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RESUMO DE PATOLOGIA ① PRINCÍPIOS E TÉCNICAS BÁSICAS DO EXAME ANÁTOMO-PATOLÓGICO - Anatomia Patológico = estudo morfológico + imunoistoquímico -> diagnóstico de câncer Estudo morfológico = citopatologia + histopatologia * Obtenção de material p/ citopatologia: 1. Raspados de pele e mucosas (ex: papa Nicolau – exame citologia oncótica). 2. Líquidos e secreções orgânicas: urina, expressão mamilar, dentre outros; 3. Punção Aspirativa por Agulha Fina: permite a repetição no mesmo local, girando a agulha, é apenas citológico, não arquiva material para métodos complementares. * Obtenção de matéria p/ histopatologia: Fragmento de tecido -> Obtido através da Biópsia ou Peça cirúrgica. - Biópsias podem ser incisionais (retiram apenas parte da lesão) ou excisionais (exérese de toda a lesão). * Core-biopsy: Biópsia incisional, punção por agulha grossa, guiada por USG. Vantagem: método pouco invasivo e fica material remanescente arquivado para outros exames. * Onde inicia o diagnóstico? Coleta: - Identificação (de onde, de quem foi retirada?) - Fixador (onde foi colocada?) - Derramado; * A amostra deve ser representativa: A coleta deve ser feito em margens amplas e múltiplas amostras por punção são melhores que ré-coletas * Etapas do Exame Histopatológico: 1. Fixação: - Formol tamponado a 10%; - Volume 6 - 10x maior que a amostra; - Recipiente adequado. - Quanto ao volume deve prevalecer o bom senso: Em tecidos grandes Fazer cortes do tecido (se pá botar um papel toalha no corte) para garantir maior penetração do fixador. Se preciso, cortar a peça de forma que seja fácil remontá-la (corte parcial). - Uma boa fixação garantirá preservação citoarquitetural (p/ histopatológica) e preservação antigênica (p/ imunoistoquímica). - Boca do mesmo tamanho da base (pq a amostra passa fácil, mas enrijece no formol); - Se for pesado, forrado com compressa cirúrgica (garantir entrada do fixador - formol); - Frasco bem tampado. - O recipiente contendo o espécime deve ser rotulado com o nome do paciente, data e hora da retirada do material, topografia - Deve ser encaminhado por requisição médica (identificação do paciente, história clínica, exames complementares e hipótese diagnóstica); Laboratório de Histopatologia 3 Etapas do exame histopatológico: 1. Exame macroscópico ]--> Descrição do material a olho nu e retirada de fragmentos representativos. 2. Exame microscópico ]--> todo o procedimento de preparação até o microscópio; 3. Conclusão ]--> Diagnóstico ou Hipótese Neoplasias: - Novo crescimento, benigno ou maligno. Todo câncer é uma neoplasia, mas nem toda neoplasia é um câncer. - Tumor: massa anormal de tecido, de crescimento excessivo e não coordenado com os tecidos normais; Neoplasias são formadas por dois componentes básicos: 1. Células neoplásicas clonais que vão caracterizar a neoplasia, definir sua histogênese. 2. Estroma constituído por tecido fibroconjuntivo vascularizado e apresentando uma quantidade variável de células inflamatórias. Alguns tumores produzem colágeno --> endurecidos --> Desmoplasias. Estudo morfológico irá diferenciar os tumores, baseado em: 1) Diferenciação e anaplasia 2) Taxa de crescimento 3) Invasão local 4) Metástase 1) Diferenciação – É o quanto as células tumorais lembram as células do tecido normal (tumores benignos são em geral bem diferenciados, ex: leiomioma – só o padrão de crescimento permite o diagnóstico). Anaplasia – a falta de diferenciação (tumores malignos vão de bem diferenciadas para até completamente indiferenciadas, anaplásicos) – Usar histogênese (imunoistoquímica -> para definir a origem celular) - Falta de diferenciação: Atipia celular, caracterizada por: a) Pleomorfismo: variação do tamanho, forma e coloração entre as células e o núcleo de uma mesma região; b) Aumento do tamanho celular: por causa da divisão celular constante nas células tumorais, a cromatina nuclear está ativada, condensada, hipercromática. Figuras de mitose, células bizarras (dois núcleos, dois nucléolos, umas gigantes outras menores) c) Perda da polaridade: desorganização tecidual devido a alterações na polarização da membrana. 