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MAMA PATOLOGIAS BENIGNAS E MALIGNAS MAIS PREVALENTES Desenvolvimento Histologia normal Mudanças no ciclo de vida Correlação entre histologia e patologias mais relavantes Lesões não neoplásicas desenvolvimento; inflamações Lesões não proliferativas Alterações fibrocísticas (cistos, metaplasia apócrina, fibrose e elastose) Lesões proliferativas epiteliais Adenose; hiperplasias; cicatriz radial; lesões de células colunares; hiperplasia do estroma; hamartomas Tumores benignos: epiteliais (papiloma, adenoma) e estromais (fibroadenoma; phyllodes) Tumores malignos: epiteliais (ductal e lobular) e estromais (phyllodes maligno) DESENVOLVIMENTO Espessamento do ectoderma a partir da 5ª semana intrauterina, formando a linha láctea, que vai da axila à região inguinal. Esta linha desaparece na 8ª semana, persistindo somente os primórdios mamários da região torácica. A diferenciação do parênquima mamário ocorre entre a 32ª e 40ª semanas, entra em repouso até a puberdade, quando, pela ação do estrógeno e progesterona, retoma a proliferação epitelial ductal. O desenvolvimento e amadurecimento da mama só se completam com a gravidez e lactação. A diferenciação epitelial alveolar final em células produtoras e secretoras de leite ocorre por ação do cortisol, prolactina, estrogênio, hormônio do crescimento, progesterona, insulina e tiroxina. HISTOLOGIA NORMAL DA MAMA Mama feminina jovem: estroma denso e tecido adiposo escasso Mama feminina idosa, com substituição por tecido adiposo Histologia A mama possui duas estruturas principais: ductos e lóbulos, dois tipos de células epiteliais: luminal e mioepiteliais e dois tipos de estroma: intralobular e interlobular. Cada um destes elementos pode originar tanto lesões benignas quanto malignas, como nos exemplos ao lado. Existem de 6 a 10 principais orifícios dos ductos que abrem na superfície da pele no mamilo. Na porção mais externa, são recobertos por epitélio escamoso queratinizado, que muda abruptamente para um epitélio de dupla camada com células luminais e mioepiteliais que revestem os ductos. Os ductos se ramificam sucessivamente até formarem a unidade ductolobular terminal (UDLT). Nas mulheres adultas, estes ductos terminam em um conjunto de pequenos ácinos em forma de cacho de uva, para formar o lóbulo. Nas mulheres pré-púberes e na mama masculina, o sistema termina nos ductos terminais (só tem ductos principais e terminais). Fisiologia Existem modificações dinâmicas e profundas na mama durante a idade reprodutiva. A cada ciclo menstrual, as mamas aumentam e diminuem, da mesma forma que o endométrio. Na primeira metade do ciclo, os lóbulos são inertes. Depois da ovulação, sob a influência do estrogênio e aumento dos níveis de progesterona, o número de ácinos por lóbulo aumenta e as células proliferam. O estroma intralobular fica muito edemaciado. Com a menstruação, caem os níveis hormonais, os lóbulos regridem e o edema desaparece. Na gravidez, a mama se torna madura e funcional. Os lóbulos aumentam progressivamente em número e tamanho. No final da gestação, a mama é composta quase que inteiramente por lóbulos, com estroma muito escasso. Após o parto, os lóbulos produzem o colostro (rico em proteínas) que se transforma em leite (rico em gordura e calorias) em até 10 dias, enquanto os níveis de progesterona diminuem. Ao final da lactação as células epiteliais entram em apoptose e os lóbulos regridem, sem contudo, atrofiar. Depois da 3ª década, muito antes da menopausa, os lóbulos e o estroma iniciam um processo de atrofia e o estroma interlobular é substituído por tecido adiposo. Mudanças no ciclo de vida A. Mamografia em mulheres jovens: radiodensas ou brancas B. Parênquima em mulheres jovens: predomínio de estroma fibroso, pouco tecido adiposo C. Gravidez: ramificações de ductos terminais, lóbulos maiores e mais numerosos D. Mama de mulheres idosas: predomínio de tecido adiposo, lóbulos menores e em menor número E. Mamografia de mulheres idosas: radiolucentes, pelo aumento do tecido adiposo Anomalias do desenvolvimento Mama extranumerária Mamilo extranumerárioAusência completa da mama/mamilo