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RELATORIO LETRAS FAEL

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FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA
CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTE PARA EDUCAÇÃO BÁSICA - LETRAS
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II–ENSINO MÉDIO
KELLEY CHISTIAN FERREIRA DE JESUS: 190117562 
BRASÍLIA
2019
FACULDADE EDUCACIONAL DA LAPA
CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTE PARA EDUCAÇÃO BÁSICA - LETRAS
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II – ENSINO MÉDIO
Trabalho apresentado como requisito parcial para a atribuição de nota na disciplina de Estágio Supervisionado II, do curso de Licenciatura em Letras da Faculdade Educacional da Lapa – FAEL.
Orientador: Professora Thaisa de Paulo Machado
KELLEY CHISTIAN FERREIRA DE JESUS: 190117562 
BRASÍLIA
2019
INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como finalidade apresentar as informações que foram obtidas pela escola durante o estágio supervisionado II do curso de letras da faculdade FAEL. Nas atividades desenvolvidas no decorrer do estágio foram observadas a da prática docência da professora Mariana Gonçalves Ribeiro Felix, a qual me orientou nesse período de 80 horas-aula, e, que pude fazer a análise crítica da situação de ensino/aprendizagem de Língua Portuguesa nos 1º ao 3° ano do Ensino Médio, com a intenção de registrar tudo que o que foi visto por mim, no que tange as experiências vividas durante o estágio. O estágio foi realizado na Escola CM Duque de Caxias em São Sebastião – DF em todas as turmas do Ensino Médio. 
O Estágio de Licenciatura é uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº 9394/96). O estágio é necessário à formação profissional a fim de adequar essa formação às expectativas do mercado de trabalho onde o licenciado irá atuar. Assim o estágio dá oportunidade de aliar a teoria à prática. Para Francisco e Pereira (2004) o estágio surge como processo fundamental na formação do aluno estagiário, pois é a forma de fazer a transição de aluno para professor “aluno de tantos anos descobre-se no lugar de professor”. 
Este é um momento da formação em que o graduando pode vivenciar experiências, conhecendo melhor sua área de atuação. “O Estágio Supervisionado consiste em teoria e prática tendo em vista uma busca constante da realidade para uma elaboração conjunta do programa de trabalho na formação do educador (GUERRA, 1995)”. O Estágio Supervisionado visa fortalecer a relação teoria e prática baseado no princípio metodológico de que o desenvolvimento de competências profissionais implica em utilizar conhecimentos adquiridos, quer na vida acadêmica quer na vida profissional e pessoal. Sendo assim, o estágio constitui-se em importante instrumento de conhecimento e de integração do aluno na realidade social, econômica e do trabalho em sua área profissional. 
O Ensino médio consiste na terceira etapa da Educação Básica para alunos de 15 a 17 anos aproximadamente. Conforme a Constituição Federal de 1988, previa a progressiva expansão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio (art. 208, Inciso II) como dever do Estado. Conforme (VIEIRA, 2001), diante da reestruturação do estado e da redefinição de suas obrigações sociais, esse artigo é reescrito na Emenda constitucional nº 14/96 como progressiva universalização do ensino médio gratuito. Dessa forma ao retirar o termo obrigatoriedade, o dever do estado passa a ser de universalizar o ensino médio gratuito. 
Para a realização deste trabalho foram realizadas observações participantes na escola e em uma das turmas da mesma. Também foram planejados e aplicados 5 planos de aula com temas e conteúdos diversos, que envolveram diversos temas relacionados com a disciplina de português, aulas interativas, utilização do livro didático, peças teatrais, internet e aplicação de trabalhos e avaliações.
O texto deste relatório está subdividido da seguinte forma: Introdução, que apresenta de forma geral o conteúdo do trabalho. Desenvolvimento que apresenta a caracterização da instituição, subdivida na História da Instituição, Estrutura Física, Organização da Entidade Escolar e Administrativa, Metodologia, Relação da Escola com a Família, Projetos de maior Impacto, Ludicidade e Avaliação; Inclusão na Escola Estagiada; Observação referente a participação da turma escolhida; Participação em Conselho de Classe e Reunião de País e Mestres; Descrição da Docência, subdividida com os 5 (cinco) planos de aulas; Considerações Finais, que se referem aos aprendizados obtidos a partir da realização do Estágio Supervisionado II; e Referências Bibliográficas, que envolvem os materiais de apoio e pesquisa utilizados para elaboração do Relatório de Estágio.