2) Taxa de crescimento – - Correlação inversa: ↑ diferenciada --> ↓taxa de crescimento. Definindo a neoplasia como maligna (câncer) -> temos que definir através do histopatológico: Histogênese: Tecido que deu origem (origem embrionária) a) Tecido conjuntivo e derivados: Lipossarcomas, condrossarcoma, fibrossarcoma, sarcoma osteogênico. b) Tecido muscular: leiomiossarcoma (liso), rabdomiossarcoma (estriado esquelético). c) Tumores endoteliais e tecidos relacionados: Angiossarcomas, linfagiossarcoma, sarcoma sinovial. d) Células sanguíneas: Leucemias e linfomas; e) Tumores de origem epitelial: Carcinomas, adenocarcinomas, seminoma. f) Tumores dos melanócitos: Melanomas g) Tumores mistos: derivado de mais de uma camada germinativa (Teratoma imaturo, tumor de Wilms...) 2) Sítio primário: Qual órgão ou estrutura de origem - > Ex: Adenocarcinoma bem diferenciado do estômago, Ex: carcinoma micropapilar invasiva da mama. 3) Dados necessários para Prognóstico e estadiamento: Isso mais a classificação tumoral vão definir o tratamento do paciente: a) Invasão vascular? b) Êmbolos tumorais? c) Invasão perineural?| e) Presença e intensidade do infiltrado inflamatório peritumeral (diz oq??) f) Presença de hemorragia e necrose: traduzem crescimento tumoral rápido, ou seja, alta taxa de replicação celular. g) Presença de invasão para cápsula do órgão (se ele tiver); h) Presença de invasão para órgãos ou tecidos adjacentes; i) Estado das margens cirúrgicas: livres ou não ② LESÕES NÃO NEOPLÁSICAS DA MAMA A mama feminina: Lóbulo (unidade secretora da mama) – ou unidade terminal ducto – lobular --> ductos segmentares --> ductos principais (maiores)--> seio lactífero--> saiu A mama é formada por: tecido adiposo, fibroconjuntivo de sustentação e células glandulares. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj08feGyLLhAhWDF7kGHUhGBOkQjRx6BAgBEAU&url=https://www.fcm.unicamp.br/drpixel/conteudo/anatomia-ultrassonografica-da-mama&psig=AOvVaw3tr2l4OcsE3n8dIXYW00pU&ust=1554334142930402 - Composição do Lóbulo mamário: região circundada por estroma inTERlobular (tec. fibroso denso), composta por ácinos, situados no estroma inTRAlobular (frouxo e com presença de linfócitos e células inflamatórias) --> - Composição dos Ácinos mamários (quiescentes antes da gravidez) --> camada interna (luminal) de células epiteliais (epitélio glandular, secretoras) e camada externa de células mioepiteliais (contrair-se para ejetar o leite) Se liga: A perda desta “dupla camada” é um forte indicativo de neoplasia e perda da camada mioepitelial. O tecido mamário sofre variações de acordo com o ciclo menstrual da mama, as fases: Fase proliferativa: - Estroma mais celular (mitoses); - Não há secreção; - Células mioepiteliais não vacuolizadas; - luz ductalar fechada e ausência de vacúolos; Fase secretora: - estroma mais frouxo; - luz ductular mais aberta – com secreção; - vacúolos com secreção; - grau de extravasamento --> infiltrado inflamatório percebe --> mastalgia pré-menstrual - edema mamário por retenção de líquido (característico da pré-menstruação) + atividade inflamatória em decorrência do extravasamento. - Por isso temos diversas lesões não neoplásicas: a) anomalias do desenvolvimento; b) doenças inflamatórias; c) doenças related to lactação (ex: excesso de proliferação) d) cistos, abscessos e) lesões proliferativas e não proliferativas: --> lesões de células colunares (epiteliais), alterações estromais (pseudoangiomatoides). f) hamartomas – remanescentesde células embrionárias ainda na mama (clinicamente insignificantes!) Localização Anatômica das Lesões 1. Unidade Lobular do ducto terminal: - Cisto: retenção de secreção--> ectasia do ducto (<1cm) --> cisto (se > ou = 1 cm). - Adenose: proliferação dos ductos --> ↑nº de ductos --> aumento do lóbulo. - Hiperplasia: ↑nº de células por ducto -> 3 camadas (ou mais) de células, onde eram 2! -> com atipia ou sem atipia (adiante...) 