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REPARAÇÃO TECIDUAL

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REPARAÇÃO TECIDUAL, CICATRIZAÇÃO
- ocorre junto com o processo de inflamação
- objetivo: devolver ao tecido a sua integridade anatômica e funcional normais.
- reparo: restauração da arquitetura tecidual e da função após a lesão.
- ocorre envolvendo dois tipos de reação: 
- Reparo por regeneração: capacidade de restituir os componentes lesados e essencialmente retornar ao seu estado normal. Ex: lesão de pele leve
- Reparo por substituição (cicatrização): deposição de tecido conjuntivo fibroso devido a incapacidade de restituição completa ou pela lesão severa das estruturas de suporte tecidual.
Diferença entre fibrina e fibrose:
- Fibrina: proteína derivada do fibrinogênio, responsável pelos processos de hemostasia, que compõe o exsudato fibrinoso, associada a inflamação aguda com lesão vascular.
- Fibrose: termo utilizado para descrever a deposição extensiva de colágeno como consequência da inflamação crônica ou infarto (necrose isquêmica). Deposição excessiva de colágeno (tecido conjuntivo fibroso).
O órgão que sofreu uma lesão pode: (depende da extensão da lesão)
- voltar ao seu estado normal, sem nenhuma alteração. Ocorre principalmente na epiderme, epitélio do TGI, sistema hematopoiético.
- perder parte de seu tecido, porém consegue regenerar e voltar ao estado normal, de forma compensatória. Ocorre principalmente no fígado e rim.
- sofrer um ferimento, e o local lesado é substituído por tecido conjuntivo (formação de cicatriz).
- se a lesão for intensa e em todo o órgão, há o deposito de tecido conjuntivo em todo o órgão, ocorrendo o processo de fibrose.
- Isso depende do tecido afetado. Existem três tipos:
	- Células lábeis: tecido de divisão contínua. Presença de células tronco que dão origem a novas células. Consegue regenerar. Ex: sistema hematopoiético e maioria dos epitélios de superfície (trato GI, pele, útero, vagina, etc).
	- Células estáveis: tecido com renovação lenta, proliferação tecidual em reposta a uma lesão ou perda de massa tecidual, que pode regenerar. Ex: fígado, células do epitélio tubular renal e pâncreas.
	- Células permanentes: não tem capacidade de regeneração. São consideradas totalmente diferenciadas e não proliferativa. Ex: neurônios, miócitos cardíacos, células do cristalino.
A regeneração depende de alguns fatores de crescimento:
- estimulam a migração celular, diferenciação celular, estimulam a angiogênese, a fibrogênese e a proliferação celular.
- o fígado tem a capacidade de se regenerar, dependendo da extensão da lesão. Quando a lesão não é muito extensa, há a manutenção da membrana basal, o tecido volta ao normal. Se houver lesão da membrana basal há formação de nódulos de regeneração. Já se a lesão for muito extensa tem o quadro de cirrose (fibrose do fígado). 
- no nódulo de regeneração, normalmente se encontra uma proliferação de hepatócitos de maneira desorganizada.
Estruturas do tecido:
- Matriz Extracelular (MEC): arcabouço que promove a renovação celular, essencial para a regeneração organizada do tecido. Estrutura que permite que o tecido se regenere.
	- composta pela matriz intersticial que está presente nos espaços entre as células no tecido conjuntivo e entre os epitélios e o apoio vascular às estruturas. Sintetizada por celular mesenquimais. É constituída por colágeno, fibronectina, elastina, proteoglicanos, hialuronato.
	- a membrana basal se encontra abaixo do epitélio e é responsável pela manutenção da arquitetura tecidual. 
	- Funções da MEC: suporte mecânico (colágenos e elastina), regula a proliferação e diferenciação celular, age no processo de regeneração.
	- Componentes: colágeno, elastina, proteoglicanos e hialuronatos.
- Resumindo: os processos de regeneração ocorrem quando o estimulo lesivo é removido, quando a lesão não é muito extensa e quando as células tem capacidade de regeneração (células lábeis ou estáveis).
Reparo por cicatrização: os tecidos podem ser reparados por regeneração com completa restauração da forma e função, ou por reposição com tecido conjuntivo fibroso e formação da cicatriz.
	- o processo de cicatrização ocorre quando a lesão é muito extensa, há lesão de MEC, as células são permanentes.
	- ocorre quando a lesão for grave ou crônica, que resulta em dano às células parenquimatosas e ao epitélio, bem como ao arcabouço de estroma. 