 DESENVOLVIMENTO
Neste item do relatório serão apresentados os relatos de todas as etapas cumpridas no Estágio Supervisionado II do Ensino Médio, articulando-se a descrição das observações e das ações realizadas com o referencial teórico pertinente a cada situação informada, a caracterização da instituição estagiada, a inclusão frente a escola, a observação participante da turma, a descrição da docência realizada de acordo com os planos de aula planejados e as referências utilizadas para construir o presente relatório.
CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
HISTÓRIA INSTITUCIONAL
A instituição observada durante as atividades deste estágio encontra-se localizada na Rua 09, Quadra 01, Conjunto ‘A’, Chácara 07, Vila Nova, em São Sebastião – DF; é mantida por Maria Egilde Gusmão Coutinho – ME, CNPJ 38.055.315-0001/09, com firma individual destinada à prestação de serviços educacionais, registrada na Junta Comercial do Distrito Federal sob nº 5310052488-9, cuja sede própria desde o início de sua criação, funciona no mesmo endereço. A Escola Fundamental Paraíso, foi criada em 08 de fevereiro de 1993, sendo anteriormente denominada pelo nome fantasia ‘Raio de Sol’, e hoje em funcionamento a escola CM Duque de Caxias, no entanto, utilizando o mesmo CNPJ da Escola Fundamental Paraíso. O nome foi inspirado por a escola estar em uma área verde, bonita e preservada até hoje, onde os raios solares brilhavam entre as sombras das árvores, tornando o local um ambiente agradável e inspirador. 
ESTRUTURA FÍSICA
Atualmente a escola Fundamental Paraíso atende aproximadamente 650 alunos de São Sebastião e condomínios próximos. Dispõe de 22 (vinte e duas) salas de aula, amplo espaço físico e materiais pedagógicos necessários ao enriquecimento curricular, a saber, o Corpo Docente, Conselho de Classe, Corpo de Especialistas – Diretor, Orientadora Educacional, Corpo Administrativo – Secretaria Escolar – Coordenadora Pedagógica -, Administrativo - Atendente de Sala de Leitura; Porteiros; Vigias; Serviços de Zeladoria; Almoxarife -; e, possuem 3 TV de plasma 42 polegadas, 1 sala de multimídia, 2 copiadoras, 12 computadores para uso administrativo, 6 notebooks, 20 data-show, 14 salas de aula interativa com computador ligado a internet e projetor de imagem, 14 telas de projeção de imagem, internet banda larga, 1500 carteiras escolares, brinquedoteca com diversos brinquedos pedagógicos (legos, fantoches, placas de trânsito, sólidos geométricos, jogos pedagógicos e outros), além disso possuem 1 sala para a Secretaria Escolar, 1 para a Direção, 1 para a Coordenação Pedagógica,1 sala para o Serviço de Orientação Educacional,1 sala de Xerox,, 1 para almoxarifado, 16 banheiros, pátio coberto e descoberto, 4 banheiros adaptados para portadores de necessidades especiais, 2 piscinas, 1 sala de leitura, 1 laboratório de ciência, 1 lanchonete e um laboratório de informática com 30 computadores. Como atividades extraclasses, a escola oferece aos alunos aulas de Karatê, Bale e Natação.
ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR E ADMINISTRATIVA
A Instituição acima citada está organizada em turmas por faixa etária de acordo com a legislação vigente e compreende creche I – para crianças de 1 ano e 6 meses a 2 (dois) anos -, creche II – para crianças de 2 (dois) anos -, creche III – para crianças de 3 (três) anos -, e Pré – Escola I – para crianças de 4 (quatro) anos -, Pré-Escola
II – para crianças de 5 (cinco) anos. No Ensino Fundamental I está organizado por faixa etária, CSA – Ciclo Sequencial de Alfabetização (5º ano) e anos finais (6º ao 9º ano). Neste presente documento não estão relacionadas à forma, a características e conteúdo do Ensino Médio, o qual é o presente trabalho, tendo em vista que não foi atualizado pela instituição o PPP por este apresentado, no entanto, verifica-se o Ensino Médio (1° ao 3° ano). Apenas 1 turma para cada ano do ensino médio com aproximadamente 30 a 40 alunos em sala, sendo no turno matutino e vespertino, ou seja, são 6 turmas para este ensino.
