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Doença de Parkinson: Sintomas e Tratamentos

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“Enfermidade caracterizada pela 
presença de movimentos tremulantes 
involuntários, diminuição da força 
muscular, tendência à inclinação do 
tronco para frente e alteração da 
marcha. Os sentidos e o intelecto são 
preservados.” 
 James Parkinson 
 Doença senil. 
 Mais comum em homens acima de 50 anos. 
 Parkinson juvenil* 
 Maior prevalência na Europa. 
 1 à 3% da população acima de 65 anos. 
 
As causas para o desenvolvimento desta 
condição permanecem desconhecidas, porém 
admite-se que a soma de fatores genéticos, 
ambientais e de estresse oxidativo* estariam 
envolvidos. 
 Existe uma relação entre os danos na substância negra, 
causados pela Doença de Parkinson, e a acumulação de 
ferro no organismo. 
 
 O ferro, por ser um metal de transição, pode servir 
como catalisador no processo de formação de radicais 
livres . 
 
 A terapia para o tratamento no início da DP com 
Levodopa, que é precursor da dopamina, pode ser 
também uma causa de estresse oxidativo, levando ao 
agravamento da DP.* 
 
 
 Produtos de degradação Dopaminérgicas via MAO-B, 
como H2O2 (peróxido de hidrogênio), Possui muita 
afinidade pelo ferro, originando OH- , extremamente 
reativo e danoso ao organismo. 
 
 L-DOPA → Dopamina + MAO-B → H2O2 + NH3 
 
 Fe2+ + H2O2 --> Fe
3+ + OH- + OH* 
 
TOXICIDADE 
MORTE DE NEURÔNIOS 
DOPAMINÉRGICOS 
9 
A habilidade em produzir movimento depende de 
um circuito motor complexo, que envolve a subst. 
negra, os gânglios da base, núcleo subtalâmico, 
tálamo e o córtex cerebelar. 
 
Este circuito motor é regulado pelas atividades 
modulatórias (inibitórias) promovidas pela 
Dopamina e pelas atividades estimulatórias 
desencadeadas pela Acetilcolina. 
 
Acetilcolina é o responsável pela despolarização da 
fibra muscular esquelética, estando presente na 
junção neuromuscular. 
 
 Na DP a produção de Dopamina está reduzida. 
 
 Há degeneração dos neurônios dopaminérgicos no 
tronco encefálico, principalmente, na substância 
negra e via dopaminérgica nigro-estriada. 
 
 Sintomas aparecem quando a subst. negra já 
perdeu 60% dos neurônios dopaminérgicos e o 
conteúdo de Dopamina é 80% inferior ao normal. 
 
 Com a perda da atividade modulatória (inibitória) 
promovida pela Dopamina, sobressaem-se as vias 
estimulatórias colinérgicas, ocasionando um 
aumento de tônus muscular, rigidez e tremores. 
ACH DA 
Descompensação Motora 
 Tremor de repouso (semelhante a “contar dinheiro”). 
 Rigidez. 
 Bradicinesia (Lentidão e dificuldade motora geral). 
 Hipocinesia (movimento limitado). 
 Acinesia (incapacidade motora). 
 Postura fletida para frente. 
 Perda dos reflexos posturais. 
 Demência em estágio avançado. 
 Rigidez cérea (face em pomada ou de máscara). 
 A voz torna-se baixa, hipofonia. 
 O andar é lento. 
 Balanço dos braços diminui. 
 Antebraço preso ao tronco. 
 Saliva escorre pelos cantos da boca. 
 Prejuízos na deglutição e respiração. 
 A deglutição pode alterar-se com o avanço da 
doença . Engasgos e aspirações são preocupações 
freqüentes. 
 
A introdução das medicações (L-DOPA) deverá ser 
iniciada, preferencialmente quando os sintomas da 
doença estiverem comprometendo a vida diária do 
indivídio, haja visto que a suplementação com 
levodopa agravaria o estresse oxidativo e perda de 
células num momento inicial. Ademais, Levodopa e 
agonistas dopaminérgicos possuem curto período de 
eficácia, o que reforça sua inclusão apenas em 
estágios moderados à avançados da condição. 
Infelizmente, não há nenhuma droga que tenha efeito 
comprovado na reversão ou diminuição da progressão da 
doença. O objetivo do tratamento é maximizar o 
controle dos sintomas e minimizar as consequências, a 
longo prazo, da doença e das complicações relacionadas 
as medicações. 
 
