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Qualidade da Educação e Políticas Educacionais

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO: PEDAGOGIA
PROJETO DE ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADO
A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
BARBARA LORENA SOARES DOMINGO / RA N39138-3
BIANCA GODINHO SBRISSA SOARES / RA N4867G-4
ELIANA MARIA CARVALHO MATOS / RA F02DIH-1
MONICA CIBELE LUZ MATSUMOTO / RA T9248E-0
NATALIA ANDRADE DE JESUS MATEINI RA F023JA-8
STELA MARIA FERREIRA DE ALMEIDA / RA F0073E-4
BARBARA LORENA SOARES DOMINGO / RA N39138-3
BIANCA GODINHO SBRISSA SOARES / RA N4867G-4
ELIANA MARIA CARVALHO MATOS / RA F02DIH-1
MONICA CIBELE LUZ MATSUMOTO / RA T9248E-0
NATALIA ANDRADE DE JESUS MATEINI RA F023JA-8
STELA MARIA FERREIRA DE ALMEIDA / RA F0073E-4
APS
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Tema: “A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS”
Trabalho proposto aos alunos do 1º Semestre de pedagogia, pesquisa de campo, sobre a qualidade da educação.
Política e Organização da Educação Básica
Prof.ª Mari Del Carmen Ruiz Nogueira
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
SÃO PAULO
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Este trabalho busca a compreensão da qualidade de ensino e das políticas educacionais. 
Ao olhar através das opiniões coletadas dos entrevistados, nota-se que cada um dos entrevistados, tem uma visão de qualidade de ensino, porém todos acreditam na necessidade de mudanças no âmbito educacional, seja na estrutura, grade curricular, formação e qualificação constante dos docentes.“A educação é um direito humano; consequentemente, a educação de qualidade apoia todos os direitos humanos” (MOROSINI, 2009, p172). 
Tendo em vista a população condições adequadas de educação, desde as necessidades na estrutura escolar quanto as condições básicas para os professores trabalharem com dignidade. 
Há necessidade da interação da comunidade na vida escolar para que haja participação ativa de todos os envolvidos na aprendizagem do aluno.
Segundo a Unesco:
[...] a qualidade se transformou em um conceito dinâmico que deve se adaptar permanentemente a um mundoexperimenta profundas transformações sociais e econômicas. É cada vez mais importante estimular a capacidade deprevisão e de antecipação. Osantigos critérios de qualidadejá não são suficientes. Apesar das diferenças de contexto, existem muitos elementos comuns na busca de umaeducação de qualidade que deveria capacitar a todos, mulheres e homens, para participarem plenamente da vidacomunitária e para serem também cidadãos do mundo. (UNESCO, 2001, p. 1).
Os ganhos do trabalho em conjunto entre a escola e sociedade traz benefícios para ambos. Desenvolvemos o trabalho conforme as referências bibliográficas utilizando livros, entrevistas e pesquisas na internet.
ENTREVISTAS
Entrevistado: Coordenadora Pedagógica
Idade: 40 anos
Trabalha ou estuda (ou estudou até): Só trabalha atualmente
Ocupação: Coordenadora pedagógica
Esta ou estudou em escola pública ou particular?
 Escola pública, fez universidade particular 
O que é ensino de qualidade para você? 
	Ensino de qualidade engloba vários aspectos desde o aluno, a participação da família, e principalmente da capacitação maior dos professores do corpo docente do colégio.
Na sua opinião, como devemos verificar a qualidade no ensino?
	 O ensino na realidade está tendo uma defasagem muito grande, por conta da má formação das pessoas que hoje em dia, cursam exatamente a faculdade para exercer a profissão, então se eles não estão preparados como eles vão preparar um aluno se qualidade, a aprovação automática em várias universidades, não hoje pensando em uma qualidade de ensino mas sim em uma visibilidade financeira, então eles estão visando muito mais o financeiro em passar o aluno e assim sucessivamente, então hoje encontramos pedagogos que mal sabem escrever, mal sabem se expressar, e é uma defasagem, que eu sinto principalmente trabalhando diretamente com esse mercado, entrevista, pedindo pra relatar texto, que você vê que a pessoa não tem a qualificação para exercer.