2. Ductos maiores e seios lactíferos: - Ectasia ductal: acúmulo de secreção nos ductos maiores dos seios – mais evidentes que a ectasia anterior --> se ocorre por infecção bacteriana (lembrar que está mais próximo do meio externo) --> dá em... - Abscesso subareolar recorrente: processo infeccioso comum em lactantes. 3. Estroma INTERlobular: Necrose gordurosa: ou esteatonecrose, proveniente de quaisquer traumatismo. --> Presença de histiócitos, necrose de adipócitos e infiltrado inflamatório. OBS: não é lesão pré-maligna (NÃO EXISTE lesão pré- maligna na mama) e reversível. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiW_qzYyLLhAhVAD7kGHYTSAhYQjRx6BAgBEAU&url=http://anatpat.unicamp.br/lamgin21.html&psig=AOvVaw0VxIfI7cvS5pgMoF_S013u&ust=1554334116203121 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwixrLLZzLLhAhWsGbkGHZvEAyoQjRx6BAgBEAU&url=http://anatpat.unicamp.br/lamgin21.html&psig=AOvVaw0VxIfI7cvS5pgMoF_S013u&ust=1554334116203121 Alterações Fibrocísticas - Doença mais comum da mama e motivo de muitas plásticas. - Não é pré-malígna, nem neoplásica; - Não proliferativa; - Provoca mamas nodulosas e irregulares -> mamas densas e com cistos; - Presente na grande maioria das mulheres. a) Fibrose Estromal: Rompimento dos cistos --> reações inflamatórias crônicas e fibrose --> tec. conj. denso na região interlobulares e lobulares. b) Cistos: dilatação dos lóbulos --> cheios de secreção. Recoberto por epitélio atrófico c) Adenose simples: Aumento do número de ácinos por lóbulos; comum na gravidez ou focal em mulheres não gestantes; - ácinos aumentados, mas NÃO distorcido; - NÃO é proliferativa! d) Metaplasia apócrina: Reação inflamatória --> processo adaptativo celular (Metaplasia) --> passam a ser como células de glândulas sudoríparas. - Ficam eosinofílicas + citoplasma abundante espesso; - Secretam muito --> cistos. OBS: Alterações fibrocísticas =/= Displasia --> Este é uma multiplicação desordenada e várias vezes pré- maligna, a primeira nunca! LESÕES PROLIFERATIVAS EPITELIAIS: a) Adenose proliferativa: ↑nº de ductos dentro de um lóbulo --> aumenta o diâmetro do lóbulo. - Mantém-se o número de camadas (2); b) Hiperplasia ductal e lobular: hiperplasia (aumenta-se o número de camadas) Adenose - ↑número de ácinos. Hiperplasia ↑aumento do epitélio. Diagnóstico diferencial: Adenose + Hiperplasia (BIRADS IVb ou IVc) --> porém totalmente benigna (parece com câncer) ADENOSE: Todas benignas!! a) Simples: já mencionada (não associado ao câncer, nem aumenta o risco) b) Esclerosante: radiologicamente parece um câncer de mama (BIRADS V) --> Conduta: retirar cirurgicamente (mamotomia ou cirurgia aberta); - Estroma fibroso entre os ácinos. - Não é pré-maligna, mas mulheres que a tem, têm mais chances de ter câncer. c) de ductos rombos: proliferação muito grande no interior --> perde o lúmen --> aspecto fechado. - Maiores as chances de câncer. d) Microglandular: ductos cada vez menores e compactados, fica difícil de distinguir se há camada mioepitelial; e) Adenose nodular: simula a formação de nódulos. f) Adenose apócrina: adenose + metaplasia apócrina Na nodular e microglandular (ou todas as Adenomas?) --> fazer imunohistoquímica para camada mioepitelial --> A presença de camada mioepitelial é o principal diagnóstico diferencial entre adenose esclerosante do câncer de mama! A adenose esclerosante simula invasão P63 – positivo – há células mioepiteliais. Ter camada mioepitelial não significa ser benigna (alguns cânceres a tem), mas significa