	- células lesadas não se dividem
	- reposição das células não-regeneráveis por tecido conjuntivo fibroso, ou por uma combinação de regeneração de algumas células e formação de cicatriz.
Passos:
- Resposta inflamatória e remoção de tecido danificado/morto
- Proliferação e migração de células parenquimatosas e conjuntivas
- Angiogênese (neovascularização): se há formação de um novo tecido, é necessário novos vasos para o suprimento sanguíneo do local. Sempre ocorre nos processos de regeneração e cicatrização. Produção de novos vasos a partir de vasos já existentes, e depende de alguns fatores de crescimento.
- Síntese de MEC e deposição de colágeno: se vai haver novas células no local, é necessário o arcabouço. Fatores de crescimento produzidos por macrófagos e células endoteliais ativadas.
- Remodelação tecidual: reorganização das células. Acumulo e deposição de colágeno
- Contração de ferida: junção das bordas da lesão por colágeno
- Aquisição de resistência
RESUMO: em uma lesão de pele bastante profunda, a primeira coisa que acontece é sangramento, após o sangramento há o início da inflamação aguda, os neutrófilos migram para o local de lesão na tentativa de destruir as bactérias que entraram, os neutrófilos morrem e há formação de exsudato purulento (bactéria, neutrófilos mortos, restos de coágulos, células necróticas), é necessária a remoção dessa massa para que a pele se regenere ou cicatrize, há então a entrada de macrófagos na lesão, a inflamação aguda passa a ser uma lesão mais crônica. A função desses macrófagos é limpar o local, acabando então com o exsudato purulento, removendo as células necróticas presentes. Deve haver então o início da regeneração ou da cicatrização, dependendo da extensão da lesão. Logo após a limpeza dos macrófagos, começa a proliferação de algumas células, principalmente fibroblastos e o epitélio, na parte mais externa. Junto com a multiplicação dessas células há a formação de novos vasos (angiogenese), para nutrir as novas células. Junto com as novas células e os novos vasos deve haver um arcabouço, então a MEC também começa a ser produzida. Esse novo tecido é chamado de tecido de granulação, que é esponjoso. Então começa a produção de mais fibroblastos, para estruturar um tecido mais firme no local, esse tecido mais firme promove a contração dessa ferida, que acaba diminuindo de tamanho, pois os fibroblastos começam a adquirir uma habilidade de contração. As células do epitélio vão se regenerando e tampando o local de lesão, até que a ferida se feche. Todo esse processo ocorre de maneira contínua e gradual.
Tecido de granulação: tecido que inicia o processo cicatricial com matriz frouxa de colágeno, fibronectina e ácido hialuronico, onde há proliferação de fibroblastos e células endoteliais vasculares. Em equinos, esse tecido de granulação cresce demais.
Dois tipos de cicatrização:
- Cicatrização por 1ª intenção: incisão cirúrgica limpa e não-infectada, há o fechamento da lesão (união das bordas). A cicatrização ocorre de maneira mais rápida e eficiente.
	- 24hrs: formação de coágulo de fibrina e neutrófilos nas margens da incisão 
	- 24-48hrs: estimulação das células epiteliais
	- 3º dia: neutrófilos, macrófagos, tecido de granulação
	- 5º dia: neovascularização máxima, fibras colágenas mais abundantes
	- 1ª semana: acumulo de colágeno e proliferação de fibroblasto
	- 1º mês: tecido conjuntivo sem infiltrado inflamatório
- Cicatrização por 2ª intenção: lesão aberta, com infecção bacteriana secundária, bordos distantes, grande perda de tecido. Cicatrização mais lenta, produção de mais tecido de granulação.
Fatores que influenciam a cicatrização:
- dimensão e localizaçãodo ferimento: feridas maiores em locais de movimento excessivo demoram mais a cicatrizar. 
- suprimento vascular: locais com baixa oxigenação a cicatrização é prejudicada.
- infecção: retardo na cicatrização
- corpo estranho: inflamação
- diabetes: déficit na perfusão sanguínea
- deficiência de vitamina C: síntese de colágeno
- deficiência de Zn: participa na formação das polimerases na fase de remodelagem
- glicocorticoides: efeito anti-inflamatório, diminuindo a fibrose
Quelóide: acumulo excessivo de colágeno originando uma cicatriz elevada e proeminente. Predisposição hereditária (mais comum em afro-descendentes)

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