	Além de tudo hoje em dia por ser uma faculdade até barata e simples de estar fazendo, pessoas de baixa renda ou que não tiveram a qualidade de ensino ou não se esforçam tanto por que existe muitos motivos para o ensino estar assim, ou não tem muitas perspectivas acho que ali é um local onde vai ter uma estabilidade, e escola não é isso, a gente busca realmente um educador que faça a diferença para que tenha também uma educação de diferença lá no futuro, então não adianta eu cobrar do aluno se eu não sou capacitada pra isso, e também a negligência dos pais que coloca o aluno mais sobre a responsabilidade do educador, e da escola, e não toma para si essa responsabilidade, por que os pais fazem muito mais parte da educação do que nós, nós só estamos ali para aplicar um conteúdo que está todo planejado, porém os pais têm que estar presente e tem que participar, cobrar, tem que estar junto.	
	Na realidade é um misto entre família, escola o educando e um educador, é o que vai fazer uma qualidade de ensino melhor no nosso país futuramente.
2.1 Entrevistado:Acadêmico
Idade: 21 anos
Trabalha ou estuda (ou estudou até): Ambos
Ocupação: Estagiário PMSP
Esta ou estudou em escola pública ou particular?Ensino básico em escola pública e estuda em universidade particular. 
O que é ensino de qualidade para você?
	Ensino de qualidade é aquele que tira de dentro do aluno o que há de melhor, de dentro dele para fora. Assim como na maiêutica socrática, ensinar o aluno a fazer indagações e procurar soluções, não somente apresentar uma ideologia ou um pensamento. 
Na sua opinião, como devemos verificar a qualidade no ensino?
	Em minha opinião, verificamos a qualidade do ensino quando o aluno faz questionamentos. Quando a visão de mundo é baseada no que ele aprende na escola. Além disso, na forma dele escrever e falar também se verifica a qualidade de ensino. 
Acima de qualquer questão de planejamento pedagógico ou infraestrutura, o mais urgente é trabalhar para a valorização do professor, tanto na questão de aumento de salário quanto na questão de formação. 
	O que o governo poderia estar fazendo para melhorar a qualidade do ensino é a capacitação, que na verdade ele investe bastante no professor para que o conhecimento dele cresça cada vez mais, através de premiação e entre outros aspectos eles facilitam, mas a quantidade de aluno por sala é ainda muito grande, e isso faz com que o professor não consiga dar atenção devida para cada aluno, porque tem crianças tem uma maior facilidade, outras que já não tem tanta facilidade no aprendizado, e não significa que todos no final não vão chegar ao objetivo, só que tem uma questão, como chegar ao objetivo com determinada criança ou determinado adolescente, se cada um tem uma forma de ser ou agir.
2.2 Entrevistado:Responsável familiar por duasjovens matriculado no ensino fundamental II e médio.
Idade: 25 anos.
Trabalha ou estuda (ou estudou até): Trabalha e possui ensino superior concluído. 
Ocupação: Trabalha como recepcionista/ secretária em período integral em um consultório médico.
Esta ou estudou em escola pública ou particular?
	Estudou em escola públicaaté completar a educação básica e cursou Processos Gerenciais em universidade particular.
O que é umensino de qualidade para você?
	 Ter professores qualificados, mais recursos nas escolas. Pais presentes no dia- dia dos filhos. Para um ensino de qualidade precisa-se da interação familiar com a escola.
Na sua opinião, como devemos verificar a qualidade no ensino?
	 Se os alunos estão fazendo proveito dos estudos. Os professores precisam se atualizar, se o aluno não aprendeu, não deve ter promoção para outra série, deve ser retido para que ele se empenhe em aprender para que não reprove novamente.
	E preciso disposição do aluno e de todos os envolvidos na gestão escolar, pais atentos e compromissados no aprendizado de seus filhos
não deixando para a escola a responsabilidades de pais. Falta investimento do governo em programas complementares na educação, e promover a qualificação e valorização dos professores.
REFLEXÃO CRÍTICA
“Não há qualidade na educação sem a participação dasociedade na escola. A garantia de espaços de deliberaçãocoletiva está intrinsicamente ligada à melhoria da qualidadena educação e das políticas educacionais. Só aprende quemparticipa ativamente no que está aprendendo.Documento de Referência da Conferência Nacional deEducação (MEC, 2009)”.