Ausência de mama preservação do CAM Anomalias do desenvolvimento Mamilos ou mamas supranumerários ocorrem da persistência do espessamento epidérmico ao longo da linha mamária (axila-períneo). Mostram focos hormônio- dependentes e podem aumentar e apresentar dor durante o período pré-menstrual. Raramente mostram as alterações patológicas típicas da mama normalmente situada. Tecido mamário axilar acessório: em algumas mulheres, o sistema ductal normal se estende para o tecido subcutâneo da parede torácica ou para a fossa axilar (“cauda axilar de Spence”). Este tecido não pode ser removido, portanto, uma mastectomia preventiva não elimina totalmente o risco de câncer de mama. Mamilo invertido congênito: é uma condição comum, podendo ser uni ou bilateral. A eversão pode ser por tração ou pode ocorrer correção espontânea na gravidez. A retração adquirida do mamilo é mais preocupante, porque pode indicar presença de neoplasia invasiva ou doença inflamatória do mamilo. Clínica da doença mamária Sintomas mais comuns Dor (mastalgia ou mastodinia): cíclica, geralmente por edema pré-menstrual ou não cíclica, localizada, podendo corresponder a lesão física, cistos rompidos, infecções. Quase todas as massas dolorosas são benignas, mas 10% dos cânceres de mama podem ser dolorosos. Massas palpáveis: as lesões palpáveis mais comuns são cistos, fibroadenomas e carcinomas invasivos. Deve-se distinguir nódulos verdadeiros da granulosidade normal da mama. Massas palpáveis benignas são mais comuns nas mulheres pré-menopausa. A probabilidade de carcinoma aumenta com a idade. 10% das massas palpáveis em mulheres menores de 40 anos são malignas. 60% das massas palpáveis em mulheres maiores de 50 anos são malignas. Descarga papilar: associada a carcinoma em 7% das mulheres abaixo de 60 anos e em 30% das mais velhas, é mais indicativa de tumor quando unilateral e espontânea. Galactorreia está mais associada a aumento da prolactina (adenomas hipofisários), hipotireoidismo, síndromes endócrinas anovulatórias, uso de medicações. Descarga papilar hemorrágica ou serosa é mais comum em papilomas ductais e cistos. Rastreamento mamográfico Introduzido em 1980 para detecção de carcinomas pequenos, não palpáveis e assintomáticos; é o meio mais comum de detecção de câncer de mama. A sensibilidade e especificidade aumentam com a idade (10% abaixo dos 40 anos e 25% acima dos 50 anos). Principais sinais: Densidades: lesões que substituem o estroma adiposo. As densidades arredondadas são sugestivas de lesão benigna (fibroadenoma ou cisto); os carcinomas formam massas irregulares. A mamografia pode identificar lesões de 1,0 cm; a palpação, 2 a 3 cm. Calcificações: formadas em secreções, restos necróticos ou estroma hialinizado. Podem estar associadas a lesões benignas, como cistos apócrinos, fibroadenomas hialinizados ou adenose esclerosante. Nas lesões malignas, são pequenas, irregulares, numerosas e agrupadas. O carcinoma in situ é comumente detectado como calcificações mamográficas. 10% dos carcinomas invasivos não são detectados pela mamografia, pelo pequeno tamanho, mamas densas, pouca reação desmoplásica ou localizados na periferia da mama ou perto da parede torácica. 70-80% dos tumores detectados já são invasivos ou já metastatizaram. Alguns tumores têm crescimento muito rápido, surgem no intervalo das mamografias ou a paciente é muito jovem, fora da faixa de rastreamento. Estes são os que mais matam. Distúrbios inflamatórios As mastites são pouco frequentes, podendo ser infecciosas ou de origem desconhecida. A mais importante é a mastite aguda da lactação, em especial nas primeiras semanas de amamentação, por penetração de Staphylococcus aureus ou estreptococos em fissuras ou rachaduras no mamilo. Podemevoluir para abscesso. A mastite crônica inespecífica é rara e pode resultar de mastite aguda com resolução incompleta. É caracterizada por infiltrado inflamatório linfoplasmocitário e fibrose. Abscesso subareolar recidivante (mastite periductal): nódulo subareolar, doloroso e edematoso, com fistulização e drenagem de material purulento pelo mamilo ou aréola. Ocorre por fibrose cicatricial e tem relação com o