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Parte_2_Captulo_10 2_Poluio_Terrestre_1a_Parte

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Tratamento de 
Resíduos Sólidos
Fabíola Oliveira da Cunha
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Introdução – Resíduos Sólidos
“Resíduos no estado sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isto soluções técnica e economicamente inviáveis, em face da melhor tecnologia disponível.” NBR 10.004 
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Introdução – Resíduos Sólidos
Classificação dos Resíduos Sólidos:
Classe I – Resíduos Perigosos
Classe II – Resíduos Não-Perigosos
		Classe II A – Não Inertes
		Classe II B – Inertes
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Introdução – Resíduos Sólidos
Classe I – Resíduos Perigosos:
São aqueles que apresentam características de periculosidade ou características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade ou constem nos Anexos A e B.
Periculosidade: característica apresentada por um resíduo que, em função das suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas apresenta:
Riscos à saúde pública.
Riscos ao meio ambiente.
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Inflamabilidade:
	Um resíduo sólido é caracterizado como inflamável, se uma amostra representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresentar qualquer uma das seguintes propriedades:
a) Ser líquida e ter ponto de fulgor a 60oC, determinado conforme ABNT NBR 14598 ou equivalente, excetuando-se as soluções aquosas com menos de 24% de álcool em volume;
b) Não ser líquida e ser capaz, de sob condições de temperatura e pressão do 25oC e 0,1 MPa (1 atm), produzir fogo por fricção, absorção de umidade ou por alterações químicas espontâneas e, quando inflamada, queimar vigorosamente e persistentemente, dificultando a extinção do fogo;
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Inflamabilidade:
c) Ser um oxidante definido como substância que pode liberar oxigênio e, como resultado, estimular a combustão e aumentar a intensidade do fogo em outro material;
d) Ser um gás comprimido inflamável, conforme a Legislação Federal sobre transporte de produtos perigosos (Portaria 204/1997 do Ministério dos Transportes).
Ponto de fulgor: A menor temperatura em que um líquido fornece vapor suficiente para formar uma mistura inflamável quando uma fonte de ignição (faísca, chamas abertas, etc.) está presente.
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Corrosividade:
	Um resíduo sólido é caracterizado como corrosivo, se uma amostra representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresentar qualquer uma das seguintes propriedades:
a) Ser aquosa e apresentar pH inferior ou igual a 2, ou superior a 12,5 ou sua mistura com água , na proporção de 1:1 em peso, produzir uma solução que apresente pH inferior a 2 ou superior ou igual a 12,5;
b) Ser líquida ou, quando misturada em peso equivalente de água, produzir um líquido e corroer o aço (COPANT 1020) a uma razão maior que 6,35mm ao ano, a uma temperatura de 55oC, de acordo com a USEPA SW 846 ou equivalente.
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Reatividade:
	Um resíduo sólido é caracterizado como reativo, se uma amostra representativa dele, obtida conforme a ABNT NBR 10007, apresentar qualquer uma das seguintes propriedades:
a) Ser normalmente instável e reagir de forma violenta e imediata, sem detonar;
b) Reagir violentamente com água;
c) Formar misturas potencialmente explosivas com água;
d) Gerar gases, vapores e fumos tóxicos em quantidades suficientes para provocar danos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando misturados com a água;
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Reatividade:
e) Possuir em sua constituição íons CN- ou S2- em concentração que ultrapassem os limites de 250mg de HCN liberável por quilograma de resíduo ou 500mg de H2S liberável por quilograma de resíduo, de acordo com ensaio estabelecido no USEPA SW 856;
f) Ser capaz de produzir reação explosiva ou detonante sob a ação de forte estímulo, ação catalítica ou temperatura em ambientes confinados;
g) Ser capaz de produzir, prontamente, reação ou decomposição detonante ou explosiva a 25oC e 0,1 MPa (1 atm);
h) Ser explosivo, definido como uma substância fabricada para produzir um resultado prático, através de explosão ou efeito pirotécnico, esteja ou não esta substância contida em dispositivo preparado para este fim.
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Toxicidade: (amostra conforme NBR 10007)
a) Quando o extrato obtido desta amostra, segundo a NBR 10005, contiver qualquer um dos contaminantes em concentrações superiores ao anexo F. Neste caso, o resíduo deve ser caracterizado com tóxico com base no ensaio de lixiviação, com código de identificação constante no anexo F;
b) Possuir uma ou mais substâncias constantes do anexo C e apresentar toxicidade. Para avaliação dessa toxicidade, devem ser considerados os seguintes fatores:
• Natureza da toxicidade apresentada pelo resíduo;
• Concentração do constituinte do resíduo;
• Potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para migrar do resíduo para o meio ambiente, sob condições impróprias de manuseio;
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Toxicidade: (amostra conforme NBR 10007)
Persistência do constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação;
Potencial que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, tem para degradar-se em constituintes não perigosos, considerando a velocidade em que ocorre a degradação;
Extensão em que o constituinte, ou qualquer produto tóxico de sua degradação, é capaz de bioacumulação nos ecossistemas;
Efeito nocivo pelo efeito teratogênico, mutagênico, carcinogênico ou ecotóxico, associados a substâncias isoladamente ou decorrente do sinergismo entre as substâncias constituintes do resíduo.
c) Ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias constantes nos anexos D e E;
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Toxicidade: (amostra conforme NBR 10007)
c) Ser constituída por restos de embalagens contaminadas com substâncias constantes nos anexos D e E;
d) Resultar de derramamento ou de produtos fora de especificação ou de prazo de validade que contenham quaisquer substâncias constantes dos anexos D e E;
e) Ser comprovadamente letal ao homem;
f) Possuir substância em concentração comprovadamente letal ao homem ou estudos do resíduo que demonstrem uma DL50 (oral, ratos) menor que 50mg/Kg ou CL50 (inalação, ratos) menor que 2mg/L ou uma DL50 (dérmica, coelhos) menor do que 200mg/Kg.
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Patogenicidade:
	