Algumas regras deverão ser utilizadas durante o período em que estiverem na escola como prestar as continências regulamentares para a Bandeira Nacional, para o(a) Diretor(a) da Unidade Escolar e para os demais superiores hierárquicos e funcionais, assim considerados os diretores, coordenadores, professores, chefes de grupamento e subgrupamento, supervisores/monitores de conduta disciplinar, alunos em posição de comando (independente da antiguidade) e todos os demais alunos em posição hierárquica superior, nos termos das normas disciplinares e de hierarquia do CMDC.
METODOLOGIA
Quanto à elaboração do Projeto Político Pedagógico da Escola Fundamental Paraíso, foi elaborado e construído com embasamento na teoria do desenvolvimento humano e nos seguintes teóricos, Jean Piaget, Lev S. Vygotsky e Henri Walton. De acordo com as perspectiva construtiva de Jean Piaget, o conhecimento humano se constrói na interação homem-meio e sujeito-objeto, e acontece por meio de graduações sucessivas de estágios de desenvolvimento da criança. 
Vygotsky, na teoria sócio interacionista, apresenta desenvolvimento e aprendizagem, como processos inseparáveis, mesmo que distintos, e que o desenvolvimento humano depende do aprendizado que a criança realiza num determinado grupo social, compartilhado, por meio de mediação e do processo de internalização, sendo o meio social determinante do desenvolvimento humano e que isso acontece, fundamentalmente, pela aprendizagem da linguagem, que ocorre por imitação.
Walton ressalta que o desenvolvimento ocorrente, por uma sucessão de estágios, à maneira da teoria de Piaget, mas por meio de um processo assistemático e contínuo, em que a criança oscila entre a afetividade e a inteligência, sendo que a aprendizagem é dialética e que não existem verdades absolutas, apenas direções e possibilidades.
O desenvolvimento infantil parte de quatro aspectos básicos, físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social, desse modo, é possível conhecer as características comuns de cada faixa etária.
A aprendizagem na Escola Fundamental Paraíso é embasada na concepção interacionista em que o conhecimento é produto da interação entre o sujeito e o objeto, sendo, portanto, considerado como uma construção contínua, possibilitando ao aluno desenvolver suas potencialidades, e posteriormente, intervir no processo sociocultural e inovar a sociedade. A escola visa à valorização da experiência dos alunos dentro e fora da escola, e propõe a vinculação entre a educação escolar, a comunidade, o trabalho e as práticas sociais, a partir das diversas manifestações do aluno, Tanto na dimensão da aprendizagem, como nas dimensões artísticas, culturais, políticas, éticas, estéticas e afetivas do indivíduo, para tal, estimula e abre espaço para o desenvolvimento da criatividade, da curiosidade, da cooperação e do espírito inventivo.
A metodologia adotada pela Escola é a do método sócio-individualizador – combina as duas atividades, a individualizada e a socializada, alternando em suas fases os aspectos individuais e sociais – que procura equilibrar a ação grupal e o esforço individual, no sentido de promover a adaptação do ensino ao educando e o ajustamento desses ao meio social, promovendo maior flexibilidade metodológica desenvolvida em diferentes situações didáticas de forma simultânea ou seqüencial, oferecendo ao aluno a oportunidade de desenvolver as capacidades de perceber, analisar, observar, teorizar, sintetizar, e aplicar os conhecimentos adquiridos durante o processo de aprendizagem no meio social. Já a metodologia de currículo é a forma como a instituição se organiza, seja dinamicamente ou flexível, com embasamento teórico e diretriz fundamentadas, construído a partir da realidade do aluno e dos aspectos sociais, culturais e políticos da comunidade local de São Sebastião e da sociedade.
RELAÇÃO DA ESCOLA COM A FAMÍLIA
Segundo análise do PPP, a relação da escola com a família se aperfeiçoa durante todo ano através de encontros em atividades extraclasses como festas, auditórios, passeios e gincanas, onde se envolve os pais e demais familiares com objetivo de estreitar os laços entre escola e família, além do mais os pais tem livre acesso a escola, podendo ser ouvidos em seus anseios, solicitações, sugestões e reclamações, sendo a mesma local de integração onde podem sentir a instituição como local acolhedor e seguro. A escola busca trabalhar em parceria com as famílias das crianças, solicitando que os pais valorizem a cada trabalho desenvolvido na instituição, que participem da produtividade de seus filhos, do que eles realizam durante o dia letivo, sensibilizando que a participação é necessária, é um direito e um dever de todos os cidadãos.