Em consenso com o autor acima, compreende-se que as resposta dos entrevistados sobre a questão “4” “O que é um ensino de qualidade na sua opinião?”
É observado uma proximidade maior nas opiniões coletadas:Coordenadora pedagógica e a responsável familiar. Ambas vêem a necessidade do envolvimento da família e da instituição escolar como um todo.
De acordo com PIAGET:
Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois a muita coisa que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades [...] (2007, p.50)
Dentro desta visão, e notório a importância do estreitamento entre a relação família/escola, visto que ambos têm o mesmo desejo em promover o desenvolvimento cognitivo, senso crítico, capacitação e aprendizagem do indivíduo, assim preparando - o para o mundo.
Segundo PAROLIM	:
[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99).
O apoio psicológico e a estrutura familiar são indispensáveis na aprendizagem no aluno, afetando diretamente no seu desenvolvimento.É primordial a qualificação contínua do docente mesmo que noatual cenário os recursos são escassos. 
Em conformidade com os Parâmetros Curriculares: 
	Além de uma formação inicial consistente, é preciso considerar um investimento educativo contínuo e sistemático para que o professor se desenvolva como profissional de educação. O conteúdo e a metodologia para essa formação precisam ser revistos para que haja possibilidade de melhoria do ensino. A formação não pode ser tratada como um acúmulo de cursos e técnicas, mas investir no desenvolvimento profissional dos professores é também investir em suas reais condições de trabalho. (PCN, 1998, p.25).
Ao analisar a concepção do universitário a respeito do conceito “qualidade da educação”, deixa claro que é imprescindível as indagações e trocas de informações, aguçar a curiosidade e busca pelo conhecimento, incentivar que o aluno crie uma opinião crítica e adquira conhecimento próprio.
Segundo a visão de Brandão:
Olhando de perto e de dentro, podemos pensar que ninguém ensina ninguém, porque o aprender é sempre um processo e é uma aventura interior e pessoal. Mas é verdade também que ninguém se educa sozinho, pois o que eu aprendo ao ler ou ao ouvir, provém de saberes e sentidos de outras pessoas. Chega a mim através de trocas, de reciprocidades, de interações com outras pessoas.”(Brandão, 2005, p.86-87).
	De acordo com autor citado acima, o universitário, acredita que seja fundamental a qualidade didática do professor e reciprocidade em sala de aula, enquanto o professor ensina ele aprende com o discente.“O professor precisa ser um aprendiz ativo e cético na sala de aula, que convida os alunos a serem curiosos e críticos... e criativos”. (FREIRE, 2007, p.19).
	Em vista das respostas analisadas respectivos: Coordenadora pedagógica e responsável familiar observamos que o processo de aprendizagem deve acontecer mutualmente. “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender" (FREIRE, 1997, p. 25).
	Ao coletar e analisar, a resposta do universitário, apenas o professor e o mediador do conhecimento. “O trabalho docente é atividade que dá unidade ao binômio ensino-aprendizagem, pelo processo de transmissão-assimilação ativa de conhecimentos, realizando a tarefa de mediação na relação cognitiva entre o aluno e as matérias de estudo.” (LIBÂNEO, 1994, pg.88).
	Contudo concluímos, o distanciamento entre as colocações acima.
3.1 NA SUA OPINIÃO COMO DEVEMOS VERIFICAR A QUALIDADE NO ENSINO?
	Diante da questão acima proposta, podemos compreender que os entrevistados: Universitário, coordenadora pedagógica e familiar, acreditam que a valorização e a formação adequada e contínua do docente é de suma importância para qualidade da educação, desde infraestrutura para a atuação, quanto ao um salário digno que reflita a sua importância para a educação e sociedade.
Ao analisarem as políticas educativas no Brasil, Gatti e Barreto (2009) afirmam:
a importância de considerar o esforço, por parte do Estado, para melhorar as condições salariais e de carreira dos professores, em que pesem os inúmeros impasses e desafios a serem enfrentados, no que tange à valorização do magistério. Com relação aos salários, pontuam que, se comparadosao de outras profissões que exigem nível superior, não são atraentes; quanto à carreira, afirmam que, apesar de a LDB 9.394/96 (Lei BR nº 9.394, 1996) prever a valorização dos docentes da educação básica, verifica-se a ausência de planos estruturados de modo a oferecer horizontes promissores aos professores, além da falta de perfil profissional claro. Para as autoras,as condições de remuneração ecarreira dos professores não correspondem à formação exigida e nem às responsabilidades sociais implicadas em seu trabalho (Gatti & Barreto, 2009).
