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10/08/2019 AÇÃO PENAL Bibliografia: Bibliografia: 10/08/2019 Inquérito Policial 1) Persecução penal Persecução penal (persecutio criminis) é a atividade de perseguir o crime, com o fim de punir seu autor, constituída da atividade de investigação realizada pela polícia judiciária e a ação penal promovida pelo Ministério Público ou ofendido. A persecução penal possui 02 fases: 1ª fase: investigatória. 2ª fase: judicial. 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 10/08/2019 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 10/08/2019 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 10/08/2019 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 10/08/2019 2) Conceito de inquérito policial Inquérito Policial é o procedimento de natureza administrativa, instrumental, inquisitório e preparatório, consistente em um conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa para a apuração da infração penal e de sua autoria, presidido pela Autoridade Policial, a fim de fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo. 3) Natureza jurídica do inquérito policial Trata-se de procedimento de natureza administrativa. Consequências da natureza administrativa do inquérito policial: a) não se trata de processo judicial. b) não se trata de processo administrativo, mas de procedimento de natureza administrativa. c) não se pode falar em partes stricto sensu: já que não existe uma estrutura processual dialética, sob a garantia do contraditório e da ampla defesa. d) não possui uma ordem legal rígida para a realização dos atos (flexibilidade), apesar de existir uma sequência lógica para sua instauração, desenvolvimento e conclusão. e) é mera peça informativa, eventuais vícios dele constantes não têm o condão de contaminar o processo penal a que der origem (STF, HC 94.034/SP). 10/08/2019 4) Finalidade do inquérito policial a) preparatória: fornece elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam desaparecer com o decurso do tempo. PROVA ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO - fase judicial - sistema acusatório - há participação dialética das partes - formação do convencimento do juiz - fase investigatória - característica inquisitiva - não há participação dialética das partes - formação da opinio delicti - servem de fundamento para a decretação de medidas cautelares 4) Finalidade do inquérito policial a) preparatória: fornece elementos de informação para que o titular da ação penal possa ingressar em juízo, além de acautelar meios de prova que poderiam desaparecer com o decurso do tempo. b) preservadora: a existência prévia de um inquérito inibe a instauração de um processo penal infundado, temerário, resguardando a liberdade do inocente e evitando custos desnecessários para o Estado. 10/08/2019 5) Valor probatório do inquérito policial O inquérito policial possui valor probatório relativo. O juiz poderá formar sua convicção com base apenas nos elementos de informação colhidos no inquérito policial? Haveria ofensa ao preceito constitucional insculpido no artigo 5º, LV da CF? CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Os elementos informativos podem ser usados de maneira subsidiária, complementando a prova produzida em juízo sob o crivo do contraditório. EXCEÇÕES: (1) Provas cautelares e provas não repetíveis. 10/08/2019 PROVAS CAUTELARES PROVAS NÃO REPETÍVES PROVAS ANTECIPADAS São aquelas em que há um risco de desaparecimento do objeto da prova em razão do decurso do tempo. São colhidas na fase investigatória porque não podem ser produzidasnovamente na fase processual, em virtude do desaparecimento, destruição ou perecimento da fonte probatória. São aquelas produzidas perante a autoridade judicial, em momento processual distinto daquele legalmente previsto, ou até mesmo antes do início do processo, em virtude de situação de urgência e relevância. Podem ser produzidas na fase investigatória e na fase judicial. Podem ser produzidas na fase investigatória e na fase judicial. Podem ser produzidas na fase investigatória e na fase judicial. Dependem de autorização judicial. Não dependem de autorização judicial. Dependem de autorização judicial. O contraditório é diferido O contraditório é diferido O contraditório é real EXCEÇÕES: (1) Provas cautelares e provas não repetíveis. (2) os jurados, no julgamento do Tribunal do Júri, decidem pela íntima convicção e tem liberdade na valoração da prova. O fato de o advogado ter acompanhado o depoimento de testemunha no inquérito, transforma o elemento de informação em prova? 