PROJETOS DE MAIOR IMPACTO DESENVOLVIDO PELA INSTITUIÇÃO
Projeto pode ser entendido como um processo que é organizado, com objetivos pré-estabelecidos, prevendo alguma ação posterior à sua projeção, alguns veem como uma antecipação de possibilidades. Portanto, um projeto tem início, meio, fim, recursos e duração definidos e limitados, em sequência de atividades interligadas. Na educação projeto tem sua singularidade, podemos ver a definição contextualizada:
 Na palavra projeto está contida uma intencionalidade, que ainda é um vir a ser, algo que, como a arte. Mas a palavra também designa o que será feito, entendido com maior ou menor grau de rigidez nessa proposição. Assim, a palavra projeto designa tanto o que é proposto para ser realizado quanto o que será feito para atingi-lo. Um projeto é um vir a ser, uma intenção que precisa ser, continuamente, avaliada e replanejada. (LIMA, 2013, p. 48).
Entretanto, objetivando a valorização da construção do conhecimento, não apenas conjuntos de técnicas, estratégias e regras predeterminadas, os projetos devem ser processos contínuos que demonstrem uma posição fundamentada e que seja coordenada por um indivíduo apto para interpor, conduzir e sistematizar. Atualmente, no Colégio existem alguns projetos interdisciplinares, sendo projeto nº1 Momento Cívico, projeto nº2 Banda musical e projeto nº 03, Dança rítmica. Lembrando que em relação ao PPP, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN no 9394-96), responsabiliza as escolas/colégios à elaboração e execução do PPP. A lei evidencia a relevância do PPP nas instituições escolares, e que as mesmas precisam constituir o seu, de forma a contemplar todas as demandas individuais e coletivas da instituição e da comunidade onde está inserida.
 
LUDICIDADE
A ludicidade usada em sala de aula, geralmente tem o papel didático, com objetivos
propostos ou para distrair e descontrair crianças e jovens. A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a liberação das relações passivas, técnicas para as relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e modificador da sociedade. (ALMEIDA, 1998, p.31-32).
Uma das causas comum de dificuldades escolares é a dispersão. O universo cotidiano dos alunos oferece estímulos rápidos e superficiais. Por isso, alguns se sentem desconfortáveis quando solicitados em atividades de concentração e esforço mental.
Sentar, estudar e ouvir o professor torna-se uma tarefa difícil.
A globalização trouxe novos parâmetros de competitividade, e o avanço científico não mais abriga perspectivas para a indecisão. Ou a escola e empresa se modernizam e se transformam em centros estimuladores e criadores de novas pessoas ou aceitam e acolhem a certeza de que “seu tempo passou”. (ANTUNES, 2000, p.28).
 Desta forma, ao incluir o lúdico, é o mesmo que ampliar os horizontes de cada aluno? É mostrar que para cada situação-problema existe a solução de diversas formas? Que a estratégia se faz necessária para que se vençam obstáculos? É mostrar o caminho? Pensar sobre e como percorrê-lo? Portanto, conforme afirma Veiga (2000) político e pedagógico tem assim uma significação indissociável. Segundo essa perspectiva, é necessário ainda que o corpo técnico-docente da escola esteja comprometido com uma posição política pautada no atendimento à necessidade de todos os indivíduos, indistintivamente. 
Neste sentido, a escola deve incentivar a prática pedagógica fundamentada em diferentes metodologias, valorizando concepções de ensino, de aprendizagem (internalização) e de avaliação que permitam aos professores e estudantes conscientizarem-se da necessidade de “...uma transformação emancipadora”. (PARANÁ, 2008, p.15).
AVALIAÇÃO
Segundo o Projeto Político Pedagógico (PPP), a avaliação do processo ensino-aprendizagem é um diagnóstico do desenvolvimento do aluno na relação com a ação dos educadores e na perspectiva do aprimoramento do processo educativo. O sistema adotado pelo colégio leva em conta a legislação em vigor, sendo que, ao final do ano letivo, nas séries finais do Ensino Fundamental, será aprovado o aluno que obtiver freqüência superior a 75% do total da carga horária do período letivo e média anual igual ou superior a 6,0 resultantes da média aritmética dos bimestres nas respectivas disciplinas. O aluno que não atingir a média anual do Ensino Médio nas diferentes disciplinas e tiver freqüência superior ou igual a 75% será submetido à análise do Conselho de Classe que definirá pela sua aprovação ou não.