pelo menos lesão não invasiva. Calcificação estromal: uma forma de cicatrização em decorrência de uma inflamação ou trauma. Microcalcificações intraductais: chances da célula ter sofrido mutação. (Se foi dentro do ducto – Há importância clínica para o câncer). – “ficar de orelha em pé” Calcificações de Monckeberg: ocorrem na parede dos vasos pela idade. HIPERPLASIAS DUCTAIS – 3 ou mais camadas TÍPICA: --> não aumenta as chances de câncer (única) -> com significado clínico: “florida”, com adenose no interior --> simula um câncer, mas não é! - Não precisa de cirurgia. - Quanto mais Irregular o lúmen, maiores as chances de ser Típica/usual. ATÍPICA: --> associada a mais casos de câncer. - O lúmen é mais regular (lúmen mais monomórfico) e não se fecha. - Periferia irregular e cheia de comissuras; -> com significado clínico: com adenose -> TTO: Hormonioterapia - Padrão cribiforme – microlúmens separados; - Padrão micropapilar – micropapilas sólidas - Padrão sólido – quando preenche inteiramente o lúmen - Padrão misto – mais de um tipo - Todas iguais ao carcinoma ductal in situ de baixo grau. Discreta (moderada): Florida (sem atipias): Com significado: do tipo florido, no interior tem uma adenose. --> simula um câncer OBS: Ginecológico – Preventivo – Porque no colo se encontra a lesão displásica (pré-maligna), daí trata. Exame de mama – não é preventivo, é detecção precoce – pois não há lesão pré-maligna. HIPERPLASIA LOBULAR ATÍPICA. - Idêntica ao CLIS – carcinoma lobular in situ (não existe mais) --> a diferença é que a hiperplasia não preenche mais que 50% dos ácinos de um lóbulo. Imuno histoquímica na dúvida: e-caderina: positivo (ductal), negativo (lobular). - Células monomórficas menores, arredondadas e pouco coesas CICATRIZ RADIAL/ LESÃO ESCLEROSANTE COMPLEXA: Centro fibroelástico circundado por estruturass epiteliais; Aspecto estrelado ou irradiado; Até 9 mm/ a partir de 10 mm. A lesão esclerosante complexa é a cicatriz radial + adenose + hiperplasia. OBS: Atipia --> tirar toda a lesão, Usual --> mais conservador. Hiperplasia de células colunares: mais de duas camadas de células colunares; Alteração de células colunares: apenas 2 camadas de células colunares. ③ NEOPLASIAS BENIGNAS DA MAMA: FIBROADENOMA – tumor benigno mais comum na mama; - Tumor bifásico (estromal e epitelial). - após a puberdade pode ocorrer; - em geral, múltiplo e bilateral. - Nódulos benignos, circunscritos e móveis à palpação; - Brancacento e mais endurecido que o entorno; - tem até 1 cm (em geral). - raramento maligniza; - pode se tornar “complexo” – cisto no seu interior, adenose. - Na sua ressecação, não precisa se preocupar com margem (↓recorrência) PAPILOMA INTRADUCTAL – tumor epitelial benigno mais comum – considerado misto, mas de origem inteiramente epitelial. - Nódulo retro areolar – cresce nos ductos principais. - Projeções exofíticas (papilas) sustentada por tecido conjuntivo vascularizado. - Dá sangramento no mamilo. - Tem algum grau de atipia celular; - Bordas bem delimitadas (se não: carcinoma papilar intracístico) - Papiloma Intraductal, Carcinoma papilar invasivo, Carcinoma papilar intracístico, Carcinoma ductal in situ no interior do papiloma --> suspeitar pela morfologia --> definir pelo exame imunohistoquímico [p63, células mioepiteliais e citoqueratina 5] TUMOR FILOIDE – forma de folha e projeções intraductais semelhantes a folhas. Também bifásico (estroma + epitélio). pode ser benigno, borderline ou maligno. - Aspecto macroscópico gelatinoso, não há boa delimitação do parênquima; --> áreas brancas (fibroso)entrecortadas por áreas amareladas (glandular). - Pico de incidência na sexta década, mas pode ocorrer em qualquer idade; - Crescimento muito rápido --> mastectomia com margem. - Muito heterogêneo --> examinar ele todo, em várias lâminas --> pode ter regiões de malignidade. Como dizer se ele