6) Presidência do inquérito policial O inquérito policial é presidido pela Polícia. “A Polícia, instrumento da Administração, é uma instituição de direito público, destinada a manter e recobrar, junto à sociedade e na medida dos recursos de que dispõe, a paz pública ou a segurança individual”. (Mirabete) Qual polícia preside o inquérito policial? 10/08/2019 POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA INVESTIGATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA Atividade de cunho preventivo. Atividade de cunho repressivo (art. 4º, caput, do CPP e Súmula Vinculante 14). Auxilia o Poder Judiciário no cumprimento de suas ordens. Polícia Militar Polícia Federal e Polícia Civil Polícia Federal e Polícia Civil E a guarda municipal? Art. 2º, Lei nº 13.022/14 (Estatuto Geral das Guardas Municipais): Incumbe às guardas municipais, instituições de caráter civil, uniformizadas e armadas conforme previsto em lei, a função de proteção municipal preventiva, ressalvadas as competências da União, dos Estados e do Distrito Federal. 7) Atribuição para o inquérito policial INFRAÇÃO PENAL PRESIDÊNCIA Competência da Justiça Federal Polícia Federal Competência da Justiça Eleitoral Polícia FederalPolícia Estadual (subsidiário) Competência da Justiça Estadual Polícia EstadualPolícia Federal 10/08/2019 8) Investigação criminal extrapolicial A legislação prevê a existência de procedimentos administrativos que tem a finalidade de apurar infrações penais e servir de base para a propositura da ação penal (CPP, art. 4º, parágrafo único): a) inquéritos parlamentares – presididos pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI’s) (art. 58, § 3º, CF); b) inquéritos militares (IPM) – presididos pela polícia judiciária militar (art. 8º, CPPM); c) procedimentos administrativos criminais (PIC) – presididos pelo Ministério Público (art. 26, I, Lei 8.625/93). 9) Destinatários do inquérito policial Destinatários imediatos: • Ministério Público → ação penal pública • Ofendido → ação penal privada Destinatário mediato: • Juiz de Direito 10) Características do inquérito policial a) procedimento escrito (CPP, art. 9º). b) procedimento dispensável (CPP, art. 12 e art. 39, § 5º). c) procedimento sigiloso (CPP, art. 20). SIGILO EXTERNO SIGILO INTERNO É aquele imposto para evitar a divulgação de informações essenciais do inquérito ao público em geral, por intermédio do sistema midiático. É aquele imposto para restringir o acesso aos autos do procedimento por parte do indiciado e/ou do seu advogado. 10/08/2019 O sigilo externo é absoluto? O sigilo interno é absoluto? Lei 8.906/94, Art. 7º. São direitos do advogado: XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital. Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. O sigilo externo é absoluto? O sigilo interno é absoluto? O acesso do advogado ao procedimento investigatório é amplo? 10/08/2019 Lei 8.906/94, Art. 7º, § 11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. O sigilo externo é absoluto? O sigilo interno é absoluto? O acesso do advogado ao procedimento investigatório é amplo? Qual procedimento deverá ser adotado caso a Autoridade Policial proibia o advogado de ter acesso aos autos? O advogado necessita de autorização judicial para ter acesso aos autos do inquérito policial? EXCEÇÃO: Art. 23, Lei 12.850/13 (Lei de Organizações Criminosas): O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento. 10/08/2019 O sigilo externo é absoluto? O sigilo interno é absoluto? O acesso do advogado ao procedimento investigatório é amplo? Qual procedimento deverá ser adotado caso a Autoridade Policial proibia o advogado de ter acesso aos autos? O advogado necessita de autorização judicial para ter acesso aos autos do inquérito policial? O advogado precisa de procuração para ter acesso ao inquérito policial? Lei 8906/94, Art. 7º. São direitos do advogado: XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital. 10) Características do inquérito policial a) procedimento escrito (CPP, art. 9º). b) procedimento dispensável (CPP, art. 12 e art. 39, § 5º). c) procedimento sigiloso (CPP, art. 20). d) procedimento inquisitorial. e) procedimento discricionário. 