 Suplementação Dopaminérgica. 
 Agonistas dopaminérgicos. 
 Inibidores da COMT. 
 Liberadores de Dopamina. 
 Anticolinérgicos. 
 Antagonistas Glutamatérgicos 
 Tratamento gold-standard, pois promove aumento no 
conteúdo de dopamina na via nigro-estriada. 
 Promove rápido alívio ao paciente. 
 Eficaz na rigidez e nos tremores. 
 Complicações a longo prazo (4 a 8 anos) em 50% 
dos casos: 
 Associar com Inibidor de descarboxilase periférica 
 
- Carbidopa. 
- Benzerazida. 
 
 
 
 
 
 Náuseas e vômitos. 
 Distúrbios gástricos (Domperidona*). 
 Arritmias. 
 Hipertensão. 
 Alucinações. 
 Discinesias (mais comum em jovens). 
 Flutuações Motoras. 
 
 Flutuações motoras (deterioração fim de dose = 
Imobilidade) “On e off” 
 Discinesias (movimentos anormais involuntários). 
 
 O tratamento deve ser individualizado, sendo iniciado 
com doses baixas e aumentadas gradualmente para 
minimizar o risco de efeitos colaterais agudos. 
 
 A meia-vida da droga é curta; é possível iniciar o 
tratamento em 2 ou 3 tomadas, porém, com a 
progressão da doença, geralmente há necessidade de 
diminuir o período entre as doses. 
 
 Após 5 a 10 anos de doença, podem ocorrer flutuações 
motoras. A medicação, apesar de ser melhor droga 
sintomática, pode acelerar sua progressão. 
 *Tempo de despertar 
Administrar com inibidor da decarboxilase, começando com 
100/25 1 vez/dia para minimizar efeitos colaterais ou usar 3 
vezes/dia se desejar resposta mais rápida. 
Primeira escolha em pacientes jovens, com sintomas 
leves à moderados. Estimulam diretamente os receptores 
pós-sinápticos da Dopamina (D2) no corpo estriado. 
 
 Como coadjuvante da Levodopa. 
 Meia vida mais longa. 
 Contribuem menos com a incidência de discinesia 
tardia e alucinações (maior vantagem*). 
 Torna-se ineficaz como monoterapia dentro de, no 
máximo, 3 anos  deve-se adicionar Levodopa. 
 Podem causar alucinações em idosos quando 
associados com Levodopa. 
 
Pramipexol: Inicial de 0,125 mg 2 a 3 vezes/dia, até 0,75 a 3 mg/dia. 
Bromocriptina: 2.5 à 4.0 mg ao dia. 
Cabergolina: 0,25 mg 4 vezes/dia – 0,5 a 5 mg/dia. 
Como a base do tratamento é realizada com 
suplementação dopaminérgica (transmissor 
envolvido com a esquizofrenia), Alucinações e 
desvios de comportamento são comuns na 
terapêutica e ocorrem em 20% dos pacientes com 
Parkinson, sobretudo com anticolinérgicos e 
agonistas dopaminérgicos. 
 
Se necessário, tratar com neuroléptico, sendo a 
olanzapina uma boa opção, iniciando-se com 12,5 
mg ao dormir e aumentando até 25 a 75 mg/dia. 
 
 
 Idade: se menos de 70 anos, considerar agonista 
dopaminérgico, não usar anticolinérgicos em 
pacientes com mais de 70 anos. 
 
 Alterações cognitivas: levodopa preferencial. 
 
 Doença severa: melhor iniciar com levodopa. 
 
Inibem a COMT (Catecol-Orto-Metil transferase), uma 
das principais enzimas responsáveis pela degradação da 
Levodopa e da Dopamina. 
 