é maligno, benigno ou borderline? --> nº de mitoses, atipia nuclear, pleomorfismo e capacidade de infiltração, presença de necrose <4 mitoses – benigno 4 – 9 mitoses – borderline >9 mitoses – maligno (um tumor filoides pode se malignizar). Tumores Epiteliais: - Papiloma; - Adenoma tubular e da lactação; Tumores mistos: - Fibroadenoma; - Tumor phylodes; Tumores mesenquimais: - lipoma; - Hemangioma; - Neutrofibroma ④ PATOLOGIA DO COLO UTERINO - O colo uterino é um defensor do trato genital. - O carcinoma cervical, no mundo é o 2º câncer mais comum em mulheres --> Metade é fatal. ECTOCÉRVICE NORMAL – Região do cérvix, em contato com a luz da vagina. - Epitélio plano estratificado, não queratinizado. - Camada basal com uma única camada de células escuras (pouco citoplasma). - A medida que “sobem”, migram, o epitélio ↑ citoplasma, cria maior armazenamento de glicogênio e ↓núcleo. - Não tem glândulas! - Assentado sobre tecido conjuntivo frouxo. ENDOCÉRVICE NORMAL – Tudo acima do ectocérvice, em contato com o lúmem uterino. - Epitélio colunar simples e grandular; - Forma glândulas endocervicais; ectocérvice <-----------------------> endocérvice JEC – Junção escamo-colunar: - União dos dois epitélios; - Inicialmente é no orifício externo ou bem próximo - Com o passar do tempo ocorre eversão (Ectrópio) -- > mais acentuado na gravidez. - A JEC passa a ocorrer, então na ectocérvice e não mais no orifício. Metaplasia Escamosa: - Formação de zona de transformação (processo adaptativo relacionado à expressão gênica). - p/ Colunar: pH ácido, flora bacteriana, relações sexuais. - p/ Escamosa (?): HPV, lesões precursoras, câncer de colo. - Pode iniciar displasias --> atipias --> Células da camada basal ocupando mais do que uma linha. Metaplasia pode ser leve, moderada ou grave --> Esta é precursora do câncer. Inflamações: -Flora vaginal e endocervical cheia de lactobacilos --> produzem ácido láctico (pH < 4,5) e peróxido de Hidrogênio. - Relações sexuais, duchas vaginais, sangramento, uso de antibiótico --> ↑ pH e ↓H2O2 --> favorece o crescimento excessivo de outros micro-organismos. - Infecções por gonococos, clamídia, micoplasma e herpes --> Levam a cervicites crônicas e agudas. - SE LIGA: alterações citológicas reativas ao processo inflamatório podem simular displasias. --> i.é descamação de célula epitelial com algum grau de atipia --> Resultado confuso ou inespecífico no Papanicolau. Ao exame: Colo edemaciado, supurativo ou sangrante. Citológico: sangue e infiltrado linfocitário Pólipo Endocervical: - Presente em 2 – 5% das mulheres adultas; - Sangramentos --> muito comuns, por serem frágeis. - Crescimento exofítico benigno; - Leva as mulheres ao médico. - Conduta: curetagem simples ou excisão cirúrgica. Câncer de Colo Uterino: - Carcinoma epidermóide (ou de células escamosas); - Compreendem a 80 – 90% das neoplasias cervicais; Problema de saúde pública: - Acomete mulheres jovens – idade fértil e profissionalmente produtivas. - Doença sexualmente transmissível (evitável com o uso de camisinha) A prevenção + diagnóstico precoce + tratamento curativo --> Fizeram o câncer de colo de útero deixar de ser a primeira causa de câncer em mulheres nos EUA e Brasil (No Norte/NE ainda continua 1º); Colposcopia (usa o espéculo) + Papanicolau. HPV – principal fato carcinogênico. (95%) - sexualmente transmissível; - DNA viral se incorpora ao do hospedeiro --> desemboca em lesões malginas. --> Infecções pelo HPV são comuns e frequentemente assintomáticas --> infec. Persistente aumenta o risco de desenvolver neoplasia. a JEP é um epitélio susceptível --> Os mais importantes são os HPV 6, 11, 16 e 18. --> p53 e RB --> genes supressores de tumor. Uma vez que eles faltam, prolongamento da vida celular e multiplicação. 