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MAMA ASPECTOS DA NORMALIDADE: Deriva da epiderme- glândula sudorífera modificada Duas porções: Seios lactíferos e ductos coletores Ductos galactóforos (segmentares e subsegmentares Unidades terminais ducto-lobulares – células luminais cúbicas/ lobulares e mioepiteliais (lóbulos e ácinos) A célula luminal sofre alterações quando há estimulação hormonal para produzir leite As células mioepiteliais contraem para expulsão do leite Entre os lóbulos mamários tem estroma interlobular que é eventualmente substituído por tecido adiposo Dentro do lóbulo tem estroma interlobular, que é rico em fibroblastos Histologicamente, observamos modificações conforme a mulher se modifica Na fase pré-menstrual não tem ductos evidentes Conforme há alterações hormonais, há desenvolvimento dos ductos mamários Na fase produtora de leite há aumento das glândulas Após a fase de amamentação, a mama volta ao que era pelo mecanismo de apoptose dos ductos mamários excedentes Quadro clínico das doenças mamarias: Dor: associado a doença inflamatória da mama Massa palpável Descarga papilar: material líquido ou sanguinolento saindo pelo mamilo Mamografia: densidade x calcificação Microcalcificações: associadas a processos malignos Áreas de retração Lesões mamarias de caráter benigno Não neoplásicas: Mastites agudas e crônicas Necrose mamaria Alteração fibrocistica Lesões proliferativas epiteliais: adenoses, hiperplasias ductais, cicatriz radial e lesão esclerosante complexa. Neoplásicas: Fibroadenoma Tumor filoide Adenomas Papilomas Carcinoma mamário Revestimento preservado de células mioepiteliais Como identifica a célula mioepitelial: fica na membrana basal do ducto, é triangular, e as vezes não é continua. A presença de células mioepiteliais é feita pela imunohistoquimica, com os marcadores de calponina e P63. Se os marcadores estiverem indicando a presença de calponina e de P53, indica que a lesão é benigna. Na ausência destes marcadores, é indicativo de que a lesão é maligna CONDIÇÕES INFLAMATÓRIAS: MASTITE AGUDA: Na fase de amamentação Ocorre perda da continuidade do epitélio o que facilita a penetração de bactérias ao epitélio Staphylococcus aureus e Streptococcus sp Dor, hiperemia, edema, febre e pode chegar a ter alteração de hemograma Indicado a parar a amamentação por conta da dor Tratamento com antibiótico Histologicamente vê-se um processo inflamatório agudo com infiltrado neutrofílico, podendo ou não ter abcessos MASTITE CRÔNICA: Mastites granulomatosa: principalmente por pós-operatório (deixou um fio, etc.) ou por tuberculose mamaria ABCESSO SUBAROAREOLAR RECIDIVANTE ASAR Mastite crônica periductal Relacionado ao tabagismo, que altera parte do epitélio e a síntese de vitamina A que ocorre no tecido Há metaplasia do epitélio, que normalmente é cúbico, e torna-se escamoso e queratinizado, que promove entupimento dos ductos Quadro de nódulo na região retro aureolar com ou sem descarga papilar, com aumento de volume e associada a quadro de dor É um quadro redicivante, normalmente indicado a ressecção local ECTASIA DUCTAL: 50-60 anos Dilatação do ducto com processo inflamatório crônico inespecífico ao redor do ducto Secreção proteica ao redor do ducto com proteínas que pode levar a necrose Normalmente não são abaixo da região do mamilo Ducto com dilatação, secreção, fibrose Descarga papilar REAÇÃO À PRÓTESE MAMÁRIA: Reação local ao implante – capsula fibrosa – deformidades Reação a material extravasado Inflamação crônica, granulomatosa, com presença do silicone infiltrado no tecido Pode formar nódulos chamados siliconomas Macroscopicamente: quando tem extravasamento de silicone tem formação de macronódulos Microscopicamente: material refratário de luz que leva a fibrose NECROSE MAMÁRIA: À medida que a paciente vai envelhecendo, há lipo substituição O tipo de necrose existente é esteato necrose Macroscopicamente: áreas que parecem nódulo com calcificações no tecido. São calcificações grosseiras e grandes Microscopicamente: na fase aguda há necrose do tecido gorduroso, na fase crônica há fibrose Pode ser traumática ou isquêmica ALTERAÇÃO FIBROCISTICA DA MAMA: Antigamente era chamado de displasia mamária, e o termo deixou de ser utilizado porque: Por definição, displasia é uma atipia do epitélio (polimorfismo, hipercromasia, etc.) Displasias são lesões pré-neoplásicas porque é uma lesão proliferativa com função diferente do seu epitélio original Há dilatação dos ductos mamários, pode ou não