 O processo de avaliação é contínuo e registrado sistematicamente pelo professor, tendo como base a visão global do aluno em todos os seus aspectos, podendo utilizar-se de ferramentas como portfólios, pareceres descritivos relatando o desempenho dos alunos em atividades individuais e coletivas, fotografias, vídeos entre outras. A escola buscar inovar sempre para levar aos alunos uma forma eficaz de aprendizado.
 INCLUSÃO NA ESCOLA ESTAGIADA 
Em atendimento ao descrito no artigo 58 do capitulo V da LDBEN Lei nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996 “Entende-se por Educação Especial, para efeitos desta lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais” e ainda em cumprimento às normas prescritas na resolução – 95 de 21-11-2000, com base no ECA, na LDBEN, na Constituição Federal, nas Indicações nº 12/1999 e Deliberações nº 12/1999 e nº 005/2000 do CEE, a Instituição de Ensino presta atendimento a alunos portadores de necessidades especiais em salas regulares, classes comuns, contando apenas com o empenho e conhecimento dos professores que estão buscando capacitar-se em cursos de especialização. O atendimento na Instituição da qual realizei a observação tem alunos com Diagnósticos de TDHA, transtornos emocionais/psicológicos, autista, os quais são prontamente atendidos quando necessário. A inclusão é feita junto aos alunos, mostrando a importância de tratá-los com ações afirmativas.
Foi possível perceber a pratica de inclusão em duas turmas, onde 02 (dois) alunos portadores de deficiência, sendo 01 (um) autista, e outro com dificuldades motoras na escrita, lentidão na realização de trabalhos, problemas de linguagem (dislalia); não recebem a devida atenção conforme estabelecido pela legislação, com equipe de atenção pedagógica e um acompanhante em tempo integral para esses alunos. Mas, essa escola está em fase inclusiva e muitas vezes precisa personalizar o atendimento; como o caso do aluno autista, que tem o direito de professor para acompanhá-lo de forma integral nas aulas, porém não foi contrato um profissional.
Considerando que o colégio está em fase de transição com uma nova direção à ser regulamentada, não foi possível adquirir dados concretos quanto a quantidade de crianças e adolescentes que são diagnosticadas com algum tipo de necessidade especial.
 OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE DA TURMA
Apresento a seguir uma reflexão de elementos que fazem parte da minha atuação no estágio supervisionado II enquanto docente na escola particular CM Duque de Caxias.A disciplina ministrada foi a de Português para as turmas do ensino médio. Os objetivos esperados da instituição escolar, de acordo com Paro (2004), situam-se na própria construção da humanidade do educando, na medida em que é pela educação que o ser humano se humaniza e atualiza-se enquanto sujeito histórico. Recoloca-se em pauta a importância de refletir e discutir a função da escola e de comprometer-se com ela. Esse compromisso entendido a partir de Ferreira:
É uma obrigação de caráter social, nossos compromissos precisam ser encarados como obrigações a partir do momento em que forem com muita lucidez assumidos. É nosso contributo como ser social e profissional da educação que acredita, participa e espera construir um mundo bem melhor, um mundo mais justo, humano e igualitário. Ferreira (2002, p. 239):
Os conteúdos foram seguidos conforme os planos de aula elaborados anteriormente. O planejamento das aulas e correções de provas e trabalhos é feito pelo professor em hora-atividade e em casa conforme o plano de trabalho docente.
As aulas assistidas em turmas do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, quanto à rotina nas turmas do 1º ano, podem ser observado os seguintes comportamentos: os alunos são mais agitados em relação às turmas de 2º e 3º anos; é rotineira as circulações e as conversas dos mesmos em sala de aula; alguns tentam chamar a atenção do professor e dos outros alunos para si inúmeras vezes, é comum que o professor tenha que interromper as aulas para chamar a atenção dos mesmos. Outro ponto observado é o grande número de alunos nestas turmas, todas acima de 30 (trinta) alunos e, é notória a timidez e até mesmo o medo do professor, isso se dá devido ser o primeiro ano em que estão no colégio depois de ter passado pelo ensino fundamental; há circulação e conversas dos alunos de mais idade em sala de aula em ritmo moderado comparando com as demais turmas.