1. Lesão se inicia nas células escamosas imaturas. --> 2. Replicação nas células escamosas em maturação e não proliferativas --> Reativa o ciclo mitótico interferindo em p53 e RB --> tumores; --> p53 e RB --> genes supressores de tumor. Uma vez que eles faltam, prolongamento da vida celular e multiplicação. Fatores de Risco: Relacionados ao HPV: - Baixo nível sócio-econômico; - Múltiplos parceiros; - Início precoce da vida sexual; - Multíparas; - Parceiro passado de múltiplas parceiras; - Tabagismo; - Anticoncepcionais; - Infecções associadas – Chlamydia - Imunossupressão; - Fatores nuitricionais (Vit A, folatos) Lesões Precursoras: - Contínuo morfológico; - Estágio pré-invasivo pode ser longo (20 anos); - Regredir ou não evoluir; - Maior grau de lesão --> maior risco de evolução. CIN = Neoplasia Intraepitelial cervical Alterações: - Perda da polaridade; - Atipia coloicética; -hipercromasia; - perda da maturação. Coilocitose: Efeito citopático viral. – aumento do núcleo e formação de vacúolo perinuclear. Citologia (Papanicolau) > 21 anos, fazer anualmente, > 30 anos, a cada 3 anos. Colposcopia (se encontrar alterações) Histologia (Biópsia) Diagnóstico Precoce (lesões pré-invasivas, prevenção) Tratamento Curativo. CITOLOGIA – É o raspado superficial. normal CIN1 CIN2 CIN3 - Perceber coilócitos – halo em volta do núcleo e é patognomônico do HPV. - Perceber ↓ do citoplasma e ↑ do núcleo, típico de perda da diferenciação celular. COLPOSCOPIA - Epitélio acetobranco – BIÓPSIA – Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau Lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL) Lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) COLPOSCOPIA – Epitélio acetobranco mosaico (mais feioso) – BIÓPSIA – Lesão intraepitelial escamosa de alto grau. CARCINOMA EPIDERMOIDE INVASIVO (CEC) - Carcinoma Escamocelular (CEC) Zona de transformação cervical --> ocorre diferenciação escamosa --> Lesão intraepitelial escamosa --> LSIL --> HSIL --> Infecção persistente por HPV 16 ou 18, promiscuidade sexual, tabagismo, contraceptivos orais, imunossupressão --> Carcinoma Epidermoide Invasor. 2º década --> Senelidade (pico 40-45). À Macroscopia: 1. Exofítico --> mais frequente; massa polipoide, melhor prognóstico. 2. Endofítico --> infiltrativo, úlcero-infiltrativo, mais agressivo – pior prognóstico. À Microscopia: - Maioria bem diferenciado. - Ceratinização individual ou pérolas córneas (cresce rápido e produz tanto que fica encerrado em pequenos grúmulos); - Células grandes; - Núcleos vesiculosos; - Núcleolo evidente; Disseminação direta – Local e contiguidade -> Peritônio, bexiga, urinária, ureteres, reto e vagina. Disseminação linfática – linfonodos pélvicos, Frequente – 11% estádio IB. Disseminação hematogênica – rara. medula óssea, fígado, pulmões, cérebro. - A morte depende da invasão em outros órgãos --> Bexiga, ureter, uretra. - Tratamento: ressecar com margem, cone (?), histerectomia – dependerá da invasibilidade e da vontade de ter filhos. CARCINOMA MICROINVASIVO: Definição: Invasão estromal < 3mm em profundidade e < ou = 7 mm em extensão horizontal. - Baixo índice de metástase linfonodal; - Recorrência infrequente; ADENOCARCINOMA DO COLO UTERINO: 10 – 15% das neoplasias do colo uterino; Puro ou associado ao CEC. - Causado pelo HPV e HIV (mas nem todos) – 90% < 40 anos - 43% > 60 anos (oi?) - Glândulas escuras, se comparadas às normais: --> núcleos grandes (hipercromáticos), --> citoplasma sem mucina. -Lesão intra-epitelial glandular/adenocarcinoma “in situ” --> frequência: 1/5 da NIC - Fica no canal endocervical – passa batido no Papanicolau. - Adenocarcinoma mucinoso (90% dos adenocarcinomas). ⑤CORPO UTERINO 2 componentes principais: - miométrio – feixes de músculo liso; - endométrio – glândulas embutidas e estroma celular. Endométrio: sofre variações segundo hormônios ovarianos. - a fase do ciclo ovariano pode ser evidenciado por uma biópsia do miométrio. O ciclo: se inicia com desprendimento