	Ao observar a afirmação das autoras,Gatti e Barreto (2009), compreende-se que o professor tem um salário diferentes de outras profissões tais como: Médicos, advogados, juízes, administradores entre outras, faz se necessário relatar que o professor forma todas as outras profissões. É necessário que o docente se sinta importante e com a desvalorização salarial, não é isso que retrata. 
	Segundo a Unesco:
Entre os vários fatores que afetam a condição do professor, deveria ser dada uma atenção muito particular à remuneração, uma vez que, nas condições do mundo atual, outros fatores, como a posição e consideração que a sociedade lhes reconhece e o grau de apreço pela importância das suas funções, estão grandemente dependentes, tal como em outras profissões similares, da situação econômica que se lhes acorda. (UNESCO, 1966, p. 44).
Fica evidente na concepção dos entrevistados que énecessária uma formaçãocontínua do docente, tendo em vista as mudanças constantes, na cultura e sociedade.O professor precisa estar em constante aprendizado, atualizando-se para melhor desenvolvimento em passar seus conhecimentos de uma forma que o discente se identifique e tenha uma compreensão, aguçando seu interesse em aprender.
Na visão de Shigunov Neto e Maciel (2002),
para que as mudanças que ocorrem na sociedade atual possam ser acompanhadas, é preciso um novo profissional do ensino, ou seja, um profissional que valorize a investigação como estratégia de ensino, que desenvolva a reflexão crítica da prática e que esteja sempre preocupado com a formação continuada.
Segundo Cunha; Krasilchik (2004), esta formação continuada, não se esgota somente em um curso de atualização, mas deve ser encarada como um processo, construído no cotidiano escolar de forma constantee contínua(CUNHA; KRASILCHIK, 2000, p.3).
Compreende-se também que a formação inicial do professor, é um fator muito importante para a prática pedagógica, e necessário que o docente desenvolva com qualidade o que aprendeu em sua formação acadêmica e consiga
transmitir aos seus educandos os conhecimentos obtidos.
Já de acordo com Ramalho (2004): 
Assumir a reflexão, a crítica, a pesquisa como atitude que possibilitam ao professor participar na construção de sua profissão e no desenvolvimento da inovação educativa, norteia a formação de um profissional não para compreender e explicar os processos educativos dos quais participa, como também para contribuir na transformação da realidade educacional no âmbito de seus projetos pessoais e coletivos (RAMALHO, 2004, p. 23).
Ainda, analisando a visão dos respectivos entrevistados, acreditam que o governo deve criar medidas para melhorar as condições do trabalho do educador, tendo visto que já houve mudanças para a melhoria da educação, podemos indagar nosso conceito sobre o que é políticaeducacional.
De acordo com Ferreira (1999), o sentindo etimológico da palavra política é
ciência que trata dos fenômenos referentes ao Estado; ciência política; sistema de regras respeitantes a direção dos negócios públicos; arte de bem governar e conjunto de objetivos que dão forma a determinado programa de ação governamental e condicionam sua execução (FERREIRA, 1999, p. 1.599).
Então é compreendido que políticas educacionais, são todas as medidas, criada e executada pelo governo no campo da educação.
 De acordo com Stuart Mill 
... a educação, portanto, é uma dessas coisas que é admissível, em princípio, ao governo ter de proporcionar ao povo. Trata-se de um caso ao qual não se aplicam necessária e universalmente as razões do princípio da não-interferência [...] é, pois, um exercício legítimo dos poderes do governo impor aos pais a obrigação legal de dar instrução elementar aos filhos. (1983, p. 404).
E perceptível na visão do autor citado que a educação é uma ação conjunta, do Governo e das famílias, e dentro deste conceito todos possuem deveres e obrigações com a educação dentro de nossa sociedade. 
Segue, nas repostas dos entrevistados, a responsável familiar levantou a questão da promoção automática, acreditando que não deve acontecer em nossa sociedade, visto que os alunos acabam indo, para outra série sem ter um conhecimento para dar continuidade emseu aprendizado. Para entendermos o que é a promoção automática, e necessário nos aprofundar no assunto.