10/08/2019 A Autoridade Policial poderá se recusar a cumprir as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público? A Autoridade Policial poderá se recusar a cumprir as diligências requeridas pela vítima ou pelo investigado? E se o delegado insistir em negar o pedido de diligências? 10) Características do inquérito policial a) procedimento escrito (CPP, art. 9º). b) procedimento dispensável (CPP, art. 12 e art. 39, § 5º). c) procedimento sigiloso (CPP, art. 20). d) procedimento inquisitorial. e) procedimento discricionário. f) procedimento oficial. g) procedimento oficioso. h) procedimento indisponível. i) procedimento temporário (CPP, art. 10, caput, § 3º cc. CF, art. 5º, LXXVIII). 10/08/2019 11) Notitia criminis É o conhecimento, espontâneo ou provocado, por parte da autoridade policial acerca do fato delituoso. A notitia criminis pode ser: a) de cognição direta (ou imediata, ou espontânea); b) de cognição indireta (ou mediata, ou provocada); c) de cognição coercitiva. 12) Formas de instauração do inquérito policial 12.1) Crimesde ação penal pública incondicionada a) ex officio pela Autoridade Policial, por meio de portaria (art. 5º, I, CPP). A Autoridade Policial poderá instaurar inquérito policial a partir de uma notitia criminis inqualificada (denúncia anônima)? 10/08/2019 12) Formas de instauração do inquérito policial 12.1) Crimes de ação penal pública incondicionada a) ex officio pela Autoridade Policial, por meio de portaria (art. 5º, I, CPP). b) requerimento de qualquer interessado, independente da vontade da vítima (art. 5º, § 1º, CPP). Qual o conteúdo do requerimento? O delegado é obrigado a instaurar o inquérito policial em face do requerimento do ofendido? Caberá recurso da decisão que indeferir o requerimento para instauração de inquérito policial? 12) Formas de instauração do inquérito policial 12.1) Crimes de ação penal pública incondicionada a) ex officio pela Autoridade Policial, por meio de portaria (art. 5º, I, CPP). b) requerimento de qualquer interessado, independente da vontade da vítima (art. 5º, § 1º, CPP). c) requisição do juiz ou do Ministério Público (art. 5º, II, CPP). 10/08/2019 A requisição da autoridade judiciária para a instauração de inquérito policial se coaduna com o sistema acusatório adotado pela Constituição Federal? Diante de requisição do Ministério Público, a Autoridade Policial estará obrigada a instaurar o inquérito policial? Se a requisição não contiver os elementos mínimos que permitam o início das investigações, estará a Autoridade Policial obrigada a instaurar inquérito policial? 12) Formas de instauração do inquérito policial 12.1) Crimes de ação penal pública incondicionada a) ex officio pela Autoridade Policial, por meio de portaria (art. 5º, I, CPP). b) requerimento de qualquer interessado, independente da vontade da vítima (art. 5º, § 1º, CPP). c) requisição do juiz ou do Ministério Público (art. 5º, II, CPP). d) auto de prisão em flagrante. 12) Formas de instauração do inquérito policial 12.2) Crimes de ação penal pública condicionada a) representação da vítima ou de quem legalmente a represente (art. 5º, § 4º, CPP). 10/08/2019 Existe formalidade na elaboração da representação? A representação da vítima ou seu representante legal pode constituir-se de registro de ocorrência policial? Existe prazo para o exercício do direito de representação? 12) Formas de instauração do inquérito policial 12.2) Crimes de ação penal pública condicionada a) representação da vítima ou de quem legalmente a represente (art. 5º, § 4º, CPP). b) requisição do juiz ou do Ministério Público, desde que acompanhada da representação da vítima ou da requisição do Ministro da Justiça, conforme o caso. c) auto de prisão em flagrante. 