de 2/3 superiores do endométrio (menstruação) --> Zona funcional, sensível aos hormônios. Fase Proliferativa: ↑ Estrógeno --> O terço basal se desenvolve rapidamente --> glândulas e estroma. - Glândulas retas e tubulares com células colunares regulares pseudoestratificadas. - Sem secreção de muco ou vacuolização. - Células do estroma compactas, com grande núcleo e muita atividade mitótica. - No fim da fase, LH, FSH e Estrógeno atingiram seus picos. Fase secretora inicial: - No momento da ovulação ou pós-ovulatório. - ↓ do estrógeno e ↑ da progesterona; - vacúolos secretores abaixo dos núcleos do epitélio glandular; - Os vacúolos, com a progressão do ciclo, empurram o núcleo até a 4ª semana. Fase secretora tardia: - Exaustão secretora e pré-decíduas; - ↑ progesterona que passa o estrógeno (21º- 22ºdias); - Células estromais adquirem eosinofilia, hipertrofias e edemas. - Ressurge a mitose; - Glândulas tortuosas e serrilhadas aspecto em “dente de serrote”. --> secreta tanto que a glândula encolhe. Decídua (após o 28º dia) - Dissolução do corpo lúteo e colapso de progesterona; - escape de sangue e descamação. as três primeiras fases do ciclo. Pólipos Endometriais: - comuns. Idade > 40 anos; - únicas ou múltiplas; - Lesões exofíticas: sésseis ou pediculados. - É raro que um adenocarcinoma surja em um pólipo. - Podem ter função secretora, hiperplásica ou atrófica. Quadro clínico: assintomáticos ou sangrantes Tratamento: Ressecação cirúrgica! Hiperplasia Endometrial: - lesão frequente e sangrante; - 15% de todas as afecções ginecológicas; - grande relação com o carcinoma endometrial; - Comum na perimenopausa; Aspectos clínicos: - sangrantes, ao USG demonstra um espessamento endometrial; - Biópsia/curetagem – diagnóstico; Patogênese: estimulação estrogênica prolongada!! Causada por muitas coisas: anovulação, ovários policísticos, hiperplasia do estroma ovariano ou tumores ovarianos funcionantes (estrógeno), obesidade, reposição estrogênica. PTEN (gene supressor tumoral) --> inativo em 63% das hiperplasias atípicas – pré-malingas. ↑ Estrógeno: com o passar do tempo leva à formação de desordens proliferativas, cistos aparecem e há remodelação tecidual. Hiperplasia benigna. Morfologia macroscópica: Endométrio espessado e cavidades císticas. Morfologia microscópica: aumento no número de glândulas em relação ao estroma. SE LIGA: 25% das hiperplasias atípicas se transformam em adenocarcinomas A – simples sem atipias: citologia semelhante ao endométrio normal. Hiperplasia simples com atipias é rara. B – complexa sem atipias: aglomerações e ramificação glandular, citologia normal (sem alterações do núcleo, pleiomorfismo, alterações de camadas, mitoses indevidas). C – complexa com atipias: sobreposição morfológica com adenocarcinoma endometriose. (25% progridem para câncer). ADENOCARCINOMA - Câncer invasivo mais comum do TGF (EUA); - idade (pico: 55-65); - Se divide entre tipo 1 e tipo 2. Fatores de risco: ESTIMULAÇÃO ESTROGÊNICA – menos a DM e HAS. - ciclos ovarianos funcionantes; - menarca precoce e menopausa tardia - nuliparidade; - TRH – estrógeno; - DM e HAS Se liga: O tamoxifeno é um antagonista do receptor de estrógeno na mama, mas agonista no endométrio -> perigo para hiperplasia. TIPO 1: - 85% - Associada à hiperplasia – estímulo estrogênico. - Mutação do PTEN - A maioria é de baixo grau (↓velocidade e agressividade) --> Melhor prognóstico - Nome: Adenocarcinoma endometrióide (principal representante --> adenocarcinoma mucinoso) - Quanto mais glândula e menos estroma, mais perigoso. Cribriforme – glândula dentro de glândula (típica de adenocarcinoma). Graduação FIGO: graduação baseada na formação de estruturas glandulares e no crescimento sólio. TIPO 2: - 15% - Não associado à hiperplasia --> Carcinoma intraepitelial. (tecido conjuntivo revestido por epitélio). - Mutação do p53. - Alto