Segundo Joseneide Santana Gomes (2016)
Fundamentada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96, artigo 32, parágrafo segundo), a Progressão Continuada é definida como um procedimento utilizado pela escola que permite ao aluno avanços sucessivos e sem interrupções, nas séries, ciclos ou fases.É considerada uma metodologia pedagógica avançada por propor uma avaliação constante, contínua e cumulativa, além de se basear na ideia de que reprovar o aluno sucessivamente não contribui para melhorar seu aprendizado(GOMES, 2016, p43).
Fica claro na concepção da autora acima que a promoção automática, é um projeto pedagógico criado na intenção de diminuir a taxa de repetência, não garantindo que o aluno tenha o conhecimento necessário para cursar outra série.
Para Teixeira (1954), a implementação da promoção automática era uma necessidade devido aos altos índices de reprovação. Ele acreditava que a promoção automática reduziria as taxas de reprovação e evasão e garantiria mais vagas para as novas gerações. Para ele, o sistema de ensino, desde o primeiro ano primário, funcionava e maneira altamente seletiva. O presidente Kubitschek (1957) destacava o sucesso da promoção automática em outros países, estabelecendo a relação entre promoção automática e progresso. Para ele, a adoção da promoção automática reduziria a seletividade da escola e o desperdício de recursos financeiros. (MAINARDES, J. (2007) apud TEIXERA(1954)).
Observamos que essa abordagem da responsável familiar, se distancia das respectivas respostas dos demais entrevistados, pois aborda esse tema como uma defasagem no aprendizado dos discentes.
Ao analisar a resposta do acadêmico ele abordou a quantidade de alunos excessivo em sala de aula, dificultando o desenvolvimento do professor e consequentemente a aprendizagem do aluno, pois o professor não consegue sanar as dúvidas de todos os alunos. 
Segundo Gouveia et al. (2006)
A Lei n... 9.424/96, que dispõe sobre o Fundef, no art. 13, fixa os critérios a serem considerados para os ajustes progressivos de contribuições correspondentes a um padrão mínimo de qualidade:
I – Estabelecimento do número mínimo e máximo de alunos em sala de aula;
II – Capacitação permanente dos profissionais de educação; 
III – jornada de trabalho que incorpore os momentos diferenciados das atividades docentes;
IV – Complexidade de funcionamento; 
V – localização e atendimento da clientela; VI – busca do aumento do padrão de qualidade do ensino (BRASIL, 1996) [grifos do autor].
Até o momento, a imprecisão continua. As quantidades mínimas, por aluno, dos insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem de qualidade permanecem indefinidas. Há muito que se discutir e se pesquisar sobre o assunto, considerando que ainda não se tem uma definição única e precisa sobre as variáveis associadas à qualidade de ensino. (GOUVEIA et. Al., 2006, p 256).
Compreende- se que a quantidade de alunos por sala, é um fator que interfere diretamente no aprendizado do aluno, visto que o professor não consegue atender todas dúvidas pedagógicas dos educandos.
Podemos observar o distanciamento do acadêmico nesse conceito, pois o universitário abordou esse tema que entre os demais não foi abordado.
Contudo concluímos que dentre as respectivas respostas, a do universitário e a do responsável familiar se distancia da concepção da coordenadora pedagógica, visto que abordaram outros temas de suma importância, na qualidade do ensino.
Ao nos aprofundarmos na questão proposta “qualidade da educação”, podemos notar que houve mudanças significativas desde o movimento pioneiro.
