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Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Sociais e Educação - CCSE Curso de Licenciatura em Ciências Naturais – Física TEMAS DE FÍSICA I RELATÓRIO DA ATIVIDADE EXPERIMENTAL: LEI DE HOOKE E ASSOCIAÇÕES DE MOLAS Alexia Nazaré de Carvalho Roque Bianca dos Santos Pinheiro Mateus Malcher de Oliveira Raquel do Socorro Pantoja Paes BELÉM – PA 2017 INTRODUÇÃO TEÓRICA Desde o princípio da humanidade, a noção empírica da existência da deformidade de uma mola ou de um elástico sempre foi uma incógnita em busca de uma solução. Assim como os gregos procuravam entender a razão pela qual, ao esticarem indefinidamente a corda de uma harpa ela não voltava ao seu comprimento original, os índios também procuravam compreender o motivo do fato de que quando esticavam excessivamente a liga de um estilingue ela se rompia. Contudo, as primeiras relações matematicamente elaboradas só foram apresentadas à Comunidade Acadêmica em 1676 pelo físico inglês Robert Hooke (1635 - 1703), quando, ao observar o comportamento mecânico de uma mola ou um sistema elástico em geral, pôde estabelecer uma relação de proporcionalidade entre a deformabilidade dos materiais e as forças que o deformam, enunciando, assim, o que conhecemos hoje como a Lei de Hooke: As forças deformantes são proporcionais às deformações elásticas produzidas. Curiosamente, Hooke obteve estes resultados em 1660, porém não os publicou. A razão disso pode estar relacionada ao fato de que naquela época a demanda por publicações de artigos científicos era muito menor do que a atual. Em vez disso, Hooke codificou sua descoberta e a guardou na Real Sociedade de Londres para o Melhoramento do Conhecimento Natural. Futuramente, quando outro cientista anunciou ter chegado nos mesmos resultados, Hooke, então, publicou os seus. A Lei de Hooke consiste, basicamente, em considerarmos uma mola cuja a deformabilidade está associada a uma constante elástica k, constante esta que obedece um determinado limite. Dentro deste limite, que torna-se constante com o tempo e caracteriza a validade da Lei de Hooke, podemos deformar a mola das mais diversas maneiras possíveis, porém essa sempre retornará a sua posição de equilíbrio sem qualquer deformação permanente. No entanto, ao rompermos esse limite, conhecido na literatura como o ponto de não retorno, qualquer deformação na mola será permanente. De modo geral, costuma-se definir como deformação elástica aquela na qual as deformações somem com a retirada das forças e como deformação plástica aquela onde as deformações persistem mesmo após a retirada das forças que a originaram. Ao longo do desenvolvimento do relatório mostraremos quantitativa e qualitativamente os resultados de experimentos referentes ao sistema massa mola, de modo a compreender o funcionamento dos dinamômetros, conceituar a força elástica, quantificar o grau da elasticidade de uma mola e explicar, fundamentalmente, o significado físico-matemático da Lei de Hooke, através dos dados experimentais obtidos. OBJETIVOS Conceituar força elástica; Obter experimentalmente a relação entre força elástica e a deformação sofrida pela mola; Compreender o significado físico-matemático da Lei de Hooke; Quantificar o grau da elasticidade de uma mola; Verificar a validade empírica das expressões teóricas da constante elástica efetiva nas associações em série e em paralelo. MATERIAIS Duas molas helicoidais; Tripé de apoio com suporte horizontal; Blocos metálicos cilíndricos; Gancho; Régua milimétrica; Dinamômetro. PROCEDIMENTOS A atividade experimental é dividida respectivamente em dois momentos: Lei de Hooke e Associação de molas. Partindo disso, no primeiro momento deve-se montar o sistema suporte-mola como na figura (A) e, para isso, é necessário medir o comprimento inicial () da mola e o anotar. Por conseguinte, mede-se o peso do sistema cilindro-gancho através do dinamômetro, anotando em seguida o resultado. Posteriormente, pendura-se na extremidade livre da mola um bloco metálico cilíndrico por meio do gancho, assim como na figura (B). Sendo assim, se faz importante observar e anotar a deformação () sofrida pela mola. O processo deve ser repetido 4 vezes, contando com a primeira análise, e a cada repetição acrescenta-se um cilindro até completar 4 cilindros. Após a obtenção dos dados, há a montagem de um gráfico, podendo ser com auxílio de um aplicativo ou manualmente, da para auxiliar na análise dos dados. Já no segundo momento, deve-se identificar as molas e montar o esquema da figura 1, e após isso, determinar o comprimento inicial () da mola e medir o sistema corpo + mola com auxílio do dinamômetro; em seguida, anotar os dados obtidos. Seguindo, pendura-se um corpo (cilindro) na extremidade livre da mola com o auxílio de um gancho assim como na figura 2. Depois, é importante observar e anotar a deformação () sofrida pela mola. Por fim, ir aumentando o peso do sistema e repetir os procedimentos anteriores para novamente plotar um gráfico, com a relação para auxiliar na análise dos dados. Ressaltar que, o procedimento descrito deve ser aplicado separadamente à mola 1, à mola 2, à associação de 1 e 2 em paralelo (figura 3) e à associação de 1 e 2 em série (figura 4). Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 RESULTADOS Experimento 1 Comprimento da mola Comprimento da mola Deformação () Peso Corpo A + Gancho 11,3 cm 14,8 cm 3,8 cm 5 N Corpo (A + B) + Gancho 11,3 cm 18,1 cm 6,8 cm 9,5 N corpo (A + B + C) + Gancho 11,3 cm 21,9 cm 10,6 cm 14,5 N corpo (A + B + C + D) + Gancho 11,3 cm 25,6 cm 14,3 cm 18,5 N Dados Gráfico Experimento 2 Mola 1 Comprimento da mola Comprimento da mola Deformação () Peso Corpo A + Gancho 11,3 cm 14,8 cm 3,8 cm 5 N Corpo (A + B) + Gancho 11,3 cm 18,1 cm 6,8 cm 9,5 N corpo (A + B + C) + Gancho 11,3 cm 21,9 cm 10,6 cm 14,5 N corpo (A + B + C + D) + Gancho 11,3 cm 25,6 cm 14,3 cm 18,5 N Comprimento da mola Comprimento da mola Deformação () Peso Corpo A + Gancho 11,29 cm 14,9 cm 3,61 cm 5 N Corpo (A + B) + Gancho 11,29 cm 17,9 cm 6,61 cm 9,5 N corpo (A + B + C) + Gancho 11,29 cm 21,2 cm 9,91 cm 14,5 N corpo (A + B + C + D) + Gancho 11,29 cm 23,8 cm 12,51 cm 18,5 N Mola 2 Molas em paralelo Comprimento da mola Comprimento da mola Deformação () Peso Corpo A + Gancho 11,3 cm 13,6 cm 2,3 cm 5 N Corpo (A + B) + Gancho 11,3 cm 15,5 cm 4,2 cm 9,5 N corpo (A + B + C) + Gancho 11,3 cm 17 cm 5,7 cm 14,5 N corpo (A + B + C + D) + Gancho 11,3 cm 18,2 cm 6,9 cm 18,5 N Molas em série Comprimento da mola Comprimento da mola Deformação () Peso Corpo A + Gancho 24,3 cm 32 cm 7,7 cm 5 N Corpo (A + B) + Gancho 24,3 cm 38,6 cm 14,3 cm 9,5 N corpo (A + B + C) + Gancho 24,3 cm 45 cm 20,7 cm 14,5 N corpo (A + B + C + D) + Gancho 24,3 cm 50,6 cm 26,3 cm 18,5 N Gráfico Mola 1 Mola 2 Molas em paralelo Molas em série ANÁLISE DOS DADOS Conforme os dados da seção anterior, realizamos uma analise dos dados. Tendo em vista que = −k∆x, notamos que a equação descreve uma dependência linear entre F e a deformação da mola ∆x. Escrevendo esta dependência na forma matemática, temos a seguinte correspondência: , onde y = ; a = k ; x = ∆x ; b= 0 Ou seja, em um gráfico do modulo da versus a deformação ∆x da mola, teremos como coeficiente angular o valor da constante elástica k da mola. Sendo assim, tendo o coeficiente linear correspondendo a b=0 é possível determinar a constante elástica da mola graficamente. Valores da constante elástica (k) Constante elástica (k) Mola 1 0,7743 Mola 2 0,6631 Molas em paralelo 0.3365 Molas em série 1.366CONCLUSÃO Neste presente relatório, através dos procedimentos experimentais, compreendemos que os dinamômetros são dispositivos utilizados para medir a intensidade da força na medida em que o utilizamos para analisar o comportamento do sistema massa-mola. Além disso, ao obtermos experimentalmente a relação entre a força elástica e a deformação sofrida pela mola, conseguimos perceber que a força elástica, de fato, pode ser compreendida como uma força resultante da compressão ou distensão de uma mola, caracterizando, assim, a própria Lei de Hooke. Ademais, analisando os dados, conseguimos observar que a Lei de Hooke vale apenas no regime elástico da mola - isto é, a partir do momento que as molas sofrem deformações permanentes, elas deixam de satisfazer a Lei de Hooke. Em outras palavras, a relação linear entre a força e a deformação, no caso regime plástico, deixa de ser linear. O que, por sua vez, nos permite refinar o nosso entendimento físico-matemático da Lei de Hooke. Ou seja, a partir dessas conclusões, a Lei de Hooke pode ser interpretada como uma relação linear de proporcionalidade entre a força e a deformação de uma mola no regime elástico. Por fim, ainda com base na análise de dados, conseguimos verificar que as expressões teóricas da constante elástica: Associação de Molas: molas em paralelo Para a associação de molas em paralelo, aplicamos uma força de intensidade F, de modo que as molas sofram a mesma deformação x. Nessa situação, a mola M1 fica sujeita a uma força de intensidade F1 e a mola M2, a uma força de intensidade F2, tais que = x e = x. A mola equivalente submetida à força de intensidade F sobre a mesma deformação x. Tendo em vista que as molas estão sujeitas a um mesmo peso, temos: Sabendo que: Temos que: Tendo em vista que a deformação é a mesma, podemos simplificar: Com isso vemos que a constante da mola equivalente de uma associação em paralelo é a soma das constantes das molas. Associação de Molas: molas em série Para a associação de molas em série, aplicamos uma força de intensidade F. As molas M1 e M2 ficam submetidas à mesma força de intensidade F e sofrem deformações e , então, as forças são iguais, mas cada mola tem sua constante elástica. Temos então: Sabendo que: Temos que: Tendo em vista que a força é a mesma, podemos simplificar: Ou Com isso vemos que a constante da mola equivalente de uma associação em série é a soma do inverso ou o produto pela soma das constantes das molas.
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