tabagismo. Tratamento cirúrgico. Mastite crônica granulomatosa ocorre na tuberculose, sífilis, paracoccidioidomicose, histoplasmose, actinomicose, sarcoidose ou pode ser idiopática. Distúrbios inflamatórios Ectasia ductal: dilatação progressiva de ductos com acúmulo de secreção, em mulheres na peri e pós-menopausa. Lobulite linfocítica: frequentemente relacionada ao diabetes insulinodependente, em mulheres adultas jovens. Reações à prótese: podem provocar reação local com fibrose por extravasamento de silicone no estroma. O gel pode ser transportado pelos vasos linfáticos para os linfonodos axilares, com posterior calcificação em torno das áreas de fibrose e inflamação. Reação após reconstrução e aumento mamário também podem causar complicações como fibrose, hemorragia, inflamações e necrose. As doenças relacionadas à lactação podem ser confundidas com neoplasias por formarem nodulações: adenose fisiológica, galactocele, adenoma da lactação. Necrose do tecido adiposo pode ser associada a biópsia, irradiação e trauma e manifesta-se como uma massa palpável, simulando neoplasia. É processo autolimitado, curando por fibrose, encistamento e calcificação. Lesões epiteliais benignas Existem três grupos de lesões epiteliais benignas, de acordo com o risco subsequente de desenvolvimento de câncer de mama. Alterações mamárias não proliferativas (alterações fibrocísticas) Doença mamária proliferativa sem atipia (hiperplasia sem atipia) Doença mamária proliferativa com atipia (hiperplasia atípica) Alterações mamárias não proliferativas Alterações não proliferativas (sem proliferação epitelial), caracterizadas pela presença isolada ou associada de: 1.3.1 Cistos 1.3.2 Metaplasia apócrina 1.3.3 Fibrose estromal 1.3.4 Adenose Ocorre em mulheres entre 35 e 40 anos e são caracterizadas por massa palpável ou descarga papilar Diagnóstico diferencial com tumores Cistos Dilatação dos ácinos, com epitélio plano ou apócrino Metaplasia apócrina Células com citoplasma abundante, com secreção para a luz dos ductos Fibrose estromal Aumento do tecido conjuntivo que comprime os ductos Adenose simples Adenose com microcalcificações • Aumento do número de ácinos ou dúctulos por unidade lobular, resultando em aumento do tamanho do lóbulo, fisiológico na gravidez e amamentação. Em não grávidas, representa 25% das lesões benignas em biópsias de mama. Pode ser associada a microcalcificações, confluir e simular carcinoma nos exames de imagem e na microscopia. • A adenose simples não está relacionada a risco aumentado de evolução para carcinoma. Doença mamária proliferativa Caracterizadas pela proliferação das células epiteliais para o interior dos ductos e dúctulos (hiperplasia epitelial ductal ou lobular). Não são clonais e não estão associadas a mutações. Detectadas comumente como densidades mamográficas, calcificações ou são achados incidentais em biópsias. São preditoras de risco, mas não são precursoras do carcinoma. Hiperplasia epitelial Proliferação do epitélio para o interior de ductos ou dúctulos mamários, preenchendo e distendendo os ductos e lóbulos. Divididas em dois grupos: usuais (sem atipias) e atípicas. É um espectro de lesões que vai desde um padrão proliferativo e arquitetural mais simples até lesões complexas com atipias, podendo, não obrigatoriamente, evoluir para carcinoma in situ e invasor. Hiperplasia epitelial ductal Hiperplasia epitelial lobular Adenose esclerosante • O número de ácinos é maior que o normal, existem ductos terminais e ácinos dilatados. O estroma é fibroso, comprime e deforma os ácinos, que assumem uma forma serpiginosa. Microcalcificações podem estar presentes. • Risco aumentado para carcinoma em 1,2 a 2 vezes. Outras lesões proliferativas Alteração colunar Hiperplasia angiomatosa Lesão esclerosante complexa Papiloma intraductal Ninho central de glândulas emaranhadas e estroma hialinizado Hiperplasia epitelial com eixo fibrovascular central dentro de um ducto. Podem ser múltiplos. RISCO DE CANCERIZAÇÃO Alterações não proliferativas não aumentam o risco de câncer. A doença proliferativa aumenta 1,5 a 2 vezes o risco; quando existem atipias, o risco é 4 a 5 vezes. 