conter secreção dentro formada pelo apoptose de células mamarias Metaplasia apócrina das células ductais Há fibrose do estroma, fica mais denso e conjuntivo Há proliferação ductal, o que é chamado adenose mamaria NÃO ESTÁ TENDO ATIPIA CELULAR, PORTANTO NÃO PODE USAR O TERMO DISPLASIA Mulheres entre 30-45 anos, relacionada a parte hormonal À palpação, percebe-se que a mama não está homogênea ADENOSE MAMÁRIA: Aumento do número de ácinos por lóbulo mamário, acompanhado de proliferação de células acinares Podem conter focos de microcalcificação Subtipos: Simples Esclerosante: há necrose com aprisionamento das glândulas entre o material necrótico. Se houver presença de células mioepiteliais quer dizer que não é câncer Micro glandular Blund duct adenosis Apócrina HIPERPLASIAS DUCTAIS: Proliferação de células luminais – mais de duas camadas celulares Dois tipos: Usual (típica): Heterogeneidade células sem atipias: forma da célula é variável, mas não tem atipias nucleares Pouca relação com o desenvolvimento de adenocarcinoma Dois padrões: Discreta: 3 a 4 camadas de células Moderada/florida: mais de 4 camadas, formando pontes, aspecto cribriforme Atípica: Relacionado com o desenvolvimento de CA (RR= 4x) Há monotonia células (aspecto homogêneo), com atipias Solido, cribriforme ou micropapilas Diferencial com o CDIS (carcinoma ductal in situ) – tamanho (HDA é menor que 2 mm) e célula mioepitelial (IHQ – actina, calponina e p63) (padrão cribriforme: parece que tem mais de uma luz dentro do ducto CICATRIZ RADIAL E LESÃO ESCLEROSANTE COMPLEXA: Proliferação de ductos aprisionados em tecido fibroelástico, com aspecto espiculado Lesão esclerosante complexa é um termo genérico que engloba as adenoses esclerosante, as lesões proliferativas malignas e alguns papilomas Se <1 cm: cicatriz radial Se > 1cm: lesão esclerosante complexa Em termos práticos, todas as lesões são chamadas de lesões esclerosantes complexas. PAPILOMAS: Massas que se projetam para um ducto cisticamente dilatado FIBROADENOMA: Neoplasia classificada como mista (componente neoplásico do tecido conjuntivo e um componente epitelial, ou seja, proliferação tanto do estroma quanto das glândulas) Mulheres jovens de cerda de 30 anos Relacionada aos sítios específicos de proliferação relacionada a progesterona Nódulo em massa bem delimitado com uma capsula fibrosa fina. Microscopicamente há glândulas proliferadas espremidas pelo estroma. Os ductos ficam com aspecto de “letra chinesa” Queixa de nódulo palpável, geralmente único, de 3 a 4 cm Ressecção da lesão TUMOR FILOIDE: Tumor com aspecto de folha Tem proliferação de glândulas e de tecido conjuntivo, mas a proliferação do tecido conjuntivo é muito mais expressiva Tem um comportamento mais agressivo Pode ser: Benigno Borderline Potencial maligno incerto: tumor filoides negativo As áreas de proliferação ficam “isoladas”, como se fossem pétalas de folhas Pode apresentar áreas de sarcoma de alto grau ADENOMAS: Não predispõe o aparecimento de carcinomas!!!! (exclusivo de mama) Proliferação de túbulos com escasso estroma CÂNCER DE MAMA Carcinoma hereditário: Mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 Carcinoma não hereditário ou esporádico Fatores de risco: Idade Doença proliferativa mamaria Duração da vida reprodutora Idade ao ter o primeiro filho Obesidade Estrógenos exógenos Câncer de endométrio Predisposição genética Risco: Lesão patológica não proliferativa – alteração fibrocistica,ectasia ductal, adenose – rico 1 Lesão patológica proliferativa sem atipia – atipia moderada, adenose esclerosante, cicatriz radial, papiloma – 1,5 a 2 rico Lesão patológica proliferativa com atipia – hiperplasias atípicas – risco de 4 a 5 Carcinoma in situ – ductal, lobulares – risco de 8 a 10 BRCA1: localizado no cromossomo 17. Mutação dada em mulheres mais jovens, associados a tumor de ovário, apresentam carcinoma de alto grau e risco aumentado de carcinoma medular de mama. São pacientes chamadas de triplo negativas (relacionada a expressão de estrógeno, progesterona e HER 2) BRCA2: pacientes mais velhas. Associado a câncer de mama masculino, ovário, bexiga e pâncreas. Relacionado a patologias mamarias variáveis Lesão ductal normal alterações proliferativas benignas hiperplasia atípica (perda de fatores supressores de tumor) carcinoma in situ (alteração de oncogenes como HER 2) carcinoma invasivo Principais tipos de carcinoma: A. não invasivos: 1. A. carcinoma intraductal 1. B. carcinoma intraductal com doença de Paget 1. C. carcinoma