dores abdominais, diarreia, febre, aumento do fígado, leucocitose, eosinofilia, emagrecimento, angiocolite, colicistite ou colite, constipação, anorexia, dispepsia, má digestão, má absorção alimentar, icterícia. 9.7 Diagnóstico CLÍNICO: Difícil de ser feito LABORATORIAL: Pesquisa de ovos nas fezes ou na bile (tubagem). Como a produção de ovos no homam é pequena, pode dar resultado negativo mesmo na presença do parasita. Por isso, o diagnóstico sorológico oferece maior segurança, por intradermorreação, imunofluorescência, reação de fixação do complemento e ELISA. 29 9.8 Tratamento Principalmente cirúrgico, com extração dos helmintos. 10 CONCLUSÃO Concluímos que os parasitas que acometem os suínos são sim promovedores de perdas produtivas, causando estresse aos animas e doenças. Muitos fatores nos leva a definir que a melhor forma de controle são métodos preventivos, tendo em vista o grande gasto nutricional, sanitário, mão de obra envolvidos para solucionar os problemas causados por eles. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANJOS, G. S.D. et al. Patologia da estefanurose em suínos de produção artesanal nomunicípio de cachoeira do arari, ilha de marajó -estado do pará-brasil. Revista Uniabeu. Para, p. 1-14. 15 maio 2015. AZEVEDO, F. F. et al. Stephanurus dentatus. 12. ed. Garça: Editora Faef, 2009. BOEHRINGER INGELHEIM. Ivomec® Injetável. 2019. 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