 Inibem o metabolismo periférico, aumentando a 
disponibilidade central da medicação. 
 Aumentam a meia vida da levodopa em em até 50%. 
 Não possui qualquer efeito antiparkinsoniano se não 
for administrada em associação com levodopa. 
 Melhora a resposta em pacientes tratados com 
Levodopa e ainda apresentam sintomas 
parkinsonianos, como flutuações motoras. 
Administrador 200 mg junto com cada dose da levodopa até a 
dose máxima de 1.600 mg. 
 
 
 Os efeitos colaterais são relacionados a efeitos 
dopaminérgicos pelo aumento da dopamina circulante 
no cérebro. As discinesias são os efeitos mais comuns e 
aparecem geralmente nos primeiros dias deuso da 
medicação. Podem ser controladas diminuindo-se a 
dose da levodopa em 15 a 30%. 
 
 Diarreias fortes. Nesses casos, há necessidade de 
suspender o uso da droga. 
 
agente antiviral que bloqueia receptores NMDA e de 
aceticolina. Demonstrou atividade antiparkinsoniana, mas o 
mecanismo de ação não está bem determinado, embora se 
saiba que aumenta a liberação de dopamina pelos neurônios 
remanescentes* e bloqueia sua recaptação. 
 
 Pode ser usado em monoterapia ou em associação a 
levodopa. 
 É utilizado principalmente em fases iniciais da doença. 
 
Snow BJ, Macdonald L, Mcauley D, et al. The effect of amantadine on 
levodopa-induced dyskinesias in Parkinson's disease: a double blind, 
placebo-controlled study. Clin Neuropharmacol 2000; 23:82-85. 
 
A dose máxima é de 100 mg 2 vezes/dia. Em adultos jovens, a dose 
pode chegar a 300 mg/dia. 
 Alucinações 
 Confusão mental. 
 Pesadelos. 
 Arritmias. 
 Efeitos anticolinérgicos (bloqueio parassimpático). 
 
- boca seca 
- Constipação 
- Borramento visual 
- Dieta* 
Na doença de Parkinson, a depleção de dopamina resulta 
num estado de relativa sensibilidade colinérgica. Assim, 
os anticolinérgicos bloqueiam os receptores de 
acetilcolina, melhorando os sintomas parkinsonianos. 
 
É uma medicação com eficácia no tratamento da doença 
de Parkinson, principalmente em pacientes que 
apresentem tremor intenso. Está mais indicada em 
pacientes jovens com função cognitiva preservada. 
Uso limitado pelos importantes colaterais. 
 
 Confusão mental. 
 Alucinações 
 Efeitos anticolinérgicos periféricos (fortes). 
 
- Boca seca 
- Constipação 
- Borramento visual 
- Taquicardia 
 
 Contraindicado no Glaucoma. 
 
Iniciar com dose de 2 mg/dia, podendo-se aumentar diariamente 
em 2 mg. Dose máxima de 16 mg/dia, divididos em 2 a 3 tomadas. 
Atuam bloqueando os receptores de glutamato, 
evitando, desta forma, sua neurotoxicidade. 
Usar terapia combinada levodopa e agonista 
dopaminérgico. Caso não haja resposta, 
mesmo com doses altas de levodopa, 
considerar adicionar inibidor da COMT. 
 O Parkinson é uma doença crônica e progressiva, de forma 
que é importante prover ao paciente suporte psicológico e 
familiar. 
 
 O uso de ISRS pode ser útil na depressão. 
 
 Exercícios físicos melhoram a auto-estima e melhoram a 
atividade funcional (aeróbicos). 
 
 Estes pacientes apresentam risco de evoluir com 
desnutrição. Não há dietas específicas, mas é importante 
ingerir fluidos e fibras para prevenir constipação, além da 
suplementação de cálcio para manter a estrutura óssea. 
 
"Don't spend a lot of time imagining the worst-case 
scenario. It rarely goes down as you imagine it will, 
and if by some fluke it does, you will have lived it 
twice." 
 
("Não gaste muito tempo imaginando o pior cenário. Ele 
raramente vai acontecer como você imagina, e se por 
algum acaso vier acontecer, você terá vivido duas vezes".) 
 
Michael J. Fox, Ator

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