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Resumo Processo civil

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1. No direito processual civil, quais são os pronunciamentos do juiz? 
São os pronunciamentos do juiz segundo art. 203, NCPC, as sentenças, decisões interlocutórias e os despachos. 
Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Ou seja, pondo fim ao processo na primeira instância; 
Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz decide questão incidental com o processo ainda em curso. A decisão interlocutória não põe fim ao processo, diferente da sentença. Para alguns casos específicos, contra tal decisão do juiz cabe agravo, no prazo de 15 dias, conforme estabelece o Art. 203 § 2º NCPC 
Nos despachos, determina medidas necessárias para o julgamento da ação em curso. Tratam-se, portanto, de meras movimentações administrativas – por exemplo, a citação de um réu, designação de audiência, determinação de intimação as partes e determinação de juntada de documentos, entre outros Art. 203 § 3º NCPC 
2. O que se entende por acórdão? 
Acórdão é o nome dado a uma decisão dada em um processo ou recurso, por um colegiado de juízes, desembargadores ou ministros, em segunda instância ou tribunais superiores. 
Uma vez presente os pressupostos extrínsecos e intrínsecos, é analisado o mérito do recurso conforme o entendimento do desembargador ou ministro relator, que em geral segue o mesmo entendimento da maioria do órgão colegiado a que pertence. A seguir, o relator encaminha seu voto ao desembargador ou ministro revisor, responsável por apresentar divergência ou não, que por sua vez poderá ser acolhida ou não. Por fim, realiza-se uma sessão para a apreciação dos termos do recurso, onde é prolatada decisão em que o revisor e o presidente acompanharão ou não o voto do relator, concluindo assim a elaboração do acórdão. 
Fundamentação: Art. 204 NCPC. 
3. Explique o que é sentença. 
Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz “põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução”. Pormeio da sentença, o juiz decide a questão trazida ao seu conhecimento, pondo fim ao processo na primeira instância. A sentença pode ser dada com ou sem julgamento do mérito, ou seja, acolhendo ou não a causa levantada pela parte. Caso exista recurso ao tribunal, os desembargadores podem proferir um acórdão. Tanto a sentença quanto o acórdão marcam o fim do processo, ao menos na instância em que se encontra. 
4. Explique o princípio da adstrição em relação à sentença cível. 
Refere-se à necessidade de o magistrado decidir a lide dentro dos limites objetivados pelas partes, não podendo proferir sentença de forma extra, ultra ou infra petita. 
5. O magistrado, ao proferir uma sentença exercendo a jurisdição, pode decidir e conceder menos do que foi pedido pelo autor, mais do que foi pedido, ou mesmo fora do pedido? Explique. 
Não, o juiz podera conceder sentenca somente mediante pedido das partes, pois de acordo com o Art. 492 no NCPC, ao juiz é vedado proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida, assim como exceder a condenação ou limita-lá. 
6. O que significam as expressões citra petita, extra petita e ultra petita em relação à sentença judicial? 
O afastamento dos limites mencionados no art. 492 NCPC caracteriza as sentenças citra petita, ultra petita e extra petita, o que constitui vícios e, portanto, acarreta a nulidade do ato decisório. 
Sentença citra petita é aquela que não examina em toda a sua amplitude o pedido formulado na inicial, ou seja, no pedido inicial o juiz não cogita o pedido do autor ou do réu, mesmo tendo constatado excedentes. 
Na sentença ultra petita, o defeito é caracterizado pelo fato de o juiz ter ido além do pedido do autor, dando mais do que fora pedido. 
Extra petita quando a providência jurisdicional deferida é diversa da que foi postulada; quando o juiz defere a prestação pedida com base em fundamento não invocado; ou acolhe defesa não arguida pelo réu 
7. Explique o que são sentenças condenatórias, declaratórias e constitutivas. 
Sentença condenatória é aquela que, além de promover o acertamento do direito, declarando-o, impõe ao vencido uma prestação passível de execução. A condenação consiste numa obrigação de dar, de fazer ou de não fazer. Os efeitos da sentença condenatória são, em geral, ex tunc, isto é, retroagem para alcançar situações pretéritas. Exemplos: os juros moratórios fixados na sentença (Art. 240 NCPC). Exemplo: na ação de reparação de danos o juiz declara a culpa do réu e condena-o a indenizar (obrigação de dar). 
A sentença declaratória tem por objeto simplesmente a declaração da existência ou inexistência de relação jurídica, ou da autenticidade ou falsidade de documento (Art. 19, I e II, NCPC) Exemplos: a declaração da existência de um crédito. 
Na sentença constitutiva, além da declaração do direito, há a constituição de novo estado jurídico, ou a criação ou a modificação de relação jurídica. Exemplos: divórcio; anulatória de negócio jurídico; rescisão de contrato e anulação de casamento. (Art. 182 CC). 
8. Decisão interlocutória é um pronunciamento judicial? Qual o fundamento jurídico? Pode-se dizer que a decisão judicial com base no art. 357 do Código de Processo Civil é interlocutória? Explique. 
Sim, fundamentado no Art. 203 § 2º NCPC é um pronunciamento e decisão do juiz antes da sentença. Sendo passível de recurso, o Art. 357 do CPC se refere a uma decisão interlocutória, que serve para afastar os vícios e nulidades do processo ou complementar informações, afim de preparar o processo para a sentença. 
9. O que se entende por elementos da sentença? Explique cada um deles. Qual o fundamento jurídico? 
Art. 489 do NCPC – São elementos essenciais da sentença: 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. 
10. Em uma ação judicial, ao contestar a petição inicial, o réu apresentou reconvenção. O juiz entendeu que não eram necessárias outras provas a serem produzidas e, desde logo, julgou o processo sem necessidade de audiência. Serão necessárias duas sentenças sendo uma para o pedido do autor e outra para a reconvenção? Explique. 
Não, pois conforme o Art. 356 do NCPC, o juiz poderá antecipar o julgamento do mérito e sua sentença, possuirá o relatório de ambos os fatos alegados e contestações para resolver o mérito. 
11. O que se entende por trânsito em julgado e coisa julgada? 
Trânsito em julgado, significa que a decisão do juiz (ou do desembargador ou ministro, dependendo em qual grau de jurisdição seu processo está) é definitiva, não pode mais ser modificada, não vai ser possível apresentar mais nenhum recurso, ou seja, o processo chegou ao fim. 
Coisa julgada, em regra, é imutável e irrecorrível Mas existem exceções à coisa julgada, quando um assunto que já transitou em julgado poderá ser discutido novamente, que são: a ação rescisória, situações jurídicas continuativas (que podem mudar ao longo do tempo, como, por exemplo, a necessidade de pensão alimentícia). 
Ou seja, o trânsito em julgado inicia a coisa julgada, conforme prevê o Art. 502 NCPC. 
12. Qual a diferença entre coisa julgada formal e coisa julgada material? 
Denomina-se Coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário, advém de uma sentença de mérito. 
Coisa Julgada Formal é a impossibilidade de modificação da sentença no mesmo processo, como consequência da preclusão dos recursos, advém de uma sentença terminativa, mas sem resolução do mérito. 
13. Uma ação extinta sem resolução do mérito faz coisa julgada? Explique. 
Sim, faz coisa julgada formal, podendo ser objeto de um novo processo, pois não houvea resolução do mérito. 
14. Qual parte da sentença transitada em julgado? 
Segundo prevê o Art. 504 do CPC, a parte da sentença que transita em julgado é o elemento do dispositivo da própria sentença. 
15. Explique os limites objetivos e subjetivos da coisa julgada. 
A investigação dos limites objetivos da coisa julgada consiste na verificação daquilo que transitou em julgado, ou seja, quais as partes da sentença estão protegidas pelo manto da imutabilidade e da indiscutibilidade. Art. 469 CPC 
O limite subjetivo da coisa julgada é definido pelo artigo 472, 1ª parte, do CPC, tal dispositivo indica quais os sujeitos serão atingidos pela imutabilidade do comando emergente e os efeitos da sentença. 
 