12) Formas de instauração do inquérito policial 12.3) Crimes de ação penal privada a) representação da vítima ou de quem legalmente a represente (art. 5º, § 5º, arts. 30 e 31, CPP). b) requisição do juiz ou do Ministério Público. c) auto de prisão em flagrante. 10/08/2019 13) Diligências investigatórias a) preservação do local do crime (art. 6º, I, CPP e art. 1º, Lei 5.970/83); b) apreensão de objetos (art. 11, CPP); c) colheita de outras provas (art. 6º, III, CPP); d) oitiva do ofendido (art. 6º, IV, CPP); e) oitiva do indiciado (art. 6º, V, CPP); f) reconhecimento de pessoas e coisas e acareações; g) determinação de realização de exame de corpo de delito e quaisquer outras perícias (art. 6º, VII, CPP, art. 158, art. 167, art. 184, CPP); h) identificação do indiciado (art. 6º, VIII, CPP); i) averiguação da vida pregressa do investigado (art. 6º, IX, CPP); j) colher informações sobre a existência de filhos (art. 6º, X, CPP); l) reconstituição do fato delituoso (art. 7º, CPP). m) acesso aos dados cadastrais de vítimas e de suspeitos (art. 13-A, CPP); 10/08/2019 Aplica-se subsidiariamente os artigos 17-B da Lei 9.613/98 e 15 da Lei 12.850/13: Lei 9.613/98, Art. 17-B. A autoridade policial e o Ministério Público terão acesso, exclusivamente, aos dados cadastrais do investigado que informam qualificação pessoal, filiação e endereço, independentemente de autorização judicial, mantidos pela Justiça Eleitoral, pelas empresas telefônicas, pelas instituições financeiras, pelos provedores de internet e pelas administradoras de cartão de crédito. Lei 12.850/13, Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito. m) acesso aos dados cadastrais de vítimas e de suspeitos (art. 13-A, CPP); n) requisição de informações acerca das estações rádio base (ERB's) (art. 13-B, CPP). 10/08/2019 É necessário prévia autorização judicial para o acesso às informações acerca do posicionamento das denominadas estações rádio base (ERB)? Diante da dubiedade da lei duas posições podem ser adotadas: a) o acesso ao posicionamento das estações rádio base (ERB's) não depende de prévia autorização judicial. b) o acesso ao posicionamento das estações rádio base (ERB) depende de prévia autorização judicial. 14) Incomunicabilidade do preso (art. 21, CPP) Trata-se de instituto que tem por objetivo impedir que o investigado preso obtenha auxílio de terceiros, que com ele mantenham contato, no intuito de apagar provas, instruir testemunhas ou de qualquer forma dificultar o êxito das investigações policiais. O artigo 21 do CPP foi recepcionado pela Constituição Federal? 15) Indiciamento 15.1) Conceito O indiciamento é a atribuição a uma pessoa da prática da infração penal apurada no inquérito policial diante dos indícios de autoria e da existência de prova da materialidade da infração colhidos durante as investigações. 10/08/2019 INDICIADO SUSPEITO É aquele que tem contra si indícios convergentes que o apontam como provável autor da infração penal, isto é, há juízo de probabilidade de autoria. É aquele em relação ao qual há frágeis indícios, ou seja, há mero juízo de possibilidade de autoria. O indiciamento compreende 04 peças: a) despacho de indiciação; b) auto de qualificação e interrogatório do indivíduo; c) as informações acerca de sua vida pregressa e; d) o boletim de identificação (ou documento equivalente), o qual pode ser acompanhado da identificação criminal pelo processo datiloscópico, caso necessário (Lei 12.037/2009). 15.2) Finalidade FI N A L ID A D E POLICIAL SOCIAL JURÍDICA 10/08/2019 15.3) Momento O indiciamento deverá ser realizado durante as investigações, até o recebimento da denúncia (STJ, HC 218.124/SP). 15.4) Pressupostos O indiciamento não é um ato arbitrário, nem discricionário, já que, presentes os elementos informativos apontando na direção do investigado, não resta à autoridade policial outra opção senão seu indiciamento. O indiciamento deve ser fundamentado? Art. 2º, § 6º, Lei 12.830/2013: O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. O indiciamento deve ser fundamentado? O que é indiciamento abusivo? Qual medida judicial poderá ser adotada na hipótese de indiciamento abusivo? O indiciamento, realizado ou não pela Autoridade Policial, vincula o Ministério Público ou o ofendido em relação ao oferecimento da denúncia ou da queixa? 