Segundo CUNHA, Célio da; LIMEIRA, Luciana Cordeiro:
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932 propunha uma reformulação da educação pública no país por meio de uma série de ações, dentre elas a criação de fundos vinculados a recursos de impostos. Esta e outras propostas auxiliaram na produção de uma política pública educacional, presente na Constituição de 1934 (XAVIER, 2002). Na página de abertura desse documento histórico, redigido por Fernando de Azevedo, encontra-se uma crítica da dissociação existente entre as reformas econômicas e as reformas educacionais, indicando-se a necessidade do entrelaçamento e encadeamento de ambas, dirigindo-as no mesmo sentido. Conforme Azevedo (1966a), reformas parciais, sem uma visão global dos problemas, geram desarticulação e fragmentação, inviabilizando sua realização. O documento ressalta a gravidade do problema da educação como o principal dos problemas nacionais. Nele, destacam-se como princípios fundantes, de caráter filosófico, a escola essencialmente pública - destinada à época para crianças dos sete aos 15 anos - função primordial do Estado, a gratuidade, a obrigatoriedade - do Estado em oferecer, da família em matricular as crianças - evitando-se que a criança se ausente desse direito, a laicidade - evitando-se a influência de crenças ou disputas religiosas - a unicidade da escola pública - acessibilidade a todos os cidadãos em idade escolar - a coeducação - destinada à meninos e meninas, conjuntamente. Como princípios organizacionais, de caráter social, destaca-se a unidade da função educacional, que constitui um novo programa de política educacional, a autonomia com corresponsabilidades - devendo abranger aspectos técnicos, administrativos e econômicos, desvinculada dos interesses políticos transitórios - e a descentralização - caráter nacional do sistema educacional, unidade sem uniformidade (SAVIANI, 2014).
Lembramos que, movimento pioneiro, aconteceu em 1932, foi implantado no Governo de Getúlio Vargas, por Fernando de Azevedo e outros 26 colaboradores. Iniciando assim uma transformação na educação do Brasil.
CONCLUSÃO
Podemos observar no decorrer das entrevistas realizadas, que há uma grande defasagem na qualidade da educação tais como: professores não capacitados, por não ter qualificação adequada em sua graduação, falta de materiais básicos para o trabalho dos docentes, que acabam atrapalhando o desenvolvimento da aprendizagem e dinâmica em sala de aula, que em algumas situações o professor acaba dispondo de seus recursos para conseguir atuar, sendo um respaldo para os alunos.
Se faz necessário que a família esteja envolvida na realidade escolar dos alunos participando ativamente de seu aprendizado, cobrando, incentivando e inspecionando, em junção com a escola na evolução do saber dos alunos. Há também variações no contexto familiar, pois as condições sociais influenciam no avanço deles, já que nem todos os matriculados detém de condições básicas de sobrevivência e uma estrutura emocional em seu meio. Segundo Zagury:
““A escola faz um tipo de trabalho e a família outro. Ambas se complementam deforma maravilhosa e incrível para o bem-estar e a formação integral das nossas crianças. Mas nem uma nem a outra podem suprir todas as necessidades infantis e juvenis sem ser um conjunto. (ZAGURY, 2002, p. 24
Devemos pensar na educação para o futuro, com cidadãos capacitados de raciocínio logico e pensamento crítico construtivo, para questionamento daquilo que lhe é imposto. 
Cabe ao governo e as suas respectivas instituições, dispor de medidas que agreguem no processo de formação acadêmica, buscando um ensino rigoroso, inviabilização a promoção automática, e fazer periodicamente reciclagem profissional para que haja empenho dos docentes em se atualizar, adequando- se a uma nova proposta pedagógica. 
A educação não e apenas disponibilizar vagas nas escolas, promovendo uma permanência do aluno no núcleo escolar até a conclusão do ensino. Estabelecendo ao educando motivação ao aprendizado.
De acordo com Fernando Jose de Almeida
[...] a educação não tem como finalidade servir à economia, e simserr a indicadora de caminhos da economia. Não deve ficar de costas para ela, mas não precisa ser sua escrava, nem ter pragmatismo tal que seus índices da eficácia sejam medidos pelas taxas de crescimento econômico.(ALMEIDA, 2006, p15).
Para melhorarmos a qualidade da educação temos que trabalhar os condicionantes dela. 
O aspecto fundamental para que os resultados desejados se tornem visíveis é priorizar na sala de aula a criação do conhecimento e não só reprodução de informações. Nesse sentido, o professor torna-se um problematizador: aquele que é crítico, promove discussões, estimulando o conhecimento. 
A qualidade da educação precisa ser encarada de forma sistêmica e processual consolidada a uma vontade intrinca entre governo e sociedade buscando enxergar os resultados que estas propostas irão gerar: do ponto de vista social – a qualidade contribui para equidade; do ponto de vista econômico – eficiência do uso dos recursos destinados a educação. 
A qualificação do professor é essencial para uma educação empoderada de qualidade, para que isso ocorra é necessário estabelecer um parâmetro para esta qualificação. 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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