lobular in situ B. invasivo 1. A. carcinoma ductal invasivo 1. B. carcinoma ductal invasivo com doença de Paget 2. Carcinoma lobular invasivo 3. Carcinoma medular 4. Carcinoma coloide ou mucinoso 5. Carcinoma tubular Carcinoma não invasivo: Intraductal: Parece uma hiperplasia ductal. Deve-se buscar células mioepitelial, na ausência destas células é indicativo de carcinoma. É sólido, cribriforme e micropapilar, pode haver focos de microcalcificação distrófica Carcinoma intraductal com doença de Paget: Pele da mama fica avermelhada, como uma dermatite. Apesar do carcinoma ductal estar contido dentro dos ductos, as vezes algumas células migram para a região da membrana basal do epitélio. Na membrana basal se vê áreas com células cancerosas na membrana basal, mas não há invasão do estroma adjacente Carcinoma lobular in situ: Respeita a área do lóbulo mamário. Ela prolifera só dentro do lóbulo mamário, sem contaminação do estroma. A célula progenitora é a mesma. Não há destruição dos lóbulos mamários. Carcinoma invasivo: Carcinoma ductal invasivo: Lesões maculares com crescimento infiltrativo no órgão. Há proliferação de células semelhantes aos ductos mamários. Carcinoma lobular: Difere do carcinoma ductal porque tem um perfil molecular diferente. Tem fileiras de células neoplásicas. Células neoplásicas organizadas em fila indiana. O núcleo é amplo e o citoplasma evidente. Não há formação de ácinos mamares, não tem organização, o que quer dizer que há perda de moléculas de adesão celular Carcinoma tubular: Entra na classificação de lesão esclerosante complexa Carcinoma medular: Lesão única, circunscrita, com cerca de 2cm de diâmetro, ocorrem em mulheres de mais idade, não lembra nenhum tecido mamário. Tem pouco estroma ao redor das células anaplásicas, são muito pleomorficas. Carcinoma coloide ou mucinoso Superfície brilhante e gelatinosa, com muco/ coloide no interior. São de evolução lenta e tem bom prognóstico. Há grandes lagos de mucina no qual as células neoplásicas estão envoltas Características das neoplasias malignas de mama: Aderência à parede torácica Linfedema podendo causar embolização de vasos linfáticos (células neoplásicas dentro de vasos linfáticos) Retração do mamilo por conta da fibrose, a pele pode apresentar aspecto de casca de laranja Microcalcificações Carcinoma inflamatório Disseminação linfática e hematogênica: linfonodos axilares são os mais acometidos. Pode drenar para linfonodos supra claviculares Quadrantes internos: cadeia mamaria interna Quadrantes superiores internos: supra claviculares Quadrante externo: axila Fatores prognósticos: Comprometimento de linfonodos (linfonodo sentinela – primeiro linfonodo para qual seria drenado o câncer) (um esvaziamento axilar bem feito deve conter no mínimo 10 linfonodos) Tamanho do tumor primário Metástase à distância Presença de receptores de estrógeno e progesterona (se o tumor é estimulado por estrógeno e progesterona tem como bloquear os hormônios e melhora o quadro) Índice proliferativo: além de contar as mitoses, vê quanto a lesão está proliferando. Usa o marcador Ki-67 (quanto maior, mais células estão proliferando) Oncogenes (receptor de membrana CERB-2//HER 2 que quando estimulado leva a proliferação celular) Grau de angiogenese do tumor Padrão de expressão genica Comprometimento de estruturas adjacentes e pele Margens cirúrgicas Grau histológico: Forma > 75% ductos - nota 1 Forma de 10 a 75 % ductos – nota 2 Forma menos de 10% ductos – 3 Grau nuclear baixo – nota 1 Grau nuclear moderado – nota 2 Grau nuclear acentuado – nota 3 Índice mitótico – de 0 a 9 – nota 1 Índice mitótico – de 10 a 19 – nota 2 Índice mitótico acima de 20 – nota 3 Quant menor a nota mais agressivo LUMINAL A 40 a 50 % dos carcinomas ER positivos e HER2 negativo Bem ou moderadamente diferenciados Pós menopausa Crescimento lento Respondem a terapia hormonal/ pouca resposta a quimioterapia convencional LUMINAL B 15 a 20 % dos carcinomas ER positivos e HER2 com expressão acima do normal Tumores triplo positivo Crescimento agressivo com metástases em linfonodos Podem responder a quimioterapia convencional TIPO BASAL: 15% dos carcinomas Ausência de ER, PR e HER2 Triplo negativo Podem ter mutações no BRCA 1 Carcinomas medulares, metaplásico e de células fusiformes Mulheres jovens HER2/ POSITIVO 7 a 12% dos carcinomas Negativo para estrógeno e progesterona, mas positivo para HER2 Pouco diferenciados, metástases para cérebro
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