Nas turmas do 3º ano, pode ser observado os seguintes comportamentos: pouca movimentação em sala de aula, conversas em tom moderado, porém, tentam chamam a atenção com brincadeiras e piadas descontextualizadas. Por outro lado, são mais participativos nas atividades que envolvem o diálogo com a professora, tornado a aula mais produtivas em relação às outras turmas. O número é moderado em comparação com as outras turmas, fica e torno 30(trinta) alunos por turma. Retomando o assunto dialogo em sala de aula, segundo Pienta:
A educação, como prática dialógica, possibilita o diálogo entre o universo do professor e do aluno por meio da troca, da interação. A pura transmissão ou extensão do conhecimento do professor transforma o aluno em “coisa”, objeto, receptor passivo de informações, que o negam como ser da transformação do mundo. Faz do aluno um depósito que recebe mecanicamente aquilo que o professor define como importante (PIENTA, 2014, p. 53).
Quanto a postura do professor, metodologia, materiais didáticos, planejamentos, correções e avaliações, foram observados na maioria métodos tradicionais, como aulas expositivas na lousa seguidas de explicações, breves diálogos, e por fim exercícios de fixação. O mesmo mostrou-se rígido para com as turmas, porém ao chamar a atenção era feito em um tom moderado e conscientizador; em dados momentos com visita do mesmo nas carteiras dos alunos com dúvidas, onde procurava
saná-las. Utilizando-se de livros didáticos como ferramenta principal e roteiro de conteúdo; mas, em dadas aulas foram utilizados trabalhos dinâmicos, com musicas, jogos e histórias, que quando anunciado estas atividades os alunos ficavam muito empolgados. Sobre as correções eram feitas em duas etapas; primeiro, após resolverem os exercícios, aluno por aluno deslocam-se até a mesa do professor, para receber um visto (avaliativo) quando tudo feito corretamente, ao contrário teriam que refazer. 
O planejamento é feito por bimestre, onde as professoras, com orientação da supervisão pedagoga, se reúnem para organizar o conteúdo a ser trabalhado em cada turma. Os planos são feitos diariamente e, de acordo com o que foi observado, são diferentes em alguns aspectos do que foi planejado inicialmente, pois são trabalhados de acordo com a realidade da sala de aula.
 PARTICIPAÇÃO EM CONSELHO DE CLASSE E/OU REUNIÃO DE PROFESSORES
O Conselho de Classe é um órgão colegiado de natureza Consultiva e Deliberativa em assuntos Didáticos – Pedagógicos, sendo uma reunião de professores de uma mesma turma e especialistas, presidido pelo Diretor ou seu representante, destinada a avaliar e deliberar sobre o rendimento e comportamento dos alunos e das turmas.
O conselho de classe reunir-se-á, ao final de cada bimestre e após a recuperação final podendo ser convocado extraordinariamente pelo Diretor, por iniciativa própria ou a pedido da comunidade escolar. Algumas das atribuições deste Conselho é avaliar os alunos que apresentam rendimento escolar superior ou insuficiente, propondo sobre soluções que visem o seu melhor aproveitamento, verificar a atuação no processo educativo, por meio da análise dos resultados obtidos pela turma, entre outros. A reunião de pais e mestres é realizada a cada semestre finalizado para dar conhecimento das notas, comportamentos, perspectivas, entre outros.