20% das pacientes com lesões atípicas desenvolvem carcinoma. Controle radiológico rigoroso ou cirurgia profilática. NEOPLASIAS BENIGNAS (TUMORES) Epiteliais Papiloma Adenoma Papilomatose florida (adenoma do mamilo) Adenomioepitelioma Estromais Fibroadenoma Tumor phyllodes Tumores mesenquimais Neoplasias benignas epiteliais Papiloma ductal Adenoma ductal Neoplasias benignas estromais 1.Fibroadenoma A: a imagem radiológica mostra massa caracteristicamente bem circunscrita. B: na macroscopia, nódulo bem delimitado no tecido adiposo, circunscrito, branco, e elástico. C: a proliferação do estroma envolve, empurra e distorce o epitélio ductal. As margens são bem delimitadas no tecido adjacente. Neoplasias benignas estromais 2.Tumor phyllodes (cistosarcoma filoide) raro, menos de 1% dos tumores de mama Maior celularidade do estroma, crescimento excessivo, comparado a “folhas” (do grego phyllon=folha) Geralmente tem comportamento benigno, mesmo quando tem grandes dimensões, mas pode ser lesões de alto grau (carcinoma) NEOPLASIAS MALIGNAS O carcinoma da mama é a neoplasia maligna extra cutânea mais comum em mulheres Só perde em mortes por câncer para o tumor de pulmão Uma mulher de 90 anos tem uma chance em 8 de desenvolver câncer de mama 2012 (EUA) 226.000 mulheres tiveram diagnóstico de tumor invasor de mama 63.000 de carcinoma in situ 40.000 morreram da doença Raro antes dos 25 anos, mas a incidência aumenta rapidamente a partir dos 30 A maioria é adenocarcinoma, e podem ser divididos em três subgrupos biológicos principais, de acordo com a expressão de receptores de estrogênio e HER2 1. Receptor de estrogênio (RE) positivos/HER2 negativos (50-65% dos tumores) 2. HER2 positivos (10-20%) que podem ser RE positivos ou negativos 3. RE negativos e HER2 negativos (10-20%) Estes grupos mostram diferenças no que diz respeito às características do paciente, características histológicas, resposta terapêutica e sobrevida. Carcinoma de mama hereditário 5-10% dos carcinomas de mama ocorrem em indivíduos com mutações hereditárias nos genes supressores de tumor. O risco para estes pacientes é de mais de 90% BCRA1 e BCRA2: 80-90% dos carcinomas de mama hereditários e 3% de todos os carcinomas de mama. Também aumentam o risco de carcinoma de ovário, câncer de mama masculino, próstata e pâncreas TP53 e CHEK2: 8% PTEN, STK11 e ATM : 1% Carcinoma de mama esporádico Fatores de risco mais importantes Exposição hormonal Gênero, idade da menarca e menopausa, história reprodutiva, amamentação e estrogênios exógenos (estrógeno e progesterona administrados juntos por muitos anos). A ooforectomia diminui o risco em até 75%. Fármacos que bloqueiam os efeitos estrogênicos (tamoxifeno) ou a formação do estrogênio (inibidores da aromatase) também diminuem o risco de tumores RE+. Exposição à radiação Secundária a tratamentos de câncer, exposição à bomba atômica ou acidentes nucleares. O risco é maior com exposição em idade jovem e altas doses. Ex: mulheres entre 10-20 anos, com radiação torácica para tratamento de linfoma Hodgkin têm 20- 30% de desenvolverem câncer de mama nos próximos 10-30 anos. As mulheres idosasnão têm este risco. Classificação Carcinoma ductal In situ Invasor Carcinoma lobular In situ Invasor Carcinoma não invasivo: ductal Ductal in situ Proliferação epitelial maligna restrita aos ductos ou dúctulos mamários, sem invasão estromal. Raramente é palpável, detectado por mamografia Classificados em alto grau, grau intermediário e baixo grau, dependendo do grau nuclear e presença ou não de necrose. O carcinoma in situ de alto grau frequentemente recidiva e tende a desenvolver focos de invasão. Carcinoma não invasivo: lobular Lobular in situ Localizado nos lóbulos mamários 10-30% dos carcinomas in situ Geralmente multicêntrico, pode ser bilateral e é achado incidental Carcinomas invasivos: ductal e lobular 1. Ductal invasivo: diferenciação Carcinoma ductal invasivo Grupo heterogêneo de lesões, com vários subtipos, conforme a expressão gênica (luminais, basais, HER2/neu e outros). Massa palpável, endurecida, com 2-3 cm de diâmetro. Mamografia: densidade irregular e microcalcificações frequentes. Macroscopia: massa relativamente