16. O juiz sentenciou um processo, resolveu o mérito e as partes não recorreram. Referida decisão transitou em julgado. Uma lei posterior poderá prejudicar esta coisa julgada? Explique e dê o fundamento jurídico. 
Em regra, a lei não retroagirá, sendo assim, não deve prejudicar coisa julgada. Contudo, no artigo 505 do CPC, é permitido ao juiz, mediante pedido de revisão, decidir novamente se a sentença se trata de relação jurídica de trato continuado (Inciso I) ou nos casos permitidos em lei (Inciso II). 
17. O que significa dizer que uma sentença está sujeita ao duplo grau de jurisdição em “remessa necessária”? Qual o fundamento jurídico? Explique. 
O princípio do duplo grau de jurisdição, consiste na possibilidade assegurada às partes de submeterem matéria já apreciada e decidida pelo juízo originário a novo julgamento por órgão hierarquicamente superior, ou seja, reexame necessário – ou remessa necessária –, que não deve ser considerado recurso, tem natureza jurídica de condição de eficácia da sentença. Art. artigo 496 – I e II do CPC 
18. O que significa o termo “perempção” em Processo Civil? Explique e responda com base no art. 486, “caput” e parágrafos do CPC/15. 
Perempção é a perda do direito do autor de demandar o réu sob o mesmo objeto da ação, em exemplo o artigo 486 do CPC, é explicito que o autor que configurar o sucessivo abandono da causa por três vezes, referente ao mesmo objeto, terá seu direito perempto, por falta de interesse processual, podendo o juiz, reconhecer de ofício. 
19. É possível a conversão em perdas e danos em uma ação que condenou o réu a uma obrigação de fazer, obrigação de não fazer ou de entregar coisa? Explique e dê o fundamento jurídico. 
Conforme o artigo 499 do CPC, sim será possível a conversão em perdas e danos das obrigações quando o autor requerer, ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela prelo resultado prático equivalente. 
20. Faça uma redação de forma bem completa explicando a tramitação de um processo desde a petição inicial até a sentença no procedimento comum previsto no Código de Processo Civil. 
Sob eixo do NCPC, o processo iniciará com a petição inicial, preenchendo os requisitos dos Art. 319, 320 e 321, que após deferimento, haverá despacho do juiz para citação das partes. Citado o réu, haverá a audiência (Art. 334) no qual poderá ser extinta com um acordo (Art. 487-III-b) ou ser decretada revelia (Art. 238). No caso de audiência infrutífera, deverá o réu, em 15 dias, contestar o alegado pelo autor (Art. 335), podendo, também, reconvir contra este (Art.343). 
Posteriormente, caberá a parte autora, em 15 dias, fazer a réplica (Art.351) do atestado pelo réu/reconvinte. Logo após haverá a decisão saneadora (Art.357) ou o julgamento antecipado da lide (Art. 356), quando o juiz não necessitará de mais provas a serem produzidas. Em seguida, o julgador poderá intimar as partes ou para prestar, em 5 dias, esclarecimentos, ou para a audiência de instrução e julgamento, na qual a sentença poderá ser confeccionada imediatamente ou em dia marcado. Caberá (ou não), depois, os recursos previstos no Art. 994 contra a sentença.

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