 DESCRIÇÃO DA DOCÊNCIA
A seguir será descrito a aplicação de todos os planos de aula desenvolvidos para turmas do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio, observado o roteiro Fael:
PLANO DE AULA 01
Entre os dias 17 a 22 de outubro de 2019, na turma do 1º ano, a professora cumprimentou os alunos, fez minha apresentação como na turma anterior para a qual também me apresentei me receberam muito bem, aparentemente uma turma extrovertida, minha presença ali despertou curiosidades alguns deles me perguntaram se agora era eu que ia ministrar as aulas, qual a disciplina etc. Depois de respondê-los devolvi a palavra à professora que completou a explicação falando aos alunos o verdadeiro motivo da minha presença e logo em seguida chamou a atenção dos mesmos para a chamada e logo em seguida colocou o tema da aula conforme plano de aula elaborado com assuntos de Conotação e Denotação; ortoépia, metafonia e prosódia; Análise Literária no Estilo Individual e de época, referente à disciplina de Português cujo objetivo foi desenvolver as noções do tema com os alunos, tornando-os aptos a identificar os tipos de textos, as figuras de linguagens quando estão em sentido figurado (conotação) entre outros. Para motivá-los conforme o planejado teve-se uma conversa de maneira descontraída sobre os conteúdos, apresentando algumas músicas de famosos que trazem esse tipo de demonstração nas letras, livros didáticos e pesquisa na internet sobre significados de palavras. Foi questionado se já teriam ouvido falar sobre o assunto e o que imaginam ser e como são observados no dia a dia. Discutiu-se sua importância na língua portuguesa e na aplicação no cotidiano, como também em outras áreas de estudo, e redescobrir a mesma. No início os alunos demonstraram tímidos ao diálogo, mais aos poucos foram se soltando e como consequência, houve o aumento da participação, considerado positivo. Pois, Pienta (2014) salienta que as aulas precisam ser desafiadoras e exploratórias, que provoquem o envolvimento e participação dos alunos.
PLANO DE AULA 02
Entre os dias 23 a 25 de outubro professora cumprimentou os alunos, fez minha apresentação como na turma anterior do 1° ano para a qual também me apresentei me receberam muito bem, no entanto, senti-os mais inibidos com minha presença, e a professora mais uma vez explicou aos alunos o verdadeiro motivo da minha presença e logo em seguida chamou a atenção dos mesmos para a chamada e logo em seguida colocou o tema da aula, já como continuação, assunto, Regência Nominal e Verbal para os alunos do 2° ano, onde buscou identificar se os mesmos já tinham realizado as tarefas dadas anteriormente e se conseguiram identificar as regências nas frases. Tendo em vista a dificuldade da turma a professora fez uma breve descrição de conceitos de ambas e logo após realizou mais exercícios em sala para treino e fixação do que foi mostrado. O objetivo da aula é para os alunos aprenderem a reconhecer a transitividade da frase e reconhecer as diferenças entre a norma padrão e o uso não padrão de regência em diferentes textos. A maioria da turma apresentou dificuldades na aprendizagem do conteúdo, mas a metodologia foi bem aceita. No final não foi realizada a aprendizagem total dos alunos e assim o objetivo não atingido totalmente, pois esse conteúdo deverá ser visto em outras aulas com mais exercícios de fixação para assimilar quando uma frase está na regência verbal ou nominal.
PLANO DE AULA 03
Entre os dias 23 a 28 de outubro já para os alunos do 3° ano, com uma breve apresentação e informando o porquê da minha presença, seguiu-se com o plano de aula elaborado. O conteúdo a ser trabalhado nesses dias será a regência verbal e transitividade nas frases formuladas pela professora e através do material didático estipulado pela instituição. No primeiro dia foi feito um levantamento do conhecimento adquirido nos anos iniciais do Ensino Médio e logo depois feito um diálogo sobre uma folha que foi entregue a cada um dos alunos com frases para serem verificadas as regências. No outro dia foi entregue folhetos com propagandas e alguns cartazes para identificar nas frases a transitividade (verbo transitivo direto e indireto). No decorrer das aulas pode-se observar que os alunos estavam mais confiantes com o conteúdo e interessados com perguntas e solicitação de ajuda em suas carteiras sobre o assunto com disposição de fazerem interpretações nas frases que ainda constavam no livro e nos que ainda a professora iria entregar.
PLANO DE AULA 04
Para os alunos do 1° ano em outro momento que estive lá foi proposta uma prática pedagógica inovadora entre os dias 29 e 30 de outubro para identificar um texto literário com suas variações lingüísticas, através de um vídeo que relata a história da língua portuguesa e com um material didático entregue para anotações. Para Carbonell,
Inovação é definida como “um conjunto de intervenções, decisões e processos, com certo grau de intencionalidade e sistematização, que tratam de modificar atitudes, ideias, culturas, conteúdos, modelos e práticas pedagógicas” (CARBONELL, 2002,P. 19). 