grau sempre --> pior prognóstico. - Papilífero, atipia intensa, ↑ mitoses e aberrantes, necroses - O endométrio adjacente está atrófico. Nome: adenocarcinoma seroso (adenocarcinoma de células claras). - Pico de 65 – 75 anos – contexto de atrofia endometrial. - Pouco diferenciado (grau 3) - Carcinoma intraepitelial é a lesão precursora. Disseminação dos Adenocarcinomas: Preferência na disseminação: Local > Linfática (posterior) > hematogênica (tardia) - o seroso tem disseminação precoce. Local: invasão direta do miométrio Extensão por contiguidade. Prognóstico – Fatores determinantes. - Tipo histológico (seroso ou endometrioide) - Grau histológico; - Estadiamento; Tipo II CARCINOSSARCOMA – tumor Mulleriano misto maligno (TMMM) – neoplasia mista (epitelial e mesenquimal) - Origem epitelial --> carcinoma com diferenciação sarcomatosa. (isto é, ele NÃO tem origem mista, mas no meio do processo desenvolve tecido mesenquimal – associado a pior prognóstico -> pq indica Indiferenciação). - Acomete pessoas em idade avançada; - Altamente malignos. Sobrevida em 5 anos: 25 a 30%. Macroscopia: - Massas polipoides; - Consistência macia; Microscopia: - componente epitelial + mesenquimal - mas lembre-se: origem epitelial. - Diferenciação heteróloga: cartilagem, osso, t adiposo). LEIOMIOMAS – tumor do miométrio - Neoplasia benigna do músculo liso; - Muito comum e pode ser múltiplo --> talvez o mais comum em mulheres - 25% das mulheres com mais de 30 anos. - Possui receptor de estrógeno e progesterona; Sintomatologia – depende de: Número, tamanho, localização - Dor, sangramento anormal, infertilidade/aborto. Transformação maligna: rara (2%). Localização: - Intramural, - Subseroso, - Submucoso. - Único ou múltiplos, - nódulos bem delimitados, - esbranquiçado de fasciculado. Leiomioma carcinossarcoma Morfologia do Leiomioma: - Feixese de células musculares lisas entrecruzadas. - Núcleos ovais, sem atipias. - Baixa atividade mitótica; - Degenerações: hidrópica, necrose hialina, hemorragia. LEIOMIOSSARCOMA – neoplasia maligna do miométrio 1,5% das neoplasias uterinas malignas - idade 40 – 60 anos. - altamente maligno; - disseminação na cavidade abdominal; - metástase sanguíneas (>50%); - pulmões, ossos e cérebro - sobrevida em 5 anos – 10 – 40%. - tumor muito reicidivante. Macroscopia: - intramural ou massa polipoide; - Consistência macia; - Tem necrose e hemorragia; Microscopia: - necrose coagulativa; - grande variedades de atipias: - distingue-se do leiomioma por ter: atipia nuclear, alto índice mitótico (10 mitoses por campos de grande aumento), necrose focal, mitoses atípicas. ENDOMETRIOSE – Tecido endometrial fora do útero (10% das mulheres). Quadro Clínico: DOR e infertilidade. Sintomas secundários em decorrência da invasão de tecidos vizinhos (intestino, bexiga) --> retenção urinária, constipação. - sangra no local, em resposta ao período menstrual. Localização: tudo que é canto, quanto mais longe, menos frequente (ovário, tubas uterinas --> pulmão, cérebro). Teoria metastática: como uma metástase – implantação do endométrio devido a ingurgitações da menstruação pelas trompas de falópio.Teoria metaplásica: metaplasia do epitélio celômica --> mesotélio da pelve ao abdômen. ADENOMIOSE – Tecido endometrial no interior do miométrio. Quadro Clínico: Dor e menorragia (↑aumento do sangramento no período menstrual), cólicas. Fisiopatologia: - Resposta à estimulação hormonal --> sangramentos cíclicos --> gera coleções sanguíneas --> cistos (ovário) – também chamado de endometriomas. - Organização da hemorragia --> Fibrose e Aderências (aderências de alças intestinasi ). Macroscopia: Massas/nódulos --> avermelhados, azulados, acastanhados. - Cistos com conteúdo achocolatado – endometrioma (última figura) - Aderências entre órgãos/Plascas fibrosas. Microscopia:
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