10/08/2019 15.5) Espécies a) indiciamento direto; b) indiciamento indireto. 15.6) Atribuição para o indiciamento É um ato privativo da Autoridade Policial. O juiz ou o Ministério Público não podem requisitar o indiciamento de determinado suspeito ao delegado depolícia. Art. 2º, § 6º, da Lei 12.830/2013: O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. STF – Informativo 717: O indiciamento é ato privativo da autoridade policial, segundo sua análise técnico- jurídica do fato. O juiz não pode determinar que o Delegado de Polícia faça o indiciamento de alguém. 15.7) Sujeito passivo do indiciamento Em regra, qualquer pessoa pode ser indiciada. EXCEÇÕES: Por expressa previsão legal, não podem ser indiciados os magistrados e os membros do Ministério Público. Em relação a detentores de foro por prerrogativa de função, não há expressa vedação legal. Todavia, o STF entende que as pessoas com foro por prerrogativa de função não podem ser indiciadas sem prévia autorização do ministro-relator ou desembargador relator, dependendo do caso concreto (STF, INQ. 2411/ QO/MT). 10/08/2019 15.8) Afastamento do servidor público do exercício de suas funções O art. 17-D, da Lei 9.613/98 (Lavagem de Capitais) determina o afastamento automático do servidor público de suas funções, quando for indiciado. Art. 17-D. Em caso de indiciamento de servidor público, este será afastado, sem prejuízo de remuneração e demais direitos previstos em lei, até que o juiz competente autorize, em decisão fundamentada, o seu retorno. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012) 15.9) Desindiciamento É a desconstituição de um indiciamento feito anteriormente. Pode ser feito pela própria Autoridade Policial ou pelo Poder Judiciário. 16) Prazos para a conclusão do inquérito policial PRESO SOLTO Código de Processo Penal 10 30 Justiça Federal 15 + 15 30 + 30 Lei de Drogas 30 + 30 90 + 90 Crimes contra a Economia Popular 10 10 10/08/2019 17) Contagem do prazo para a conclusão do inquérito policial Prazo de conclusão Natureza processual Exclui o dia do início e inclui o dia do final Natureza material Inclui o dia do início e exclui o dia do final 18) Encerramento do inquérito policial Esgotadas as investigações, o delegado de polícia deverá: 1) encerrar o inquérito elaborando um relatório final; 2) encaminhar os autos ao juízo; 3) oficiar ao (IIRGD) Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado (CPP, art. 23). O que o relatório final deve conter? a) as providências realizadas; b) o resumo dos depoimentos prestados; c) o resultado das diligências; d) a indicação das testemunhas que não tiverem sido inquiridas; e) a exposição do entendimento da Autoridade Policial quanto à autoria e materialidade do delito; f) a classificação do crime (dispositivo penal violado pelo indiciado). 10/08/2019 A Autoridade Policial deverá relatar o inquérito policial justificando as razões que a levaram à classificação do delito? Lei 11343/06, Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente. A Autoridade Policial deverá relatar o inquérito policial justificando as razões que a levaram à classificação do delito? O relatório é uma peça indispensável? A ausência ou deficiência do relatório vicia o inquérito policial? 19) Destinatários do inquérito policial findo Crimes de ação penal privada: • Ofendido Crimes de ação penal pública: • Ministério Público 10/08/2019 19.1) Providências a serem adotadas pelo Ministério Público: 1) oferecimento de denúncia. 2) requerimento de arquivamento do inquérito policial. 3) requisição de diligências (art. 16, CPP). 4) declinação de incompetência. 5) arguição de conflito de competência (art. 66, CPC). 20) Arquivamento do inquérito policial 20.1) Natureza jurídica O arquivamento é uma decisão judicial. O arquivamento pode ser dado de ofício? Qual recurso cabível, caso o juiz arquive de ofício o inquérito policial? 