Inovar implica em desenvolver estratégias que visem romper com a forma tradicional de ensinar e aprender. Conforme o Plano Nacional de Educação (PNE) em vigor (2014 – 2014) práticas pedagógicas inovadoras podem assegurar a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem através da diversidade de métodos e propostas pedagógicas. 
 Após conhecerem os diferentes tipos de manifestações da linguagem verbal em todo o período desde o colonial até os dias atuais, foi solicitado que apresentassem um trabalho com um grupo de 5 (cinco) integrantes, escolhendo um tema “linguagem da época ou não” para desenvolverem todo os aspectos daquela linguagem. Os grupos nos requisitaram para verificar o passo a passo desse trabalho com dúvidas quanto a caracterização a ser trabalhada no dia da apresentação. Ouve uma interação incrível entre todos da turma, pois estavam interessados em conhecer a forma das falas daquela época, que chamam atenção até nos dias atuais, que no final fizeram apresentações super dinâmicas e se caracterizaram
conforme o período escolhido para a exposição do trabalho.
PLANO DE AULA 05
Nos dias 30 e 31 de outubro o plano de aula para os alunos do 3° ano foi relacionado a linguagem verbal e não-verbal, identificando os vícios e figuras de linguagens; textos literários e não literários; gêneros textuais e os elementos da textualidade. Com uma atividade entregue pela professora onde constavam vários tipos de textos solicitou-se identificarem se os textos eram “líricos, narrativos, dissertativo, dramático, outros”, que através disto solicitou que elaborassem um texto de sua escolha e entregar. Nesse momento muitos alunos tiveram dúvidas de como iniciar a elaboração dos textos e fomos revezando no atendimento individual de cada um deles, mesmos estando insatisfeitos com o pedido da elaboração do texto, pois se percebe que transcrever um texto não é tão fácil, contudo, foi entregue e corrigido pela professora, sendo pontuados em cada texto os erros e acertos para correção deles. Foi explicado que quando alguém escreve um texto, por exemplo, está usando a linguagem verbal, ou seja, está transmitindo informações através das palavras. A outra forma de comunicação, que não é feita nem por sinais verbais nem pela escrita, é a linguagem não verbal. Nesse caso, o código a ser utilizado é a simbologia. A linguagem não verbal também é constituída por gestos, tom de voz, postura corporal, etc. Se uma pessoa está dirigindo e vê que o sinal está vermelho, o que ela faz? Para. Isso é uma linguagem não verbal, pois ninguém falou ou estava escrito em algo que ela deveria parar, mas como ela conhece a simbologia utilizada, apenas o sinal da luz vermelha já é suficiente para compreender a mensagem. Isso trouxe uma percepção mais tranqüila do que é a fala e as expressões que devemos identificar no texto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a realização do estágio e para a elaboração do relatório foram pesquisados documentos como o Regimento da Instituição (PPP), as Diretrizes Curriculares, que contribuíram para a obtenção deste conhecimento pedagógico. Essas etapas são de suma importância para o aprendizado do aluno licenciatura, pois possibilita a vivência no ambiente escolar de forma direta. E com base nisso, é possível extrair das suas etapas experiências importantes para a formação docentes. A observação, por exemplo, possibilita a reflexão sobre a realidade da educação e do sistema escolar da escola e contribui para os outros momentos do estágio. O planejamento direciona o professor em sala de aula e a regência é o contato direto entre professor e aluno e tudo isso torna o estagio uma estratégia de ensino eficaz. Trabalhar com jovens do ensino médio é uma tarefa muito complexa, pois estão em uma fase de transição para vida adulta em que são difíceis de serem entendidos por ora, em contrapartida é uma tarefa de grande realização seja profissional com o conteúdo trabalhado em sala e como ser humano que através do que é dito no dia a dia possa contribuir para que sejam jovens/cidadãos cada vez melhor.
Além disso, a regência e observação me propicionaram refletir sobre a importância do relacionamento entre aluno e professor, além de me fazer perceber que uma boa aula não é feita apenas de teorias ou experimentos, mas também da experiência do professor, suas praticas pedagógicas e seu relacionamento com os alunos. Pude compreender que uma aula bem dada não é sinônimo apenas de atividades envolvendo experimentos ou algo do tipo, mas de um bom domínio sobre o assunto e da necessidade do professor em saber conduzir a aula de forma que o aluno participe, e não seja apenas ouvinte, mas participante de todo o processo.
REFERÊNCIAS
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