	Um resíduo é caracterizado como patogênico se uma amostra representativa dele, obtida segundo a ABNT NBR 10007, contiver ou houver suspeita de conter, microrganismos patogênicos, proteínas virais, ácido desoxiribonucleico (ADN) ou ácido ribonucleico (ARN) recombinantes, organismos geneticamente modificados, plasmídios, cloroplastos, mitocôndrias ou toxinas capazes de produzir doenças em homens, animais ou vegetais.
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Introdução – Resíduos Sólidos
Classe II A – Resíduos Não Inertes:
São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I (Perigosos) ou de resíduos classe II B (Inertes). Podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água.
Classe II B – Resíduos Inertes:
São aqueles que, quando amostrados de forma representativa (NBR 10.007), e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água.
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Classificação
dos Resíduos Sólidos 
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Introdução
Gestão de Resíduos Sólidos pode ser entendido como o conjunto de ações objetivando o correto acompanhamento dos resíduos sólidos em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração até a disposição final.
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Etapas do GRS
Prevenção e minimização da geração de resíduos
Geração
Segregação e Acondicionamento
Coleta
TratamentoDisposição final
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Tratamento de RS
Qualquer processo que altere suas características, composição ou propriedades, de maneira a tornar mais aceitável sua disposição final ou simplesmente sua destruição.
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Tratamento de RS
Adensamento
Estabilização Biológica de Lodos
Desidratação
Compostagem
Landfarming
Co-processamento
Incineração
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Desidratação
Operação unitária que reduz o volume do lodo por meio da redução de seu teor de umidade.
Para aumentar a aptidão à desidratação e à captura de sólidos  Condicionamento do lodo
Principais Processos:
Leitos de secagem. 
Centrífugas. 
Prensas desaguadoras. 
Filtros-prensa.
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Leitos de Secagem
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Centrifugação
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Prensa Desaguadora
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Filtro-prensa
 
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Compostagem
É a bioxidação aeróbia exotérmica de um substrato orgânico heterogêneo, no estado sólido, caracterizado pela produção de CO2, água, liberação de substâncias minerais e formação de matéria orgânica estável.
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Compostagem
Evolução da temperatura em uma leira de compostagem
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Compostagem
Aparência do composto:
1 – Início do processo
2 – Durante o processo
3 – Final do processo
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Sistemas de Compostagem
Leiras Revolvidas
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Parâmetros Físico-químicos Fundamentais:
Aeração
Temperatura
Umidade
Relação C/N
Estrutura
pH 
Compostagem
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Landfarming
É um método de tratamento onde o substrato orgânico de um resíduo é degradado biologicamente na camada superior do solo.
Mecanismos: degradação, transformação e imobilização dos constituintes reativos na camada reativa (camada de tratamento).
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Co-processamento
A atividade é chamada de co-processamento pois, enquanto os resíduos estão sendo destruídos no interior do forno, está acontecendo a produção de cimento.
A parte orgânica dos resíduos é destruída, havendo o aproveitamento energético e a inorgânica, se combina com os elementos já existentes nas matérias-primas do cimento, não havendo geração de cinzas.
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Co-processamento
Aterros Sanitários
Aterros 
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Incineração
Processo de queima controlada na presença de excesso de oxigênio (10-25%), no qual os materiais à base de carbono são reduzidos a gases e materiais inertes (cinzas e escórias de metal) com geração de calor. Um incinerador é composto por duas câmaras de combustão.
Tcâmara primária  800-1.000oC 
Tcâmara secundária  1.200-1.400oC 
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Incineração
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Pirólise
Processo de destruição térmica que absorve calor e que ocorre na ausência de oxigênio. Nesse processo, os materiais a base de carbono são decompostos em combustíveis gasosos ou líquidos e carvão.
Modelo de câmara simples: T  1.000oC 
Modelo de câmaras múltiplas: 
Tcâmara primária  600-800oC 
Tcâmara secundária  1.000-1.200oC 
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Pirólise
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Disposição Final
Aterro Sanitário  é um método de disposição final dos resíduos sólidos urbanos, sobre terreno natural, através de seu confinamento em camadas cobertas com material inerte.
Aterro Controlado  é um método de disposição final dos resíduos sólidos urbanos, sobre terreno natural, através de seu confinamento em camadas cobertas com material inerte, porém, sem promover a coleta e o tratamento de chorume e a coleta e a queima do biogás.
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Método da Rampa
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Método da Área
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Outras Técnicas de Tratamento
Neutralização: utilizada para resíduos com características ácidas ou básicas;
Secagem ou mescla: é a mistura de resíduos com alto teor de umidade com outros resíduos secos ou materiais inertes, como serragem;
Encapsulamento: consiste em revestir os resíduos com uma camada de resina sintética impermeável de baixíssimo índice de lixiviação;
Incorporação: os resíduos são agregados à massa de concreto ou de cerâmica em uma quantidade tal que não prejudique o meio ambiente.

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