20.2) Fundamentos a) ausência dos pressupostos processuais ou de condições da ação para o exercício da ação penal; b) ausência de justa causa (lastro probatório) para o exercício da ação penal; c) atipicidade da conduta delituosa; d) existência manifesta de causa excludente da ilicitude; e) existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo a inimputabilidade; f) existência de causa extintiva da punibilidade. 10/08/2019 20.3) Coisa julgada Trata-se do impedimento de modificação da decisão por qualquer meio processual dentro e fora do processo. A coisa julgada pode ser: a) coisa julgada formal b) coisa julgada material A decisão judicial que homologa a promoção de arquivamento formulada pelo Ministério Público faz coisa julgada formal, coisa julgada material ou coisa julgada formal e material? CAUSA COISA JULGADA Ausência dos pressupostos processuais ou de condições da ação Formal Ausência de justa causa para o exercício da ação penal Formal Atipicidade da conduta delituosa Formal e material Existência manifesta de causa excludente da ilicitude Formal e material Existência manifesta de causa excludente da culpabilidade, salvo a inimputabilidade Formal e material Extinção da punibilidade Formal e material 10/08/2019 OBSERVAÇÃO: A decisão que arquiva o inquérito policial com fundamento na insuficiência de elementos informativos é tomada com base na cláusula “rebus sic stantibus” (modificado o panorama probatório dentro do qual foi proferida a decisão, nada impede o oferecimento de ação penal) (art. 18 e art. 414, do CPP). 20.4) Desarquivamento do inquérito policial Nos casos em que o arquivamento só faz coisa julgada formal será possível o desarquivamento do inquérito policial. Quem requer o desarquivamento do inquérito policial? O juiz poderá determinar o desarquivamento do inquérito policial de ofício? 20.5) Recursos cabíveis na hipótese de arquivamento do inquérito policial REGRA a decisão que determina o arquivamento doinquérito policial é irrecorrível. EXCEÇÕES a) crimes contra a economia popular ou a saúde pública (art. 7º, da Lei 1.521/1951); b) contravenções relacionadas ao jogo do bicho (art. 6º, parágrafo único, da Lei 1.508/1951). 10/08/2019 21) Arquivamento implícito do inquérito policial 1) Arquivamento implícito objetivo a) inquérito apura duas ou mais infrações penais e o Ministério Público oferece denúncia apenas quanto a uma ou algumas delas, silenciando quanto às demais. b) inquérito apura duas ou mais infrações penais e o Ministério Público postula e tem deferido pelo juiz o arquivamento do procedimento policial, referindo-se, a apenas um ou alguns dos fatos, silenciando quanto à demais. 2) Arquivamento implícito subjetivo a) inquérito investiga duas ou mais pessoas pela prática da infração penal e o Ministério Público oferece denúncia apenas quanto a uma ou algumas delas, silenciando quanto às demais. b) inquérito investiga duas ou mais pessoas pela prática da infração penal e o Ministério Público postula e tem deferido pelo juiz o arquivamento do procedimento policial, referindo-se, a apenas um ou alguns dos investigados, silenciando quanto à demais. Como deverá proceder o magistrado ao constatar a ocorrência das hipóteses de arquivamento implícito? Diante da hipótese de arquivamento implícito, a vítima poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública em relação aos indivíduos ou fatos que, apesar de investigadosno inquérito, não constaram na denúncia recebida ou promoção de arquivamento homologada pelo juízo? 10/08/2019 22) Arquivamento indireto do inquérito policial O arquivamento indireto ocorre na hipótese em que o membro do Ministério Público deixa de oferecer a denúncia sob o fundamento de que o juízo em que oficia e no qual foi distribuído o inquérito é incompetente para ação penal, requerendo, então, ao magistrado a remessa dos autos respectivos ao juízo que reputa competente. Como deverá proceder o juiz caso discorde do pedido de remessa feito pelo Ministério Público, por considerar-se competente? Diante da hipótese de arquivamento indireto, a vítima poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública? Inquérito Policial
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