bem individualizada, amarelada e firme, com aspecto estrelado. Microscopia: formação de glândulas, ninhos, trabéculas ou ilhotas de células pleomórficas. Carcinoma lobular invasivo Lobular invasivo 10% dos casos. Prognóstico melhor, mas tende a bilateralidade e recidiva sistêmica tardia, com metástases sistêmicas em vários locais (cavidade abdominal, pleura, pulmão). Clinicamente pode formar nódulo ou ser difuso, não detectável à mamografia. Macroscopicamente pode formar massas firmes e estreladas ou somente espessamentos difusos. Microscopicamente, as células são pequenas infiltrando o estroma como filas indianas ou formando alvos. OUTROS TUMORES MALIGNOS Carcinoma tubular: 5-10%. Quando puro, é o carcinoma invasor de mama com melhor prognóstico. Carcinoma medular: 7%, prognóstico um pouco melhor que o ductal. Pode ser familiar. Carcinoma mucinoso: 2-3%, geralmente pós-menopausa, bom prognóstico. Carcinoma micropapilar: geralmente com metástases precoces Doença de Paget: disseminação intraepidérmica de tumor no mamilo. Carcinoma inflamatório: sinais clínicos inflamatórios, simulando mastite Carcinomas metaplásicos: mistura complexa de tumor com elementos escamosos ou sarcomatoide, raros, prognósticos ruins. Outros: adenoide cístico; secretor; papilífero; de células acinares; rico em lipídeos e apócrino; sarcomas; metástases. FATORES PROGNÓSTICOS Um marcador de prognóstico é qualquer elemento que possa, no momento do diagnóstico, dar informações a respeito da evolução da doença. Um marcador preditivo é o que fornece informações para a seleção de pacientes suscetíveis de responderem a uma determinada terapêutica (ex. receptores hormonais). PRINCIPAIS FATORES PROGNÓSTICOS Envolvimento axilar: a existência de metástases axilares diminui em 10 anos a sobrevida Tamanho do tumor: < 1,0 cm raramente metastatiza; > 3,0 cm recidiva elevada Tipo histológico Grau histológico: formação tubular + pleomorfismo nuclear + número de mitoses Índice prognóstico de Nottingham: baseado no tamanho do tumor + metástases + grau histológico Receptores hormonais: RE + RP. Tumores positivos geralmente respondem ao tratamento HER2/neu (C-Erb): hiperexpressão em tumores mais agressivos Índice proliferativo: MIB1/Ki-67. índice maior que 10% e RE positivos respondem melhor aos inibidores da aromatase (quimioterapia) Invasão angiolinfática Angiogênese – linfangiogênese: quantidade de neoformação vascular tumoral Perfil de expressão gênica (cDNA microarrays): tenta explicar o comportamento distinto dos tumores Genômica e sequenciamento de nova geração: perda do gene CDH1 no lobular (e-caderina); mutação nos TP53, PTEN e PI3K no ductal Disseminação Invasão local e por via linfática 25% dos tumores invadem o mamilo 30-50% dos casos há metástase linfonodal Sobrevida em 10 anos para pacientes com metástase em até 3 linfonodos 20% com mais de 4 linfonodos acometidos Metástases sistêmicas para pulmões, ossos, fígado, suprarrenais, ovários e SNC 30% das pacientes sem metástases para linfonodos desenvolvem metástases sistêmicas anos depois Os carcinomas lobulares geralmente disseminam-se para cavidades serosas, trato gastrintestinal e meninges, anos após a cirurgia. Linfonodo sentinela Com o rastreamento populacional para tumores de mama, consegue-se diagnosticar tumores em estágios iniciais, sem envolvimento axilar. Juntamente com a adoção de cirurgias conservadoras, foi introduzida a análise do primeiro linfonodo a receber a drenagem linfática, visando evitar o esvaziamento axilar pela grande morbidade: linfedema, dor, parestesia, hipoestesia e seroma TNM P: tamanho do tumor pTx: tumor não avaliado pT0: sem evidência de tumor primário pTis: in situ , incluindo Paget pT1: menor que 2,0 cm subdividido em a;b;c pT2: entre 2,0 e 5,0 cm pT3: maior que 5,0cm pT4: qq tamanho, com extensão para pele ou parede torácica Subdividido em a;b;c;d N: número de linfonodos (nodos) comprometidos pNx: linfonodos regionais não avaliados pN0: ausência de metástases Subdivididos em N0i-; N0i+; N0mol-; N0mol+ pN1: pN1mi pN1a pN2a: 4 a 9 linfonodos + pN3a: 10 ou mais linfonodos + Obrigada!
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